Geopolítica: A pescaria de informações das redes sociais

Sugestão de Antonio Ateu

Assange na embaixada do Equador, na Inglaterra – Foto: Wikileaks

do Esquerda.net

Julian Assange: “Google e Facebook recebem mais dados do que a NSA”

O fundador do Wikileaks avança, contudo, que, tendo em conta que a NSA vigia estas empresas, acaba por deter toda a informação. Assange assegura que o “capitalismo de vigilância” é o novo modelo de negócio mundial.
 
Durante um seminário internacional em Santiago do Chile sobre “Liberdade de Expressão, Direito à Comunicação Universal e Media Plurais para as Democracias do Mundo”, no qual Assange participou via skype, o fundador do Wikileaks referiu que Sergéi Brinn, Larry Page e Mark Zuckerberg sabem mais coisas sobre os norte americanos do que a própria Agência de Segurança Nacional (NSA).

O jornalista sublinhou, no entanto, que, tendo em consideração que a NSA acaba por vigiar estas empresas, “inteira-se igualmente de tudo”.

Assange prosseguiu afirmando que estamos num período em que há uma explosão em massa de informação e que 81 % da publicidade de Internet passa através do Google e Facebook.

“A espionagem aumentará”

“Os direitos de propriedade intelectual são usados para restringir e deter o jornalismo de investigação”, assinalou o jornalista.

Sobre a vigilância em massa, Assange sublinhou que “a quantidade de espionagem pode aumentar”, referindo-se, por exemplo, à forma como o Google ou YouTube utilizam a informação que obtêm através do Gmail.

“Realmente extraem o que querem extrair”, alertou.

Por exemplo, o Google está a tentar controlar o setor dos transportes. Porquê? Porque tem uma vantagem comparativa de mapas e imagens satélites das ruas, pessoas com telefones móveis a monitorizar o Google Search”, disse Assange, acrescentando que isto se exemplifica com os acordos que estas multinacionais de Silicon Valley têm com companhias militares que seguem a mesma lógica de rastreio de informação.

Esquerda.net com El Diario.

 

Redação

2 Comentários

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  1. De volta ao futuro – 1984 chegamos

    Faz tempo tenho essa preocupação, mas acordei tarde demais para “apagar” toda essa informação privada (e supostamente privativa) a meu respeito e que já se encontra nos servidores da NSA.

    Tenho consciência de que não sou tão importante assim para ter minha vida bisbilhotada diariamente pela NSA, ou equivalentes.

    No entanto em seus servidores existe uma ficha muito mais completa do que aquela que o SNI foi capaz de produzir nos anos sombrios da ditadura.

    Estas informações poderão ser usadas contra mim (contra qualquer um) a qualquer momento, dependendo apenas da vontade discricionária de um “zeloso” funcionário.

    Pior, o aperfeiçoamento de programas destinados a elaborar perfís automaticamente a partir de uma enorme biblioteca de dados usando técnicas de AI (Inteligencia Artificial) e Data Mining (Mineração de Dados) constitui-se em um perigo enorme nas mãos de órgãos de informação que gostam de mostrar serviço, jogando para a plateia.

    Apesar de usarem técnicas bastante sofisticadas, tais programas, ao contrário do que seus nomes nos fazem supor, são extremamente burros, pois produzem perfís falso-positivos aos montes e que podem colocar qualquer um que saia dos padrões da “normalidade” imediatamente sob suspeita. Não existe nenhum tipo de controle democrático sobre os critérios que podem ser usados na elaboração dos algoritmos empregados.

    Vimos agora como a ABIN pede ajuda para dedurarmos qualquer coisa que nos pareça suspeita: “pois se nos parece suspeito é por que é suspeito”.

    A preocupação dos serviços de bisbilhotagem em sua guerra insana contra o terrorismo, tráfico de drogas, pedofilia, propriedade intelectual, (tudo misturado mesmo) é principalmente a de detectar TODOS os casos positivos. Se, neste processo, produzirem falsos-positivos, trata-se apenas de danos colaterais.

    É fácil perceber quais os perfís “não normais” que facilmente preencherão as estatísticas dos falso-positivos: serão os bons e velhos suspeitos de sempre.

    O controle da sociedade está sendo produzido, de modo consciente, com a colaboração ou omissão inconsciente das suas futuras (atuais?) vítimas.

    1984 demorou, mas chegou.

     

     

  2. geopolitica…

    Inocentes, precisava ser o Assange para denunciar a nova ditadura deste século? Internet sem controle, nome ou procedência?Acreditaram? E por falar nisto, onde está a indignação mundial contra a prisão arbitrária de Assange ou Snowden? As coisas são diferentes quando o bode está na nossa sala.

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