A maior força de Lula é a memória popular, diz Financial Times

Ana Gabriela Sales
Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.
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Petista falou ao jornal inglês sobre as expectativas para vencer - mais uma vez - a fome a pobreza no Brasil

Ricardo Stuckert

O ex-presidente e candidato favorito para assumir o Planalto em 2023, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), falou sobre suas expectativas políticas para tirar o “país do buraco econômico” caso ganhe o pleito previsto para outubro, em entrevista que ganhou a capa do site do jornal inglês Financial Times, nesta segunda-feira (11). 

A extensa reportagem desenha o desastroso cenário político e econômico em que o Brasil está inserido após o impeachment de Dilma Rousseff (PT) e a tomada do poder pelo líder da “extrema-direita” Jair Bolsonaro (PL). 

Lula relembrou o boom econômico de seus mandatos, entre 2002 e 2010, para esclarecer alguns pontos centrais de seu plano de governo caso assuma o Executivo no ano que vem.  

“Eu sabia que se chegasse à presidência do Brasil e meu governo não desse certo, um trabalhador nunca mais poderia pensar em ser presidente”, explicou. 

A reportagem esclarece, no entanto, que agora os desafios de Lula devem ser maiores que na última década, tendo em vista a recessão global e um orçamento apertado herança de Bolsonaro. O próprio petista reconheceu a situação decadente. 

“Estou muito triste porque 12 anos depois de deixar a presidência, acho o Brasil mais pobre”, pontuou. “Encontro mais desemprego, mais pessoas passando fome e o Brasil com um governo com baixíssima credibilidade dentro e fora do país.” 

Lula que conseguiu tirar o Brasil do mapa da fome, agora se depara com índices alarmantes relacionados à pobreza extrema. Dados da FGV Social apontam que 36% da população não tem dinheiro suficiente para comprar comida.

Mas, de acordo com o petista, com “credibilidade, previsibilidade e estabilidade” pretende vencer essas dificuldades e, agora, “mais experiente e com uma vontade muito maior de acertar”.

Lula destacou que as políticas sociais serão o seu foco de seu governo, afinal “quando os pobres deixam de ser muito pobres, se tornam consumidores de saúde, educação e bens, toda a economia cresce”, explicou. 

Para o Financial Times, “a maior força de Lula como candidato é a memória da prosperidade crescente durante seu mandato”. 

O petista pretende vencer a fome e pobreza, mais uma vez: “Se eu conseguir isso, meu caro amigo, vou para o céu”, disse. 

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Lula está mais centralizado

Outro destaque foi para a escolha do vice-presidente de Lula, Geraldo Alckmin (PSB), “centrista que já concorreu contra ele”. 

O jornalista Thomas Traumann afirmou que este é um ponto de equilíbrio para um possível próximo mandato de Lula, na contra-mão do radicalismo que avançou no país nos últimos anos. 

“O Brasil pode esperar uma mistura do pragmático primeiro mandato de Lula e o maior intervencionismo estatal do segundo mandato”, esclareceu a reportagem.  

“A principal diferença do Lula hoje e do Lula que era presidente é que agora ele centraliza as decisões muito mais do que antes”, disse Traumann. 

Lava Jato 

O ex-presidente também comentou sobre as ações da Operação Lava Jato, na figura central do ex-juiz Sérgio Moro, que resultaram em sua prisão em 2018. 

“O que aconteceu no Brasil foi uma ação política para tentar destruir a imagem de muita gente e me impedir de ser presidente em 2018”, apontou Lula. 

A condenação de Lula foi anulada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em abril do ano passado, confirmando as motivações políticas por trás das atuações dos procuradores da força-tarefa, tendo em vista que o “juiz que inicialmente condenou Lula, Moro, passou a servir como ministro da Justiça de Bolsonaro”, destacou o texto. 

Amazônia é pauta internacional 

Visto que Bolsonaro “se tornou um pária da humanidade” com sua gestão imprudente da pandemia de Covid-19, falta de diplomacia e descaso com as questões climáticas, Lula reafirmou seu compromisso com as heranças nacionais: “Temos que fazer da preservação da Amazônia uma prioridade.” 

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