O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) compareceu ao primeiro encontro do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, realizado nesta quinta-feira (4), no Palácio do Itamaraty, em Brasília.
Composto pelo presidente, por Geraldo Alckmin, vice-presidente, por Alexandre Padilha, ministro das Relações Institucionais, e por cidadãos, o Conselhão foi criado no primeiro mandato de Lula (2003-2007), mas extinto por Jair Bolsonaro. Para recriar o programa, o atual chefe do Executivo publicou um decreto no Diário Oficial da União em março.
Entre os 240 conselheiros convidados para compor o programa estão empresários, influenciadores digitais, militantes, sindicalistas, entre outros (confira a lista completa abaixo). Eles terão mandatos de dois anos.
Espelho da sociedade
“Vou criar o hábito de tratar vocês de companheiros e companheiras, porque daqui para frente vamos sentar junto com pessoas que pensam diferente ideologicamente, pensam diferente economicamente e pensam diferente sobre várias outras coisas. Mas a riqueza da Democracia é exatamente essa”, afirmou o presidente Lula, chamando o Conselhão de espelho para a sociedade.
Lula afirmou ainda que nenhum governo, apesar de competente, responsável e humanista, é capaz de resolver sozinho os problemas do País. Por isso, ele evidenciou desigualdade social como um dos principais desafios do grupo.
Outro ganho do grupo é a diversidade: 40% dos integrantes do Conselhão são mulheres e conta com a participação de novos setores econômicos, como os representantes de startups e fintechs. “A grande novidade na composição desse Conselho – e nisso quero reconhecer o trabalho do ministro Alexandre Padilha – é que ele está ainda mais representativo e diverso do que antes.”
Conselheiros
Uma das integrantes do Conselhão é Luiza Trajano, dona da rede de varejo Magazine Luiza. Durante seu discurso, Luiza evidenciou a força do grupo, que contém integrantes de todos os segmentos.
“Temos uma causa muito séria para vencer, que eu sei que é uma causa do presidente, mas não é só dele: a desigualdade social. A desigualdade social é um câncer que afeta todos nós e temos obrigação para já de terminar essa desigualdade social. Não dá mais para ter 30 milhões de pessoas passando fome”, pontuou.
Já para Luiz Carlos Trabuco Cappi, presidente do Conselho de Administração do Bradesco, evidenciou o esforço do governo em criar, por meio do arcabouço fiscal, a sinalização para o mercado sobre o equilíbrio e estabilidade da dívida interna.
“A dívida externa não é um problema. As reservas internacionais são um bônus. As dúvidas internas estão sendo superadas. Já a dívida social é histórica, gritante e nos apavora. O resgade delas se fará com as políticas públicas de inclusão e redução das desigualdades, mas só será endereçada a dívida social com o crescimento. Geração de emprego e renda é a unica forma de transformar pobres em consumidores. E quando o pobre se transforma em consumidor, muita coisa boa acontece na economia do País.”
Crítica ao BC
Lula aproveitou o espaço para criticar, ainda, a manutenção da taxa de juros em 13,75% na última quarta (3), após reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central.
“Esse conselho pode até discutir taxa de juros, se quiser. É engraçado, muito engraçado, o que se pensa nesse País. Todo mundo aqui pode falar de tudo, só não pode falar de juros. A Fiesp tem de tomar muito cuidado para falar de juros. A Federação do Comércio, muito cuidado. As indústrias têxtis, muito cuidado. Todo mundo tem de ter cuidado. Ninguém fala de juros. Como se um homem sozinho pudesse saber mais do que a cabeça de 215 milhões de pessoas”, ironizou o presidente em referência a Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central.
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