Fora de Pauta

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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  1. Paulo Betti denuncia homofobia do escritor Roberto DaMatta

     

    Ator Paulo Betti conta que foi “agredido verbalmente e com muita violência” pelo famoso escritor e colunista de O Globo, Roberto DaMatta, apenas por ter interpretado um personagem gay em uma novela.

    Paulo Betti denuncia homofobia do escritor Roberto DaMatta

    Do Pragmatismo Político

    Paulo Betti usou seu Facebook para disparar contra o famoso escritor e antropólogo Roberto DaMatta. O ator, que se orgulhava de não ter sido ofendido enquanto interpretava um personagem gay na novela global “Império”, acabou revelando em entrevista a uma rádio carioca que houve uma exceção. A entrevista repercutiu e o ator decidiu se pronunciar através da rede social.

    De acordo com Betti, DaMatta o agrediu verbalmente e “com muita violência”, na frente da própria esposa, e falou “barbaridades” sobre personagens gays em novelas.

    Betti terminou o depoimento manifestando-se contra a homofobia: “Não direi as palavras pronunciadas em respeito aos meus amigos do Facebook, mas faço esse breve depoimento em nome da verdade e do respeito que os gays merecem. Contra a homofobia e sabendo mais sobre Roberto DaMatta”.

    Em resposta a uma seguidora, que saiu em defesa do sociólogo e antropólogo, o ator lançou uma pergunta: “Por que pessoas extraordinárias não podem ser preconceituosas?”.

    Leia abaixo a íntegra de seu relato, publicado no Facebook:

    Amigos, relutei em escrever aqui o que aconteceu comigo, mas como envolve pessoa pública, achei que seria relevante : perguntado por uma ouvinte num programa da MPB fm, se fui agredido por ter feito o personagem gay Teo Pereira, na novela Imperio, de Aguinaldo Silva, eu já me preparava pra responder que não, tal a quantidade de carinho que recebo pelas ruas, quando me lembrei de um fato recente e não pude mentir pra ouvinte que me perguntou e para os ouvintes e disse no ar: fui agredido sim, verbalmente e com muita violencia, pelo famoso sociólogo Roberto DaMatta, professor e escritor, que na frente da própria esposa, me falou barbaridades contra personagens gays em novelas, não direi as palavras pronunciadas em respeito aos meus amigos do facebook, mas faço esse breve depoimento em nome da verdade e do respeito que os gays merecem. Contra a homofobia e sabendo mais sobre Roberto DaMatta.

     

  2. Diego Escosteguy é o Kim Kataguiri do jornalismo

    Diego Escosteguy é o Kim Kataguiri do jornalismo

     Por Paulo Nogueira

    Do Diário do Centro do Mundo – DCM

    Diego Escosteguy, editor chefe da Época, é o Kim Kataguiri do jornalismo.

    É um militante de direita, um cruzado do antipetismo, muito, mas muito mais que jornalista.

    Vendo coisas que ele escreveu no Twitter me veio à cabeça outro militante da Globo vestido de jornalista, Erick Bretas, diretor de mídias digitais.

    No Facebook, Bretas achou normal, aceitável, bonito até convocar as pessoas para a manifestação contra Dilma de 15 de março.

    Ele não enxergou ali conflito de interesses.

    Aparentemente, a Globo está produzindo este tipo de antijornalista.

    Escosteguy é da mesma linhagem de Bretas.

    Pelo que entendi, ele ficou bravo porque a capa da Época sobre Lula não deu em nada.

    Amigos: quando nem o Jornal Nacional repercute coisa da casa contra Lula é porque é ruim mesmo.

    Quantas vezes o JN deu absurdos sem consistência nenhuma na Veja nas noites de sábado?

    Tinha ouvido falar de Escosteguy recentemente. Correu  que ele se apresentou na primeira reunião como editor chefe da revista com ares de Norman Mailer.

    Não estava assumindo o segundo cargo de uma revista semimorta e catatônica, mas o comando da News Corp de Murdoch, tal a pretensão com que se comportou na reunião.

    Mas o que mais me impressiona em caras como ele é o completo grau de desinformação.

    Escosteguy parece não ter ideia, ou finge, de que a Globo foi inteiramente construída com dinheiro público, em troca de conhecidos favores sobretudo aos generais que mataram, torturaram e perseguiram tantos brasileiros.

    Escosteguy não sabe que sua empresa ainda hoje se beneficia de uma inacreditável reserva de mercado, coisa de quem quer capitalismo e concorrência só para os outros.

    Saberá da sonegação da Copa de 2002? Do detalhe da trapaça fiscal feita pela Globo: alegou que ia fazer um investimento no exterior para não pagar o imposto devido pela compra dos direitos? Da tentativa de dar fim, por uma ex-funcionária da Receita, ao documento que comprovava a fraude dos Marinhos?

    A Época mesma em que ele é vice-chefe com ares napoleônicos agora.

    Quando eu cheguei à Editora Globo, o pobre contribuinte do Amazonas era instado a melhorar as contas da editora mediante compras milionárias de livros da Globo.

    Dinheiro público, sempre dinheiro público.

    Em troca, o governador recebia matérias louvatórias da Época.

    Meu primeiro choque na Globo, e na Época, se deu exatamente aí. Briguei com o “operador” que fazia a ponte entre a editora e o governo do Amazonas.

    O governador do Amazonas foi a São Paulo me intimidar. Tivemos um encontro patético, ao fim do qual ele me ameaçou: “Vou falar com o João Roberto Marinho.”

    Escosteguy terá noção de como foi feito o Projac? Com dinheiro do Banerj, sempre público, e pago depois, pausa para gargalhadas, com anúncios.

    E vem posar de Catão, este Kim Kataguiri do jornalismo, como se trabalhasse na Santa Casa de Misericórdia? Tem coragem de falar em “sites financiados pelo PT” — sem prova nenhuma, aliás — quando a empresa em que trabalha leva só das estatais federais 500 milhões de reais por ano com audiências despencando?

    Sobre o jeito Lula de ser, talvez Escosteguy pudesse acrescentar, no levantamento sobre a Odebrecht, uma história que Jorge Paulo Lemann, da Ambev, me contou, com gratidão.

    A Ambev vinha enfrentando problemas na Argentina. O caso foi levado a Lula, então presidente. Imediatamente Lula apanhou o telefone e ligou para a Argentina. Resolveu em minutos a questão.

    “Você chegava com alguma coisa desse tipo ao Fernando Henrique e ele dizia: ‘Deixa que eu resolvo’”, me disse Lemann. “Nunca resolvia.”

    Mas com Lemann, grande anunciante dos Marinhos, Escosteguy com certeza não vai querer brincar.

    Escrevi, outro dia, que o lixo se queixou a Lula por ter sido comparado à Veja e à Época.

    Faltou o lixo dizer: “Putz, Lula, eu não publico o Escosteguy!”

