Ativista indígena denuncia estado de exceção no MS

Daiara Tukano faz um apelo para divulgação de morte de indígenas e afirma que a região está a ponto de presenciar um massacre
 
https://www.youtube.com/watch?v=BevuXF-6AQg&feature=youtu.be width:700
 
Jornal GGN – Em um vídeo, compartilhado nas redes sociais, a ativista indígena Daiara Tukano faz um apelo para que a população e movimentos sociais se mobilizem contra uma ofensiva organizada por setores da segurança pública, atuando ao lado de fazendeiros, e que está aumentado o conflito nas terras indígenas no Mato Grosso do Sul.
 
Na gravação, de quase três minutos, Daiara se dirige emocionada aos movimentos sociais do MST, MTST, feministas, negros. “Peço ajuda para que nesse momento vocês possam ajudar também o movimento indígena porque estamos enfrentando um momento muito difícil. Agora, no Mato Grosso do Sul, se criou um estado de exceção, no molde da ditadura militar”.
 
Segundo a ativista, a Força Nacional, a Polícia Militar, a Polícia Federal e a Polícia de Fronteira estão “atuando como milícias para o genocídio indígena a favor dos fazendeiros, os donos do agronegócio”.
 
“Se vocês não abraçarem essa causa vocês não serão merecedores de suas bandeiras, porque nós somos os povos originários dessa terra”, prosseguiu com lágrimas nos olhos. Pedindo qualquer tipo de ajuda, sobretudo a divulgação do ataque aos indígenas:
 
“Para que isso possa chegar à mídia internacional, que é o único jeito que a gente sempre conseguiu alguma pressão com relação ao governo brasileiro”. Daiara acusa as milícias de matar indígenas, inclusive de atirar em bebês com balas de borracha. E termina afirmando que nas próximas semanas poderá haver um massacre na região.
Redação

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  1. Independentemente de quem

    Independentemente de quem esteja com a razão, na disputa entre os donos das propriedades invadidas e os indígenas que promovem as eufemisticamente chamadas “retomadas”, o que cabe à Justiça decidir, é intolerável que se dispare contra crianças com qualquer tipo de armamento, mesmo não letal (e ainda que certas “lideranças” as coloquem na linha de frente de muitas invasões). Por isso, a militante deveria fornecer fontes sobre tais ataques, cuja autenticidade se poderia conferir. 

  2. A nomeação do coronel do

    A nomeação do coronel do Exército da reserva Renato Vidal Sant’anna para exercer o cargo de Coordenador Regional da Fundação Nacional do Índio (FUNAI) na Capital foi comemorada com satisfação pela Famasul (Federação de Agricultura de Mato Grosso do Sul). Segundo o presidente da entidade Mauricio Koji Saito acredita ser uma “nova era na Funai”.

    “Espero que seja inaugurada uma fase de respeito a legalidade. Que a FUNAI paute as suas ações respaldando ações que estejam amparadas pela legalidade, recebemos a notícia com satisfação e esperamos que ele tenha um excelente trabalho”, declarou Saito sobre a nomeação que foi publicada na quinta-feira (10) no Diário Oficial da União.

    Segundo o deputado federal Carlos Marun (PMDB) a indicação do militar da reserva foi técnica. “O Exército é amigo dos índios, e ele tem conhecimento global sobre o assunto”, “Sugeri o nome do coronel até por uma questão histórica de amizade entre militares e os índios. E não podemos deixar de lembrar o quanto o Marechal Rondon contribuiu com os índios e foi um exemplo para a história do nosso País. Os militares têm uma preparação macro a respeito das questões nacionais indígenas, e o Coronel Sant’Anna tem uma vasta história de trabalho nessa área. E a expectativa é que ele com sua experiência venha a contribuir com a comunidade”. afirmou Marun já elogiando Sant’Anna.

    Fonte http://m.jd1noticias.com/

  3. Por Renato Santana, da

    Por Renato Santana, da Assessoria de Comunicação – Cimi

    Um militar proprietário de terras é o novo coordenador regional da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul. O coronel reformado do Exército Renato Vida Sant’Anna teve a nomeação publicada na edição desta quinta-feira, 10, do Diário Oficial da União (DOU). Evair Borges, coordenador exonerado, declarou que foi pego de surpresa, durante o expediente, e não sabia que a substituição ocorreria.

    A indicação do coronel foi assumida à imprensa sul-mato-grossense pelo deputado federal ruralista Carlos Marun (PMDB/MS). O parlamentar afirmou que a indicação se deu pela “vasta história de trabalho nessa área” do coronel e também “por uma questão histórica de amizade entre militares e os índios”. A notícia de que o militar foi nomeado para coordenação da Funai gerou revolta entre os indígenas do Mato Grosso do Sul.

