Para Deleuze, esquerda ou direita é uma questão de percepção

Enviado por Jair Fonseca

Para deprimido(a)s e pragmático(a)s em geral, uma lição filosófica sobre o que é ser de esquerda: ser sempre minoria, mas não se conformar com isso.

Fala o Prof. Gilles Deleuze (1925-1995), um dos últimos grandes filósofos do mundo:

https://www.youtube.com/watch?v=_Wer1VGBZi8 height:394

 

Redação

7 Comentários

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  1. Sintoma

    Ser de Esquerda é sintoma de uma neurose das minorias enquanto resistência à força livre da natureza, vazia de afetos.

    O verdadeiro ser humano de Esquerda, não o que faz charme narcísico para ser percebido como intelectualmente sofisticado, sofre de um sintoma que é análogo ao fenômeno da resistência definida enquanto defesa para uma realidade aflitiva, dolorosa.

    Em oposição à Direita, que é uma energia de fluxo livre na natureza e nas vias psiquícas, lá e cá, forças sobrepõem-se naturalmente à menor força de resitência, numa hierarquia que alude à cadeia alimentar, de seres vivos, predadores e presas; e de estrelas, sol e planetas. (o sol impõe-se aos planetas, e não estes àquele), onde sempre haverá supremacia dos mais fortes.

    Ser de Esquerda é o sintoma que lida com a possibilidade de a maior parte da humanidade ser devorada pelos mais aptos, impondo-lhes uma resitência supressiva à força natural de dominação dos mais fracos pelos mais fortes, numa evidente analogia ao sintoma neurótico clássico.

    A Esquerda é o preço que se paga pela civilização.

     

         

  2. Seguindo este discurso a
    Seguindo este discurso a direita então e o preço pago pela barbárie, sem ela não ocorreria a transposicao do drama presa-predador ao meio civilizado. E ainda além da neurose, o preço sequer e pago pela direita: ela se aproveita da fragilidade da esquerda cobrando dela e nela o custo de sua manutenção. Parece que a neurose de esquerda e o preço pago pela perversão da direita.

    1. Parece que a neurose de esquerda e o preço pago pela perversão d

      Dito desta forma parece que a perversão da Direita cobra um preço à civilização que seria a neurose de Esquerda.

      A barbárie não cobra preço, pois é uma energia livre de resistência.

      A Esquerda, como sintoma neurótico, é que é o preço pago pela tentativade de supressão da barbárie.

  3. O depoimento acima faz parte

    O depoimento acima faz parte de um vídeo-depoimento de Deleuze, que sempre se recusou a aparecer na TV e só aceitou esse vídeo com a condição de que ele fosse divulgado apenas após a sua morte. A pedido da comentadora, filosofa sobre alguns conceitos nesse Abecedário. Está completo e legendado no youtube.

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=a_qGQZMM2Z0%5D

    1. Este vídeo desapareceu do you tube

       

      Jair Fonseca (segunda-feira, 18/04/2016 às 16:18),

      Este vídeo desapareceu do youtube.

      Deixo o link para o vídeo em francês  “Qu`est-ce qu`être de gauche? par Deleuze”. O endereço é o que se segue:

      http://www.dailymotion.com/video/xbl7ze_qu-est-ce-qu-etre-de-gauche-par-del_news

      Este vídeo é um daqueles clássicos que deveriam de vez em quando aparecer na primeira página de um blog. E vale a pena editar um letreiro em português.

      Clever Mendes de Oliveira

      BH, 25/05/2017

       

      1. Uns acréscimos pertinentes em substituição ao vídeo de Deleuze

         

        Jair Fonseca (segunda-feira, 18/04/2016 às 16:18),

        O link que eu deixei em meu comentário anterior não traz na íntegra a entrevista de Gilles Deleuze que antes aparecia no vídeo que você inserira neste post “Para Deleuze, esquerda ou direita é uma questão de percepção” de segunda-feira, 18/04/2016 às 12:04 aqui no blog de Luis Nassif e de autoria Luiz de Queiroz e que você tivera a ideia de trazer aqui para o blog de Luis Nassif.

        Já havia visto o vídeo que você deixara quando vi a primeira vez este post e não cheguei a comentar. Quando voltei e o vídeo não estava mais disponível, passei a o procurar pela internet e encontrei-o, mas só pela metade. Depois fiz mais pesquisas e encontrei o restante ou pelo menos a parte que eu lembrava que havia se perdido, mas apenas sob a forma de texto. Trata-se do texto em francês intitulado “De Gauche” atribuído a Gilles Deleuze e que pode ser visto no seguinte endereço:

        http://1libertaire.free.fr/Deleuze04.html

        Tenho mencionado este post principalmente após o impeachment da ex-presidenta às custas do golpe Dilma Rousseff porque ele esclarece muito a situação da esquerda na atual realidade brasileira, mas também mundial, Se bem que é verdade que, dada a extrema desigualdade de renda no Brasil, a esquerda aqui seja bem mais esmilinguida que em outras partes do mundo de maior renda e renda mais bem distribuída. A esquerda é minoria e continuará sendo minoria por muito tempo.