    1. Quem é esse bobo da corte

      Gostaria de lembrar que não é sobrinho de Jorge Escosteguy, nem filho de Lucila, nem irmão de Ana Luiza- minha queridíssima ex-aluna- nem irmã de Guilherme.

      Esse cara não merece carregar esse sobrenome, há anos comprova isso.

      Sugiro refazer seu registro de nascimento, Diego, acrescentando ao pré-nome os seguintes: Marinho, Civita, Azevedo …quem sabe Cardoso, Serra, Richa e Neves também, tal qual os príncipes da nobreza imperial do Brasil.

  3. Obras, dezenas de obras, muitas obras

    Alberto Kopittke: Os motivos para o desespero da oposição

    publicado em 04 de maio de 2015 às 15:09 no Vi o Mundo

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    O desespero da oposição tem fundamento

    por Alberto Kopittke*, no Sul21

    É preciso olhar o atual ataque que a oposição político-midiática-financeira está fazendo ao Governo Dilma para além da onda de ódio disseminada em setores da classe média para que se compreenda os seus reais motivos.

    As razões para um ataque tão virulento, beirando ilações de apoio a um Golpe de Estado, obviamente não estão na indignação do PSDB, da Rede Globo, da Veja, ou do capital financeiro em relação a corrupção, com a qual sempre conviveram tranquilamente, quando lhes convinha.

    O que a oposição percebeu é que, após atravessar mais um ou dois semestres com dificuldades econômicas, os últimos três anos do Governo Dilma podem ser o ápice do atual projeto nacional-desenvolvimentista, iniciado em 2002.

    A partir do segundo semestre do ano que vem, o Governo começará a inaugurar as grandes obras dos Governos Lula e Dilma, como a transposição do Rio São Francisco; as Hidrelétricas de Belo Monte (a terceira maior do mundo), de Jirau e de Santo Antônio; a expansão e construção de pelo menos 6 metrôs que estão em obras e dezenas de BRTs; pontes, como a de Laguna (SC) e a segunda Ponte do Guaíba (RS); grandes trechos da Ferrovia Norte Sul; ampliação e modernização dos maiores aeroportos do país; plataforma de petróleo; refinaria Abreu e Lima, que será a mais moderna do país; entre muitas outras.

    A Petrobrás que nos últimos anos fez muitos investimentos para se preparar para o pré-sal, volta a se capitalizar a partir de 2016 e as extrações de Petróleo quadruplicam nos próximos três anos.

    Além disso, a inflação tende a recuar e a economia voltar a crescer, gerando mais alguns milhões de empregos. E, de quebra, a Presidenta ainda inaugura a Cidade Olímpica e o Parque Olímpica e recepciona as Olimpíadas e as ParaOlimpíadas de 2016, em um megaevento que tende a ser 6 vezes maior que a Copa do Mundo.

    Neste cenário, dá para entender o desespero da oposição e seu desatino golpista. Eles sabem que tudo o que foi plantado nos últimos 12 anos, será colhido nos próximos quatro.

    *Alberto Kopittke é advogado e vereador de Porto Alegre.

  4. Beto Richa e a máfia tucana censuram no Estado do Paraná

    Jornalistas do Paraná protestam contra violência de máfia tucana

    2 de maio de 2015 | 16:33 Autor: Miguel do Rosáriohttp://tijolaco.com.br/blog/?p=26589

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    Quem censura a imprensa no Brasil?

    Quais os governos estaduais ameaçam o trabalho da imprensa?

    Segundo jornalistas do Paraná, o perigo vem de bandidos ligados a esquemas inscrustados no governo do estado, presidido pelo tucano Beto Richa.

    Não há denúncia na grande imprensa, apesar de profissionais da própria imprensa local, em subsidiárias de grandes grupos, estarem à frente de protestos.

    No máximo, os protestos chegam ao site da CBN Paraná, mas não à CBN São Paulo ou do Rio de Janeiro.

    A denúncia de que membros do governo Beto Richa, assim como fazia o governo de Minas, tem relação autoritária e truculenta com a imprensa, agredindo a parte mais fraca, o profissional de jornalismo, não sai na mídia corporativa.

    Os políticos, quando não gostam de uma reportagem, não descontam nos barões de mídia. Eles atacam o trabalhador da imprensa, que a própria empresa de mídia sacrifica facilmente, se for necessário.

    Destaco um trecho da notícia publicada há pouco na CBN/PR: “Depois da veiculação de reportagens sobre a rede de corrupção e pedofilia dentro da Receita Estadual do Paraná, um dos jornalistas da RPC TV foi ameaçado de morte, e precisou ser retirado do estado. O produtor James Alberti foi ameaçado por meio de um telefonema no dia 09 de abril. Ele estava em Londrina e recebeu a ligação em que se revelava um esquema para matá-lo por meio de um suposto assalto a uma churrascaria na cidade. Diante da ameaça, a empresa providenciou a retirada do jornalista da cidade onde realizava a investigação que envolve pessoas muito próximas ao governador Beto Richa, como seu parente, Luiz Abi Antoun, e o ex-inspetor geral de fiscalização da Receita Estadual, Marcio de Albuquerque Lima.”

    *

    Na CBN Paraná.

    Jornalistas fazem protesto pela liberdade de imprensa no Paraná

    Jornalistas do Paraná fazem neste domingo (03) um protesto contra os casos de intimidação e ameaça a profissionais do estado. A data foi escolhida porque marca a comemoração da Liberdade de Imprensa.

    A manifestação foi convocada pelo Sindijor, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná. Uma campanha, com o tema “Basta de perseguição a jornalistas” vai ser lançada no ato, com o apoio do Sindicado dos Jornalistas do Norte do Paraná, Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Federación de Periodistas de América Latina y el Caribe (FEPALC) e a Federação Internacional dos Jornalistas (FIJ).

    Depois da veiculação de reportagens sobre a rede de corrupção e pedofilia dentro da Receita Estadual do Paraná, um dos jornalistas da RPC TV foi ameaçado de morte, e precisou ser retirado do estado. O produtor James Alberti foi ameaçado por meio de um telefonema no dia 09 de abril. Ele estava em Londrina e recebeu a ligação em que se revelava um esquema para matá-lo por meio de um suposto assalto a uma churrascaria na cidade. Diante da ameaça, a empresa providenciou a retirada do jornalista da cidade onde realizava a investigação que envolve pessoas muito próximas ao governador Beto Richa, como seu parente, Luiz Abi Antoun, e o ex-inspetor geral de fiscalização da Receita Estadual, Marcio de Albuquerque Lima.

    Outro caso de intimidação de jornalistas do Paraná pela Polícia Civil também ganhou repercussão. Profissionais do jornal Gazeta do Povo e do Metro foram pressionados a revelar as fontes de uma reportagem que investigou irregularidades de policiais civis e militares.

    O protesto acontece neste domingo (03), na Feira do Largo da Ordem. A concentração foi marcada para 10h, atrás das ruínas

     

  5. Edu resolveu fazer uma cosquinha no juiz Moro

    Será que ele vai rir?

