Delator afirma que bancada do PMDB recebeu R$ 30 milhões de propina

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – Uma nova delação premiada na Operação Lava Jato voltou a mirar caciques do PMDB. Em depoimento, o ex-diretor de Relações Institucionais do Grupo Hypermarcas, Nelson Mello, afirmou que pagou R$ 30 milhões a dois lobistas repassados a senadores do partido de Michel Temer.
 
Os lobistas já são de conhecimento da equipe de investigadores: Lúcio Bolonha Funaro e Milton Lyra, que tinham bom trânsito entre os peemedebistas das casas Legislativas. Entre os nomes, teriam recebido a quantia o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), o senador Romero Jucá (RR), Eduardo Braga (AM) e o deputado Eduardo Cunha (RJ).
 
As informações constantes no depoimento realizado em fevereiro não são ainda alvo de inquérito. Mas diante da denúncia, a Procuradoria-Geral da República pedirá ao Supremo Tribunal Federal (STF) que investigue os dados.
 
De acordo com reportagem do Estado de S. Paulo, o pagamento do montante teria ocorrido pela atuação dos parlamentares na defesa de interesses da empresa, a Hypermarcas, no Congresso Nacional. Enquanto Lucio Bolonha dizia agir em nome do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (RJ), Milton Lyra afirmava representar a bancada do PMDB no Senado.
 
Trabalhando por mais de 20 anos no Grupo, Mello relatou que se aproximou de ambos lobistas com o objetivo de “proteger” o mercado que representava e que o setor “tinha que ter uma proteção legal”.
 
Entre os nomes citados dos beneficiários de recebimento de propina estão Renan, Jucá, Braga e Cunha. No âmbito da Operação Lava Jato, o lobista Lúcio Bolonha Funaro já foi apontado como o operador do ex-presidente da Câmara, viabilizando propinas de empreiteiras para contas do deputado no exterior.
 
Em resposta, Cunha afirmou que desconhece completamente o assunto da delação, desmentiu as informações do delator e disse não ter “qualquer relação com esse assunto”. O presidente do Senado, Renan Calheiros, também negou o recebimento de propina ou de “vantagens de quem quer que seja”. “É de zero a chance de se encontrar recursos sem origem justificada do senador”, disse em nota.
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

3 Comentários

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  1. Alô Polícia Federal!

    Tá na hora de juntar cem meganhas armados até os dentes com metralhadoras, fuzis, obuzes, granadas etc. e invadir as sedes do PMDB!

    Ah… esqueci. Isso é só contra o PT!

  2. Os depoimentos são até agora

    Os depoimentos são até agora bastante frageis, um passou dinheiro para outro que passou para outro que diz que deu.

    JAMAIS depoimentos nesse nivel de imprecisão diveriam ser divulgados e parece que todo mundo acha normal.

    Fica a questão: o que a HYPERMARCAS, que vende para o publico produtos de baixo valor, precisa de politicos?

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