        Em um interessante comentário e que consta aqui deste post e de autoria de Horridus Bendegó enviado segunda-feira, 18/04/2016 às 13:41, ele bem descreve o problema da esquerda. Transcrevo a frase final do comentário dele:

        “A Esquerda é o preço que se paga pela civilização.”

        Na essência esse é o grande problema da esquerda: construir a civilização no meio da barbárie e em situação de minoria. Tenho insistido sobre esse dilema da esquerda muito após o impeachment e assim, penso que vale bem deixar aqui a indicação de três posts mais recentes onde fiz referência ao discurso de Gilles Deleuze sobre as consequências de ser de esquerda.

        Primeiro indico o post “Facebookspan, alívio imediato para a dor, por Rui Daher” de domingo, 06/08/2017 às 09:13, aqui no blog de Luis Nassif e de autoria de Rui Daher e que pode ser visto no seguinte endereço:

        https://jornalggn.com.br/blog/rui-daher/facebookspan-alivio-imediato-para-a-dor-por-rui-daher

        Faço esse destaque ao post “Facebookspan, alívio imediato para a dor, por Rui Daher” principalmente pelo meu longo comentário para Rui Daher enviado domingo, 06/08/2017 às 23:49. Embora o comentário seja longo, a idéia principal que eu defendo é curta e é basicamente que a esquerda é minoria e quando for maioria não poderá conduzir-se com as armas da direita.

        O segundo post é “Canja de galinha não faz mal a ninguém, por Fernando Horta” de quinta-feira, 01/06/2017 às 17:33, aqui no blog de Luis Nassif e de autoria de Fernando Horta em que ele faz a defesa de se dar aos legislativo o instituto do foro privilegiado e que pode ser visto no seguinte endereço:

        https://jornalggn.com.br/blog/blogfernando/canja-de-galinha-nao-faz-mal-a-ninguem-por-fernando-horta

        Também lá no post “Canja de galinha não faz mal a ninguém, por Fernando Horta” eu faço um longo comentário desta vez enviado sábado, 03/06/2017 às 01:24, para Ze Sergio junto ao comentário dele de quinta-feira, 01/06/2017 às 17:26. Olho de esguelha para os comentários de Zé Sergio. Em geral os critico pelo que considero modo pejorativo de se referir a esquerda como esquerdopatas.

        O relevante a mencionar aqui sobre o meu comentário foi a defesa que faço do post de Fernando Horta, antepondo-me à consideração de Ze Sergio de tratar o texto de Fernando Horta como um texto ou de preservação da democracia ou de autopreservação (E ele dava mais ênfase a se avaliar o texto como de auto preservação). Para mim, o texto de Fernando Horta constituia em um texto de auto preservação e de preservação da democracia à medida que Fernando Horta é de esquerda e a democracia moderna é essencialmente um sistema de proteção as minorias. E é claro que construo meu argumento com base no texto de Gilles Deleuze.

        E por fim remeto ao post “Dominó de Botequim, o Retorno – Capítulo 6, por Rui Daher” de domingo, 12/11/2017 às 16:38, também aqui no blog de Luis Nassif e de autoria de Rui Daher e que pode ser visto no seguinte endereço:

        https://jornalggn.com.br/blog/rui-daher/domino-de-botequim-o-retorno-capitulo-6-por-rui-daher

        Há um ótimo comentário no post “Dominó de Botequim, o Retorno – Capítulo 6, por Rui Daher”. Trata-se do comentário de Fernando J. enviado domingo, 12/11/2017 às 19:17. Em um texto excepcional Fernando J. relembra uma alegação de Rui Daher de que não se fizera tudo para evitar o golpe. Fernando J. que à época discordara de Rui Daher dizendo que tudo fora feito, agora reconhece que faltara algo, nas palavras dele: “faltou uma última e derradeira atitude: a luta armada.”

        A esquerda tem um grande papel que é ajudar a construir a civilização, mas se há uma frase que a esquerda precisa tirar da direita é a frase do Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon: “morrer se preciso for, matar nunca”. Disse que se trata de frase da direita porque, como homem do exército, o Marechal Rondon é um homem da direita.

        A violência ainda que ela tenha um bom agasalho na frase de Bertolt Brecht: “Do rio que tudo arrasta se diz que é violento, mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem”, não é forma de luta da esquerda.