    Leia Representação ao CNJ contra o juiz SERGIO MORO

          

    representação

     

    Na tarde de segunda-feira, 4 de maio de 2015, foi enviado por Sedex a Brasília representação ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) contra o magistrado Sergio Fernando Moro, que oficia perante a 13ª Vara da Justiça Federal do Paraná. O processo será protocolado nesta terça-feira, dia 5.

    A reclamação contra o magistrado deveu-se a fatos como a recente prisão temporária da cunhada do ex-tesoureiro do Partido dos Trabalhadores João Vaccari Neto, senhora Marice Corrêa Lima – a prisão foi levada a efeito de forma indevida.

    A reclamação também foi feita contra a omissão de Moro no que diz respeito à investigação dos vazamentos (seletivos) da Operação Lava Jato; contra a investigação apenas do tesoureiro do PT apesar de partidos como PMDB e PSDB terem recebido as mesmas doações de empreiteiras pelas quais o Partido dos Trabalhadores está sendo investigado; contra uso da pena de prisão para obter “delações premiadas”, que têm que ser objeto de ação voluntária dos que se candidatam a obter esse benefício da Justiça.

    Matéria completa: http://www.blogdacidadania.com.br/2015/05/leia-representacao-ao-cnj-contra-o-juiz-sergio-moro/#comment-1694708

     

  6. Abafamento da Opereção Zelote ganha terceira seleção Kofk-2015

    ABAFAMENTO DA OPERAÇÃO ZELOTES GANHA TERCEIRA SELETIVA DO KOFK-2015

    do blog Coleguinhas, uni-vos!

    Não houve grande surpresa na terceira seletiva para a escolha de finalistas para a grande final do King of the Kings-2015. As três principais cascatas do último mês chegaram na frente, após o cômputo de 90 votos.

    1. Sonegação da Operação Zelotes é muito maior do que a corrupção da Petrobras, mas os veículos não estão nem aí (Todos) – 29 votos (32%).

    2.  Irmãos Marinho tentam mostrar que Globo não colaborou com Ditadura de 64 (Valor) – 19 votos (21%)

    3.  CBN tenta culpar Haddad por denúncia contra irmão de secretário de Alckmin – 18 votos (20%).

    A cascata “Pensão da mulher de Vaccari é multiplicada por 100″, do Estado de São Paulo, teve bom desempenho (ficou em quarto, com 10 votos) e voltará para repescagem na próxima seletiva. Já “Mãe de Taylor Swift proíbe filha de fazer show no Brasil”, “Artistas têm nomes na lista do HSBC” e “Lula desmente manchete do Estado de São Paulo” estão eliminadas por não terem sido classificadas pela segunda vez. No entanto, ainda podem ter nova oportunidade, pois está em estudos uma megarrepescagem no fim do ano.

    https://coleguinhas.wordpress.com/2015/05/01/abafamento-da-operacao-zelotes-ganha-terceira-seletiva-do-kofk-2015/

     

  7. Mário de Andrade e o Brasil

    Agora cedo, ao fazer meu café, os versos de Mário pularam dentro da xícara, enquanto eu o adoçava.                               Fiquei pensando no poeta, contista, folclorista, romancista, musicista, crítico literário, esse homem multimídia que foi Mário e no que diria desses que querem entregar o Brasil, ao invés de integrar o Brasil..

    Grande emoção quando pude dar um curso na casa da Rua Lopes Chaves, pela Secretaria de Cultura de SP… entrar nos quartos pequenos e singelos de Mário e no espaço de sua biblioteca. Durante aqueles meses era como se ele estivesse ali, em cada aula dada, ensinando comigo à comunidade as páginas de nosso literatura.

    É preciso DESCOBRIR O BRASIL que ainda está encoberto, Mário, você não acha? 

    Descobrimento

     Mário de Andrade

     

    Abancado à escrivaninha em São Paulo

    Na minha casa da rua Lopes Chaves

    De sopetão senti um friúme por dentro.

    Fiquei trêmulo, muito comovido

    Com o livro palerma olhando pra mim.

     

    Não vê que me lembrei lá no norte, meu Deus!

                                                      [muito longe de mim,

    Na escuridão ativa da noite que caiu,

    Um homem pálido, magro de cabelo escorrendo nos olhos

    Depois de fazer uma pele com a borracha do dia,

    Faz pouco se deitou, está dormindo.

     

    Esse homem é brasileiro que nem eu…

    ANDRADE, Mário de. Poesias completas. Belo Horizonte: Villa Rica, 1993, p.203.

  8. Notícias do STF
    Notícias STFImprimir

    Segunda-feira, 04 de maio de 2015

    STF decidirá cabimento de ação penal privada subsidiária da pública após prazo de 15 dias

     

    O Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu repercussão geral em recurso que discute o cabimento de ação penal privada subsidiária da pública após o prazo de 15 dias, na hipótese de o Ministério Público não oferecer denúncia, promover o arquivamento ou requisitar diligências externas no prazo legal. A matéria, considerada constitucional por maioria dos votos no Plenário Virtual, terá o mérito examinado nos autos do Recurso Extraordinário com Agravo (ARE) 859251 pelo Plenário da Corte.

    O recurso também apresenta discussão quanto à ocorrência ou não de prejudicialidade da queixa quando o Ministério Público atuar após o prazo legal de 15 dias, previsto no artigo 46 do Código de Processo Penal (CPP), para propositura da ação penal.

    O agravo foi interposto contra decisão que não admitiu a remessa do recurso extraordinário ao Supremo, sob o fundamento de que a pretensão demandaria o reexame de fatos e provas, além de contrariar a jurisprudência do Tribunal, a partir de ação penal privada subsidiária da pública proposta pela suposta prática do crime de homicídio culposo. Com o recebimento da queixa em outubro de 2012, foi impetrado habeas corpus no Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDFT), que deferiu a ordem para trancar ação penal privada subsidiária proposta pelos recorrentes, sob o fundamento de que não restou configurada inércia do Ministério Público. Os agravantes sustentam que “não há necessidade de incursão no conjunto fático-probatório, mas apenas a sua revaloração” e acrescentam que o acórdão do TJ não está em perfeita sintonia com a jurisprudência do STF.

    No RE se alega que a decisão questionada viola o disposto no artigo 5º, inciso LIX, da Constituição Federal, pois os autos do inquérito permaneceram com a promotoria por mais de 15 dias, sem que fosse tomada qualquer providência.

    Manifestação

    O relator do ARE, ministro Gilmar Mendes, entendeu que no caso “está em jogo o direito da vítima e sua família à aplicação da lei penal, inclusive tomando as rédeas da ação criminal, se o Ministério Público não agir em tempo”. Esse direito, segundo ele, foi elevado à qualidade de direito fundamental pela Constituição, conforme o artigo 5º, inciso LIX. “Interessa não apenas às partes, mas ao sistema jurídico como um todo, marcar os limites do instituto da ação penal privada subsidiária da pública em casos como o presente”, avaliou o ministro ao ressaltar que a questão “tem a necessária relevância jurídica para passar pelo controle da repercussão geral”.

