
O ex-juiz Sergio Moro, agora filiado ao União Brasil na esperança de ser candidato a presidente da República em 2022, usou a sexualidade de Eduardo Leite (PSDB) para desestimular a candidatura presidencial do tucano. É o que revela a coluna da jornalista Andreia Sadi, no G1, nesta segunda-feira (4).
Segundo Sadi, no último encontro entre Moro e Leite, os dois políticos levantaram “os pontos fracos e temas que podem render rejeição aos presidenciáveis“. Leite disse que Moro carrega a chaga da Lava Jato: de um lado, é rejeitado pelo eleitorado simpatizante do PT, pelo abusos praticados contra Lula; de outro lado, é considerado “traidor” pelo bolsonarismo mais radical.
Moro, por sua vez, apontou que a rejeição de Eduardo Leite viria do fato do ex-governador do Rio Grande do Sul ter revelado que é homossexual. Na visão de Moro, o eleitorado brasileiro é muito conservador e não viria um candidato gay com bons olhos. Leite afirmou à jornalista que “tudo tem ônus e bônus na vida pública” e que a coragem de ter falado publicamente sobre sua sexualidade pode gerar pontos a favor.

Após encontro com Moro, Leite disse em entrevista a uma rádio, na manhã desta segunda, que aceitaria compor uma chapa com a senadora Simone Tebet, pré-candidata do MDB à Presidência, “se for o caso”.
Tebet e Leite têm a mesma visão: para eles, Moro tem muita rejeição e pode prejudicar o crescimento da terceira via se insistir em ser a cabeça da chapa presidencial, sem provar que tem viabilidade.
Em entrevista à TVGGN, em dezembro de 2021, Simone Tebet cravou: “Moro é um outsider e tem resistência dos partidos tradicionais. Se ele não conseguir um percentual eleitoral suficiente para sozinho ir para o segundo turno contra o Bolsonaro, não vejo os partidos tradicionais dando a cadeira de vice para ele. Consequentemente, ele não deixa a terceira via crescer, e garante Bolsonaro no segundo. Ele sai de vilão.”
Para Eduardo Leite – que recebeu autorização da cúpula do PSDB para construir sua candidatura presidencial à margem de João Doria, que foi escolhido nas prévias do partido – os partidos precisa chegar a um entendimento e apoiar o nome que tiver mais capacidade de romper a polarização entre Lula e Bolsonaro.
“Entre outras pessoas, há o nome da senadora Simone Tebet, que tem toda a condição de ser uma liderança nesse projeto. É muito prematuro falar em que posição cada um tem que assumir. Mas a disposição nossa tem que ser construindo, apoiando, disputando na chapa como vice-presidente, se for o caso”, disse Leite.
Pesquisa Genial/Quaest analisada pelo GGN já mostrou que Tebet e Leite têm mais condições de alavancar a terceira via, pois têm menor grau de rejeição e muito espaço para construir sua imagem junto à opinião pública, pois ainda são candidatos considerados desconhecidos pela maioria. Leia aqui.
Tebet avaliou, na entrevista ao GGN, que o ideal para a terceira via era apostar numa candidatura única para “desidratar” Bolsonaro e roubar seu lugar no segundo turno. Ela teme que a polarização Lula x Bolsonaro possa gerar uma crise e ameaçar a democracia, já que Bolsonaro emite sinais de que não aceitará uma derrota para a esquerda tão pacificamente.
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