Uso de cloroquina nos primeiros dias de infecção é apoiado por oncologistas

Manifestação converge com estudo da Prevent Senior, que identificou eficácia na aplicação de cloroquina a partir do 2º dia de sintomas de coronavírus

Jornal GGN – O uso de um coquetel de remédios que envolve cloroquina/hidroxicloroquina e azitromicina, logo nos primeiros dias de infecção por coronavírus, é apoiado pela Sociedade Brasileira de Cancerologia, que enviou uma nota técnica sobre o assunto ao Ministério da Saúde.

De acordo com o informe, a Sociedade tem “posição favorável ao uso promissor do protocolo de utilização imediata de cloroquina/hidroxicloroquina 400g durante cinco dias, associado a azitromicina 500 mg durante cinco dias.”

Para a instituição, a prescrição tem “capacidade comprovada de inibir a atividade do novo coronavírus (SARS COV-2) nos primeiros dias de manifestação dos sintomas já conhecidos.”

A informação converge com entrevista do presidente da Prevent Senior, Fernando Parrillo, que afirmou com exclusividade ao GGN que a rede fez teste com cerca de 360 pacientes, e detectou que o uso da cloroquina a partir do segundo dia de sintomas de COVID-19 tem mostrado eficácia. Leia mais aqui.

Na visão da Sociedade, o protocolo de tratamento recomendado pelo MS “é abrangente, eficaz, de baixo custo com potencial de grande disponibilidade no mercado e com baixa incidência de efeitos adversos.”

Os resultados são positivos “não somente para casos moderados ou graves, mas principalmente para o uso ambulatorial quando na presença dos primeiros sintomas e a oportunidade de encurtar o curso da doença é maior, evitando a gravidade e letalidade evolutiva.”

Aina não existe nenhum estudo científico conclusivo sobre o uso da cloroquina no tratamento de COVID-19.

Confira a comunicação, na íntegra, abaixo:

Ofício nº 006/2020

Excelentíssimo Senhor
Dr. Luiz Henrique Mandetta
Ministro da Saúde
Brasília – DF

Excelência,

Ao cumprimentá-lo, a Sociedade Brasileira de Cancerologia – SBC, fundada em 25 de julho de 1946, sendo a mais antiga entidade de cancerologia da América Latina e uma das que se mantém em atividade há mais tempo em todo o mundo, com posição marcante na luta contra o câncer, influenciando poderosamente o desenvolvimento da cancerologia nacional e os direitos do paciente com câncer, vem respeitosamente manifestar “POSIÇÃO FAVORÁVEL AO USO PROMISSOR DO PROTOCOLO DE UTILIZAÇÃO IMEDIATA DE CLOROQUINA (CQ) \ HIDROXICLOROQUINA (HCQ) 400MG/DIA DURANTE CINCO DIAS, ASSOCIADO A AZITROMICINA 500MG/DIA DURANTE CINCO DIAS”, com capacidade comprovada de inibir a atividade do NOVO CORONAVÍRUS (SARS COV-2) nos primeiros dias de manifestação dos sintomas já conhecidos; naturalmente, sob direta supervisão e prescrição médica, exames pertinentes de diagnóstico, termo de anuência e monitorização clínica criteriosa; onde damos ênfase aos “PACIENTES ONCOLÓGICOS INFECTADOS”.

Consideramos que a posição da SBC se fundamenta no reconhecimento:

  1. PANDEMIA COVID 19: doença grave, altamente infecciosa e potencialmente letal, onde pacientes com câncer possuem sabidamente maior risco clínico severo e piora mais acelerada da doença devido resistência imunológica rebaixada.
  1. Considerando a urgência da situação crítica de pandemia COVID 19, a ausência de vacina e de tratamentos disponíveis efetivamente satisfatórios e a prioridade de atenção aos pacientes oncológicos infectados, os quais precisam iniciar ou dar seguimento, com celeridade, ao seu tratamento quer clínico/hematológico, radioterápico ou cirúrgico, abreviando a gravidade e o período de duração com melhor convalescência da doença COVID 19, reiteramos nosso POSICIONAMENTO FAVORÁVEL A TERAPÊUTICA domiciliar com CQ\HCQ E AZITROMICINA SOB “RECOMENDAÇAO DO MINISTÉRIO DA SAÚDE”.
  1. O protocolo de tratamento monitorado da CQ\HCQ E AZITROMICINA é abrangente, eficaz, de baixo custo com potencial de grande disponibilidade no mercado e com baixa incidência de efeitos adversos; não somente para casos moderados ou graves, mas principalmente para o uso ambulatorial quando na presença dos primeiros sintomas e a oportunidade de encurtar o curso da doença é maior, evitando a gravidade e letalidade evolutiva.
  1. O protocolo terapêutico precoce está alinhado às melhores evidências científicas (ENSAIOS CLÍNICOS) que se disponibilizam nesse momento emergencial da crise epidemiológica, na manutenção da saúde dos cidadãos brasileiros e na manutenção do equilíbrio dos sistemas de saúde públicos e privados.

A pandemia COVID 19 está servindo de oportunidade para uma série de reflexões, principalmente na esfera da informação e prática médica. O momento é do exercício da serenidade e da cooperação social de todos.

A Sociedade Brasileira de Cancerologia tem certeza plena que a humanidade emergirá mais crítica e responsável sobre o sentido da saúde individual e coletiva.

Na expectativa de contar com a vossa valiosa colaboração, nos colocamos à disposição para um trabalho conjunto neste abrangente confronto, tanto na esfera biomédica como nas diferentes formas educacionais da comunicação.

Atenciosamente,

Dr. Ricardo César Pinto Antunes
Presidente da Sociedade Brasileira de Cancerologia

Vice-presidentes
Dr. Luis Eduardo Werneck de Carvalho
Dra. Nise Hitomi Yamaguchi
Dr. Antônio André Magoulas Perdicaris
Dr. Luiz Antônio Negrão Dias
Dr. José Getúlio Martins Segalla

Secretário Geral
Alex Guedes

Secretários Adjuntos
Dra. Carla Ismael
Dr. José Ulisses Manzzini Calegaro

Tesoureiro Geral
Dr. Robson Freitas de Moura

Tesoureira Adjunta
Dra. Virgílina Guimarães Fahel

Coordenador Nacional de Oncologia Clínica
Dr. Hézio Jadir Fernandes Júnior

3 Comentários

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  1. Nassif… cuidado com a revisão de texto do que é postado sobre esse assunto. Não são 400g da cloroquina/hidroxicloroquina, são 400mg. Vai que alguém desesperado lê essa matéria e resolve se automedicar.

  2. Ai tem o dedo da yamagushi.
    Porque oncologistas estao opinando sobre tratamento de uma infeccão por um virus que acomete as vias respiratórias. Isso é assunto para infectologistas e virologistas.

  3. Então como seria o manejo disso? Se não há testagem para confirmar os casos, qualquer pessoa que apresentar os sintomas tomaria o coquetel? Teria que ir ao hospital para tomar? Porque até o momento eles só deixam no hospital os que precisam de internação.

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