
O jornalista britânico Dom Phillips era “malvisto na região” em que desapareceu no Amazonas devido às reportagens contra garimpeiros e deveria ter tido “mais que redobrada atenção”, segundo o presidente Jair Bolsonaro.
“Esse inglês era malvisto na região, porque fazia muita matéria contra garimpeiros, questão ambiental, então, naquela região lá, que é bastante isolada, muita gente não gostava dele”, disse o presidente nesta quarta-feira.
Em entrevista à jornalista bolsonarista Leda Nagle, o presidente ressaltou que Phillips “tinha que ter mais que redobrada atenção para consigo próprio”.
“A gente não sabe se alguém viu e foi atrás dele, lá tem pirata no rio, lá tem tudo que possa imaginar lá”, afirmou Bolsonaro, que não comentou as declarações de preocupação do premier britânico Boris Johnson a respeito do caso.
Phillips e Bolsonaro já tiveram embate
O posicionamento de Bolsonaro sobre o desaparecimento do jornalista britânico não é muito diferente da forma como ele tratou Phillips em coletiva de correspondentes estrangeiros no início de seu governo, em julho de 2019.
Em entrevista à TV GGN 20 horas na última sexta-feira (10/06), o pesquisador aposentado do INPE Acioli Cancellier de Olivo lembra que, na ocasião, Bolsonaro “já tinha feito algumas insinuações a respeito de não concordar com os números de desmatamento da Amazônia e de queimadas”.
“Naquele dia 19 de julho, em uma manhã invernal, Bolsonaro recebe os correspondentes da imprensa estrangeira. Naquela conversa, Bolsonaro disse ‘eu duvido muito dos dados de desmatamento apresentados pelo INPE, e até acredito que o seu presidente (no caso Ricardo Galvão) está à serviço de alguma ONG’”, lembra o pesquisador.
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Acioli lembra que, ao final do evento, “um jornalista inglês chamado Dom Phillips falou para o Bolsonaro, naquele mesmo dia próximo quando Bolsonaro falou de Galvão. Dom Phillips perguntou ‘e essa escalada do aumento do desmatamento da Amazônia? ’”.
“Bolsonaro rispidamente falou para Dom Phillips ‘a Amazônia é nossa. Respondi? ‘. De forma intimidatória”, disse Acioli. “Então, só quero dizer o seguinte: a forma que Bolsonaro tratou o Galvão, as consequências todos viram o que aconteceu (Galvão foi exonerado). Com Dom Phillips nós não sabemos ainda”.
Com informações da Folha de São Paulo
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Isto não é uma declaração.
Isto é uma ameaça. Uma ameaça a todos que divergem dessa gente milico miliciana.
Essa gente não pode continuar a ameaçar o Brasil e ficar impune.
Dããã!!!
Também pode aconselhar os moradores das cidades a não saírem de casa, para não serem assaltados, mesmo com “redobrada atenção”…
Um “conselho” que ele só não dá a si próprio porque (fora a “fakeada”) ele pode se dar ao luxo de andar com um comboio de carros blindados e um séquito de agentes federais (e/ou mercenários/milicianos?). Frequentemente cercado por uma claque de rebanho.
A quantidade de desqualificações atribuíveis à este despresidente adolinquente só faz crescer.
Mas o mais inacreditável de tudo é que ele foi eleito.
Um insondável mistério.
SIm, numa região populada por bandidos, apoiados pelo (des)governo, ser “mal visto” é elogio.
Pior é termos um (des)presidente BEM VISTO pelas bandidagens que se espraiam pelo país.
Este mesmo que tem como um de seus lemas que “bandido bom é bandido morto”…
E a bandidagem matando a torto e a direito, tomando o braZil de assalto.