O Xadrez dos movimentos radicais de uma democracia incompleta

O Brasil é o país dos extremos, vítima de movimentos pendulares radicais.

Determinadas tendências vão se radicalizando pela inércia, sem que sejam contidas por fatores moderadores. Quando assumem proporções intoleráveis, são sucedidas por movimentos contrários que, primeiro corrigem os excessos anteriores para, depois, promoverem sua própria radicalização. E não há freios, amortecedores para reduzir a intensidade desses movimentos.

Se alguém afirmar que o governo Dilma foi dos mais desastrosos da história, não vou discutir. Mas um sistema institucional robusto teria que dispor de instrumentos para passar incólume pelo desafio Dilma, permitir ajustes sem abrir espaço para aventuras golpistas. E o golpismo impediu os movimentos corretivos de Dilma.

A crise atual lança luzes sobre um conjunto de vulnerabilidade o  da sociedade brasileira, permite identificar as correções a serem feitas, mas não se vislumbram agentes econômicos, sociais ou políticos para cumprir a função moderadora.

O subdesenvolvimento é uma construção de gerações, já se dizia.

Chave 1 – Agentes moderadores das políticas públicas

Os movimentos de política econômica costumam ser pendulares. A oposição torna-se governo criticando os exageros da política anterior. Há um movimento inicial, virtuoso, de correção de rumos, de trazer o pêndulo para o centro. Na medida em que se tem sucesso, o movimento tende a radicalizar para o outro extremo. Ou seja, o próprio sucesso do modelo planta as sementes dos exageros posteriores.

Com a eleição de Dilma Rousseff, após as ações anticíclicas vitoriosas de 2008, havia a esperança de que o país estaria imunizado contra movimentos radicais voluntaristas.

O que se viu foi o poder solitário de uma presidente produzindo um conjunto de medidas voluntaristas não tão drásticas quanto os vizinhos, mas suficiente para desmontar a economia, expondo o governo a uma oposição destrutiva.

Como conseguir o equilíbrio? A imprensa não tem capacidade ou maturidade para exercer esse papel moderador. Há décadas é presa ao refrão único dos juros altos, livre fluxo de capitais, Estado mínimo, alergia a qualquer forma de aprofundamento da democracia. É uma imprensa do nível da venezuelana.

Um Conselho Superior de Economia não só coibiria os exageros, como qualquer mudança de rota. Portanto, não seria aconselhável.

O grande problema do presidencialismo brasileiro não é apenas a dispersão de partidos. É também o poder absoluto do presidente. Quase tão absurdo quanto o golpe foi a atuação individual da presidente, inibindo a atuação de conselhos populares, de fóruns empresariais, não concedendo audiências a representantes de outros poderes e sequer se alinhando com seu próprio partido.

O ideal seria partidos políticos programáticos, com ideias claras sobre a economia e, principalmente, instrumentos para conter ímpetos voluntaristas dos seus candidatos eleitos.

O mínimo que se espera é que os atos do presidente sejam analisados, avalizados ou não, pelo seu partido ou base de apoio. Hoje em dia, nem partidos há.

A grande dicotomia a ser vencida é, de um lado, criar ferramentas que subordinem o presidente ao programa do partido e canais de participação técnica e popular. De outro, não inibir seu protagonismo.

2. O papel desestabilizador das corporações públicas.

Padilha deve seu poder a JanotO grupo que se apossou do poder – Michel Temer, Eliseu Padilha, Romero Jucá, Moreira Franco, Geddel Vieira Lima e Eduardo Cunha – deve sua vitória ao Procurador Geral da República Rodrigo Janot, ao Ministério Público Federal em geral e ao Tribunal de Contas da União. Eles foram os agentes finais, que ajudaram a desequilibrar o jogo, que colocaram a caneta mais poderosa da República nas mãos de Temer e Padilha, com um protagonismo político inaceitável em qualquer país civilizado.

Pior, o corporativismo impediu o CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público) de exercer o papel moderador. A procuradoria de coalizão – fruto da escolha do procurador mais votado para a PGR – faz com que os candidatos cada vez mais se afastem dos valores constitucionais do Ministério Público e se aproximem da ansiedade por poder da massa da corporação.

Por outro lado, sem o mecanismo da eleição direta para a lista tríplice, corre-se o risco de se voltar ao tempo do Ministério Público engavetador.

De alguma forma, se terá que encontrar o meio-termo, ou através da formação de um Conselho de Notáveis, com as figuras referenciais do próprio Ministério Público que, mesmo não tendo poder de veto, possa exercer moralmente um papel moderador.

É inacreditável que um poder, a PGR, que se vangloriava de contar com altos conselhos técnicos para qualquer tema, não tenha conseguido montar uma identidade simples:

Poder Executivo – Dilma Rousseff = Michel Temer + Eliseu Padilha + Geddel Vieira Lima + Moreira Franco + Eduardo Cunha = – Poder do MPF

3. A leniência com a ilegalidade

O jogo anterior à Lava Jato estimulava o malfeito. Apelações infinitas, uso indiscriminado do fruto podre para anular inquéritos, sentenças jamais cumpridas.

Aí o movimento pendular se inverte.

Os vazamentos de inquéritos sigilosos, com propósitos políticos, tornam-se uma constante. O uso de inquéritos policiais para represálias políticas, um novo normal. O uso abusivo de poder de Estado de qualquer procurador iniciante, representando contra grupos políticos, solicitando prisões midiáticas, vazando informações para a imprensa passam a ser aceitos como normal. A incapacidade do STF de confrontar os abusos, infelizmente, tornou-se uma constante.

Ao tolerar vazamentos, o PGR Rodrigo Janot ajudou a criar um poder paralelo incontrolável, na parceria política mídia-procuradores. O que era uma prática coibida, considerada abusiva, torna-se o novo normal, inclusive na PGR.

Ao aceitar as gravações contra Delcídio do Amaral, o Ministro Teori Zavascki convalidou o grampo ilegal. E a falta de providências contra os vazamentos de escutas ilegais, no episódio dos diálogos da presidente, comprovou a subversão no sistema de hierarquia do Judiciário.

Os ataques montados pela parceria mídia-procuradores contra o Ministro Marcelo Navarro Ribeiro do STJ (Superior Tribunal de Justiça), são de natureza pior do que os ataques apócrifos perpetrados contra a esposa do Ministro Luís Roberto Barroso, ou com a possível intimidação do Ministro Luiz Facchin, que praticamente imobilizaram o Supremo.

A história do “não é comigo” não cola. Esse quadro é de responsabilidade direta de Rodrigo Janot, Teori Zavascki, Ricardo Lewandowski, Luís Roberto Barroso, que permitiram que o STF passasse a ter a cara de Gilmar Mendes e a se deixar conduzir pela Lava Jato. E menciono apenas aqueles dos quais se esperava algo.

Tem-se agora uma re-centralização política similar ao período da ditadura. Os estamentos brasilienses – Congresso, corporações públicas, MPF, Judiciário – avançando sobre o orçamento público, ao preço de arrebentar com a estrutura de despesas federais, saúde, educação, segurança, Previdência e outras funções de Estado.

5. O papel desestabilizador da Globo

Desde as campanhas de 2006 e 2010, ampliada pela campanha do mensalão, observou-se o papel deletério do cartelização da mídia. A cartelização produziu dois fenômenos opostos, mas correlatos. De um lado, a plena liberdade dos grupos oficiais de mídia para assassinar reputações, adulterar notícias, jogar vergonhosamente com a autoestima nacional, em episódios inaceitáveis para qualquer sociedade minimamente civilizada. De outro, uma ação pertinaz de esmagamento do discurso contrário, através de ações judiciais contra blogs e sites independentes..

A tendência dominante é o de enfraquecimento gradativo da mídia e aumento da atoarda representada pelas redes sociais. Mas o papel das Organizações Globo tornou-se uma questão de Estado. Sua influência sobre a opinião pública, o Judiciário e o Ministério Público criou um território indevassável, que conseguiu bloquear até a cooperação internacional do MPF com o FBI, nas investigações do caso FIFA, ou das contas no escritório Mossak Fonseca.

A regulação econômica da mídia e o uso correto das concessões públicas tornaram-se uma questão de sobrevivência da democracia brasileira. 

PS – Agora à noite, ao solicitar que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) também investigue as contas de Aécio Neves, “por uma questão de isonomia”, a Ministra Maria Thereza de Assis Moura comprova a superioridade de gênero: mulher, fez o que Ministro nenhum tem ousado fazer, com receio da agressividade inaudita e do uso da mídia por Gilmar Mendes, deixando o Judiciário refém da falta de limites. 

Luis Nassif

113 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Mas pode por na conta de Lula e do PT

    Realmente é fundamental a reforma da mídia. Porém no momento mais propício a isto, no auge de popularidade do Lula, ele e o estado-maior do PT não quiserem se indispor com as “famiglias” e colocar em pauta o tema. Agora, com este governo golpista que se instala, podemos esquecer do assunto pelo menos por mais um década, infelizmente…

  2. Dúvida

    Depois que acabar o ciclo deste governo que ora assume, governo liderado por bandidos, midia corrupta, juizes que não respeitam a lei, funcionários públicos venais e apoiados por uma legião de batedores de penicos, me resta uma dúvida:

    -Vai sobrar algum Brasil?

    1. Esse país está morto

      Esse país está morto !!! 

      Isso aqui vai virar um congo !!!!

      E o nosso povo CRETINO merece toda essa desgrasça !!

      Eu queria ter nascido em outro lugar, com um povo menos cretino e acomodado !!!

      O Pior elite do mundo, piore classe média do mundo, e pior povo do mundo !!!

      Realmente todo esse rebotalho de serem humanos não tem como fazer um país melhor que essa latrina em que vivemos…

      Hitler estava errado !! oppovo inferior era o Brasileiro !!

  3. Nassif, por favor,  coloque

    Nassif, por favor,  coloque suas análises num livro para que as futuras geraçoes consega entender a sacanagem que mídia-judiciário fizeram com o atual Brasil. 

  4. 1. Tá na hora de fechar o

    1. Tá na hora de fechar o Senado mesmo se é pra isso que veio.

     

    2. O Supremo falou tanto de não julgar o mérito nas etapas anteriores que vai ter que mostrar se é mesmo o STF ou só fala de aumento.

  5. a troca depois do desastre

    Na velha Europa os grupos que disputam as eleições e consequentemente o poder constroem uma plataforma programática para o período de duração da legislação. Homens e programas são bastante discutidos e concordados e podem gerar uma discreta estabilidade.

    Quando de alguma traição destas linhas o sistema perde a confiança e é submetido ao voto de confiança (fiducia em italiano), não conseguindo este voto o presidente manda todos para casa, novas eleições e novos compromissos.

    Na terra de Santa Cruz todo dia é dia de eleições, de barganha, de balcão de negócios, ninguém vai para casa, a garantia é de quatro ou oito anos de mamatas. Bem organizada esta quadrilha pode até derrubar presidente!

    Na escolha da presidenta o povo, apesar do bombardeio teve a capacidade de avaliar o que era do seu interesse, não escolheria as mudanças proposta pelo Aécio testa de ferro; quando da escolha dos deputados e senadores foi no oba oba.

