Joenia Wapichana será primeira mulher indígena a presidir Funai

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Em discurso, advogada se comprometeu a atuar de forma transparente e coletiva; ativista também foi primeira deputada federal indígena do país

Foto: Lohana Chaves e Leo Otero

A Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) vai ser presidida pela advogada e ativista Joenia Wapichana, que também será a primeira indígena a comandar entidade destinada à proteção dos povos originários em 55 anos de história.

Nascida em Boa Vista (Roraima), Joenia tem bacharelado em Direito pela Universidade Federal de Roraima (UFRR) e Mestrado em Direito Internacional pela Universidade do Arizona.

Além de sua trajetória em defesa dos povos originários, Joenia também foi a primeira mulher indígena a exercer a advocacia no país e também a primeira deputada federal indígena do Brasil, eleita na última legislatura pela Rede Sustentabilidade.

Nesta segunda-feira (2), Joenia participou de um ato na Sede da Funai, em Brasília, organizado pelas duas associações de servidores do órgão, a Indigenistas Associados (INA) e a Associação Nacional dos Servidores da Funai (Ansef).

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Intitulado “Retomada da Funai”, o evento reuniu lideranças indígenas, servidores e indigenistas sob discurso de reconstrução e fortalecimento da instituição, celebrando a ocupação de espaços estratégicos da política brasileira pelos povos originários em 2023.

Além da futura presidente da Funai, estiveram presentes a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, a deputada federal eleita Célia Xakriabá, o cacique Raoni Metuktire e nomes como Eloy Terena, Júlio Yanomami, Agnelo Xavante, o pajé Tanawy Xukuru Kariri e Weibe Tapeba, que será secretário de Saúde Indígena do Governo Lula.

Em seu discurso, a futura presidente se comprometeu a atuar de forma coletiva e transparente. Sob gritos de “demarcação já” entoados pelos presentes, mencionou priorizar a criação de Grupos Técnicos (GT) que procedem à primeira fase do processo demarcatório, os estudos de identificação.

Joenia também relembrou o falecimento do indigenista Bruno Pereira e de indígenas vítimas de ataques, como os Pataxó e Guarani, além dos Yanomami, que correm constante risco devido à escalada do garimpo ilegal.

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