Os grupos de caminheiros que apoiam o presidente Jair Bolsonaro (PL) continuam a bloquear as rodovias em praticamente todo o país nesta terça-feira (01/11).
Na rodovia Régis Bittencourt, em São Paulo, motoristas de caminhão queimaram pneus e estão preparando churrasco, enquanto outros bolsonaristas enviam mantimentos para que a paralisação continue. Nesta rodovia, nem mesmo o transporte público tem acesso liberado.
Enquanto isso, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), aumentou o poder da Polícia Militar dos Estados para viabilizar o desbloqueio das vias.
“Dessa maneira, as Polícias Militares dos Estados possuem plenas atribuições constitucionais e legais para atuar em face desses ilícitos, independentemente do lugar em que ocorram, seja em espaços públicos e rodovias federais, estaduais ou municipais, com a adoção das medidas necessárias e suficientes (…)”, afirma o ministro.
Corpo mole da PRF
Segundo o jornalista Valdo Cruz, na Globonews, tal decisão permite que as polícias façam o trabalho que, pelo visto, a Polícia Rodoviária Federal não está fazendo.
“Vamos lembrar que essa mesma polícia, no domingo, fez uma operação estranhamente concentrada no Nordeste, que parecia que estava tentando dificultar a chegada de alguns eleitores nas suas seções eleitorais”, diz Cruz.
“E, agora, desde que começaram esses bloqueios nas estradas, a avaliação dentro do Supremo Tribunal Federal (STF), no empresariado, é que a Polícia Rodoviária Federal está fazendo corpo mole, não está executando de forma enérgica a sua função de desbloquear as estradas em um caso que é um protesto político”, ressalta.
Uma das entidades que se posicionou contrária à paralisação é a Confederação Nacional do Transporte (CNT), entidade que representa empresas de transporte no Brasil.
“A entidade respeita o direito de manifestação de todo cidadão, entretanto, defende que ele seja exercido sem prejudicar o direito de ir e vir das pessoas”, diz a CNT, em nota oficial.
“Além de transtornos econômicos, paralisações geram dificuldades para locomoção de pessoas, inclusive enfermas, além de dificultar o acesso do transporte de produtos de primeira necessidade da população, como alimentos, medicamentos e combustíveis”.
Com Globonews
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