    Com base na jurisprudência do Supremo (RHC 68430) no sentido de que a conduta do MP posterior ao surgimento do direito de queixa não prejudica sua propositura, o relator entendeu que “apenas a propositura da ação penal pública ou a promoção do arquivamento do inquérito, anteriores ao oferecimento da ação penal privada, prejudicariam seu andamento”. “Fora dessas hipóteses, não há razão para afastar o direito devidamente exercido”, frisou.

    Assim, o ministro Gilmar Mendes se manifestou pelo provimento do agravo e do recurso extraordinário para reformar o acórdão recorrido e denegar a ordem de habeas corpus, a fim de que a ação penal privada prossiga. Porém, no mérito, o Plenário Virtual não reafirmou a jurisprudência dominante sobre a matéria, que será submetida ao Plenário físico posteriormente.

    EC/CR

     

     

    Processos relacionados
    ARE 859251

     

     

  9. Egos, vacinas e poder

    No Diário Oficial de 29.04.2015 temos a seguinte informação oficial (sobre produção de vacinas): “A META SÓ FOI PARCIALMENTE ATINGIDA (82,6%) PORQUE O MINISTÉRIO DA SAÚDE DECLINOU DA ASSINATURA DE CONVÊNIO COM O INSTITUTO BUTANTAN PARA A PRODUÇÃO DE VACINAS CONTRA RAIVA E HEPATITE B.”. Logo abaixo: “PRODUÇÃO DE SOROS” – “METAS – 430.000” – REALIZADA: 0. “A AÇÃO NÃO FOI EXECUTADA PORQUE DEPENDE DE CONCLUSÃO DE OBRA NA ÁREA FABRIL, EXIGIDA PELA ANVISA, AINDA EM EXECUÇÃO”. Ou seja, o Instituto Butantan não está fornecendo vacinas contra raiva ou hepatite B para o Ministério da Saúde. Tampouco está produzindo soro antiofídico e antiaracnídico.

    Abaixo, entrevista da Folha com o ex-diretor do Butantan, Isaias Raw. Todos culpam a ANVISA.

    E quem sofre, é a população. Afinal, quem tem razão ? Porque a ANVISA não se manifesta ? Porque o Ministério da Saude não se manifesta diante das graves acusações diárias em todos os meios de comunicação ? Uma investigação séria e urgente se faz necessária, antes que essa situação caótica se torne irreversível, com enormes danos à saude e à ciencia brasileira.

     

    Durante a gestão do médico e bioquímico Isaias Raw, 88, o Butantan virou referência internacional na produção de vacinas. Um dos resultados disso é a vacina contra dengue que está sendo desenvolvida em parceria com os NIH (Institutos Nacionais de Saúde dos EUA) e que acaba de entrar na última fase de estudo antes de ser lançada.

    Responsável pelo desenvolvimento de vacinas contra a hepatite B e a DTP (Tríplice bacteriana –difteria, tétano e coqueluche) no Brasil, Raw diz que o desenvolvimento da vacina contra dengue do Butantan foi atrasado em pelo menos 18 meses, diz, por má vontade da Anvisa. A vacina da multinacional francesa Sanofi Pasteur já passou por estudos e está começando a ser produzida. “Essa vacina é uma porcaria”, afirma.

    A Anvisa diz que não houve favorecimento à Sanofi Pasteur e que não há ainda como comparar a eficácia entre as vacinas, já que a do Butantan ainda está em fase de estudos.

    Professor emérito de bioquímica da Faculdade de Medicina da USP, Raw deu aulas de 1950 a 1969 –quando foi aposentado, aos 42 anos, pelo regime militar. Depois disso, passou dez anos em instituições dos EUA. Quando voltou ao país, em 1979, foi para o Instituto Butantan, onde fundou o Centro de Biotecnologia e se tornou diretor, em 1983.

    Há 30 anos, insiste na defesa da inovação como meio para fazer do Brasil um país autossuficiente em vacinas. “Alguns cientistas acham que a pesquisa acaba na hora em que se publica o artigo, mas aquilo não vira um produto”, critica. Segundo ele, o instituto sofre com o assédio financeiro das multinacionais, que “dão dinheiro para fechar a fábrica”, dificultando o desenvolvimento de produtos.

    A seguir, trechos da entrevista que Isaias Raw deu à Folha, em sua sala no Butantan:

    *

    Folha – Como era a produção de vacinas quando o senhor chegou ao Butantan?
    Isaias Raw – O instituto era uma decadência total. Não se fazia nem soro antiofídico. Não produzia quase nada. Era um lixo completo. Tive que reformular tudo.

    Por que o Brasil não e autossuficiente na produção de vacinas?
    Alguns cientistas acham que a pesquisa acaba na hora em que se publica o artigo, mas aquilo não vira um produto e não contribui para a autossuficiência.
    Se você não tem autossuficiência, você inova. Uma coisa que eu inventei é chamar o que acontece de “modelo Coca-Cola”, nada contra o refrigerante. É que eles jamais contam o que tem no xarope, que é vendido aos fabricantes locais, que põem água na garrafa e vendem Coca-Cola. É o que acontece com as vacinas.
    O modelo de importação de tecnologia não é verdadeiro: você é apenas um envasador. O sujeito fica dependente o resto da vida de comprar o “xarope” a granel. Sua única função é diluir, rotular, e colocar “fabricado no Brasil”. Por ser instituição pública, não é pago imposto. Uma leve investigação e disso aí vai sair outra [crise da] Petrobras.

    Esse modelo é um reflexo de uma má administração?
    O Primeiro Mundo achou que devia profissionalizar essas coisas e que a instituição pública não devia se meter. Virou o negócio das firmas privadas, que passaram a ser gigantescas e dominar o mercado completamente. O Butantan permanece como a única exceção.
    É um vício dizer que uma instituição como a nossa deve ser dirigida por um sujeito administrador de empresas. Eles não entendem nada e não podem decidir nada. Isso ocorre no mundo inteiro. Eles só olham quanto deu de lucro no final.

    Mas nem sempre médicos e pesquisadores tem competência para administrar.
    Estou de acordo. É um negocio que não se aprende no livro. Não adianta fazer ensino profissionalizante numa escola da esquina que não vai aprender a fazer, desenvolver, e inovar. a diferença do Butantan é que nós passamos a inovar, e passamos a ser perigoso no mundo.
    O Brasil estava dando o exemplo de que um país em desenvolvimento pode competir e inovar, mas industria internacional na realidade quer vender o granel, não competir.
    Na realidade, foi o Butantan que abriu caminho pra poder levar a pesquisa que faz na bancada para a sociedade. Criou-se um prestígio enorme. Eu vou no Ceasa e o vendedor de banana pergunta “Como vai a vacina, doutor?” porque ele sabe o que o Butantan faz. É diferente de outros laboratórios, em geral federais, que não fazem, não vão fazer e nem querem fazer nada. Eles dizem que “vão receber a tecnologia” em cinco anos e esses cinco anos não acabam nunca. É um processo que não tem fim.