        Disse que seriam só três posts, mas há um quarto que não guarda relação direta com a discussão do proceder da esquerda e por isso não o relacionei entre os três. Trata-se do post “Xadrez do fator é a economia, estúpido!, por Luís Nassif” de quarta-feira, 30/08/2017 às 01:32, aqui no blog de Luis Nassif e de autoria dele e que pode ser visto no seguinte endereço:

        https://jornalggn.com.br/noticia/xadrez-do-fator-e-a-economia-estupido-por-luis-nassif

        Chamo atenção para o post “Xadrez do fator é a economia, estúpido!, por Luís Nassif” mais uma vez em razão de um grande comentário. Só que agora realmente se trata de um comentário verdadeiramente extenso. Lá para o post eu enviei quinta-feira, 07/09/2017 às 16:26, para junto do comentário de Junior 5 Estrelas enviado quinta-feira, 31/08/2017 às 10:29, um comentário com uma boa quantidade de links que eu imagino ajudam a compreender o governo da ex-presidenta às custas do golpe Dilma Rousseff e os motivos mais de natureza econômica que levaram à queda do governo dela.

        Faltou em meu de tão longo quase exaustivo comentário lá no post “Xadrez do fator é a economia, estúpido!, por Luís Nassif” uma referência a este post “Para Deleuze, esquerda ou direita é uma questão de percepção”. Embora eu tenha mencionado a falta de capacidade política da ex-presidenta às custas do golpe Dilma Rousseff, dediquei mais a comentar os aspectos econômicos que levaram ao golpe e a questão esquerda versus direita foi deixada um tanto de lado.

        Certamente se eu comentasse sobre esse ângulo da fraqueza da esquerda e como é preciso que a esquerda reconheça essa fraqueza e quais são as formas de luta das quais a esquerda pode utilizar, eu me estenderia por muito mais.

        Clever Mendes de Oliveira

        BH, 13/11/2017

      2. Jair Fonseca (segunda-feira, 18/04/2016 às 16:18),
        Mais acréscimos.
        Era para ter indicado já há um bom tempo uma série de debates que eu tive com Arkx junto ao post dele “Os Brasis: dentro do labirinto, por Arkx” de quinta-feira, 21/12/2017, publicado aqui no blog de Luis Nassif e que pode ser visto no seguinte endereço:
        https://jornalggn.com.br/movimentos-sociais/os-brasis-dentro-do-labirinto/
        Eu sempre defendi que a esquerda é bem menor do que se imagina e que, portanto, a tarefa dela de levar a humanidade para a civilização é extremamente difícil não só porque ela é pequena, mas também porque ela não poderia usar as forças que os que preferem manter a humanidade na barbárie usam, até porque é próprio da barbárie usar as forças de que a barbárie dispõe.
        E recomendo também um segundo post “O Grande Mal Estar, por Diogo Costa” de quarta-feira, 25/10/2017, publicado também aqui no blog de Luis Nassif e que pode ser visto no seguinte endereço:
        https://jornalggn.com.br/opiniao/o-grande-mal-estar/
        Neste segundo post, embora mais antigo eu fiz um comentário menos antigo deixando uma série de links que tratam de certo modo desta condição minoritária da esquerda, havendo mesmo dois estudos estatísticos que mostram crescimento da direita radical quando de crises econômicas.
        E como farei menção deste post “Para Deleuze, esquerda ou direita é uma questão de percepção” de segunda-feira, 18/04/2016, aqui no blog de Luis Nassif, consistindo de indicação sua do vídeo de Giles Deleuze que saiu no blog de Luis Queiroz e que infelizmente já não está disponível, junto a um post muito bom sobre a liberação de Lula no blog Duplo Expresso e intitulado ““Lula livre”: quem o libertou? Está (mesmo) livre? Se não, como liberta-lo? (junto com o Brasil)” de sábado, 09/11/2019 e que pode ser visto no seguinte endereço:
        https://jornalggn.com.br/sociedade/para-deleuze-esquerda-ou-direita-e-uma-questao-de-percepcao/
        No post ““Lula livre”: quem o libertou? Está (mesmo) livre? Se não, como liberta-lo? (junto com o Brasil)” eu discuto a frase de parte inicial de Piero Leirner de texto que compõe o post em que ele diz: “Na minha opinião, se Lula ficar apenas nessa história de “organizar a esquerda”, então já perdeu. Não é falta de organização o problema dela: é infiltração. E assim voltamos ao começo dessa postagem. O clamor por uma constituinte.”
        Para mim Lula perde não é porque a esquerda está infiltrada, mas porque a esquerda é minoria.
        Clever Mendes de Oliveira
        BH, 09/11/2019

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