
O papel das seguradoras e convênios é cada vez mais importante na sociedade. No entanto, suas políticas, muitas vezes, têm implicações profundas na acessibilidade e na qualidade do cuidado cirúrgico que os pacientes recebem, com diretrizes que influenciam as decisões médicas e a execução de procedimentos.
Uma das principais formas pelas quais as seguradoras impactam o cuidado cirúrgico é através da definição de quais procedimentos são cobertos e quais são excluídos. Muitas vezes, procedimentos considerados experimentais ou muito novos são deixados de lado, limitando o acesso a tecnologias cirúrgicas inovadoras que poderiam oferecer melhores resultados aos pacientes.
Além disso, algumas políticas requerem que os pacientes passem por protocolos longos, e muitas vezes ineficazes, de tratamento conservador antes de aprovar um procedimento cirúrgico necessário.
Influência na escolha do médico e do hospital
De acordo com Rodolfo Damasceno, especialista em estratégias de autorizações cirúrgicas, as seguradoras podem impor limitações significativas nas decisões de médicos e hospitais em relação aos pacientes, afetando a qualidade do cuidado cirúrgico. “Essas restrições impedem que muitas pessoas recebam cuidados especializados ou utilizem hospitais com equipamentos mais modernos e técnicas cirúrgicas avançadas, atrasando tratamentos que poderiam ser finalizados com mais agilidade”, revela.
As políticas de seguradoras também exercem uma pressão significativa sobre médicos para que realizem procedimentos com maior rapidez. “O foco em reduzir custos pode levar à escolha de materiais de menor qualidade ou à redução do tempo alocado para cada paciente. Embora a eficiência seja importante, seu excesso pode comprometer a atenção necessária a cada caso”, alerta.
Autorizações e burocracia
Segundo Damasceno, o processo de autorização prévia requerido por muitas seguradoras para procedimentos cirúrgicos é fortemente impactado. “Este processo pode ser frustrante tanto para pacientes quanto para médicos, resultando em atrasos significativos no tratamento e levando a resultados indesejados após a cirurgia”, relata.
Para o especialista, as seguradoras desempenham um papel crucial no sistema de saúde, mas suas políticas podem ter implicações significativas. “É essencial que haja um equilíbrio entre o controle de custos e a provisão de cuidados de alta qualidade. Políticas mais flexíveis e a inclusão de médicos na formulação dessas políticas podem ser passos importantes para minimizar impactos negativos sobre os cuidados cirúrgicos e garantir que os pacientes recebam o melhor tratamento possível”, finaliza.
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