    Por que o sr. diz que houve demora para a aprovação dos estudos vacina contra a dengue do Butantan?
    Levei seis estudiosos para mostrar ao diretor da Anvisa, Dirceu Barbano, que a vacina tinha condições da avançar para a próxima fase. Ele falou “essa semana eu libero o ensaio”. Oito meses depois ele não tinha liberado o nosso, mas tinha liberado o da Sanofi. Antes disso, a Sanofi tinha feito uma oferta para o governo do Estado de São Paulo que eles ficariam donos do parque industrial do Butantan. Depois desmentiram a história.
    Quando eu saí da fundação, pararam a produção integralmente, porque tinham que preparar a venda.
    O Butantan dizer que ia inventar de novo a tecnologia é uma ameaça para eles. A tecnologia para coisas novas vem de institutos com os NIH, o Pasteur. Também há outros na Alemanha e Holanda. Mas eles envelhecem e por algum motivo vão desaparecendo.
    A Sanofi não aprendeu a lição com outra companhia, que vende 90% de tudo que a Fiocruz faz. Eles inventaram um mecanismo mais simples. Não precisaram comprar a Fiocruz, mas compram tudo que ela vai vender. A Sanofi só não teve sucesso por que caiu na besteira de dizer que queria comprar.

    Existe algum problema com a vacina da Sanofi?
    A vacina deles não funciona e precisa de três doses. A nossa atinge um bom nível de proteção com uma dose. A quantidade de vacina é cem vezes menor que a da Sanofi –o que implica que custa trezentas vezes menos.
    Eles pegaram a vacina de febre amarela, tiraram uns pedaços e fizeram a de dengue. Ela leva pelo menos um ano para imunizar e só funciona em quem já teve uma doença. Isso não engana nem um débil mental: essa vacina é uma porcaria.

    Então essa vacina não deveria ter sido aprovada?
    Acho que não deveria ter sido assinada [a aprovação]. A regra seria exigir fosse testada primeiro no lugar onde foi desenvolvida. Não somos cobaias de ninguém. Se foi feita na frança, testem nos franceses. Não necessariamente ela vale pro Brasil. Houve vários estudos feitos na Ásia.
    Perdemos 18 meses porque a Anvisa não autorizou o ensaio. Não assinou os papéis. Nesse meio tempo assinou autorização para a Sanofi testar no Brasil com brasileiros a vacina deles.
    Ela não deveria ser registrada porque os dados não permitem. Ela precisa de três doses, leva um ano para imunizar a pessoa, que já deve ter tido contato com dengue e uma série de outras coisas. Além de que vai custar trezentas vezes mais que a do Butantan para fabricar. Preço de venda é outra coisa… Precisa ter mais seriedade da comissão que indica a vacina, mais competência da Anvisa… pra não não falar de corrupção, o que deve deve ter.

    O que justifica acelerar o processo para aprovar a vacina do Butantan?
    Ainda não tem nenhuma pronta. Estamos indo para a fase 3 agora. Nessa altura devia pegar o ex-diretor da Anvisa e mover-lhe um processo. A Anvisa também deveria reagir para proteger o patrimônio moral da instituição. Na realidade, há problemas extremamente graves até hoje porque não tínhamos sequer experiência de fiscalizar medicamento.
    Você me põe numa farmácia eu ponho metade dos remédios numa prateleira no lixo, porque aquilo não serve pra coisa nenhuma e vende pra todo mundo. É um país que precisa ser reorganizado.

    Essa condição de epidemia da dengue, com grande número de casos e mortes, poderia ter sido evitada se houvesse a vacina?
    Teria evitado porque funciona com uma dose, só não teria epidemia. Nós temos capacidade de produzir talvez 50 mil doses no laboratório que foi montado pra desenvolver a vacina. Para produzir a demanda nacional e provavelmente da América Latina temos que construir um prédio para abrigar a fábrica.

    Falta dinheiro para se produzir vacinas?
    Quando nós entregamos a vacina para o Ministério [da Saúde], ele paga quanto quer e quando quer. Já imaginou uma empresa fornecer –nós não somos uma empresa nem temos dinheiro para cobrir a falta de pagamento– e ter de esperar o pagamento do ministério?
    Quando é uma multinacional, tem que fazer uma carta de crédito. Se não, não vende. Temos a Fundação Butantan, que tinha por finalidade receber o dinheiro das vacinas, economizar o que der pra economizar, porque uma vacina tem que começar pelo menos oito meses antes de ser necessário administrar. Aí você tem que ter o dinheiro pra investir.
    As multinacionais querem acabar com a concorrência. Eles dão dinheiro para fechar a fábrica. Já tentaram fazer isso com o Butantan.

    O sr tem 88 anos. Por que não desiste?
    Não tem ninguém que faça no Butantan o que eu faço. Alguém sempre vem de fora com duas premissas: “está tudo errado” e “não vamos consertar”. Acabei sendo o único que, por razões várias, é capaz de ficar de pé e enfrentar a situação que aí está. Uma revista fez um artigo sobre mim intitulado “O cientista que briga”.

    O sr. já teve dengue? Tem medo?
    Não tive. Não tenho boa vontade de ter dengue. Obviamente mato todos os mosquitos que posso, uso inseticida… o que se pode fazer?
    Nossa vacina foi testada por 900 americanos que não são expostos ao vírus. Não há efeitos colaterais. A vacina fabricada no Brasil está em ordem. Quando se senta na cadeira de ministro, não se brinca em serviço. Levar dez anos para fabricar essa vacina é crime.
    Aconteceu na gripe também. A Anvisa esteve aqui em 2011, primeiro ano que fizemos a vacina. Disseram: “você está autorizado a envasar a da vacina, mas não a fabricar”. Perdemos US$ 30 milhões. Dois anos depois, vieram aqui e autorizaram. O governo francês já tinha autorizado a produção da vacina na Europa. O governo encomendou 30 milhões de doses. Metade da gente e metade da Sanofi. A nossa metade que o ministério não comprou só pode ser jogada no lixo.

    A administração pública tem uma grande parcela da culpa, então?
    Quando você senta em um ministério, você tem que ver a comparação entre custos e benefícios. Não tem nada que tenha 100% de benefício sem implicação em custo. Você não vi dizer “vou acabar com todas as bicicletas e motos do Brasil”, que são os grandes doadores de órgãos, já que morrem jovens e saudáveis.
    Quando falamos de doenças infecciosas o problema é maior porque você deixou uma pessoa com aquele agente infeccioso e infectou o resto. Pode ser HPV, Aids, o que for. E até hoje não temos vacina para Aids São decisões difíceis.
    Definitivamente, nós somos um exemplo único. Quando sairmos desse buraco temporário, que é a falta de dinheiro, temos que ter um pouco de juízo administrativo. Não precisa pagar o ônibus para levar o funcionário até o metrô. Compra um guarda-chuva de R$ 20 e ele que ande.

