A jornalista Miriam Leitão e seu filho e também jornalista Matheus Leitão agradeceram nesta segunda-feira (4) uma mensagem de solidariedade publicada pelo ex-presidente Lula nas redes sociais, em resposta ao ataque que Miriam sofreu do deputado federal Eduardo Bolsonaro.
No final de semana, Miriam publicou um artigo afirmando que Bolsonaro é uma ameaça à democracia e criticando a terceira via por tratar Lula e Bolsonaro “como iguais”. Eduardo rebateu com uma mensagem: “Ainda com dó da cobra…”
A alusão foi à tortura que Miriam sofreu enquanto esteve na prisão, durante a ditadura militar. Em relatos da própria jornalista, ela foi mantida em uma sala com uma jiboia, entre outras violações. Miriam estava grávida.
Lula lamentou que Miriam seja vítima de ataques daqueles que “defendem o indefensável: as torturas e os assassinatos praticados na ditadura”. “Seres humanos não precisam concordar entre si, mas comemorar o sofrimento alheio é perder a humanidade”, definiu Lula.
Matheus Leitão respondeu que ficou emocionado com a manifestação do “presidente” Lula, e disse que a “voz branda e firme” do petista “é muito importante para o país neste momento.”
Miriam também agradeceu a solidariedade do ex-presidente: “reforça valores fundamentais na democracia: o respeito entre pessoas, mesmo quando divergem, e a empatia”.
O PSOL, federado com a Rede Sustentabilidade, decidiu mover uma ação na Câmara dos Deputados, cobrando a cassação de Eduardo Bolsonaro. Para o presidente do PSOL, Juliano Medeiros, Eduardo Bolsonaro deve responder por apologia ao crime.
“Não é possível ficar inerte diante desta grave agressão de Eduardo Bolsonaro à Mirian Leitão. Apologia à tortura é crime. Os episódios de quebra de decoro pela família Bolsonaro são recorrentes. O que ainda assusta é a tolerância dessas violações pelas nossas instituições. A Câmara precisa dar uma resposta à altura, em respeito ao povo brasileiro e às nossas leis, que condenam esse tipo de conduta. Estamos pedindo, enquanto partido e junto à nossa bancada na Câmara, a cassação do filho de Bolsonaro. Chega de impunidade”, declarou.
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