Explosão do foguete da SpaceX de Musk cria enorme buraco na ionosfera

Carla Castanho
Carla Castanho é repórter no Jornal GGN e produtora no canal TVGGN
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Estudo revela que a explosão do foguete da SpaceX de Musk abriu, pela primeira vez, um buraco na camada superior da atmosfera causado por origem humana

A explosão do foguete Starship, da SpaceX, em novembro do ano passado, abriu pela primeira vez um buraco na ionosfera, a camada superior da atmosfera, causado por uma explosão de origem humana. A SpaceX é de propriedade do bilionário Elon Musk.

A descoberta, publicada na revista Geophysical Research Letters e conduzida por pesquisadores russos, revelou que a explosão criou um buraco inédito na ionosfera, uma camada da atmosfera que se estende de 50 a 1000 km acima da superfície terrestre, caracterizada pela ionização das moléculas de ar devido à radiação solar. O buraco, que durou de 30 a 40 minutos e se estendeu por milhares de quilômetros, pode ter sido prolongado por restos de combustível não consumido.

Segundo Yury Yasyukevich, principal autor do estudo, “buracos assim são o resultado de processos químicos na atmosfera devido à interação com o combustível dos motores”.

A explosão ocorreu em novembro de 2023, quando a SpaceX realizou o segundo teste de voo do megafoguete Starship a partir de sua base em Boca Chica, no Texas. Cerca de oito minutos após o lançamento, o primeiro estágio do foguete, que deveria retornar, se separou e explodiu a aproximadamente 90 quilômetros de altitude sobre o Golfo do México. Logo em seguida, o segundo estágio também sofreu uma explosão, ocorrendo a cerca de 150 quilômetros de altitude.

Segundo Kosuke Heki, geofísico da Universidade de Hokkaido, os efeitos químicos da explosão foram a principal causa do buraco, que, embora menor que o provocado pela erupção do vulcão de Tonga em 2022, superou o causado pelo meteoro que caiu próximo a Chelyabinsk em 2013, na Rússia.

Ao contrário de outros eventos, de acordo com os pesquisadores, os efeitos desse buraco ainda são incertos, mas oferecem uma oportunidade valiosa para estudar a dinâmica da ionosfera. Embora raros, fenômenos como esse já foram observados, como nos lançamentos do Falcon 9, que geraram buracos atmosféricos acompanhados de luzes avermelhadas. Esses distúrbios podem afetar comunicações, navegação por satélite e radioastronomia, e geram uma preocupação crescente com o aumento dos lançamentos espaciais.

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4 Comentários

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  1. E daí que…

    Temos que tomar cuidado para não confundir o FDP do Musk com a exploração espacial como um todo, como parece fazer parte da esquerda. Tão inapropriado como teria sido atacar o desenvolvimento dos aviões por uma razão política ou ideológica qualquer. Lembrando ainda que no passado a URSS teve papel relevante no desenvolvimento de tecnologias aeroespaciais, assim como China e Índia correm atrás no presente e em breve rivalizarão com os EUA e Musk. Já aqui no Brasil ciência e tecnologia são alvo de ranço e sabotagem de todos os lados.

    Cadê nosso VLS? Se já tivéssemos um operacional, poderíamos intencionalmente lançar em órbita baixa milhares de pequenas cápsulas de explosivos, bem na trajetória dos satélites do Musk que ousassem cruzar nosso espaço aéreo a 27.000 Km/h (sua colisão com a “nuvem de pólvora” seria um belo espetáculo de se ver). Ademais, teríamos por tabela um míssil balístico intercontinental, com capacidade de lançar uma bomba suja de plutônio onde quiséssemos, inclusive na cabeça do Musk; vejam que em nenhum momento ele teve coragem de brigar com países com esses poderios.

    1. Comentario esquerdista desnecessário e cheio de ódio … Engraçado que isso ninguém censura … O Musk que denunciou ilegalidades agora é o errado … Só Deus na causa

  2. Pronto. Penso que a partir de agora veremos o início de várias sugestões de projetos, para que sejam efetuados estudos sobre o que o tal estudo da dinâmica da ionosfera e talvez uma possível distorção desses distúrbios, que podem afetar comunicações, navegação por satélite, radioastronomia, a preocupação crescente com o aumento dos lançamentos espaciais e (o pior) uma possível transformação na distorção dos distúrbios, para transformá-los em uma no e potente arma bélica. Até sugiro que o nome seja “Apocalipse”.
    Credo in Cruz!

  3. ” Embora raros, fenômenos como esse já foram observados, como nos lançamentos do Falcon 9, que geraram buracos atmosféricos acompanhados de luzes avermelhadas.”

    Embora raros, fenômenos como esse já tenham sido observados, como nos lançamentos do Falcon 9, que geraram buracos atmosféricos acompanhados de luzes avermelhadas.

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