    Lembro o Lula alertar da necessidade de colocar naquelas casas pessoas comprometidas com os programas propostos pela Dilma, o dinheiro da casa grande bem mais esperto colocou este prostibulo.

    Mudar como?

  6. Inacreditável. Um país do

    Inacreditável. Um país do tamanho e com o potencial como o nosso nas mãos do pior tipo de gente que existe. Absurdo. Se não se apresentar um líder que convoque e estimule aqueles que tem vergonha e coragem a tomar em suas próprias mãos a tarefa de realizar uma grande faxina, isto será sempre assim. Precisamos de uma revolução francesa urgente.

    1. Espere sentado… desse povo

      Espere sentado… desse povo não sai nada.

      No final, a democracia pode voltar via um acordão… tipo, vc´s não retomam nada que entregamos, não nos tacam na cadeia, e vc´s podem ter a democracia de volta… até um governo de esquerda, mas que respeite todo e qualquer contrato lesivo…

      Foi como os militares. A democracia não foi uma conquista !!! Foi imposta por eles e que se autoanistiaram no processo.

  7. Dilma deposta de forma

    Dilma deposta de forma constragedoramente golpista por uma cambada de corruptos sem votos não pode ser tratada dessa forma, seu governo não foi pior do que vários que o Brasil ja teve antes.

     

    Os golpistas nem completaram o esbulho institucional e já se diz que o governo Dilma foi desastroso, o mais desastroso,  esperemos o tempo passar para os historiadores avaliarem o que representou em termos definitivos o governo da primeira mulher eleita para a presidência do Brasil.

     

    Uma coisa é certa, o Temer é traidor do mais baixo nível, a pior figura que já chegou ao governo do pais em quinhentos anos, está abaixo de Café Filho, Silvério do Reis não lhe deve nada.

    1. Reescrevendo a história?

      E isso?

      “Quase tão absurdo quanto o golpe foi a atuação individual da presidente, inibindo a atuação de conselhos populares”

      Será que estou ficando maluco? Lembro-me bem de como toda a mídia e a oposição caiu de pau em cima dela quando da questão da criação dos conselhos populares….Trataram ela de comunista pra baixo.

       

      1. Audiência para outros poderes
        A audiência com Lewandowski narrada pelo Renan serve para demonstrar algo?

        Audiência com lideranças empresariais: skaf, o capo aqui da fierj? Veja o caso das empreiteiras, mesmo num ramo em que tínhamos uma estrutura empresarial avançada, vemos tb que tinham até departamento de propina.

        Mas agora é normal. Desejo que tudo isso acabe pela pessoa Dilma Rousseff. Para que ela se livre disso.

        Aqui no blog , principalmente o editor, foi saudado junho de 2013 como o nascimento de nova política , neste caso ainda soterrada pela velha. E o que tivemos? Se alguém não negocia em termos não republicanos, tal qual o clamor de 2013 ( repito – reverbetado nesse blog) , agora é inapetente, desastroso, etc.

        Vi alguém aqui, neste espaço de debate mais esclarecido do que na midia tradicional, chamar Dilma de torpe.

        E isso aí, espezinhar faz parte do subdesenvolvimento que não nasceu de improviso.

        http://www.diariodocentrodomundo.com.br/a-grosseria-gratuita-de-carmen-lucia-por-paulo-nogueira/

        Em tempo: concordo com o não se alinhar com o partido, nesse caso vou alem no sentido de ignorar a linha política que venceu a eleição

        1. Pois é.

          Desde o início minha intuição já dizia que aquelas famigeradas “jornadas de Junho” seriam o início do fim.

          Me lembro bem quando daquelas famigeradas “jornadas de Junho de 2013” me sentia, como alguns aqui, uma ovelha negra, pois eu me identificava como um dos que eram apontados como quem “não compreendeu o que estava ocorrendo”.

          Hoje vemos que os que reprovaram tais “jornadas” desde o início compreenderam o que ocorria.

          Quem realmente não compreendeu foram aqueles que, acreditando-se na vanguarda, diziam compreender aquele momento como um florescimento da democracia e um grito jovem demandando maior participação e blablablá.

  8. Qual será a frase de Dilma?
    Trechos, apenas trechos que nos alertaram sobre o país golpista que somos.
    Fui vencido pela reação e assim deixo o governo. Nestes sete meses cumpri o meu dever. Tenho-o cumprido dia e noite, trabalhando infatigavelmente, sem prevenções, nem rancores. Mas baldaram-se os meus esforços para conduzir esta nação, que pelo caminho de sua verdadeira libertação política e econômica, a única que possibilitaria o progresso efetivo e a justiça social
    Jânio Quadros

    Mais uma vez, as forças e os interesses contra o povo coordenaram-se e novamente se desencadeiam sobre mim. Não me acusam, insultam; não me combatem, caluniam, e não me dão o direito de defesa. Precisam sufocar a minha voz e impedir a minha ação, para que eu não continue a defender, como sempre defendi, o povo e principalmente os humildes
    Getúlio Vargas

    A subversão, fartamente denunciada e muito bem paga, na profusão de rádios, jornais e televisão, era o preparo da mentira do perigo comunista, que iria constituir o ponto de partida para concretização da quartelada, a fim de que, assim, pudessem esmagar as justas aspirações populares que o meu Governo defendia
    João Goulart

    1. Defesa

      Infelizmente alegar a própria torpeza não socorre.

      Falta capacidade para a Dilma, mas isto antes da primeira eleição dela muitos aqui no blog, inclusive eu, já denunciáva-mos.

  9. Ferramentas de gestão existem assim como os que as controlam

    No meu modesto ponto de vista, faltam negociadores com estes que detêm as ferramentas e instrumentos de poder para sentarem na  mesa e discutirem de igual melhores condições para o Brasil.

    Infelizmente o governo é isto ai, uma sucessão de medidas atabalhoadas para corrigir situações de emergência, o planejamento  com método e ciência não existe, um país não recebe de graça um assento nesta mesa onde se discute o poder, não existe almoço grátis, assim têm de fazer a lição de casa e obter o convite para se juntar aos que decidem.

    A China, a Coréia, a Índia já fizeram, o Brasil deixou passar um momento onde este esforço seria facilitado, mas continua com capacidade de corrigir isto e realizar as mudanças necessárias, e aí vai a minha ladainha de 14 ministérios …..

     

  10. A imprensa promover o golpe era mais do que esperado
    Artigo de 2013 escrito para o blog alertando dos riscos.

    Sobre o papel político da imprensa
    TER, 16/07/2013 – 09:18

    Assis Ribeiro
    A grande imprensa e o seu papel manipulador.

    O papel da grande imprensa no Brasil é definido e claro. Além de atuar como defensora de interesses de seus patrocinadores ela se coloca como um verdadeiro partido político de oposição.

    Neste último sentido é objetiva a declaração de Maria Judith Brito, presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ) e executiva do grupo Folha de S.Paulo:

    “A liberdade de imprensa é um bem maior que não deve ser limitado. A esse direito geral, o contraponto é sempre a questão da responsabilidade dos meios de comunicação e, obviamente, esses meios de comunicação estão fazendo de fato a posição oposicionista deste país, já que a oposição está profundamente fragilizada. E esse papel de oposição, de investigação, sem dúvida nenhuma incomoda sobremaneira o governo.”

    Essa condição de atuar como partido político foi intencionalmente traçada para que a mídia tradicional (jornal, rádio e televisão) se tornasse forte na defesa dos seus interesses específicos.

    Trata-se de uma construção ideológica alcançada por ataques constantes e muitas vezes infundados efetuados contra políticos, governantes, e a atuação do judiciário, com o objetivo de criar uma imagem negativa do agente público, associando-o invariavelmente à corrupção e à ineficiência.

    Junto com as matérias depreciativas diárias são encomendadas pesquisas sobre a credibilidade das instituições públicas principalmente quando determinadas notícias ganham musculatura e maior ressonância e o resultado de descrédito já é esperado.

    Essa ação diária, realizada de forma coordenada, atende a alguns interesses, entre eles:

    1) Legitimar-se como detentora da verade;

    2) Tornar-se agente principal do jogo político;

    3) Direcionar as decisões dos governos;

    4) Influenciar para o desmonte da máquina pública;

    5) Submeter governos, parlamentos e o judiciário.

    Para alcançar tais objetivos a mídia promove o emburrecimento de suas matérias onde notícias que necessitariam de mais informações são oferecidas sem profundidade visando fixar nos seus ouvintes e leitores a matéria de forma pronta e acabada impossibilitando qualquer reflexão.

    Esse formato limita a formação de uma ideia própria e quem consome as informações diárias realmente acredita que está em dia com a notícia ou com a realidade nacional, quando, na verdade, está sendo levado pela correnteza de um pensamento único, direcionado, pronto e acabado. O leitor ou ouvinte será apenas mais uma peça articulada para o consumo, engolindo, sem perceber, uma programação inócua a princípio, mas nefasta em longo prazo.

    Essa construção ideológica é realizada ao mesmo tempo em que a grande mídia exerce o seu papel de noticiar os fatos, documentar, fiscalizar os poderes, denunciar abusos, e vai até ao ápice de criar boatos, versões, insinuações, entre outras modalidades de cerceamento do conhecimento.

    Com essas características a mídia não apenas influencia a vida pública e os poderes do país, como passa a determinar decisões do judiciário, políticas públicas e ações do nosso Congresso.

    Basta observarmos as valorizações ou quedas de ações na bolsa de valores de determinado grupo e das moedas em função de especulações muitas vezes iniciadas e/ou estimuladas pela mídia, recentemente enormes oscilações ocorreram com empresas como a Petrobrás após bombardeio midiático de má gestão e com as de energia elétrica por “quebra de contrato” e “insegurança jurídica”.

    Basta observarmos como subiram os juros Selic nos últimos meses, contra a política econômica do governo, mesmo estando dentro da margem estabelecida e aceitável e em trajetória, ainda que lenta, de queda.

    A mudança de lado da grande imprensa em relação à cobertura do Movimento Passe Livre foi emblemática. Se no início a cobertura foi de condenação ao movimento atribuindo aos participantes os motes de vândalos, classe média desordeira, inclusive insuflando as ações violentas da polícia, a partir do momento em que pressentiu que poderia tirar proveito próprio pela musculatura que o movimento adquiriu passou a apoiá-lo e tentar direcionar as bandeiras defendidas, mesmo com as constantes manifestações contrárias à forma de atividade da grande mídia.

    Na área da justiça a forma do julgamento do mensalão do PT e a leniência do STF em relação ao mensalão tucano, exatamente em consonância com a cobertura da mídia falam por si só.

    A determinação do que a sociedade deve acreditar e consumir levada a cabo pela mídia atinge até mesmo a cultura do país, a era dos pagodeiros e a mais recente do sertanejo universitário servem de exemplo.

