Vídeo: professor é hostilizado em bloqueio bolsonarista em Campinas

Johnny Negreiros
Estudante de Jornalismo na ESPM. Estagiário desde abril de 2022.
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Episódio aconteceu no último final de semana e viralizou nas redes sociais

Foto: Reprodução

Lejeune Mirhan é sociólogo, professor universitário aposentado e autor de 18 livros. No último sábado (3), ele e sua esposa foram surpreendidos por um dos bloqueios bolsonaristas espalhados pelo País e que pedem golpe militar.

Ao tentar passar pela paralisação do trânsito, querendo chegar em casa, que fica próxima da aglomeração verde-amarela, o casal foi hostilizado e xingado pelos apoiadores do atual mandatário. Assista:

O vídeo veio acompanhado de post no Facebook do professor, contando sobre a agressão sofrida.

Mas a agressão não parou por aí, os golpistas reconheceram o professor e continuaram as ameaças. O professor Lejeune escreveu, então, novo post contando os desdobramentos. Leia a seguir:

Fascistas não descansam – mais ameaças à nossa família

Foi grande a repercussão dos episódios do sábado às noite, 20h15, dia 3 de dezembro. O vídeo que fizemos contra os fascistas e terroristas viralizou amplamente em todas as redes sociais. Recebi mais de dois mil zapes. O vídeo que publiquei no meu Face teve mais de cinco mil visualizações e mais de 500 comentários. O vídeo publicados pelo 247 e pelo DCM já ultrapassaram a 200 mil visualizações.

Desde o começo sabíamos que eles não iriam parar. Moramos a uma quadra do acampamento fascista e golpista. Eles vão nos molestar e talvez até fazer alguma maldade para a nossa família. Nada tememos vindo desses fascistas. Estamos tomando todas as precauções para que o pior não aconteça. Mas, não recuaremos um milímetro.

A empresa de trânsito de Campinas, por pressão de moradores e vereadores e depois que protocolei um ofício ao prefeito pela manhã levantando a suspeita de que ele e a máquina municipal estariam apoiando os golpistas, ele determinou que a empresa de trânsito, a EMDEC, desobstruísse as vias próximas à Escola de Cadetes após 35 longos dias de bloqueio com apoio da própria empresa de trânsito.

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No entanto, nada foi feito. Os golpistas e fascistas não permitiram sequer que a empresa de trânsito levasse seus próprios cavaletes e cones. E fizeram pior ainda: fecharam completamente as duas pistas da avenida com uma imensa faixa com os dizeres: “Forças Armadas salvem a Nação!”.

Ninguém passa mais na grande avenida. Nós, voltamos para casa vindos de uma atividade familiar e social, chegamos próximo de casa por volta das 21h50. Para chegarmos em casa temos que passar, invariavelmente, próximo do acampamento.

Para nossa surpresa, um aglomerado de fascistas nos reconheceram. Fizeram sinais obscenos com os dedos apontados para minha esposa, seguidos de xingamentos. Achamos que parariam por aí. Ledo engano. Ao entrarmos na garagem com nosso carro, passaram em frente da nossa casa buzinando intermitentemente, xingando em altos brados a minha esposa de “vagabunda”, “vaca” e “p…”… Foram mais adiante: falaram “petistas filhos da p…”. Jamais fui e jamais serei do PT, mas mal sabem eles que somos verdadeiros comunistas.

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Sentimos isso como uma clara ameaça física à nossa família. Até onde esses fascistas podem chegar? Que devemos fazer?

Ligamos para o 190 da PM imediatamente. Eles acenderam um alerta geral na polícia militar. Disseram para que acionássemos imediatamente a PM se novos episódios ocorressem. Não conseguimos anotar a placa. Mas nosso sistema de Câmeras captou tudo e amanhã coletaremos esses dados.

Fomos orientados a formalizar um BO na delegacia de polícia mais próxima.

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Nesta terça protocolarei uma representação junto ao Ministério Público Estadual, junto à promotoria de Direitos Humanos. Voltarei a exigir da prefeitura a efetiva desobstrução das vias públicas, com requisição de força policial. Não é possível a 12ª maior cidade do país estar submetidas aos terroristas e golpistas. As forças patrióticas e democráticas devem reagir à altura.

Espero que a Câmara Municipal de Campinas também tome suas providências, em especial junto à direção da escola militar para que eles também peçam a desobstrução da via pública, sob pena de serem acusados de conivência.

Faremos uma representação junto ao gabinete da presidência do TSE, com o ministro Alexandre de Moares, onde relataremos os últimos episódios.

Ninguém aguenta mais essa situação de caos em nosso pacato bairro e em nossa cidade.

Prof. Lejeune Mirhan
Em Campinas, 5 de dezembro de 2022, às 22h40

Johnny Negreiros

Estudante de Jornalismo na ESPM. Estagiário desde abril de 2022.

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