
A investigação sobre os eventos de 8 de janeiro segue avançando, e um novo fato, revelado na terça (25), trouxe ainda mais gravidade ao caso: um delegado da Polícia Federal, alinhado com os golpistas que tentavam manter Jair Bolsonaro no poder, admitiu ter mirado Alexandre de Moraes com sua arma.
Moraes, assim como o presidente Lula e o vice Geraldo Alckmin, eram os alvo do plano Punhal Verde e Amarelo, em que agentes de segurança e inteligência ligados ao governo Bolsonaro tentariam sequestrar e executar os políticos e o ministro do Supremo, na esteira do golpe de Estado planejado em torno do ex-presidente.
A despeito do papel exercido pelos dissidentes da PF que apoiaram a tentativa de golpe, o fato é que o trabalho da corporação nas investigações que levaram ao indiciamento e depois à denúncia de Bolsonaro e aliados ao Supremo Tribunal Federal, precisa ser exaltada.
Durante o programa TVGGN 20 Horas, apresentado por Luis Nassif, no Youtube, na noite de terça, a advogada Tânia Mandarino, do coletivo Advogados e Advogadas pela Democracia, comentou o caso e destacou a importância do trabalho da Polícia Federal, que, segundo ela, foi bem conduzido, o que pode levar a condenações.
“O trabalho da Polícia Federal foi muito bem feito. Quando a gente tem um inquérito bem feito, com provas substanciais, dificilmente vai deixar de ter uma condenação. (…) A fase do inquérito é crucial. Me parece que antes de mais nada, quem tem que ser parabenizada é a Polícia Federal”, disse.
Na visão de Mandarino, o procurador-geral da República Paulo Gonet está sendo muito, com razão, mas “sem espaço para muito confete, porque diante de tudo que ele recebeu [da PF], era minimamente uma denúncia nesse nível que a gente esperava.”
Mandarino avaliou que o julgamento de Bolsonaro será um processo complexo e muito difícil, pela politização da matéria. “Não acredito quando se fala por aí que este ano ainda vão conseguir terminar a instrução processual. Não acredito”, apontou ela.
A advogada também criticou o papel de setores da imprensa na cobertura da denúncia contra os golpistas, citando entrevistas publicadas recentemente com juristas que defendem que Bolsonaro não poderia ser julgado pelo STF.
“É um sinal de absolutismo. (…) Aquela história: da onde você não espera nada mesmo, dali que não vem nada”, disse. Segundo ela, veículos estão buscando formas de “aliviar pro Bolsonaro”, “ficam tentando encontrar brechas” na denúncia e atacando a competência do STF para julgar o caso.
Por fim, Mandarino discutiu a atuação da PGR no processamento de denúncias contra agentes da Lava Jato, o papel político do Conselho Nacional de Justiça, apontando favorecimentos a juízes e promotores alinhados ao bolsonarismo, enquanto magistrados progressistas são duramente punidos em ações disciplinares.
Assista a entrevista completa abaixo:
Este texto foi escrito com auxílio de Inteligência Artificial e editado pela equipe de jornalistas do Jornal GGN.

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