    1. Abraço o amigo Assis

      Abraço o amigo Assis Ribeiro.Cometeste um equivoco,que depois veio a custar a sobrevivência de todos nós.Depois de concluido seu oportuno e bom artigo sobre o papel da velha midia,esqueceu-se de envelopa-lo e envia-lo ao Palacio do Planalto aos cuidados da Exma.Sra.Dilma Vana Roussef,Presidenta da Republica Federativa do Brasil.Quem sabe,ela eliminaria do seu vocabulário aquele jargão infantil sobre o controle da mídia e teria nos livrado desse tsunami.Despeço-me do amigo pedindo-lhe sinceras desculpas pelo uso exagerado de mesóclises.São as pessimas companhias,segundo Olivio Dutra.

                                                                   

  11. “…que conseguiu bloquear

    “…que conseguiu bloquear até a cooperação internacional do MPF com o FBI, nas investigações do caso FIFA…”

    Nassiff, Nassif, a Globo está sendo puxada pelo nariz por conta desse inquerito da FIFA. Onde já se viu, prender esses dirigenites da CBF e aliviiar a Globo? Com certeza foram chamados na chincha: ou vocês mostram serviço pra implantar um governo entreguista ou o que é de vocês sai da gaveta! Só alinhamento ideológico não é suficiente para explicar tanta indecência jornlística, afinal, há sempre o risco de vacilar em alguns escrúpulos.

    Como entender a Suiça, a Suíça revelar dados bancários, dados bancarios (do Eduardo Cunha e família)?

    No futuro, quem quiser saber vai ficar sabendo õs detalhes dessa mixórdia (a serem levantados por algum estrangeiro, obviamente). É o tipo de coisa cuja graça é contar pra todo mundo.

  12. É chegada a hora de afiar as ferramentas

    Gostei da equação: “Poder Executivo – Dilma Rousseff = Michel Temer + Eliseu Padilha + Geddel Vieira Lima + Moreira Franco + Eduardo Cunha = – Poder do MPF”

    Esses dias vendo o vídeo do policial da Swat, tinha feito outra:

    Globo + Serra + Veja + Reinaldo Azevedo = interesses político-econômicos + difamação de imagem.

    Agora falando sério. O Nassif tocou num ponto que eu acho crucial no atual momento para as forças democráticas. Definir seus alvos.

    “A regulação econômica da mídia e o uso correto das concessões públicas tornaram-se uma questão de sobrevivência da democracia brasileira. “

    Passei minha vida inteira ouvindo falar da necessidade do Brasil fazer Reforma Agrária. E hoje, desconfio que a taxa selic (juros do BC) fazem muito mais mal do que a concentração da terra. 

    Além disso, se fala muito em Reforma Política (o professor Wanderley tem várias críticas em relação a esse tema).

    Reforma tributária? Reforma fiscal? O que propor? 

    Acho que é chegada a hora de afiarmos nossas ferramentas. Fazermos o diagnóstico correto e apontarmos saídas.

    Não estou tão pessimista assim. Crise é oportunidade. Precisamos aproveitar essa, para debater novas ideias. E enquanto não chegarmos ao fundo do poço, ficaremos nos iludindo.

    E falando em debate de ideias. Precisamos debater nosso moralismo udenista. Inclusive no campo da esquerda. A classe média (quase na sua totalidade) é vítima dessa cegueira. Ontem, em 89, ela apoiava o Lula (os artistas da Globo em peso) contra o Collor (que era do povão, do nordeste, um corrupto – repararam o moralismo udenista?). Depois, em 92 a classe média foi a rua tirar quem? Um corrupto. E quem assumiu depois? E hoje a classe média vai a rua de camisa da CBF para combater o que? É. Essa mesma. E o resultado é qual? Qual grupo está no Poder?

    Na boa, desconfio que esse discurso moralista de combate à corrupção, também é um câncer.

    Além desses temas precisamos debater trabalhismo, socialismo, democracia, pátria/nação, poder, sustentabilidade (outro tema maroto).

    Enfim, quem tem ideias governa (ou alguém acha que é por acaso que as maiores universidades do mundo estão nos EUA, Europa. Se ideia não valesse nada, principalmente aquelas no campo moral, as grandes academias estariam nos países pobres da Africa, América Latina…). Mas as ideias precisam estar em sintonia com a realidade. Com o espírito do tempo.

    Ah, por falar nisso, em substituição ao Xadrez, ou paralelamente a ele, vou propor aqui um debate sobre o PROGRAMA DE GOVERNO para as eleições de 2018. Aquele… que era para ter sido aplicado a partir de 2015 e não foi. 

    E, não me segurando, aproveito para lançar a primeira questão: TAXA SELIC – embuste ou uma necessidade? Ah, para os mais afoitos, outra questão que precisamos debater é: vontade X ingenuidade X realpolitik.

    Seria assim, lançamos um tema e esgotamos o debate, Chegado  o consenso vira PROPOSTA DE GOVERNO.

    hasta la victoria siempre.

    1. O Nassif em uma parte do

      O Nassif em uma parte do posto afirmou que a Globo tornou-se um probelma de estado. Concordo plenamente.

      Ou O Brasil toma uma providência contra a Globo e limita seu alcnçe e poder ou jamais deixaremos de ser um país de imbecilizados.

      O Globo conseguiu imbecilizar a maior parte da população. As pessoas não pensam, não raciocinam, não percebem as contradições da notícia veiculada com a realidade, somente repetem frases feitas propagadas pelos “analistas” globais. E isto é feito por qualquer um, não importa se é analfabeto ou se tem cursos superiores. É a idiotice absorvida como valor.

      Até a Dilma foi contaminada quando afirmou, não me esquecerei jamais, que o melhor controle da mídia era o controle remoto.

      IMBECIL.

      Poderia ser onde existe diversidade de canais e opiniões, não onde uma empresa bandida, sonegadora, que oculta patrimônio, pratica evasão de divisas, rouba processos de execução fiscal, têm 80% da audiência.

      Em uma coisa a Dilma estava certa: Não ficou pedra sobre pedra. Para ela.

    2. Pois eu não gosto dessas

      Pois eu não gosto dessas fórmulas matemáticas que tentam provar o improvável. Creio que o grande erro de Lula e de Dilma e de muitos petistas foi o gigantesco e devastador complexo de inferioridade, o tal complexo de “vira lata”, do qual, embora reconhecido, nunca conseguiram se libertar. Seu republicanismo, foi a resposta que encobriu esse sentimento amesquinhador e escravisador, de que não se deram conta como sendo um componente intrinseco do caráter dos povos que por séculos foram  tiranizados, explorados a aviltados pelos suseranos que lhes couberam. Quando Lula, indagado por um filho da puta sobre como imaginava ser presidente do Brasil sem que soubesse falar ingles, faltou a ele, Lula, o único ato de dignidade capaz de responder ao insulto do que alí era o mais cruel suserano: um tapa na cara do energúmeno. O republicanismo que levou aos tribunais e órgãos da justiça os campeões das votações corporativas, num gesto cristalino de sujeição e subordinação à poderes ilegítimos, sem nenhum amparo constitucional, foi construindo a cidadela que enfim sitiou o único e verdadeiro poder republicano, o que emana das urnas, do povo. A tragédia das tragédias é que o aprendizado que poderá levar a compreensão desse erro monumental se dará pela prática sórdida e criminosa dos que tomaram o poder pelo golpe mais vil, na reorganização dessas instituições onde abunda o poder corporativo, pelo vies dos mais solertes e criminosos interesses, hierarquizando-as segundo os mais abjetos objetivos. Quem viver, verá.

       

       

  13. Bananas

    A covardia e tibieza dos homens do poder (STF+MPF+STE+ReceitaFedral+PolíciaFederal+Políticos+etcetCaterva) revelou-nos a republiqueta de bananas que sempre foi vocação da elite e seus vassalos e rastejantes..

    Aqui se cometem crimes lesa-pátria, traições, conspirações, saques, privarias… na cara de todos… na maior facilidade!

  14. Made in Switzerland

    O modelo do pêndulo do Nassif parece aquela história do Barão de Munchhausen, de sair do atoleiro puxando os próprios cabelos.

    Esse automatismo “swiss made” parece reclamar uma racionalidade imanente, quando, na verdade, até um superautomatic só funciona (sem corda) porque o braço a que ele está atado se move.

    Não, não existe modelo automático que funcione por mágica autonômica. Não existe homeostase sem contexto. Quem sempre quis afirmar o contrário foi o paradigma econômico liberal do equilíbrio. Como sabemos os outros (não-economistas), algo tão abstrato que não serve sequer como padrão heurístico. Parece até que o Nassif resolveu dar uma estacionadinha com a cabeça por aí.

    Os cientistas sociais, à diferença dos economistas, trabalhamos com contextos e com modelos de multicausalidade. O modelo do pêndulo simplesmente não funciona, nem como síntese figurativa, dada a pletora de vetores que deslocam permanentemente as perspectivas.

    O que esse modelo do pêndulo parece fazer é querer depurar da institucionalidade a política, quando, na verdade, o que ele acaba tornando visível (pelo que não diz) é que foi o “vácuo” político criado pelo governo Dilma e pela anti-política gestada pelo lulismo que criou as condições para vir a ser ocupado por um ator estranho e anômalo.

    Em suma: o Judiciário só teve tanto espaço e mãos tão livres porque a (omissão sistêmica da) ação política assim o permitiu. O golpismo dos oportunistas, por seu turno, responde apenas à pragmática predatória que sempre praticaram nossas castas senhoriais. Não chega a ser nenhuma novidade.

    Nenhum automatismo relojoeiro substituirá o óbvio singelo de que a força política que comandava o governo anterior abandonou temerariamente, pela sedução da arrogância e pela ausência de projeto de larga profundidade, o terreno da política.

  15. Aprendiz de feiticeiro cabulou aula de defesa contra magia negra

    Como na serie Harry Potter, em que sempre havia algum problema com o Prof. de “defesa contra magia negra”, creio que ao aprendiz de feiticeiro Janot tampouco foi oferecida essa disciplina.

    Usou as suas mandingas de primeiro ano contra um pobre cervo indefeso e, ungido pelo banho de sangue do animal que abateu, achou que já estava convertido em macho-alfa caçador (“caçar” é hobby para o aprendiz de feiticeiro!).

    O (suposto) “macho-alfa caçador” estufou o peito e foi para a fase 2 do seu safari: investiu dessa vez contra as “criaturas da noite”. Lobos, hienas, cobras e lagartos peçonhentos.

    Pobre Janot…

    Como sempre repete o seu companheiro de esconderijo cívico e álibi funcional, o Min. Luis Roberto Barroso, citando Ortega y Gasset:

    “Entre querer ser e pensar que já se é, vai a distância entre o sublime e o ridículo”.

    Imagino que o papo no esconderijo cívico deve estar ameno… devem estar a trocar citações de bolso de colete – como essa aí de cima.

    Citações… sempre fazem sucesso na parte do seu trabalho que realmente importa: colóquios e convescotes com gente bacana.

    Remorso? Peso na consciência? Angústia pelo Brasil?

    Por quê?

    “Eles não podem fazer nada, uai!”

    E, ademais, como pontificou o Min. Barroso – Onde? Em mais um colóquio, ora! – “(a) Economia eles (os golpistas) trataram com a maior seriedade. Escolheram os melhores nomes que encontraram”.

