A imprensa brasileira repercute desde a noite de domingo (18) a notícia de que a oposição ao governo Lula já recolhe assinaturas para instaurar um processo de impeachment contra o presidente da República, em virtude de suas declarações sobre a guerra de Israel em Gaza.
Em passagem pela capital da Etiópia no último final de semana, Lula disse que não há paralelos na história para o massacre que Israel pratica indiscriminadamente contra o povo palestino em Gaza após o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2022, a não ser com o que Hitler fez contra os judeus.
A declaração causou reações de Israel e de seus defensores no Brasil. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou que Lula desonrou a memória de mais de 6 milhões de judeus assassinados pelo regime nazista.
O PEDIDO DE IMPEACHMENT
A oposição ao governo redigiu um pedido de impeachment com base no artigo 5º da Lei 1079/50, que diz que “cometer ato de hostilidade contra nação estrangeira, expondo a República ao perigo da guerra, ou comprometendo-lhe a neutralidade”, é motivo para afastar um presidente do exercício do mandato.
Nas redes sociais, o deputado federal Kim Kataguiri reforçou: “Lula nos colocou em rota de colisão com uma das nações mais amigas do Brasil. (…) Essa atitude precisa de uma resposta imediata das instituições brasileiras.”
O deputado federal petista Lindbergh Farias rebateu: “A direita brasileira não para de ameaçar a democracia e tentar tomar o mandato na marra. Agora falam em impeachment de Lula por criticar duramente, como deve ser feito, os absurdos cometidos pelo governo ultradireitista de Netanyahu, que tem o sangue de mais de 10 mil crianças palestinas nas mãos.”
INTERNET EXPÕE HIPOCRISIA
Internautas lembraram, nas redes sociais, que o ex-presidente Jair Bolsonaro e a deputada federal Bia Kicis travaram encontros com políticos do partido neonazista da Alemanha sem que isso fosse interpretado como uma afronta a Israel, nem ter sido motivo de pedido de impeachment.
BANALIZAÇÃO DO HOLOCAUSTO
Outros ainda lembraram que o senador Flávio Bolsonaro, filho de Jair Bolsonaro, comparou as prisões dos manifestantes que atentaram contra a democracia em 8 de Janeiro de 2023 com o holocausto.
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