A Casa Civil enviou para a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas de 8 de janeiro um relatório sobre as atividades do e-mail funcional do tenente-coronel Mauro Cid já durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Cid é ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) e considerado um dos principais aliados do ex-presidente.
O relatório mostrou que Cid recebeu diversas informações confidenciais sobre as viagens de Lula até 15 de março, quando o e-mail funcional foi bloqueado.
Nos dois dias seguintes ao bloqueio, ele tentou acessar a caixa de mensagens 99 vezes. A última tentativa foi registrada em 17 de março, às 11h16.
O tenente-coronel também acessou, segundo a Casa Civil, o e-mail funcional 500 vezes este ano, mesmo depois do fim do mandato de Bolsonaro.
Segurança
Por ser ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Cid tinha um e-mail com domínio “presidência.gov.br”, em que recebeu mensagens com os nomes dos responsáveis pela coordenação da segurança de eventos com a presença de Lula e dados sobre atividades da equipe que faz o reconhecimento do local das agendas do petista.
À CPI, a Casa Civil justificou que a demora em bloquear o acesso de Cid ao e-mail funcional ocorreu devido à grande quantidade de credenciamentos e exonerações nos primeiros meses do governo Lula.
Entre dezembro e janeiro, foram aproximadamente 1.100 exonerações realizadas por uma equipe de apenas duas pessoas na época, encarregadas também de cuidar dos credenciamentos.
Joias sauditas
Outro conjunto de e-mails encontrados na conta de Mauro Cid revela que o tenente-coronel teve acesso aos certificados de joias entregues pelo governo da Arábia Saudita a Bolsonaro, que pertencem à União.
Além de tentar retirar um conjunto de joias apreendido pela Receita Federal no Aeroporto de Guarulhos, as mensagens mostram que Cid também digitalizou quatro certificados de autenticidade da marca Chopard.
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