    Ah, bom!

    Bom descanso a ambos.

  16. LENIÊNCIA E ILEGALIDADE

    O artigo apresenta um panorama social e político bastante amplo, ao tempo em que destaca alguns aspectos relevantes da crise institucional em marcha desde há muito.

    E aponta a questão central, que é a ‘leniência com a ilegalidade’, abordada no item 3.

    Assim, o texto em tela fornece diversos elementos aptos a auxiliar a percepção de que o momento histórico presente requer uma ampla campanha de resgate da legalidade, a ser construída com base na conscientização da sociedade acerca da urgente necessidade de plena vigência do Estado Democrático de Direito, materializada no rigoroso respeito às leis em vigor, aos princípios jurídicos e à Constituição Federal

  17. Conselho de Notáveis do MPF?

    Conselho de Notáveis do MPF? Onde se poderia buscar algum único e mísero notável? Todos os notáveis colocados nos altos postos do Estado – Judiciário, MPF, Ministérios, etc.- se mostraram nada notáveis. Aliás, qual é o antônimo de notável?

    Não delira, Nassif.

    1. Também acho

      O que passa ao largo de todas as análises do Nassif e outros é a absoluta necessidade da mobilização popular, é o único fator de desequilíbrio da equação. A educação política da população, a ampliação da participação de movimentos sociais na discussão das políticas públicas é indispensável à saúde da democracia, insubstituível. É um sonho contar com “homens de bem”, sem vaidades e interesses pessoais dominando suas decisões, no comando de instituições sadias. A realidade inexorável que bate à porta pode ser lida assim: o bem comum, o interesse público só será priorizado quando este “público ” (leia-se povo) não deixar alternativa para que não seja assim. Só para corroborar: teremos agora eleições municipais, a “festa da democracia “, a grande oportunidade do povo mudar o rumo das coisas. E alguém acredita que com as eleições mudaremos um milímetro que seja neste estado de coisas?  Porque será que ninguém acredita mais no meio institucional de promover a mudança? Porque o único papel de fato das instituições é o controle para manter o status quo!

  18. Não pode haver outra lei da anistia.

    o estrago que a turma citada vai fazer é inevitável, principalmente sobre os direitos dos setores mais vulneráveis da sociedade. essa onda, como tantas outras que vivemos, vai passar. o que a atual geração de jovens não pode permitir é uma nova lei da anistia. os responsáveis pelo golpe e seus herdeiros tem que pagar pesado pelo desmonte dos direitos sociais e das instituições do estado. pagar tanto em cadeia quanto em indenizações ao estado que estão destruindo.

  19. Glauber Rocha

    Em 1980 antes de morrer li uma entrevista do Glauber Rocha aonde dizia ´´Esse país esta fodido´´ !

    A maioria das pessoas nao se deram conta que esse governo vem para acabar com as instituiçoes democraticas e sociais que ainda fincionavam nesse país . 

  20. Acho também que o golpe

    Acho também que o golpe prosperou, além do que o foi analisado no texto, porque eu e mais 54 milhões de pessoas deixamos de cumprir o nosso papel de defensores intransigente da Democracia.

    Não existe força maior para combater o golpe do que povo. Parece que ficamos anestesiados diante dos acontecimentos e ficamos passivos, inertes, não querendo acreditar no que está acontecendo. Por isso os golpistas foram avançando, como não encontraram barreira, resistência, foram vindo, até  chegamos ao ponto que nos encontramos hoje.

    Não existe uma terceira via, só quem pode ainda, estancar esse golpe é o povo; revoltado, irado, quebrando regras, se insurgindo contra tudo que está acontecendo. Mas cadê  disposição

    Já que o Nassif lançou a moda das equações politicas

    Globo + PGR + Moro + STF + MPs + PF + coxinhas em geral + golpistas + pqp <<  que 54 milhões de votos na rua defendendo a Democracia.

  21. Aos vencedores, as batatas!

    ‘Quase tão absurdo quanto o golpe foi a atuação individual da presidente…”

    Neste ponto, parei! Já não conseguia acreditar em meus próprios olhos enquanto lia que o golpe decorreu de uma radicalização do governo. RADICALIZAÇÃO! Dá pra acreditar que alguém escreva e publique uma coisa dessas? A “teoria” do pêndulo deve ter parecido tão bonitinha que era preciso torturar os fatos para encaixá-los nela.

    Passei uma vista beem corrida pelo resto. Soluções que passam por um Conselho Superior de Economia ou coisa que o valha. ​Como sempre ocorre nas análises políticas de Nassif, NADA passa pela base. É tudo pelo alto.

    E a atuação de Dilma foi ~quase~ tão absurda quanto o golpe. De forma que o golpe foi ~quase~ justificado pela radicalização do pêndulo que teria ido demais para sei lá que extremo. O que mais dizer no dia que o golpe foi definitivamente consumado?  

    Definitivamente, preferia ter morrido a testemunhar o assassinato da democracia por que tanto lutei. Mas como está sendo (dolorosamente) didático assistir a este golpe (só tinha 7 anos no de 64)! Haddad diz que golpe é uma palavra pesada demais pro que está aí. Nassif diz que “quase tão absurdo quanto o golpe foi a atuação individual da presidente”. Isso pra não falar nas martas e cristóvãos.

    “Aos vencedores, as batatas.”

     

     

  22. Era comentário. Virou Post:

    Graças à ajuda da Patricia Faerman, dai do GGN, e dessas “coincidencias” da vida, o comentario feito ai embaixo aumentou um pouquinho e virou post la no meu blog:

    Esconderijo cívico e álibi funcional: descoberto paradeiro de Barroso e de Janot, por Romulus      

    ROMULUS      QUI, 11/08/2016 – 05:12

    Esconderijo cívico e álibi funcional: descoberto paradeiro de Barroso e de Janot

    Por Romulus

    Como na série Harry Potter, em que sempre havia algum problema com o Prof. de “Defesa contra Magia Negra” (livre tradução de “Defence Against the Dark Arts”), creio que ao aprendiz de feiticeiro Janot tampouco foi oferecida essa disciplina.

    Usou as suas mandingas de primeiro ano contra um pobre cervo (cerva na verdade…). Manco, sozinho e indefeso. Ungido com o banho de sangue do animal que abateu (sem suar), achou que, depois desse rito de passagem, já estava convertido em macho-alfa caçador.

    (Sim… “caçar” é hobby para o aprendiz de feiticeiro!)

    O (autoproclamado) “macho-alfa caçador” estufou o peito e foi para a fase 2 do seu safari: investiu dessa vez contra as “criaturas da noite”. Lobos, hienas, cobras e lagartos peçonhentos.

    Pobre Janot…

    LEIA MAIS »

  23. ” conselhos populares” ???

    Quem disse que a oligarquia corrupta do país, que através do GOLPE SUJO está se apoderando do país novamente permite que isso aconteça??????          –

    Primeiro ato do FHC: matar investigação sobre a corrupção !          –   

    Lula tinha razão !   –

    Numa reunião do PT em que o Nunca Dantes ensinou aos militantes do PT como manter nas cordas os tucanos que empunham a bandeira udenista da corrupção.

    (Por falar nisso, o Senador Clésio Andrade, vice do Aécio, que não entende nada de SUS, renunciou por motivos de saúde. Com isso, ele se livra do julgamento no Supremo e seu envolvimento no mensalão tucano se dissolve no ar como a credibilidade do jornal nacional.)

    Lula deu uma aula de toma lá dá cá.

    O primeiro item da lista do Lula foi exatamente esse: a primeira coisa que o presidente Fernando Henrique fez ao chegar ao poder foi extinguir a Comissão para Investigar a Corrupção, criada pelo antecessor Itamar Franco, o verdadeiro pai do Plano Real.

    Está aí a prova.

    O Conversa Afiada reproduz post da amiga navegante Stella de Mendonça no Twitter:


     

     

     

     

  24. “É bom valer-se do passado para iluminar o presente.”

    TEORIAeDEBATE

    http://www.teoriaedebate.org.br/materias/politica/o-combate-corrupcao-nos-governos-lula-e-dilma?page=full O combate à corrupção nos governos Lula e Dilma     –

    Edição 93   –   19 outubro 2011   –   Emiliano José   –

     

    História do país tem vários exemplos de campanhas midiáticas contra governos usando a corrupção como tema central na disputa política nacional     –

    Sociedade quer lisura no trato do dinheiro público e tem apoio do PT e de seus g

    Sociedade quer lisura no trato do dinheiro público e tem apoio do PT e de seus governos

    Foto: José Cruz/ABr

    O tema da corrupção é vastíssimo. Aqui trato da ofensiva midiática e da política de nossos governos de combate à corrupção. A mídia e a oposição têm insistido no tema corrupção, desde que se iniciou o projeto político progressista e de esquerda em 2003, com o claro objetivo de desestabilizá-lo. Isso teve seu ponto alto em 2005, quando estava presente a intenção golpista, insistamos, tanto da oposição quanto das nossas oligarquias midiáticas.

    É bom valer-se do passado para iluminar o presente. Essas campanhas, assemelhadas às atuais, sempre foram dirigidas pela direita. Voltemos a 1954, quando se tentava caracterizar um “mar de lama” no Palácio do Catete, patrocinado por Getulio Vargas, que redundou no suicídio do presidente, numa impressionante revolta popular e na derrota do golpe em andamento. Naquela campanha, a UDN era seu braço político, e seu representante mais destacado, Carlos Lacerda, o Corvo.
     
    Outra campanha contra a corrupção foi aquela que derrubou Goulart, em 1964. Lutava-se contra a “república sindical”, contra os comunistas, e também contra a corrupção. Mídia e oposição não enxergavam a  montanha de dólares que inundaram o Brasil para financiar as atividades golpistas desde que Goulart assumiu, em substituição a Jânio Quadros, este, aliás, um político que fez a campanha na linha da faxina moralista, termo  recuperado pela direita e pela mídia. Mas se esquecem de que a história não se repete.

    A campanha midiática atual, que perde fôlego por sua inconsistência, tem características não tão incomuns. Guarda semelhança com as passadas. Desenvolve-se a partir da mídia – não constitui uma iniciativa da oposição. Esta, apenas cavalga a mídia, a galope. A mídia tenta incensar a presidenta Dilma, ao indicar uma suposta leniência do ex-presidente e um rigor higiênico da presidenta. Insiste na faxina, e quando a presidenta afirma que a faxina é contra a miséria diz que ela recuou, tentando acuá-la ou seduzi-la.

    Concentra suas baterias em indivíduos, e não lhe importa se há verdade ou não no que afirma. Tanto que, depois que ministros saem, deixa-os de lado, não importa mais saber o que efetivamente ocorreu. O objetivo é político – e sempre que algum ministro saía, dizia que ele fazia parte da herança maldita do ex-presidente Lula. Dilma desmontou tudo isso na abertura do 4º Congresso do PT, ao dizer-se parte íntima e dirigente do governo Lula, como é óbvio, embora o óbvio nem sempre interesse à velha mídia.

    Quando se diz que o objetivo é político, assusta. Afinal, jornalismo não deveria ter objetivos políticos, segundo alguns manuais. Mas tem. Na campanha eleitoral, a então presidente da Associação Nacional de Jornais, Judith Brito, afirmou que era a imprensa que devia indicar os caminhos à oposição. Declarou-se como partido político. É assim que atua uma parte substancial de nossa mídia, a mesma que contribuiu para a tentativa de golpe contra Vargas, participou das articulações do golpe de 1964, foi conivente com a ditadura, apoiou Collor, sustentou os tucanos no poder. A mídia no Brasil tem lado, tem projeto político. E esse jornalismo de campanha que faz não é inocente, não integra nenhum ideal a favor de uma sociedade transparente.

    A campanha em andamento tem outra característica central: a corrupção parece ter apenas um lado – os corruptos. Não aparecem os corruptores. É uma campanha que parece almejar uma sociedade de virtuosos. O aparelho de Estado deveria ser o ambiente da virtude, e tudo estaria resolvido. Além disso, a campanha quer valorizar a capacidade técnica, e eliminar a política, como se isso fosse possível. Tudo que vem da política é criminoso, quase pecaminoso. As nomeações dos cargos em comissão são transformadas em crimes. É como se as pessoas porventura nomeadas, em princípio, fossem suspeitas e não tivessem, necessariamente, nenhuma capacidade técnica. É como se a técnica, então, devesse governar, sem a intromissão da política.
     
    E a mídia arrumou uma pobre simbologia para secundar o termo faxina, a vassoura. Havia um quê de udenista, do mais atrasado moralismo, uma lembrança melancólica do janismo naquela imagem exposta sobre as areias de Copacabana, pretendendo simbolizar os 513 deputados. Trata-se de demonizar a política. Parlamentares são os culpados pela corrupção, é o veredito. Claro que a absolvição de Jaqueline Roriz, para falar de um acontecimento recente, é um triste episódio, mas satanizar a política é sempre um flerte com o autoritarismo, que, felizmente, não tem condições de retornar.
     
    Curioso que essa campanha seja ecoada por figuras cujo histórico não revela nenhum compromisso com a lisura da coisa pública. Há alguns que guardam profundo parentesco com oligarquias historicamente corruptas, e acostumadas a repelir quaisquer tentativas de transparência na vida pública. Temos de separar as coisas. A atitude sincera de parte de nossa população, que clama corretamente por uma cada vez maior lisura no trato do dinheiro público, tem nosso mais entusiasmado apoio – do meu partido, o PT, e do governo Dilma, como teve dos governos Lula.

    Outra coisa é o samba de uma nota só da oposição, que revela, de um lado, sua vocação udenista tardia e, de outro, sua impressionante indigência política, uma incapacidade de pensar o Brasil, de apresentar um projeto alternativo ao país. A oposição não consegue pensar em outra coisa senão na corrupção, e ao falar remete-se a números e informações que o governo disponibiliza porque não esconde nada, apura tudo, e combate cotidianamente a corrupção.
     
    Temos um projeto político para a Nação, e o executamos com rigor e firmeza. Estamos mudando o Brasil e as condições de vida para muito melhor. Os objetivos de nosso projeto são distribuir renda, promover a justiça social, crescer economicamente para superar as profundas desigualdades. A ética da política é concentrada no cumprimento dessas tarefas. E, ao mesmo tempo, como obrigação essencial, desenvolvemos um sistemático combate à corrupção.

    O fenômeno da corrupção

    O fenômeno da corrupção não é um problema apenas brasileiro. Afeta todos os países e, indistintamente, entidades públicas e privadas, comprometendo as políticas públicas e o desenvolvimento econômico e social, em todas as nações.

    Por isso, o debate sobre se prevenir contra a corrupção e combatê-la tem-se ampliado, mobilizando, nos últimos anos, governos e sociedades pelo mundo afora. Exemplos disso são os acordos e tratados internacionais cujo objetivo é enfrentar esse mal. E o Brasil é signatário de três dessas convenções: a da Organização das Nações Unidas (ONU), a da Organização dos Estados Americanos (OEA) e a da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

    Mais que em quaisquer outros governos anteriores, o governo Lula combateu, e a presidenta Dilma vem combatendo, cotidianamente a corrupção no país, com coragem e determinação, promovendo o controle do uso dos recursos públicos, a integridade institucional e a ética na administração. Destaco, de modo especial, o trabalho sério desenvolvido pela Controladoria-Geral da União, órgão central do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal, que se expandiu, se consolidou sob o governo Lula.

    A corrupção na política e na administração pública no Brasil sempre existiu. O elemento novo é que agora está sendo investigada (e revelada) de modo sistemático e eficaz. Por essa razão, há uma maior percepção do problema pela sociedade. Isso é essencial entender para combater a campanha midiática, que às vezes faz crer que a corrupção surgiu ontem e, sob o pretexto do jornalismo, não quer fazer outra coisa senão combater o governo.  

    Aumento do combate à corrupção

    O povo brasileiro já percebe hoje que, nos últimos oito anos e meio, o que tem aumentado é o combate à corrupção, e não ela própria. E isso ocorre por força das inúmeras ações de fiscalização, investigação e enfrentamento da corrupção, que tiveram início no governo Lula e prosseguem agora com Dilma, suscitando seu debate público em níveis sem precedentes.
     
    Desde 2003, o governo Lula adotou a decisão política de investir no fortalecimento dos órgãos de controle e de investigação, tais como CGU, Polícia Federal e Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Concretamente, traduziu-se no incremento substancial do número de policiais e auditores, na recomposição salarial dessas categorias, no reequipamento desses órgãos e, mais importante, em sua absoluta independência de atuação.

    Tomou também a decisão política de abrir as portas e as informações do Poder Executivo ao amplo escrutínio do Ministério Público, de modo a que este pudesse melhor cumprir sua função constitucional, bem ao contrário do que ocorria antes. Lembro aqui o procedimento do procurador-geral à época de FHC, que ficou conhecido como engavetador-geral da República. E permaneceu oito anos no cargo. Com Lula e Dilma, os procuradores-gerais foram, sempre, os indicados pelo voto da categoria e deram todas as mostras de sua total autonomia, como o país testemunha.

    A imprensa jamais teve tamanha liberdade de acesso às informações sobre as investigações e sobre a execução dos gastos públicos, em decorrência do aumento cada vez maior da transparência. Assistindo a uma reportagem sobre a presença da presidenta Dilma na ONU, vi uma jornalista da Rede Globo admitir que, de fato, a transparência no governo hoje é muito grande, e todo mundo sabe que isso vem desde o governo Lula. Só que uma declaração dessas aparece assim, de raspão, e não como notícia de que, sob os nossos governos, a corrupção tem outro tratamento, rigoroso, e a transparência das contas públicas nunca tão foi evidente.

    E houve uma radical mudança nos organismos de controle do Estado, que passaram a atuar de forma integrada e articulada, embora cada um no seu papel: CGU, PF, Ministério Público, Tribunal de Contas da União, Coaf, Receita Federal, entre outros.

    É claro que as instituições não se transformam nem se purificam da noite para o dia. As velhas práticas não são erradicadas apenas pela vontade de mudar. Trata-se de um processo. O importante é que foi no governo Lula que se deu início à transformação e ela está em marcha.

    Os dois mandatos do presidente Lula e o da presidenta Dilma têm o que mostrar quando se trata de medidas de repressão à corrupção. Até julho último, já perderam o cargo efetivo 3.297 servidores federais, perto de 300 deles dirigentes e superintendentes de estatais, secretários e subsecretários de ministérios, altos assessores, procuradores e fiscais da Receita, gerentes e coordenadores de setores da administração. As expulsões ocorrem, sempre, após instauração de processo administrativo, na forma da lei, antecedido do devido contraditório e ampla defesa.

    Para viabilizar toda essa ação, o governo criou, inicialmente, o Sistema de Corregedoria da Administração Federal, com uma corregedoria em cada ministério e a coordenação central na CGU. A seguir, lançou o Programa de Capacitação em Processo Disciplinar, que já alcançou mais de mil servidores nos diversos órgãos, no país inteiro, de modo a que os gestores não deixem de instaurar os processos que se recomendam sob a alegação de falta de pessoal qualificado, como se fazia no passado. O governo não fica à espera da punição judicial, cuja morosidade é conhecida. Aplica as sanções legais, amparado sempre na lei, e contribui para a reversão da impunidade.

    Implantou também o mecanismo das sindicâncias patrimoniais, para a verificação de enriquecimento ilícito por parte de agentes públicos. Das centenas de investigações, mais de uma centena de sindicâncias patrimoniais já foram instauradas de 2005 para cá.

    O governo não se preocupou apenas com as infrações dos agentes públicos. A corrupção envolve, no mínimo, um corrupto e um corruptor, e é preciso agir nos dois lados. A lei, então, passou a ser aplicada também contra as empresas corruptoras. Várias delas – construtoras, fornecedoras de ambulâncias, de equipamentos médicos e de mão de obra – já foram declaradas inidôneas, e com isso proibidas de contratar com a administração pública. E, para evitar que as empresas inidôneas sejam contratadas por outros entes federativos, a CGU criou o Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas, no qual se revelam as punições aplicadas por estados, pelo TCU e por quaisquer outros órgãos que queiram integrar-se ao cadastro.

    Tem havido, ainda, o que o governo chama de articulação para a efetividade. A CGU e a PF atuam juntas em operações especiais. De 2004 até agosto último, a PF realizou mais de 1.500 operações, como Gafanhoto, Mamoré, Guabiru, Confraria, Campus Limpo, Sanguessuga, Vampiros, Navalha. Foram presas quase 17 mil pessoas, entre as quais, além de empresários, mais de 2 mil agentes públicos dos mais variados níveis hierárquicos – juízes, parlamentares, procuradores, policiais, entre outros.

    Buscando sempre a articulação com os demais órgãos de defesa e controle do Estado, a CGU instituiu o procedimento de envio sistemático dos resultados de suas auditorias e dos seus processos disciplinares ao MP para adoção de medidas judiciais. A CGU também se articula intensa e crescentemente com a Advocacia-Geral da União (AGU), apresentando resultados positivos. Prova disso são as centenas de ações de improbidade ajuizadas anualmente pela AGU com fundamento nos trabalhos da CGU.

    Da mesma forma, com o Tribunal de Contas da União. Além da articulação formal, que decorre das normas constitucionais, avançou-se muito – respeitadas as diferenças da função e do papel de cada um – para o compartilhamento de informações, o intercâmbio de conhecimento técnico e a integração de sistemas.
    De 2003 para cá, mais de 12 mil Tomadas de Contas Especiais (TCE) foram instauradas pelos ministérios e entidades federais, examinadas pela CGU e encaminhadas ao TCU, envolvendo o retorno potencial da ordem de R$ 6,8 bilhões aos cofres públicos. A TCE é um instrumento de que dispõe a administração pública para ressarcir-se de prejuízos que lhe forem causados. Objetiva, especificamente, quantificar os prejuízos e identificar os responsáveis, para efeito de ressarcimento.

    Nunca antes na história desse país houve colaboração e parceria entre os órgãos do Executivo e o Ministério Público, nunca a PF havia prendido tantas pessoas envolvidas em corrupção. Em governos anteriores, nunca tantos servidores e dirigentes públicos acusados de irregularidades responderam a processos administrativos que resultassem na demissão dos cargos efetivos. Não havia programas de capacitação para levar os inquéritos à frente e aplicar as punições, e muito menos sindicâncias que investigassem o crescimento do patrimônio de agentes públicos incompatível com a renda.

    Prevenção, transparência e participação cidadã

    Além das medidas repressivas, os governos Lula e Dilma investiram em políticas públicas de transparência e prevenção da corrupção. No mundo inteiro se reconhece que as ações repressivas, sozinhas, não são capazes de resolver o problema. Na área da prevenção, o Brasil tem avançado de modo inédito em todas as linhas recomendadas nas convenções de que é signatário.

    Partindo de uma situação de visível atraso nesse campo, já que em 2003 a transparência por aqui era praticamente nenhuma, o Brasil se transformou, nesse período, em referência internacional, em modelo que vem sendo copiado por outros países.

    A CGU lançou, em 2004, o Portal da Transparência1, que é dos mais completos sites existentes no mundo em seu gênero. O objetivo é dar visibilidade, na internet, às despesas do governo, com todos os detalhes de cada programa, de cada verba e de cada beneficiário, acessível a qualquer cidadão, sem necessidade de senha nem cadastro. E, mais importante ainda, em linguagem cidadã, isto é, inteligível pelo cidadão comum. A medida foi posta em prática quando a CGU era dirigida por Waldir Pires, exemplo de homem público comprometido com as melhores causas do povo brasileiro, e continua até hoje, sob a direção do ministro Jorge Hage.
     
    Esse importante instrumento de controle social abriga cerca de 1,2 milhão de unidades de informações, envolvendo a aplicação de recursos orçamentários superiores a R$ 8,5 trilhões, no período de 2004 a 2009. E, do ano passado para cá, as despesas do governo são lançadas diariamente no portal. Assim, tudo, absolutamente tudo o que se empenhou ou liquidou hoje estará exposto no portal amanhã. Nunca antes na história do mundo aconteceu algo semelhante.
     
    A iniciativa tem sido motivo de sucessivos convites ao Brasil para apresentá-la em países os mais diversos e em eventos da ONU e da OCDE, ocorridos desde Nova York até Astana, no Cazaquistão, passando por Lima, Viena, Bruxelas, Doha, entre outras capitais. O portal já recebeu diversas premiações – da ONU, por exemplo, como uma das cinco melhores práticas de prevenção e combate à corrupção ao redor do mundo. O Brasil, sob os governos de Lula e Dilma, reiteremos, constitui exemplo para o mundo quando se trata de transparência da coisa pública e combate à corrupção.

    No âmbito interno, a experiência da CGU vem sendo disseminada em vários estados. Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul2 já contam com seus portais de transparência, nos moldes do federal. Cito ainda, como exemplo notável, o município de Vitória da Conquista, terceira maior cidade da Bahia, onde o prefeito Guilherme Menezes (PT) instituiu a Secretaria da Transparência, também nos moldes da CGU.

    Embora ainda haja muito a fazer, a situação de hoje é absurdamente diferente do que era há menos de uma década. Na Bahia, há poucos anos, nem sequer os representantes do povo, na Assembleia Legislativa, tinham direito à senha do Tesouro, para acompanhar os gastos públicos estaduais. A Bahia era então comandada por uma oligarquia que abominava a transparência na coisa pública. Lembro-me das lutas de que participava, como militante ou parlamentar, contra a corrupção da oligarquia baiana e pela abertura das contas. E a família oligárquica fazia ouvidos de mercador. Hoje, sob o governo Wagner, qualquer cidadão tem o direito de acessar as contas públicas.

    Nosso governo disponibilizou dois portais, hospedados no Portal da Transparência, com dados e informações sobre a Copa do Mundo de 20143 e os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 20164. A sociedade pode acompanhar as ações do governo federal para a realização desses eventos.

    Em 2004, o governo criou, na CGU, o Conselho de Transparência Pública e Combate à Corrupção, que visa trazer a sociedade civil para, junto com órgãos públicos, discutir e sugerir o aperfeiçoamento do sistema. O conselho tem vinte integrantes e é composto paritariamente por representantes do governo e de entidades da sociedade civil, entre as quais a OAB, a ABI, a ONG Transparência Brasil e entidades das classes produtoras e dos trabalhadores.

    Em parceria com a Secretaria-Geral da Presidência, a CGU prepara a 1ª Conferência Nacional sobre Transparência e Controle Social, a se realizar em maio do próximo ano, para intensificar ainda mais a transparência pública e estimular a participação da sociedade. É uma experiência inédita, acompanhando uma política geral de fortalecimento da participação direta do nosso povo na vida pública.
     
    O governo compreende que a transparência não é um fim em si mesmo. Deve ser utilizada pela população para o efetivo acompanhamento da gestão pública, e é preciso que a sociedade seja estimulada a assumir esse papel. E, como muitas vezes as pessoas não sabem por onde começar, a CGU criou o Programa Olho Vivo no Dinheiro Público5, que oferece oportunidade para o cidadão aprender como acompanhar a aplicação desse dinheiro. Inclui a realização de seminários em municípios-sede de microrregiões, com distribuição de cartilhas para conscientização e orientação de lideranças locais na fiscalização da administração pública.

    Mais de 30 mil cidadãos, entre professores e estudantes da rede pública, lideranças comunitárias, agentes públicos municipais e integrantes de conselhos municipais já participaram de encontros presenciais e cursos a distância em 1.200 municípios. Dois milhões de exemplares da cartilha Olho Vivo já foram distribuídos. O programa foi contemplado com o Prêmio Educare (Prêmio Nacional de Excelência na Educação), edição 2007.

    A CGU tem investido fortemente também na educação de crianças e jovens para a ética e cidadania, visando contribuir para a formação de uma consciência cidadã. Entre as ações desenvolvidas estão O Concurso de Desenho e Redação, criado em 2007 e realizado anualmente; o Portalzinho Criança Cidadã, com jogos, histórias em quadrinhos com mensagens sobre ética e cidadania; e o Projeto Um por todos e todos por um! Pela Ética e Cidadania, criado em parceria com o Instituto Maurício de Sousa. O projeto conta, assim, com a ajuda especial da Turma da Mônica para desenvolver nas crianças conceitos e valores fundamentais para a formação de uma cultura ética. Os projetos da CGU voltados à promoção da ética e da cidadania para juventude já mobilizaram cerca de 800 mil crianças e jovens, 24.500 mil professores e 5.500 escolas.

    Esforços legais

    Além disso, o Decreto nº 6.170, de julho de 2007, elaborado pelo Ministério do Planejamento e pela CGU, deu nova regulamentação às transferências de recursos federais para estados, municípios e entidades privadas sem fins lucrativos (ONGs). Implicou na criação do Portal dos Convênios, gerido por um comitê integrado por CGU, Ministério do Planejamento e Secretaria do Tesouro Nacional e que, embora ainda passe por aprimoramentos, em razão de sua amplitude e complexidade, vai possibilitar mecanismos modernos de acompanhamento pela sociedade, pelos parlamentares e pela mídia.

    Seguindo as convenções internacionais contra a corrupção, o governo enviou ao Congresso, em 2006, projeto de lei (PL) sobre conflitos de interesse, que altera regras existentes, amplia os cargos abrangidos e modifica as penalidades e a política de remuneração para ex-ocupantes de cargos públicos. Aumenta, por exemplo, a chamada “quarentena” de quatro meses para um ano, a contar da data da exoneração ou aposentadoria. Durante esse período, os ex-ocupantes de cargos, especialmente os que trabalharam com informações estratégicas para o mercado, ficam impedidos de prestar qualquer tipo de serviço a pessoa física ou jurídica com quem tenham estabelecido relacionamento em razão de suas atribuições.
     
    Também tramita no Legislativo, desde 2005, outro PL enviado pelo governo, que resgata compromisso assumido na Convenção Interamericana contra a Corrupção, em 1996. Torna crime, no Código Penal, o enriquecimento de qualquer agente público que não possa ser explicado com os rendimentos declarados.

    Em maio de 2009, encaminhou ainda um PL que trata do acesso à informação, uma antiga reivindicação de entidades da sociedade civil brasileira, além de constituir recomendação das convenções internacionais. Aprimorado e aprovado na Câmara, onde se derrubou o “sigilo eterno” sobre determinados documentos, encontra-se, no momento em que escrevo este texto, em discussão no Senado.

    No final de 2009, durante comemoração do Dia Internacional contra a Corrupção, o então presidente Lula enviou ao Congresso um PL que torna mais rigorosas as punições por crimes de corrupção quando praticados por autoridades dos primeiros escalões dos três Poderes da República, nos três níveis da administração pública: federal, estadual e municipal.

    Nessa mesma linha, a CGU e o Ministério da Justiça elaboraram e o então presidente Lula encaminhou ao Congresso, em janeiro de 2010, um PL sobre Responsabilidade Civil e Administrativa de Pessoa Jurídica, que propõe novas formas de punição para empresas envolvidas em corrupção, como fraude em licitações, pagamento de propina a servidor público ou maquiagem de serviços e produtos fornecidos ao governo. Prevê, por exemplo, multa (de 1% a 30% do faturamento bruto), impedimento de receber benefícios fiscais, fechamento temporário ou mesmo extinção, dependendo da gravidade do ilícito praticado. Com isso, o combate à corrupção alcança corruptos e corruptores.

    O grau de transparência dos gastos públicos era quase zero até 2002. Não havia nenhuma iniciativa do governo para estimular o controle social. Tampouco preocupação em dar cumprimento às convenções internacionais contra a corrupção ou em se somar ao esforço mundial de enfrentamento desse mal em todas as suas vertentes. Tudo mudou, como se vê, sob os governos do presidente Lula e, agora, da presidenta Dilma. O Legislativo tem a oportunidade, face a tantos projetos na Câmara e no Senado, de dar sua contribuição no combate à corrupção.

    Inovações no controle interno

    A CGU estabeleceu o Programa de Fiscalização por Sorteios, em 2003, medida extremamente inovadora de fiscalização dos recursos federais repassados aos municípios para execução de ações locais, em educação, saúde, assistência social, habitação, entre outros setores. De modo a garantir absoluta isenção e impessoalidade na escolha da amostra a ser fiscalizada a cada vez, optou-se por um inédito sistema de sorteios públicos, feitos abertamente no auditório da Caixa Econômica Federal, usando a mesma estrutura das loterias e outros sorteios conhecidos da população. O programa já permitiu a verificação in loco da aplicação dos recursos federais, cerca de R$ 16 bilhões, em mais de 1,8 mil municípios, descobrindo e revelando uma variada tipologia de desvios.

    De forma também inédita, a CGU estabeleceu as auditorias investigativas e operações especiais, passando a atuar tanto em ações individuais de sua auditoria como em parceria com a PF. Entre as de caráter investigativo da CGU, merecem destaque, por sua amplitude sem precedentes, as que foram feitas na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, em 2005; em Furnas S.A., em 2006; na Infraero, em 2007; no governo do Distrito Federal, no final de 2009. E agora, a partir de denúncias feitas pela mídia, nos Ministérios dos Transportes, da Agricultura e do Turismo.

    Todo esse trabalho, desenvolvido nas mais diversas frentes, permite afirmar, hoje, que o governo brasileiro não se encontra mais nem na acomodação da tolerância, nem na mera lamentação dos males causados pela corrupção. Esses esforços já são reconhecidos internacionalmente por autoridades públicas e especialistas que se dedicam ao enfrentamento do problema.

    A segurança de que o Brasil está no caminho certo nos é também assegurada pelo órgão especializado da ONU, o UNODC, com o qual a CGU mantém acordo de cooperação técnica. O professor Stuart Gilman, uma das maiores autoridades do mundo no tema anticorrupção, tem afirmado repetidas vezes, de público, que considera a CGU centro de excelência e referência para outros países.

    Não por acaso o Brasil foi classificado em oitavo lugar em um ranking de 85 países que tiveram o grau de transparência do orçamento público analisado pelo International Budget Partnership (IBP), uma ONG com sede em Washington. Nesse ranking, somos o país mais bem posicionado da América Latina.

    Mas o mais importante reconhecimento é o do povo, do cidadão comum. É aquele que foi captado por pesquisa nacional realizada em meados de 2009 pela UFMG, com o Instituto Vox Populi. Os resultados revelaram que 75% dos brasileiros sabem que nos últimos cinco anos, no governo federal, “o que cresceu não foi a corrupção, mas sim a apuração dos casos de corrupção, que antes ficavam escondidos”.

    Todo esse progresso, todos esses inegáveis avanços não autorizam, no entanto, que nos demos por satisfeitos. A guerra contra a corrupção não tem fim nem permite tréguas. É uma guerra permanente, cotidiana.

    Muitos são ainda os desafios a ser enfrentados para que o país possa avançar como um todo, de forma mais homogênea, na luta anticorrupção. Com a grande autonomia de cada um dos entes da federação, o muito que vem sendo feito na esfera federal precisa encontrar eco nos estados e municípios.

    Ninguém desconhece também que as causas mais profundas da corrupção têm raízes em questões mais amplas, como o financiamento privado de campanhas e de partidos, o sistema eleitoral, os meandros da elaboração do orçamento público, a urgente necessidade de reforma radical da burocracia estatal e das leis processuais penais, que são, hoje, a principal garantia de impunidade e grandes obstáculos no combate à corrupção.

    Mas sabemos, igualmente, que tais reformas exigem um nível de consenso entre as forças políticas nacionais que nosso país ainda não alcançou. E, quem sabe, reclame uma intensa pressão popular para que venham a ocorrer.

    Então, a pergunta é: enquanto não se atinge esse consenso, não há o que fazer? Claro que há. E foi nos limites dessas condições institucionais e políticas que os governos Lula, e agora o governo Dilma, conseguiram fazer tudo o que foi aqui assinalado.

    Com essa diretriz, o Brasil está implantando todo o elenco de medidas preventivas recomendadas internacionalmente e, ao mesmo tempo, reforçando a repressão e a punição exemplares. Tudo isso mostra, também, a importância da continuidade desse esforço. Não pode haver retrocesso nem recuo nessa caminhada, que sabemos longa e difícil. E essa luta vai continuar.

    Emiliano José é jornalista, escritor, deputado federal (PT-BA)

     

  25. O Próximo dia

    Parabéns,

    Aqui realmente temos as análise do nosso Brasil. Já faz um bom tempo que acompanho as opiniões de diversos profissionais de várias áreas e em síntese não temos uma saída promissora.

    Cito uma que foi muito comentada do Sr. Jânio de Freitas do Jornal Folha de São Paulo “a economia brasileira a longo prazo podemos recuperá-la, mas a perda social jamais”. Então está claro que os golpistas não estão preocupados com o Brasil com o povo brasileiro, e o pior que não aceitam argumentos o diálogo, é sim ditadura, infelizmente. É triste quando você é simplesmente mais um sem voz entre milhões que não aceita a imposição e não tem como não aceitá-la. Esse momento perverso perdemos os nossos direitos de cidadania, e, somos apenas números.

  26. O golpismo faz parte do DNA

    O golpismo faz parte do DNA do brasileiro, ele é catequisado desde criancinha pela mídia a menosprezar formas democráticas de convivência, assim matar bandido, derrubar governos de esquerda, estuprar mulher que veste minissaia… é tido como absolutamente normal.

    O Brasil, hoje, exposto à luz do sol, quem viu a abertura das olímpidas pode constatar o profundo desprezo dos representantes de países civilizados pelo golpista Michel Temmer, é um país que desceu ao quarto mundo ao lado de países como Burkina Faso onde toda a semana tem um golpe de estado.

    Isso não é obra de instituições mas dos homens que as compõe, figuras como Rodrigo Janot, Gilmar Mendes, famílias Marinho, Frias, Skaf, Aécio Neves…. arruinariam a própria democracia escandinava ou britânica.

  27. O Golpe e o paradigma da mulher estuprada

    Me irritam essas análises rasas que colocam em Dilma a culpa do estado de exceção em que o país se encontra hoje, em função do que ela fez e/ou deixou de fazer. Na mentalidade fascista e hominazi, a mulher que sofre o estupro é sempre a culpada, e não vítima, porque seu comportamento ou modo de se vestir despertaram a libido do estuprador. É o paradigma da mulher estuprada.

    Acontece o mesmo com Dilma Rousseff. Para os estúpidos e mal-intencionados, inclusive para certas toupeiras da esquerda, os erros do governo Dilma despertaram a libido de Cunha e JR Marinho, Gilmar Mendes e Sérgio Moro. Daí o Golpe de Estado.

    Por isso, concordo com o Nassif: “Se alguém afirmar que o governo Dilma foi dos mais desastrosos da história, não vou discutir. Mas um sistema institucional robusto teria que dispor de instrumentos para passar incólume pelo desafio Dilma, permitir ajustes sem abrir espaço para aventuras golpistas.”

    Há evidente desproporção nas justificativas do Golpe. Um governante ruim numa democracia saudável vai sofrer oposição pesada, mas JAMAIS será apeado do cargo, obtido por mandato popular. Nos EUA, Gerald Ford foi um presidente inútil, mas não foi deposto em nome do mercado. Bush foi reeleito numa eleição fraudada, cometeu erros homéricos e ainda assim governou até o fim. No Brasil, a burguesia destruiu a democracia.

    Golpe é crime de lesa pátria, conspiração contra a Segurança Nacional. Golpistas e criminosos são os 367 deputados e 59 senadores que votaram pela deposição de Dilma. Golpistas e criminosos são os 12 ministros do STF que, covardes e omissos, deixaram o Golpe avançar. Golpistas e criminosos são os donos de mídia, as castas do Poder Judiciário, a OAB e as Associações Empresariais que apoiam o Golpe porque é melhor alguma estabilidade com Temer que nenhuma com Dilma. Democracia é mais importante que Economia, estúpidos! Golpista e criminoso é JR Marinho, que dividiu o país em ricos e pobres, pretos e brancos, nordestinos e sudestinos, só para ficar mais rico.

    Dilma errou, mas não cometeu nenhum crime. Os golpistas, sim. Por isso a preocupação generalizada da imprensa e observadores estrangeiros, como Glenn Greenwald, Bernie Sanders e Mark Weisbrot (*). Aliás, os principais jornais e revistas do mundo dão o nome correto ao que se passa por aqui: Golpe.

    Errar faz parte do jogo político, mas um Golpe de Estado, seja ele Militar ou Judicial, como é o caso deste, não tem justificativa no ambiente democrático e republicano. É um crime que sempre resulta em ditadura.

    (*) Reunião de Kerry com ministro interino brasileiro revela apoio ao governo ilegítimo. Por Mark Weisbrot, no The Hill, em 09/08/2016. Publicado no Viomundo: http://goo.gl/r6mjXg

  28. Só um breve gancho no que

    Só um breve gancho no que tange ao sistema de escolha por lista tríplice do MP que certamente favorece é incentiva a formação as maçonarias nas entranhas do órgão e, conseguentemente, o faz, cada vez mais, afastar-se do interesse público em favor de pressões de grupos da própria corporação e de interesses privados. Não havendo a possibilidade de indicação da corporação, o Nassif pondera:

    “Por outro lado, sem o mecanismo da eleição direta para a lista tríplice, corre-se o risco de se voltar ao tempo do Ministério Público engavetador.”

    A essa ponderação cabe analisar que, por incrível que pareça, a opção pelo risco do surgimento do engavetador estaria muito mais revestida de legitimidade e seria menos perversa do que a doença decorrente em consequencia da contaminação política partidária do Ministério Público. Pelo simples fato de que a autoridade que nomeia tem poderes delegados legitimamente concedidos pelo voto popular. Se o mandatário eleito designou um engavetador e, ainda assim, não foi condenado pelo eleitor é porque nesse ato teve o apoio da opinião publicada da GLOBO. Mas, mesmo assim, teve legitimidade par fazê-lo e implantou o programa de governo eleito em benefício da população (dos isteites!).

    A outra vertente, a corrupção decorrente da supremacia das maçonarias é mais deletéria e gera essa esculhambação onde um bando de aventureiros concurseiros passam a fazer política sem terem sido eleitos para isso.

     

     

     

     

     

     

     

  29. reflexão

    O que se tem que estudar e compreender é como a elite brasileira pensa e age. A midia hegemônica faz parte dessa elite, mas é dependente dos anuncios e publicidade. A midia nesse golpe agiu então como apoio dos empresários e da elite economica. 

    As duvidas que me cercam são como a Odebrech e todas as empreiteiras se deixaram levar para a fundo do posso, quando Daniel Dantas em situação semelhante destruiu juizes, politiciais federais, jornalistas e etc? Saiu limpo de tudo isso, e seu nome nunca é tocado. Essas empreendeiras tem poder financeiro para agir com mais força que ele, e não fizeram. Por quê?

    Os políticos não agiram sozinhos, pois são depentendes do financiamento de capanha. Esses financiadores deixaram que o caos se instalassem até que os atingissem. 

    A mídia hegemônica é comprada, vide o tempo atual, a crise economia sumiu dos noticiarios, ninguem mais acusa ninguém, tudo esta lindo. Por que teve “não vai ter olimpiada”. A mídia explica…

     

  30. A quem critica a centralidade

    A quem critica a centralidade da Dilma em seu governo, basta dar uma OLHADA nas figuras que estão ai e que até bem pouco tempo integravam o NÚCLEO CENTRAL de seu governo, eram peças chave no congresso, em ministérios além de um vice-presidente!

    Com tanto nó cego junto VOCÊ TEM QUE SER CENTRALIZADOR por que senão, com responsável pela NAÇÃO, você é doido…

    Ou Temer RADICALIZA como marionete do cunha e passa COMPRAR TODA MÍDIA E AGRADAR SEUS GRANDES APOIADORES PRIVATIZANDO TUDO, ou não chega na proxima esquina e ainda acaba PRESO!

