Questionado por fraude em domicílio eleitoral, Moro diz à Justiça que mora em hotel em São Paulo

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Ex-juiz e esposa alugaram um flat em São Paulo e afirmam que se hospedam no local uma vez por semana desde 2021

Sergio Moro
Foto: Roque de Sá/Agência Senado

O ex-juiz Sergio Moro disse à Justiça Eleitoral que mora desde novembro de 2021 em um hotel em São Paulo, onde cumpre “agendas semanais” desde então, e usa a capital como ponto de chegada e partida de suas viagens. Foi assim que o político agora filiado à União Brasil justificou a mudança de domicílio eleitoral do Paraná para São Paulo. A informação foi confirmada pela defesa de Moro ao jornal Folha de S. Paulo, segundo reportagem publicada nesta sexta (8).

O domicílio eleitoral regular é um dos critérios de elegibilidade para candidatos. Problemas neste quesito poderiam render a impugnação de Moro e da esposa, Rosângela Moro, em 2022. Conforme o GGN mostrou nesta reportagem aqui, o casal tem sido questionado por possível fraude em mudança de domicílio eleitoral.

Segundo a matéria da Folha, Moro alugou um flat no Hotel Intercontinental e usou o endereço na zona sul da capital paulista para justificar a mudança de domicílio eleitoral do Paraná para São Paulo. A Justiça Eleitoral já teria dado “aval” ao pedido de Moro. O advogado Gustavo Guedes, que defende Moro, disse ao jornal que os questionamentos sobre a regularidade do domicílio eleitoral de Moro são feitas de “má-fé” para difamá-lo e podem ensejar processos.

O deputado federal Alexandre Padilha (PT) anunciou nesta semana que irá impugnar eventual candidatura de Moro a uma vaga no Congresso por São Paulo, porque o ex-juiz não teria apresentado provas de vínculos com o Estado. Além disso, Moro virou alvo de notícia-crime apresentada no último dia 5 à Procuradoria Regional Eleitoral. As três advogadas que assinam a ação também questionam as provas de vínculos que Moro anexou no processo de transferência de domicílio.

Em nota ao GGN, o diretório estadual da União Brasil afirmou que vai aguardar o desenrolar da notícia-crime no Ministério Público eleitoral.

Procurado através da assessoria de imprensa da União Brasil, Moro não respondeu aos questionamentos do GGN. À reportagem, o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) afirmou que Moro precisa comprovar “residência mínima de 3 meses no novo endereço” em São Paulo para transferir regularmente o domicílio eleitoral.

Em entrevista ao GGN, os advogados André Maimone e Leandro Petrin, especialistas em Direito Eleitoral, avaliaram que Moro tem a jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a seu favor.

“A jurisprudência do TSE é muito permissiva em relação ao domicílio eleitoral”, disse Maimone. “O conceito de domicílio é muito mais amplo no Direito Eleitoral e não se confunde com o domicílio no Direito Civil”. 

Por outro lado, “ainda que a jurisprudência eleitoral diga que é possível o vínculo afetivo, não posso apresentar um documento dizendo que eu moro em um lugar se eu não moro. Isso configuraria fraude”, acrescentou Petrin.

Leia também:

1 – Sergio Moro e esposa são alvos de notícia-crime por possível fraude na mudança de domicílio eleitoral

2 – Domicílio eleitoral: Moro precisa comprovar “residência mínima de 3 meses” em SP, aponta TRE

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

4 Comentários

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  1. Este sujeito a cada dia que passa se prova um VAGABUNDO, safado e ladrão: além de traidor da pátria.
    Seu lugar é na cadeia LADRÃO TRAIDOR.

  2. Se agora Moro diz que mora em Sampa desde pequenininho, então ele fraudou domicílio eleitoral no Paraná quando se filiou ao Podemos???

  3. Basta a Justiça Eleitoral requisitar as imagens do circuito interno de TV do hotel para comprovar se o que se o que o ex-ministro bolsonarista alega (3 meses de residência nesse estabelecimento) é verdade ou não… Se o juíz eleitoral não o fizer estará incorrendo em crime de prevaricação e abuso de autoridade, no mínimo.

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