“Não acreditamos em 100 mil mortes”, disse Ministério da Saúde em abril

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
[email protected]

"Nós não acreditamos que chegue nesse número e vamos trabalhar muito para que isso não aconteça", disse João Gabbardo. Brasil ultrapassou as 100 mil mortes por covid-19 neste sábado (8)

Foto: Agência Brasil

Jornal GGN – Em 3 de abril de 2020, quando o Brasil registrava 9.056 casos confirmados do novo coronavírus e 359 mortes, o então secretário-executivo de Saúde, João Gabbardo, ao lado do então ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou em coletiva de imprensa que o País não chegaria a 100 mil óbitos pela Covid-19.

Gabbardo afirmou que para chegar a 100 mil óbitos, o Brasil teria de ter uma taxa de letalidade de 0,1% na pandemia. Ele descartou o cenário por considerar que o mesmo não fora observado na China, o primeiro País a ser assolado pelo vírus.

“Fazendo uma previsão até aparentemente otimista, se a letalidade cair de 3,5% para 0,1%, nós teríamos um cenário com pelo menos 100 mil óbitos no Brasil. Se na China tivesse ocorrido isso, de ter 0,1% da população vindo a óbito, a China – que tem uma população de quase 1,5 bilhão – teria que ter tido 750 mil óbitos. No entanto, a China teve pouco mais de 3 mil óbitos. Então, esse é um cenário que, para o Brasil, falar em 100 mil óbitos, ele é… nós não acreditamos que chegue nesse número e vamos trabalhar muito para que isso não aconteça”, disse Gabbardo.

Mandetta ressalvou que também existia a hipótese de que a China tivesse subnotificado o número de mortes.

Minutos antes de Gabbardo se pronunciar, Mandetta foi questionado pela imprensa sobre as projeções de novos casos e mortes por coronavírus pelos meses seguintes a abril. O então ministro – que deixou a Pasta 13 dias depois – não quis revelar os dados em posse dos técnicos do governo.

“Nós temos as nossas estimativas, estamos trabalhando, mas não é algo que a gente vá fazer: ‘olha, esperamos isso ou aquilo’. Vocês têm modelos matemáticos no mundo inteiro. Alguns de instituições muito renomadas. O que temos é um certo conforto de que, no balanço de 30 dias [de 26 de março a 26 de abril], aconteceu o que a gente esperava que fosse acontecer. Não tivemos nenhuma surpresa. Os modelos são sempre de 30 dias.”

Gabbardo deixou o Ministério da Saúde após a saída de Mandetta. Ele hoje assessora o governador de São Paulo, João Doria. Mandetta  foi substituído pelo oncologista Nelson Teich, que ficou no cargo por menos de um mês. O presidente Jair Bolsonaro nomeou na sequência, interinamente, o general Eduardo Pazuello.

Ao contrário do que esperava o time de Mandetta Brasil ultrapassou as 100,2 mil mortes por coronavírus e 2,9 milhões de casos confirmados neste sábado, 8 de agosto.

 

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

4 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. FRACASSAMOS COMO NAÇÃO? COMO SERES “HUMANOS”? COMO “SAPIENS”?

    SIM! SIM! SIM.
    REPERCUTINDO O EDITORIAL DA FOLHA…… INFELIZ TAMBÉM, É A NAÇÃO QUE CARREGA UMA “ESPIRITUALIDADE” DE ESPERANÇA QUE AS COISAS BOAS SURGIRÃO NUM FUTURO QUE MAIS PARECE UMA MIRAGEM!!
    2022 ESTÁ CHEGANDO. A MUDANÇA COMEÇA ONTEM E FINALIZA OU PELAS URNAS OU PELO AEROPORTO SEM VOLTA. A PÁTRIA DO EVANGELHO MAIS PARECE A PÁTRIA DAS TREVAS!!!

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador