“Atingir Lula na cabeça” era “prioridade 1”, mostra mensagem da Operação Spoofing

Jornal GGN – Um dia após a condução coercitiva de Lula, em 5 de março de 2016, a integrante da Procuradoria-Geral da República, Anna Carolina Resende Maria Garcia, enviou uma mensagem à turma de Curitiba dizendo que a “prioridade 1” da Lava Jato deveria ser “atingir Lula na cabeça”.

A metáfora usada mostrava a intenção de anular a presunção de inocência do ex-presidente, que conseguiu mobilizar apoiadores e setores da opinião pública após a força-tarefa ter usado da condução coercitiva sem antes convidar o ex-presidente a depor – um excesso na visão de juristas garantistas.

Na mensagem, Anna Carolina, ou “Carol PGR”, foi além: disse que a segunda maior prioridade, na PGR, seria chegar em “Renan”, mas com cuidado para que as delações que viriam da Odebrecht não melindrassem ministros de tribunais superiores.

“Não temos como brigar com todos ao mesmo tempo. Se tentarmos atingir ministro do STF, por exemplo, eles se juntarao contra a LJ”, escreveu a procurador Carol. Para ela, a estratégia seria ir para cima apenas do “ministro mais novo” do STJ (Superior Tribunal de Justiça).

As conversas foram apreendidas pela Polícia Federal na Operação Spoofing. Por 4 votos a 1, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal decidiu, nesta semana, autorizar a defesa de Lula a extrair do dossiê as mensagens que tenham conexão com os casos do ex-presidente, e também as que dizem respeito à cooperação internacional na Lava Jato.

Redação

0 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador