Ministério da Saúde informa que médica cubana será substituída

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – O Ministério da Saúde divulgou esclarecimentos sobre o desligamento da médica cubana Ramona Matos Rodriguez, em nota. A médica não quer mais integrar as equipes do Programa Mais Médicos e espera asilo político, permanecendo na sala de liderança do DEM na Câmara dos Deputados.

O motivo para a saída foi que Ramona Matos Rodriguez percebeu que recebia um valor diferente do salário de R$ 10 mil pago aos outros médicos. “Fui enganada pelo governo de Cuba. Fizeram-me assinar um contrato com um valor e quando vim para cá e falei com outros médicos colombianos e venezuelanos soube que eles estavam recebendo R$ 10 mil”, disse a médica que atendia na cidade de Pacajá (PA).

A diferença é que os médicos cubanos seguem sistema específico, pois o acordo foi realizado entre o Ministério da Saúde com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), da Organização Mundial da Saúde (OMS) na América Latina, que repassa o dinheiro ao governo cubano, cabendo a ele estabelecer como pagaria os seus médicos enviados ao Brasil.

Assim, o contrato de Ramona previa um pagamento de pouco mais que R$ 900, e mais outra parcela de cerca de R$ 1400 depositada em conta em Cuba. Ao se deparar com o valor diferente, a médica quis abandonar o programa.

Além disso, ela contou que se sentia vigiada por outros médicos cubanos e que acreditava que se contasse tudo o que ela estava falando seria deportada de volta a Cuba. Ela conseguiu embarcar com seu passaporte, de Marabá a Brasília, no último sábado, onde ficou na casa de um amigo antes de ir à Câmara.

Segundo a médica, agentes da Polícia Federal (PF) foram ao alojamento à procura dela e interceptaram algumas ligações.

O Ministério da Saúde comunicou que todos os estrangeiros desligados do Mais Médicos retornaram ao seu país, por motivos variados. De 5.378 médicos cubanos hoje no programa brasileiro, 22 foram desligados, sendo 17 desses por problemas de saúde pessoais ou de familiares.

Segundo a nota, um ofício da Prefeitura de Pacajá foi enviado ao Ministério atestando “a ausência injustificada por mais de 48 horas” da médica Ramona Matos Rodriguez e pedindo imediata substituição para garantir a continuidade da atenção à saúde da população.

O líder do Democratas na Câmara dos Deputados, Mendonça Filho (PE), informou ter protocolado ontem (5), no Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), do Ministério da Justiça, o pedido de refúgio da médica cubana Ramona Matos Rodrigues.

Até que a análise do pedido seja concluída e o comitê informe a decisão, ela terá direito de morar provisoriamente e de circular livremente no Brasil.

Veja nota do Ministério da Saúde na íntegra abaixo.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

4 Comentários

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  1.   Não tenho como acessar

      Não tenho como acessar agora e colar o link aqui, mas o Fernando Brito, no Tijolaço, descobriu que a história é BEM, MAS BEEEEEM diferente.

  2. Quanta loucura o que é dito

    Quanta loucura o que é dito no tijolaço! Se querem informações verdadeiras vejam o ponto de vista do ministério público do trabalho:

    http://oglobo.globo.com/pais/ministerio-publico-diz-que-medica-cubana-tem-razao-que-salario-deve-ser-pago-na-integra-11524240

    Estamos diante de um sério problema trabalhista e que envolve muito dinheiro através de uma SA, de cláusulas confidenciais estabelecidas pelo PT em toda essa negociação, de mamografias em uma só mama e tem figurões que se preocupam com o namorado da médica! Só pode ser galhofa tudo isso!!!

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