Dallagnol silencia sobre gastos de pré-campanha em resposta à ação que levanta suspeitas de crimes eleitorais

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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A nota não explica como Dallagnol banca o site de pré-campanha e a produção de conteúdo nas redes

O ex-procurador Deltan Dallagnol não esclareceu como vem bancado os gastos de pré-campanha na nota oficial que emitiu à imprensa para rebater uma ação cautelar apresentada por partidos políticos à Justiça Eleitoral do Paraná.

A ação cautelar impetrada no TRE-PR no dia 3 de agosto levanta suspeitas de “triangulação, caixa 2, lavagem de dinheiro, abuso de poder econômico, apropriação indébita” de recursos públicos do Fundo Partidário.

No Paraná, Dallagnol é vice-presidente do Podemos desde abril de 2022. Após assumir o cargo, o Podemos contratou o escritório do advogado Matheus Carmo, ex-assessor de Dallagnol na Lava Jato, para prestar “consultoria”. Em pouco meses, a pessoa jurídica faturou mais de R$ 100 mil.

Os autores da ação cautelar duvidam que houve contraprestação de serviço e acham que os honorários – pagos a partir de contrato com “valor exorbitante” – são parcialmente desviados para custear a pré-campanha de Dallagnol nas mídias digitais.

Leia também: Caixa 2, lavagem de dinheiro e outros crimes eleitorais: Deltan Dallagnol vira suspeito no Paraná

Para incrementar o enredo, o domínio do site oficial de Dallagnol foi registrado pelo irmão de Matheus Carmo, que é um empresário do ramo de sons automotivos – ou seja, sem relação com desenvolvimento de sites.

Ao TRE-PR, a Federação Brasil da Esperança (PT, PCdoB e PV) pede urgência na produção antecipada de provas e a citação de Dallagnol, do Podemos e Matheus do Carmo, para que comprovem, no prazo de 3 dias, a regularidade da contratação, a prestação de serviços e a fonte de receita da pré-campanha de Dallagnol.

“Se os devidos esclarecimentos não forem prestados ou não houver justificativa para as irregularidades, promoveremos as medidas cabíveis para cassar o registro de Deltan, asseverou o advogado da Federação, Luiz Eduardo Peccinin.

A RESPOSTA DE DELTAN DALLAGNOL

Em nota à imprensa, Dallagnol não forneceu informações sobre os custos de sua pré-campanha, mas defendeu a regularidade da contratação de seu ex-assessor jurídico com verba pública, e atacou a iniciativa do PT e aliados.

O ex-procurador defendeu que o advogado Matheus Carmo tem “sólida formação jurídica” e “desempenhou serviços de assessoria jurídica e política, de modo plenamente regular e segundo valor de mercado, com base em contratação realizada pela área administrativa do Podemos”.

A assessoria do ex-Lava Jato também sustentou que “é mentira também que o advogado Matheus Rios teria pago despesas de cunho pessoal de Deltan, o que não ocorreu. A afirmação foi feita de modo leviano e sem qualquer fundamento. A única alegação concreta dessa ação proposta é que o domínio do site de Deltan Dallagnol teria sido comprado com recursos recebidos pelo advogado, o que é uma alegação comprovadamente falsa porque o domínio, cujo valor é inferior a R$ 80, foi adquirido em outubro de 2021, muito antes da filiação de Deltan ao Podemos e muito antes da contratação do advogado.”

A nota não explica como Dallagnol banca o site oficial da pré-campanha a deputado federal no ar, o que inclui não apenas a manutenção do domínio, mas a equipe de profissionais que produz e publica conteúdo periodicamente em suas mídias digitais.

O advogado Matheus Carmo endossou que as acusações da ação cautelar são “falsas e mentirosas” e não têm “rastro na realidade”. “As alegações carecem de qualquer indício ou prova concreta, que não constam em nenhum lugar da petição totalmente especulativa apresentada pelos partidos.”

Carmo ainda afirmou que seu escritório prestou e presta “serviços de assessoria política e jurídica ao Podemos, no âmbito do conhecimento e expertise do escritório e em favor de causas defendidas pelo Podemos, como o combate à corrupção e projetos apartidários de renovação política.”

Confira as notas na íntegra abaixo:

nota-Dallagnol

Nota de Matheus Almeida Rios Carmo

  1. São falsas e mentirosas as alegações do PT, PcdoB e PV de que o escritório Matheus Almeida Rios Carmo Sociedade Individual de Advocacia teria recebido valores do Podemos sem contraprestação. As alegações carecem de qualquer indício ou prova concreta, que não constam em nenhum lugar da petição totalmente especulativa apresentada pelos partidos.
  2. O escritório prestou e presta serviços de assessoria política e jurídica ao Podemos, no âmbito do conhecimento e expertise do escritório e em favor de causas defendidas pelo Podemos, como o combate à corrupção e projetos apartidários de renovação política.
  3. A única evidência que baseia a ação é de que o domínio do site de Deltan Dallagnol estaria em nome do irmão do advogado Matheus Carmo e, portanto, a alegação dos partidos seria a de que o escritório teria custeado despesas pessoais de Deltan. A alegação é absolutamente inverídica, já que o domínio foi adquirido em 19/10/21, isto é, anteriormente à filiação de Deltan Dallagnol ao Podemos, anterior ao ingresso de Matheus Carmo na OAB e anterior à própria contratação do escritório pelo Podemos, o que demonstra por completo a falta de qualquer fundamento da ação.
  4. Considerando a data de aquisição do domínio, resta claro que a única alegação dos partidos não tem qualquer amparo na realidade e evidencia apenas a tentativa desesperada de desviar o foco, durante as eleições, do que realmente importa, ou seja, do combate à corrupção, tema que tanto assombra o PT. Por isso, o partido busca manchar a reputação do Podemos, de Deltan Dallagnol e de Matheus Carmo, mesmo que as acusações não tenham rastro na realidade.
  5. O escritório manifesta plena confiança na Justiça Eleitoral e na certeza de que este ataque baixo, especulativo e sem fundamento não prosperará.

Matheus Almeida Rios Carmo
OAB/PR 109.973

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

2 Comentários

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  1. Todos sabemos que a famiglia dellagnol é um bando de fascinoras ladravazes da pior espécie.
    Ladrões e sanguessugas capazes de matar a mãe por dinheiro
    Este monte de merda deveria apodrecer na cadeia e não ser candidato a nada.

  2. O procuradorinho deve saber que mais fortes que as provas são as CONVICÇÕES.
    Afinal, foram essas as suas práticas no exercício de seu mister.
    E, claro, todos nós temos fortes convicções das safadezas do procuradorinho rosado.

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