    Mesmo com os problemas, vale a pena insistir em produzir vacinas no Brasil?
    Claro que vale a pena investir. Vamos fazer o que pudermos. Como você investe numa vacina que nós vamos vender a preço barato? A vacina DTP, é obrigatória pra todas as crianças que nascem e não custam nem US$ 0,10, nem R$ 0,50, então ninguém quer fazer. No Japão fizeram uma nova vacina porque a de lá estava dando muito efeito colateral. E ela custa cem vezes mais que a brasileira. Não interessava fazer essa vacina, até começar a aparecer 50 mil casos de coqueluche em adulto por ano, o que é gravíssimo.
    Por mais gente boa que esteja trabalhando para o governo, ele não pensa. Ele tem que se preocupar com o que vem por aí e estar preparado. Nós temos que pensar pelo governo. O conceito que não existe na estrutura acadêmica é de entender que publicar o artigo na revista cientifica, por maior que seja a repercussão, não leva a produto. Não existe industria que pega o que está na bancada e transforma em produto –ela quer a receita totalmente pronta, e o governo quer que você fabrique e ele venda.
    Quando era diretor do instituto e depois presidente da fundação, lidei com o conceito que é a função do Butantan: inovar, desenvolver e produzir a linha inteira, para atender a sociedade. E é por isso que temos grande respaldo mesmo no meio leigo, porque a população sabe que é aqui que a vacina é produzida. A estrutura do Butantan é peculiar, não tem paralelo hoje no mundo.

    Qual é o grande desafio atual?
    A influenza. Temos que fazer uma vacina mais barata porque o governo não pode pagar a conta para todos os brasileiros. Uma fábrica nova custaria em torno de R$ 100 milhões.
    Nós temos uma substância que serve de adjuvante pra reduzir a dose da vacina da gripe em quatro vezes. É um subproduto, lixo que jogamos fora quando fabricamos outra vacina, a de coqueluche. A fábrica que fazia 20 milhões pode fazer 80 milhões e doses, e o custo não aumenta. O difícil é que temos que contar com o governo para o Butantan permanecer vivo.

    Qual é a dificuldade de se fazer uma parceria público-privada na área de vacinas?
    Se você compra tecnologia de uma multinacional, ela define o preço. Investiram em uma vacina que simplesmente mistura várias. Essa vacina é comercializada principalmente pela Índia a US$ 1,50. A Fiocruz não pode vender porque um dos cinco componentes é obrigado a ter um preço imposto pela companhia de transferência de tecnologia a US$ 2,50. O preço do ministério é que define os royalties de tantos anos de desenvolvimento.
    Sempre conto a historia que em 1952 o dono da Merck nos EUA saiu na capa da Time [mostra a imagem], dizendo “medicine is for people, not for profit”, algo como “Remédios são para o povo, não para o lucro”. O resultado: foi derrubado e hoje a Merck é poderosíssima e está vendendo pro Brasil a vacina do HPV, originara dos NIH.

    *

    RAIO-X

     Karime Xavier/Folhapress Isaías Raw, médico e bioquímico que já foi diretor do Instituto ButantanIsaías Raw, médico e bioquímico que já foi diretor do Instituto Butantan e da Fundação de mesmo nome

    Isaías Raw, 88 anos

    Trajetória
    Médico e bioquímico. Foi professor e pesquisador na Faculdade de Medicina da USP, no MIT (Instituto de Tecnologia de Massachussets), na Universidade Harvard e no City College, em Nova York.
    Foi diretor do Instituto Butantan e da Fundação de mesmo nome, onde trabalhou pelo desenvolvimento de vacinas no país.

     

    http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2015/05/1624353-para-pesquisador-anvisa-favoreceu-vacina-estrangeira-contra-dengue.shtml

     

  10. Alerj desconhece crise e aumenta estagiários para R$ 2,8 mil

    Alerj desconhece crise e aumenta salário de estagiário para R$ 2,8 mil

    Estudantes vão trabalhar na Casa 4 horas e ganhar mais do que professores, que têm expediente de 30 horas por semana

    Por Constanza Resende

    De O Dia

    Rio – O presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), Jorge Picciani (PMDB) desconsiderou a crise no estado e aumentou em R$1,2 mil o salário dos estagiários de nível Superior, que agora receberão R$2, 8 mil para trabalhar 4 horas por dia (20 horas por semana). O salário é maior do que o oferecido a professores da rede estadual para trabalhar 30 horas por semana — R$ 2.211,25—, valor do vencimento inicial oferecido pela Secretaria Estadual de Educação, no concurso que está em andamento que teve 66 mil inscritos.

    Cada departamento da Alerj tem liberdade para selecionar da forma que quiser os estudantes que atuararão na Casa. Eles podem ficar no máximo dois anos na Casa. Hoje há estagiários nos departamentos da Procuradoria, Comunicação, TV Alerj, Cultura, Informática, Finanças, Engenharia, RH, Departamento Médico, e comissões como Direitos Humanos e Cumpra-se.

    O aumento foi publicado no Diário Oficial do Legislativo de ontem, mas já vigora desde o dia 1º de março, segundo o ato da Mesa Diretora. Os estagiários de nível médio também receberam aumento e agora vão ganharão R$1,9 mil.

    Antes das mudanças, o estagiário de nível médio ganhava R$ 990 e os de nível superior R$ 1.480,00. Em justificativa, a assessoria de imprensa da Alerj declarou que o estágio na Alerj é vinculado ao salário mínimo desde o ano de 2007, sendo concedida bolsa de dois salários mínimos para nível médio e três para superior.

    “Esse valor não era atualizado desde 2010. Estamos atualizando as bolsas seguindo os reajustes no piso salarial do estado e também para evitar ações na justiça”, informou a nota.

     

  11. Mulheres sequestradas pelo Boko Haram relatam cotidiano no cativ

     

    Mulheres sequestradas pelo Boko Haram relatam cotidiano no cativeiro

    Do Opera Mundi

    234 mulheres e crianças foram libertadas no último domingo por Exército nigeriano; muitas delas estão grávidas dos jihadistas

    Em declarações concedidas a meios de comunicação locais, as jovens relataram um cotidiano de estupros, casamentos forçados e até a obrigação de combater ao lado dos jihadistas. As jovens foram libertadas na última semana e o último grupo deixou o cativeiro neste domingo (03/05). Agora, se encontram em campos de refugiados no noroeste da Nigéria.

    De acordo com o médico Babatunde Osotimehin, diretor executivo do Fundo de População das Nações Unidas, “algumas estão visivelmente grávidas e outras tiveram exame positivo para gravidez”, afirmou.

    “Cada dia morria alguma de nós e apenas esperávamos que chegasse a nossa vez. Não era permitido que nos movêssemos sequer um centímetro, até para ir ao banheiro nos acompanhavam”, disse A. U. aos jornais.

