Covid longa acomete milhões em todo o mundo, mas pouco ainda se sabe sobre a doença

Muitos pacientes seguem sem diagnóstico; por desconhecimento, profissionais da área da saúde classificam os sintomas como "psicológicos"

Foto de Daniel Schludi na Unsplash

Apesar do fim da pandemia global de Covid-19, a doença ainda não teve fim para cerca de 65 milhões de pessoas, que ainda sofrem os efeitos da versão longa do vírus. 

Em artigo publicado no site The Conversation, a psicóloga e doutora em psicologia pela Universidade de Porto (Portugal), Ana Leite, afirma que se tratam de pacientes que continuam apresentando sintomas da doença, como fadiga, doenças cardíacas, problemas neurológicos, exaustão, distúrbios gastrointestinais e metabólicos, além de doença renal e disfunção imunológica. 

Desde 2020, muitas pesquisas sobre a covid longa foram realizadas, mas pouco se sabe sobre a doença. 

Uma das poucas constatações é a de que a Covid longa favoreceu doenças crônicas, a exemplo da encefalomielite miálgica/ síndrome da fadiga crônica (EM/SFC), que tiveram pouco atenção (e consequentemente estudos) da comunidade científica ao longo das últimas décadas.

Assim, muitos pacientes seguem sem diagnóstico e acompanhamento de suas doenças, tendo em vista o desconhecimento de profissionais da área da saúde, que chegam a classificar os sintomas como “psicológicos”. 

Além da falta de suporte médico, estes pacientes enfrentam ainda dificuldades financeiras, ao custear gastos extras com medicamentos e tratamentos, redução da capacidade de trabalho ou ainda incapacidade para trabalhar e dificuldade para acessar programas sociais. 

A Covid longa pode afetar ainda a vida social do paciente, em que crianças podem deixar de conseguir frequentar a escola, adultos podem ter dificuldades no trabalho ou mesmo evitar encontros sociais por conta dos desdobramentos da doença. 

“Os sintomas da Covid longa não são necessariamente perceptíveis exteriormente, o que dificulta a compreensão. Seguramente, nem todos os amigos e familiares saberão lidar com as flutuações da doença ou compreenderão cancelamentos de planos de última hora nos dias em que as(os) doentes se sentem pior”, afirma Leite. 

*Com informações do The Conversations e Fiocruz.

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