    Na tarde desta quinta, indígenas Terena ocuparam a sede da Funai em Campo Grande contra a nomeação. O escritório atende as terras indígenas Água Limpa, Buriti, Buritizinho, Cachoeirinha, Guató, Kadiwéu, Lalima, Limão Verde, Nioaque, Nossa Senhora de Fátima, Ofayé-Xavante, Pilad Rebuá e Taunay/Ipegue. “Este governo deseja militarizar a Funai novamente e sabemos que isso não é bom”, diz Lindomar Terena.

    O Terena explica que as tentativas de militarizar a Funai tiveram início tão logo Michel Temer assumiu o Palácio do Planalto depois do golpe parlamentar contra a presidente Dilma Rousseff. Em julho deste ano, o general Roberto Sebastião Peternelli, integrante do PSC, chegou a admitir que recebeu o convite e aceitaria assumir a presidência da Funai – a articulação foi do senador Romero Jucá (PMDB/RR).

    “Não vamos aceitar essa mudança. É um retrocesso muito grande: um coronel indicado pelos ruralistas? Querem acabar com a gente mesmo, mas vamos resistir e não vamos aceitar isso”, diz Lindomar , da Terra Indígena Cachoeirinha. Para o coordenador regional da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), professor Alberto Terena, “o direito de consulta foi desrespeitado e isso é ruim para o nosso diálogo com o governo”.

    Sobre a experiência do coronel Sant’Anna com a questão indígena, o que mais perto ele chegou de quaisquer aldeias para “uma vasta história de trabalho nessa área” foi no comando do 23º Batalhão Logístico de Selva, com sede em Marabá, no Pará. Todavia, não há nada que o coloque em trabalho direto com as demandas dos povos indígenas. Peternelli também alegou ter experiência: pilotou aviões do Exército locomovendo, inclusive, indígenas.

  4. Militares do Exército brasileiro: malditos anjos do inferno

    O ”Relatório Figueiredo” é documento fundamental na discussão sobre violações de direitos humanos de camponeses e sobretudo de indígenas no Brasil. As denúncias de genocídio circulavam pouco antes do AI-5. Foi o PGR da época, Jader Figueiredo de Correa, que produziu esse relatório. Com 5.115 páginas, apresentava denúncias sobre desvios de dinheiro público dentro do SPI Serviço de Proteção ao Indio, sobre a corrupção na exploração das riquezas dos territórios indígenas, sobre as graves violações de direitos humanos perpetradas contra aldeias inteiras e contra indivíduos de forma seletiva, especialmente caciques e lideranças. No documento, o procurador mostrava o envolvimento dos agentes de estado, muitos deles militares.

    O que sobrou desse relatório são matérias de jornais, feitas por jornalistas presentes na coletiva de imprensa com o procurador-geral, em março de 1968. O relatório original e os inquéritos dele decorrentes foram queimados pelos militares da ditadura.  As matérias denunciam os genocídios apontados no relatório como, por exemplo, aldeias exterminadas com bananas de dinamite jogadas de aviões e de fuzilamentos de índios opositores.

    Foram muitos casos em várias partes do país. Denunciam a inoculação de doenças nos indígenas, tanto por roupa quanto por comida contaminada. Práticas que o procurador denunciou publicamente. Já na justificativa da Resolução 65 da Câmara, que criou a CPI do Índio de 1968, encerrada depois com o AI-5, os deputados citavam que o major Luiz Vinhas exterminou duas tribos pataxós inteiras, inoculando varíola na população, para tomar suas terras. Esse major foi processado pelo PGR e perdeu o cargo de diretor do SPI onde chegara por ordens  expressas do ditador Castelo Branco. Foi processado na Polícia Federal, junto com outras 23 pessoas que também trabalhavam no SPI. Notícias da época fazem saber que todos fugiram sem responderem por seus crimes.

    Os golpista de 1964, saldamente no poder até hoje, atribuem-se o direito de ”arranhar” direitos dos cidadãos, inclusive o de assassiná-los. Aos que não acreditam disso, proponho a leitura de alguns artigos da Folha de São Paulo, publicados nos governos do FHC:

    1—>  02/08/2001: Exército chama operação no Araguaia de ”Anjo da Guarda”.
    Negado oficialmente, o monitoramento é mencionado em documentos apreendidos pela PF,
    a pedido do Ministério Público. Um dos documentos traz o título: “Necessidades de Marabá”.
    http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u23030.shtml

    2—>  Retiraram o artigo do Josias de Souza, datado 05/08/2001: ”Os 541 agentes são treinados
    para espionar jornais, empresas, sindicatos, autoridades publicas” (e até o governo).