    Agência Efe

    Meninas resgatadas na região dos bosques de Sambisa 

    Além das mortes em cativeiro, outras morreram durante o resgate. Isso porque os integrantes do Boko Haram exigiram que elas os acompanhassem na fuga, mas muitas se negaram. “Quando nos negamos, começaram a nos apedrejar. Apertei meu bebê contra meu estômago para protegê-lo e me encolhi”, conta L. M., de 27 anos. “Algumas morreram por causa das pedras”, acrescenta.

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    Houve também mortes provocadas pela ação dos militares que ali estavam para salvá-las. Soldados não perceberam “a tempo que não éramos os inimigos” e algumas mulheres e crianças foram “atropeladas por seus caminhões”, disse A. U. à agência de notícias Reuters.

    O assassinato de pais e maridos diante das mulheres também é algo presente em diversos depoimentos. “Sequestraram toda minha família e mataram meu marido no bosque de Kilkasa quando eu estava grávida de quatro meses. Me disseram que quando o bebê nascesse me casariam com um de seus comandantes. Passavam dias sem que nos dessem comida ou água, até que há três dias, na noite antes de ser libertada, dei à luz a uma menina”, contou L. M. à BBC.

    Agência Efe

    Mulheres e crianças libertadas do cativeiro

    Segundo a Anistia Internacional, cerca de duas mil mulheres e meninas foram sequestradas pelo grupo Boko Haram no último ano.

    As 219 meninas sequestradas da escola de Chibok em abril de 2014 ainda não foram encontradas. Algumas delas conseguiram fugir, mas o grupo segue em paradeiro desconhecido. O caso ganhou repercussão internacional no último ano e foi responsável pelo aumento da visibilidade do grupo Boko Haram, cujo nome significa “religião ocidental é pecado” e atua na Nigéria desde 2009.

    A violação de mulheres em contexto de guerra não é prática exclusiva dos jihadistas. Em artigo publicado em Opera Mundi, a jornalista e integrante do coletivo feminista Casa de Lua Marina Terra observou que “crimes sexuais contra mulheres e meninas são uma praga global. E se inserem não somente em contextos de guerra deflagrada tradicional, mas também de guerra não convencional. Em ambas, há o uso político da violação: a partir da conquista territorial do corpo feminino, se vence uma trincheira diferente. Além disso, a mensagem de domínio masculino é muito clara e significativa, como a expressada pelo Boko Haram no rapto de abril [das garotas de Chibok], mas como também em diversos outros casos de uso sistemático da violência sexual contra mulheres ao longo da história”.

     

  12. Bebê Real

    O Blog não é nada dado a assuntos como este, mas há pontos que mereciam ser abordados.

    1) A questão do parto normal, o atendimento por enfermeiras, e a alta em menos de 24 horas. Nosos médicos topariam? Já li manifestação contrária, hoje, aqui em BH.

    2) Salvo engano, ela teve o bebê em hospital público. Aqui já se discutiu inúmeras vezes se o Lula ou a Dilma deveriam ter se tratado em Hospital Público. Não sei se seria exemplo, mas certamente é para se pensar.

  13. Livro relata abusos do exército israelense na Faixa de Gaza

    http://novo.fpabramo.org.br/content/livro-relata-abusos-do-exercito-israelense-na-faixa-de-gaza-em-2014

    Livro relata abusos do exército israelense na Faixa de Gaza em 2014

    Ong Quebrando o Silêncio lança depoimentos de soldados que atuaram na operação que matou mais de 2000 palestinos

    De 7 de julho a 26 de agosto de 2014, as Forças de Defesa de Israel (FDI) deflagraram sobre a Faixa de Gaza a Operação Margem Protetora. Sob o pretexto de destruir túneis e lançadores de foguetes do Hamas, Israel espalhou o terror e a destruição, sendo mundialmente repudiados, até mesmo por seu maior apoiador, os Estados Unidos. O resultado da força indiscriminada, segundo a ONU: 2131 palestinos mortos, sendo 501 crianças e 257 mulheres. Quando os tanques das FDI retornaram para Israel, a Faixa de Gaza estava em escombros.

    Nesta segunda-feira, 4, a ong israelense Quebrando o Silêncio lança o livro This is How We Fought in Gaza 2014 – Soldiers’ Testimonies from Operation ‘Protective Edge’ (É Assim que Lutamos em Gaza 2014 – Testemunhos de Soldados sobre a Operação Margem Protetora), que traz relatos de 60 militares, entre oficiais e praças, que atuaram na ação de 2014. Segundo a organização, os depoentes informaram que foi dada ordem para atirar em qualquer um que estivesse na área e a artilharia bombardeava aleatoriamente áreas residenciais.

    “Esses testemunhos levantam um quadro alarmente da política de fogo indiscriminado que levou à morte civis inocentes. O que se percebe é que há uma falha ética enorme nas regras de engajamento das FDI, falha que vem do topo da cadeia de comando e não resultado de algumas ‘maçãs podres’, afirma um dos diretores da ong Quebrando o Silêncio, Yuli Novak. A ong ainda pede por um comitê externo de investigação das ações e das regras de engajamento das FDI.

    Quebrando o Silêncio
    Criada em 2004 por veteranos das FDI, a ong Quebrando o Silêncio coleta testemunhos de soldados que atuaram nos Territórios Ocupados da Palestina (Gaza e Cisjordânia) ou operações como a do ano passado, de forma a denunciar os abusos cometidos contra o povo palestino. Seus membros também realizam palestras e excursões aos territórios para conscientizar israelenses e estrangeiros sobre como é a vida dos palestinos sob a opressão israelense. Em 2014, a FPA entrevistou um dos diretores da ong, Yehuda Shaul (leia aqui).

    Clique aqui para ler ou baixar o livro This is How We Fought in Gaza 2014 – Soldiers’ Testimonies from Operation ‘Protective Edge’ (É Assim que Lutamos em Gaza 2014 – Testemunhos de Soldados sobre a Operação Margem Protetora). Em inglês.

     – A volta à ‘normalidade’ nos territórios ocupados

    Fotos: Acervo Quebrando o Silêncio e Unicef/UN

     

  14. Um secretário na contramão

    Um texto profético:

    Um secretário na contramão

    Leia depoimento do colunista da Gazeta do Povo Celso Nascimento sobre as acusações feitas pelo secretário de Segurança Pública do Paraná, Fernando Francischini

    22/01/2015 

    Dia 15 de janeiro, precisamente às 14p4, toca o meu celular. Do outro lado da linha, o coronel Elizeo Furquim, presidente da Associação de Defesa dos Policiais Militares Ativos e Inativos (Amai), surpreendeu-me com o que disse: “Nascimento: precisamos urgentemente da sua pena! Você, como jornalista, pode nos ajudar: o governador ainda vai se arrepender de ter colocado esse Francischini na secretaria; ele está implantando a ‘cultura da violência’ nas polícias do Paraná. Vai dar porcaria. Precisamos alertar o governador”.

