
Um levantamento da NetLab, laboratório da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) identificou que desde a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 30 de outubro, mais de 185 anúncios com teor golpista foram exibidos nas plataformas Facebook e Instagram.
De acordo com a NetLab, políticos, empresários, igrejas, instituições, pessoas que se intitulam líderes e produtores rurais desembolsaram R$ 19 mil para atingir dois milhões de impressões nas redes sociais.
Os posts patrocinados questionaram a integridade do processo eleitoral, pediram intervenção militar e convocaram os eleitores insatisfeitos para se reunir em frente aos quartéis do Exército.
Perfis pequenos
O levantamento apontou que, no total, foram 124 anúncios patrocinados, dos quais apenas 21 foram removidos posteriormente pela Meta (empresa responsável pelo Facebook, Instagram e WhatsApp). Para veicular os anúncios sem risco de perder grandes contas, os financiadores das campanhas utilizaram páginas com baixo número de seguidores e perfis pessoais usuários comuns.
Os anúncios golpistas podem ser identificados a partir da hashtag “brasilwasstolen” (o Brasil foi roubado, em inglês). Uma delas, do usuário daniel_aquiles32, publica a notícia da determinação judicial para por fim à ocupação em frente ao Comando Militar da Amazônia (CMA), em Manaus.
“Essas autoridades esquerdistas podem lançar a determinação que for aqui em Manaus. O povo já percebeu de qual lado está o Judiciário, e eles estão do lado do crime e do autoritarismo, nós não sairemos de frente do Comando Militar da Amazônia, isso é um dever nosso e constitucional”, dizia a publicação, veiculada entre os dias 16 e 17 de novembro.

Para impulsionar este mensagem, o usuário gastou menos de R$ 100 e o público alcançado não superou mil impressões.
Político
O deputado estadual Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS) também patrocinou publicações entre 23 de novembro e 21 de dezembro, clamando por intervenção militar, além de lançar dúvidas sobre a legibilidade da disputa eleitoral.
As mensagens patrocinadas denunciam ainda o “campo de concentração” em que os eleitores bolsonaristas ficaram detidos após participação nos atos terroristas realizados em Brasília, em 8 de janeiro, e também classificaram como uma “guerra entre o bem e o mal” as ocupações em frente aos quartéis.
LEIA MAIS
Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.
Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.
Em regra, as big techs veiculam em suas redes sociais o que dá ibope e dindin.