    3—>  FHC, monitorava militantes e políticos de esquerda que participavam de seminários,
    encontros e fóruns contra o neoliberalismo através da Subsecretaria de Assuntos
    Estratégicos (SAE), o órgão que substituiu o Serviço Nacional de Inteligência (SNI),
    em 1990, até a criação da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), em 1999.
    http://cartamaior.com.br/?/Editoria/Direitos-Humanos/Servico-Secreto-de-FHC-monitorou-militantes-antineoliberalismo/5/25788

    4—>  09/08/2001, Hélio Schwartsman: «O Exército brasileiro segue perpetrando ações
    clandestinas. As provas reveladas por Josias de Souza, diretor da Sucursal de Brasília,
    são irrefutáveis. E’ amedrontador constatar que a famigerada doutrina de segurança
    nacional permanece de pé»
    http://www1.folha.uol.com.br/folha/pensata/ult510u26.shtml

    5—>  09/08/2001, Hélio Schwartsman: «Ainda que se ensinasse a matar ilegalmente,
    torturar e cuspir na Constituição, por que diabos é preciso …
    http://www1.folha.uol.com.br/co…33-pinteligencia-militarp.shtml

    6—>  15/08/2001, Josias de Souza: «O Exército deflagrou no final de 1998
    um plano secreto, com duração indeterminada, para espionar o MST.»
    http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u23533.shtml

    7—>  19/12/2002, Josias de Souza: «”Brasil velho” produz turbulências em série»
    http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u43742.shtml

  5. Sobre a matéria ( Ativista indígena denuncia estado de exceção )

    Issoa aconteceu há mais de um ano atrás. Se trando de um jornal de esquerda, tem que ter mais atenção sobre sua origem para não cometer-mos injustiças e, que a esquerda mais tarde leve a fama de desonesta… vou deixar abaixo o mesmo vídeo com o link de acesso: 

     

    O povo Guarani Caioa está precisando de ajuda!Amigos, nossa companheira e militante, pede ajuda aos movimentos sociais e os grupos ativistas de esquerda em geral. Estão matando gente e baleando bebês com bala de borracha no MS….Precisamos nos unir para ajudar. Vejam o mesmo vídeo e a data<>https://www.facebook.com/henrique.brito.37604/videos/vb.100005061010612/472087566303273/?type=3&theater

    1. Esse video é do tempo das Capitanias hereditarias

      Em curso a maior ofensiva ambiental desde a ditadura. Os poucos avanços na legislação dos últimos 20 anos podem desaparecer com o golpe acelerado do agronegócio no poder.

      A bancada ruralista, após emplacar dois ministros de peso no governo Temer – Blairo Maggi, na Agricultura, e Osmar Terra, no Desenvolvimento Social e Agrário­ –, quer aproveitar o momento para tornar mais palatável às empresas nacionais e internacionais a legislação nacional em temas como biodiversidade, mineração, demarcações de terra, direitos indígenas, transgênicos e licenciamento ambiental.

      Regressão

      Outros projetos atualmente em trâmite no Congresso, se aprovados, poderão desmontar a política ambiental construí­da no Brasil nas últimas duas décadas. No que diz respeito à biodiversidade, a maior ameaça é o Projeto de Lei do Senado (PLS) 620/2015, elaborado por ­Marcelo Crivella (PRB-RJ), ex-ministro da Pesca, e relatado por Benedito de Lira (PP-AL). A proposta altera a Lei da Política Nacional de Recursos Hídricos e a Lei da Aquicultura e Pesca para dispor sobre o licenciamento da instalação de parques e áreas aquícolas situados em águas de domínio da União nos lagos de hidrelétricas, açudes e barragens e que ocupem até 0,5% da área de superfície do respectivo corpo de água.

      Indígenas sem direitos

      O retrocesso também ameaça direitos indígenas. Na Câmara, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 215/2000, elaborada por Amir Sá (PRB-RR) e relatada por Osmar Serraglio (PMDB-PR), traduz uma das principais bandeiras ruralistas ao propor que o Congresso Nacional, e não mais o Executivo, passe a dar a última palavra sobre a demarcação de terras indígenas. A proposta já passou por comissões e está pronta para ir ao plenário. Se aprovada, seguirá para o Senado. A PEC 215 é fortemente denunciada pelas entidades que compõem a Mobilização Nacional Indígena, e 48 senadores já assinaram um manifesto por seu arquivamento.

      http://www.redebrasilatual.com.br/revistas/123/de-novo-a-servico-do-capital-4732.html
      ———

      “Ditadura selou aliança entre latifúndio e burguesia industrial”

      Segundo Larissa Mies Bombardi, professora de Geografia da USP, o período de 1964-85 serviu para concentrar ainda mais a estrutura fundiária brasileira.

      Segundo estudos da Universidade de São Paulo, o período de 1964 até 1985 serviu para grupos econômicos, tutelados pelos generais da ditadura, darem corpo à uma frente ampla, uma aliança entre latifundiários e burguesia industrial na exploração de mão de obra e de recursos em áreas imensas, com incentivos para ocupar terras na Amazônia. Bradesco, Shell e grandes grupos internacionais arrendaram ”terras”; capitalistas tornaram-se latifundiários, expulsando camponeses e indígenas com métodos brutais.

      http://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Politica/-Ditadura-selou-alianca-entre-latifundio-e-burguesia-industrial-afirma-professora/4/30526

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