No último programa TVGGN 20H do ano, o jornalista Luís Nassif contou com a participação do Padre Júlio Lancelotti, referência na luta contra a aporofobia e que mantém diversas ações em prol dos moradores de rua em São Paulo.
Uma das principais temáticas do programa foi a discussão sobre o papel da Igreja Católica na sociedade. Lancellotti contou histórias sobre o seminário, além dos ensinamentos que aprendeu ao longo das décadas dedicadas à religião.
Sobre a recente orientação do Papa Francisco para que os párocos possam abençoar casais homossexuais, Lancellotti afirmou que a ideia de que a Igreja deve acolher a todos é ainda mais antiga que a definição do líder do Vaticano.
“Dom Paulo [Paulo Evaristo Arns] colocava isso de maneira magistral: a Igreja tem de falar com todo o mundo”, afirmou o convidado.
Movimentos sociais
Lancellotti comentou ainda o papel da Igreja diante dos desafios da sociedade atual. Ele então lembrou a época em que estava no seminário, época em que viu várias freiras se mudarem para bairros periféricos para ficar junto com o povo.
“Eram muitas congregações religiosas femininas em que as freiras foram morar em bairros mais afastados do centro. Era a proposta de uma Igreja ligada ao povo, de uma igreja popular, das comunidades eclesiais de base, e uma grande movimentação dos anos 1960, dos movimentos populares. Muitos desses movimentos populares nasceram nas comunidades. As décadas de 1970 e 1980 foram muito frutíferas e agitadas por avanços, mas com muitos desafios”
Padre Júlio Lancelotti
O entrevistado da noite lembrou ainda o encontro do papa João Paulo II com operários no Estádio do Morumbi, em 1980, ocasião em que Waldemar Rossi denunciou, por meio da leitura de uma carta, as investidas da ditadura contra os sindicalistas. De tanta emoção, Rossi chorou sobre os ombros do santo padre.
João Paulo II também realizou uma missa campal no Campo de Marte, ocasião em que o povo clamava por liberdade e democracia ao cantar Para não dizer que não falei das flores, de Geraldo Vandré, canção considerada um hino contra os militares.
Outros desafios
Para Júlio Lancelotti, nenhum momento histórico é melhor ou pior que os outros, pois cada um tem seus próprios desafios. “Nem tudo é sempre nítido como a gente sabe ver”, filosofou.
O padre observa, do alto dos 75 anos, que atualmente vivemos em muitas bolhas, diante de grande polarização e uma forma exacerbada do capitalismo neoliberal.
“Temos um documento do Papa Francisco que hoje é uma das poucas vozes no mundo que contesta o capitalismo e os grandes poderes estabelecidos, o armamentismo e tudo mais”, continua.
Além da crítica à especulação imobiliária, Lancellotti afirmou ainda que a lógica do neoliberalismo é o descarte, fazendo com que pessoas em situação de rua sejam alvo de ódio da sociedade.
“Nunca a população em situação de rua foi tão grande quanto é agora. Isso gera muita raiva, muito ódio, gera muita dificuldade de entendimento. Eu tenho muita clareza: quem está do lado dos rejeitados vai ser rejeitado também. Quem está do lado dos descartados será descartado também”, sentencia o pároco, que descreve sua atuação em prol dos mais vulneráveis como uma guerra invencível.
Confira a entrevista completa:
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Soldados derrotados de uma guerra invencível?
Elogio da Dialética
(Bertolt brecht)
A injustiça passeia pelas ruas com passos seguros.
Os dominadores se estabelecem por dez mil anos.
Só a força os garante.
Tudo ficará como está.
Nenhuma voz se levanta além da voz dos dominadores.
No mercado da exploração se diz em voz alta:
Agora acaba de começar:
E entre os oprimidos muitos dizem:
Não se realizará jamais o que queremos!
O que ainda vive não diga: jamais!
O seguro não é seguro. Como está não ficará.
Quando os dominadores falarem
falarão também os dominados.
Quem se atreve a dizer: jamais?
De quem depende a continuação desse domínio?
De quem depende a sua destruição?
Igualmente de nós.
Os caídos que se levantem!
Os que estão perdidos que lutem!
Quem reconhece a situação como pode calar-se?
Os vencidos de agora serão os vencedores de amanhã.
E o “hoje” nascerá do “jamais”.
I just want you
(Ozzy Osbourne)
There are no unlockable doors
There are no unwinnable wars
There are no unrightable wrongs
Or unsingable songs
There are no unbeatable odds
There are no believable gods
There are no unnameable names
Shall I say it again, yeah
There are no impossible dreams
There are no invisible seams
Each night when day is through
I don’t ask much
I just want you
I just want you
There are no uncriminal crimes
There are no unrhymable rhymes
There are no identical twins
Or forgivable sins
There are no incurable ills
There are no unkillable thrills
One thing and you know it’s true
I don’t ask much
I just want you
I just want you
I’m sick and tired of bein’ sick and tired
I used to go to bed so high and wired
Yeah, yeah, yeah, yeah
I think I’ll buy myself some plastic water
I guess I should have married Lennon’s daughter
Yeah, yeah, yeah, yeah
There are no unachievable goals
There are no unsaveable souls
No legitimate kings or queens
Do you know what I mean? Yeah
There are no indisputable truths
And there ain’t no fountain of youth
Each night when day is through
I don’t ask much
I just want you
I just want you