    Não tive consciência, naquele momento, de que tinha ouvido uma declaração profética: apenas sete horas depois, a partir das 21p0 do mesmo dia 15, experimentei pessoalmente a violência policial de que falara Furquim. Na escuridão de ruas mal iluminadas e mal sinalizadas do Prado Velho, bairro para mim praticamente desconhecido, cometi uma infração de trânsito: entrei numa contramão! Dei-me conta imediatamente do erro ao ver o fluxo contrário de veículos e, após trafegar poucos metros, já procurava uma guia rebaixada que me permitisse fazer o retorno à mão certa.

    Neste momento, uma viatura do BPTran, com sirenes ligadas, encosta no meu carro. Dela saltam dois soldados apontando pistolas para mim e berrando: “Desce do carro!!! Desce do carro!!!” Embora sem entender a razão de tanto autoritarismo, cumpri obedientemente (nem teria como ser diferente, né?) a primeira ordem e recebi outras em seguida: “Mãos na cabeça!!! Encoste no carro!!! E a senhora saia daí e se afaste! Se afaste!!! (Referiam-se à minha mulher, professora Regina Freire Maia, que ocupava o banco do passageiro).”

    Fui, então, submetido a uma vexatória revista corporal. Protestei educadamente. Meus resmungos, já que não conseguia completar uma frase, eram interrompidos com ordens do tipo “cala a boca”, “fique quieto porque podemos prender você por desacato”. Pediram-me os documentos. Prontamente lhes entreguei a Carteira de Habilitação e documentos do carro. Enquanto um dos soldados mantinha a pistola apontada para a minha cabeça, o outro buscava informações pelo rádio acerca da regularidade documental. Não poderia obter outro tipo de respostas: CNH normal, válida até 2018, motorista sem pontuação; veículo em situação regular, IPVA e licenciamento pagos e absolutamente em dia. Estas informações não bastavam: o soldado queria mais – pedia, também pelo rádio, informações sobre antecedentes criminais; passagens policiais, mandados de prisão pendentes etc. Ouviu a voz do interlocutor: “nada consta, nada consta, nada consta”.

    Ou seja: naquele momento os policiais poderiam ter-se dado conta de que estavam diante de um cidadão de bem e que não representava qualquer perigo – mesmo porque, com meus quase 70 anos de idade, 1,65m e 57 quilos, certamente não tenho condições sequer físicas para enfrentar jovens policiais fortemente armados e vestindo coletes à prova de bala. Estava diante deles tão somente uma pessoa normal que havia cometido involuntariamente uma infração de trânsito, logo reconhecida e prestes a ser corrigida. Bastava-lhes notificar-me da multa e liberar-me. Isto seria o normal.

    Mas para eles, não. Um dos policiais decidiu atravessar a rua e, na calçada oposta, usou o celular para falar com alguém. Não sei com quem nem sobre o quê conversaram durante cerca de cinco minutos. Ao voltar, nova ordem berrada: “Vamos vistoriar esse carro!!!” O PM provavelmente esperava encontrar armas e drogas dentro dele: revirou o porta-malas, levantou tapetes, remexeu objetos no porta-luvas, espiou todos os cantos do interior do carro. E nada!!!

    Enquanto ele se decepcionava com o resultado frustrado de sua vistoria, eu cuidava para não ser vítima de uma “plantação” que lhes permitisse criar um falso flagrante para levar-me preso. Tudo pronto? Feito isto eu já poderia receber a notificação e ser liberado? Não, ledo engano. Fui empurrado para dentro da viatura policial para ser levado na esquina de trás, onde os dois policiais haviam iniciado antes o atendimento de um acidente. Minha mulher fez menção de assumir a direção do nosso carro para seguir a viatura. Foi impedida e obrigada a ir a pé enquanto o PM mais agitado (o outro era o encarregado de manter-me na mira da sua pistola) pegou o meu carro, – aliás, um bem privado que a ninguém é dado utilizar sem autorização.

    A promessa era de que lá no novo local preencheriam a notificação. Normalmente, cinco minutos, se tanto, seriam necessários. Não foi o que aconteceu: os policiais retomaram o atendimento ao acidente enquanto me retinham ao lado da viatura deles. Neste momento, arrisquei-me a ligar para o coronel Furquim para contar-lhe o quão profética tinha sido a afirmação que me fizera à tarde. Nada lhe pedi, mesmo porque nem eu queria e nem cometeria o desrespeito de pedir a um líder militar com grandes serviços prestados à Corporação que mandasse suspender a notificação de multa; muito menos que repreendesse os policiais. Mas também por estar estarrecido com o que acontecia, o coronel pediu que eu passasse a ligação a um dos policiais, a quem simplesmente argumentou sobre a desnecessidade do constrangimento a que estavam submetendo um casal que não podia ser confundido com uma dupla de bandidos perigosos. E só. Isto é “carteiraço”? Diga-se de passagem: a sugestão de Furquim aos policiais não foi levada em consideração. Esperamos ainda mais meia hora para que me apresentassem o auto de infração e nos liberassem.

    Pergunto: haveria necessidade para tanta violência, abuso de autoridade e desrespeito? Desobedeci ordens? Dirigi palavrões ou protestos? Pedi privilégios? Eu pretendia, por acaso, tratamento diferente daquele que uma polícia sensata, que se comporta com tranquilidade em situações que não ofereçam quaisquer riscos à sociedade, deve naturalmente dispensar a todos os cidadãos, independentemente de sua condição, ricos ou pobres, instruídos ou não?

    Infelizmente, agora sob orientação do suposto secretário da Segurança – aquele mesmo que construiu o mito de que teria prendido sozinho o mega-traficante Abadía – a Polícia Militar parece se voltar para as trevas. Seria ele herdeiro dos tempos cruéis do “prendo e arrebento”? Está nas mãos do governador do estado fazer-se acompanhar de quem escolher.

    No domingo, dia 18, saiu a coluna que assino na Gazeta do Povo, com o título “Cultura da violência na PM”. Ela foi resultado do convite que recebi do coronel Elizeo Furquim para que ouvisse opiniões de oficiais que se reuniriam na sede da Amai sexta-feira (16) coincidentemente dia seguinte ao episódio de truculência de que fui vítima. Na coluna, resumi fielmente, jornalisticamente, sem emoções ou motivações pessoais, o que me disseram os oficiais na Amai – e nada faria diferente mesmo que não tivesse sofrido os efeitos da “cultura da violência” que se dissemina nos quarteis insistentemente referida na reunião e que ajudei a denunciar.

    Meu texto foi suficiente para que o suposto secretário de Segurança armasse, maliciosamente, boletins de ocorrência e depoimentos tomados às pressas de um dos policiais que agiram no meu caso para espalhar falsidades pelas redes sociais. Eu entrei na contramão da rua. O secretário entrou na contramão da História.

    Veja também: Secretário ataca colunista em rede social

     

     

     

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