    Por que ninguem vai ter piedade dele, ele é um traidor…

  31. de como estamos perdendo a batalha do Brasil

    desde a divulgação das gravações de Sérgio Machado ficou claro que impeachment é uma tentativa de pacto à la Brasil para estancar a sangria da Lava Jato, e que Dilma Roussef sempre foi a pedra no meio do caminho do acordo de salvação nacional das elites.

    com tudo e todos citados nos grampos e delações premiadas, o sistema de poder é mantido refém pelos arquivos da Lava Jato, e dos serviços de inteligência dos EUA e Israel. a coação e a chantagem passam a determinar o movimento das peças no xadrez político.

    a Presidente sob processo de impeachment, a única sobre a qual não pairam acusações sobre enriquecimento pessoal ilícito, é também a única peça a não se encaixar no jogo pelo qual parlamentares, membros do Judiciário e grandes empresários tentam salvar as próprias cabeças, mesmo que às custas do futuro do país.

    neste jogo sujo e pesado, o preço exigido para viabilizar o pacto é a aplicação do programa por 4 vezes derrotado nas urnas. uma plataforma que nunca seria aprovada pela soberana vontade popular.

    o condomínio de gangues patrimonialistas assume o projeto da plutocracia brasileira, e de seus associados internacionais, como um salvo conduto para a maximização do controle de danos dos devastadores efeitos que a operação Lava Jato sobre ele desencadearia.

    após a Crise de 2008, com a deterioração da economia global e o fim do ciclo das commodities, o contrato social sob a gestão do lulismo perde sua viabilidade, por ser incapaz de promover o “ajuste” com a rapidez, abrangência e profundidade exigida pelo Capital.

    chegamos a uma situação limite que por 13 anos a pacificação lulista aspirou ser possível indefinidamente postergar: o acerto de contas entre a plutocracia, a casta política e a burocracia do Judiciário e do MPF contra o Povo e a Nação.

    o objetivo é o desmantelamento completo da Constituição de 1988.

    com a fratura exposta entre o poder instituinte, mais uma vez manifestado nas urnas em 2014, e os poderes constituídos, o país afunda numa grave crise institucional.

    na batalha do Brasil em curso, retrocedemos de uma Democracia mitigada para um regime de Ditadura disfarçada. como numa repetição acelerada do trágico percurso entre o golpe de 1964 e o AI-5, em 1968, estamos velozmente no rumo de mais um brutal regime de completa exceção.

    .

      1. de como estamos perdendo a batalha do Brasil

        boa tarde. minha posição política é transparente: Esquerda. seja como for, entre a posição política de alguém e aquilo que ela escreve, e pratica, muitas vzs não há coincidência. além disto, texto e ações tem valor em si, independente do autor. considere tb que existe outro tipo de abordagem política à Esquerda fora do binômio PTxPSDB, e mesmo além do modelo clássico da Esquerda “radical”. como o PSTU – apenas como exemplo para se referenciar pelo especto partidário atual brasileiro. toda esta Esquerda como a conhecemos faliu. estamos no grau zero. de nada. abraços.

        .

    1. essa sim!

      Ou aquela que com o caso cachoeira-veja e darf-globo falava em mídia técnica?

      Ou aquela outra que o supremo supremo condenava por literatura juridica e tinha verdade por quimeras e o sinistro da justiça só dizia: a lei é dura mais é a lei?

  32. de como estamos perdendo a batalha do Brasil (2)

    como se ainda não fosse suficiente Lula e o PT recorrem juridicamente a ONU e OEA, após 13 anos no governo, quando indicaram 8 dos atuais 11 membros de um STF cujo donatário prossegue sendo Gilmar Mendes;

    como se ainda não bastasse o governador de Minas, anunciado como o grande baluarte de resistência ao golpe, se revelar uma muralha de silêncio e inércia;

    agora o prefeito da maior metrópole do país declara: “Golpe é uma palavra um pouco dura, que lembra a ditadura militar”.

    .

  33. Dilma Roussef não foi a única culpada

    Dilma Roussef não foi a única culpada pelo aconteceu, não é possível culpar uma única pessoa por tudo o que de acontece de ruim no país, assim como não devemos culpar o Lula por tudo o que aconteceu de bom nesse país, seria ingenuidade nossa

    O desgaste maior de seu governo veio do seu próprio partido que se afundou na lama da corrupção e da falta de ministros competentes ou irascíveis para evitar denigri-la 

    Desde o mensalão e o caso daniel Dantas já sabíamos que nunca se poderia confiar na justiça e no seu julgamento, ninguém a avisou?

    Desde que o governo FHC, que fez um ajuste fiscal imoral que resultou na estagnação da economia do país e no enriquecimento de investidores estrangeiros, deixando mlhões de desempregados, a Dilma faz a mesma coisa e ninguém a avisou?

    A imprensa apoiou o golpe de 64 e a ditadura posterior, foi contra as diretas já, elegeu Collor e o derrubou, apoiou FHC mesmo quando o índice de aprovação estava baixíssimo e com o país pegando fogo e sempre criticou o PT, niguém a avisou sobre a imprensa?

    Do PMDB nem se fala, esteve presente em TODOS os governos federais do Brasil desde que foi criado e é o partido mais traíra da história política brasileira, virando situação e oposição da noite para o dia em vários momentos, ninguém a avisou?

    O EUA querendo ferrar com o país e nos transformar no quintal deles (até grampo acharam no telefone da Presidenta), pegar nosso petróleo e ninguém a avisou sobre as manifestações coxinha patrocinadas pela CIA?

    Amadorismo político essa é maior definição do governo Dilma

     

    http://www.cartacapital.com.br/politica/livro-fala-do-papel-de-gilmar-mendes-na-anulacao-da-condenacao-de-daniel-dantas-9455.html

    https://limpinhoecheiroso.com/2015/02/15/datafolha-confirma-fhc-foi-o-pior-presidente-do-brasil-pos-ditadura/

    http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/03/160330_pmdb_historia_ms_ss

    http://www.cartacapital.com.br/politica/a-grande-impressa-apoiou-o-golpe-e-a-ditadura-e-nao-teve-papel-relevante-para-o-fim-do-regime-1979.html

    http://g1.globo.com/politica/noticia/2015/07/lista-revela-29-integrantes-do-governo-dilma-espionados-pelos-eua.html

    http://www.redebrasilatual.com.br/mundo/2016/04/o-201cgoverno-invisivel201d-dos-estados-unidos-e-sua-influencia-no-golpe-em-marcha-no-brasil-8948.html

    http://www.viomundo.com.br/denuncias/irmaos-koch-partido-mais-secreto-do-mundo-torra-r-25-bilhoes-para-ganhar-eleicoes-combater-governos-e-espalhar-as-ideias-de-hayek-e-mises.html

     

  34. Ganhou, pluto-pleibói!

    Ganhou, pluto-pleibói! Ganharam plutosvelhos-tucanos-bicudos! Ganhou janaina-pluta e pluta-midia-familiar-corporativa! Perdemos, pobres-apedeutas e guerreiras-torturadas e todos os sem-dinheiro. Encontrar-nos-emos novamente daqui a 500 anos e talvez as coisas sejam diferentes. Mas para ser diferente no século 24 despreocupemo-nos com o céu do condor e  reconquistemos já a praça que nos foi surripiada pelos zumbis vestidos de  amarelo-padão-fifiano ou de verde-oliva-bolsonaro-ustra. Eles chegaram, não de mansinho, e estávamos dormindo. Temos que começar já a banir do congresso os plutos-evangélicos-estupradores-não-só-da-constituição e as pragas-não-só-de-tiririca que lá encontram fértil terreno! Temos que começar já, 5 séculos passam rápido!

  35. Não há como negar,desta vez o

    Não há como negar,desta vez o editor do blog soltou as amarras,abriu a porta do xadrez,e extirpou o tumor com o uso de bisturi.É que entendia que nos comentários da serie “Xadrez”,havia um certo cuidado para mencionar,ou tratar  o desastroso e terrivel governo Dilma II.Sem a minima articulação politica,sem rumo ou direção,um Ministério composto por politicos sem qualquer compromisso com a governabilidade,mediocres e incompetentes,considerado por muitos como o pior dos poiores,apresentado depois da malfadada Nova Republica.Ademais, provado ficou,traidores e levianos.É do conhecimento até do mundo mineral,que o governo que aí está é uma camarilha,senão uma quadrilha.Disseca o editor do blog em seu artigo,de forma emblemática,o papel das Instituições,inclusive dando os nomes dos principais envolvidos,de como atuaram no assalto ao poder.Coloca de maneira letal o papel da velha mídia,especialmente da atuação da Globo,que literalmente sequestrou todas as Instituições,e por tabela o País.Não desejo alogar-me,pricipalmente no que se refere ao papel da Globo,para não complicar ainda mais o cenario devastador,e de como não deve atuar uma ou um Presidente da Republica no exercicio do poder.

  36. Todos juntos vamos, pra frente Brasil!…

    Olá debatedores, bom dia.

    Hoje não proponho debates, pois já resgatei uma  síntese da proposta.

    A ideia é a união. O poder da União.

    Todos juntos em prol da nação e da pátria amada, cordialmente. O voto é menos importante nessas horas de união nacional integral.

    Por essa razão,  o Brasil  resolveu fazer o seu  5s. 

    Mudando o que precisa ser mudado. Descartando o que precisa ser descartado.

    Enfim, limpando toda a sujeira da corrupção que bloqueou o desenvolvimento social da nação nesses últimos anos.

    Viva o Brasil!

    Falta pouco para que possamos concluir a primeira etapa dessa empreitada.

    Avante!

    A proposta é para nos unirmos em prol da nação, de mãos dadas, cordialmente   harmonizadas,  para que possamos crescer adubar nossas raízes com  o que tem de melhor em nosso sangue de origem (po=puro de origem)

    Nesse sentido, basta de movimentos pendulares radicais. Basta!

    Eis uma proposta  para a apreciação de V.Sas.

    Seria importante a participação de comentaristas de cada classe para formarmos um todo coerente.

    Saudações!

    O Estado Integralista

    Pretendemos realizar o Estado Integralista, livre de todo e qualquer princípio de divisão: partidos políticos; estadualismos em luta pela hegemonia; lutas de classes; facções locais; caudilhismos; economia desorganizada; antagonismos de militares e civis; antagonismos entre milícias estaduais e o Exército; entre o governo e o povo; entre o governo e os intelectuais; entre estes e a massa popular. Pretendemos fazer funcionar os poderes clássicos (Executivo, Legislativo e Judiciário), segundo os impositivos da Nação Organizada, com bases nas suas Classes Produtoras, no Município e na Família. Pretendemos criar a suprema autoridade da Nação. Pretendemos mobilizar todas as capacidades técnicas, todos os cientistas, todos os artistas, todos os profissionais, cada qual agindo na sua esfera, para realizar a grandeza da Nação Brasileira. Pretendemos tomar como base da Grande Nação, o próprio homem da nossa terra, na sua realidade histórica, geográfica, econômica, na sua índole, no seu caráter, nas suas aspirações, estudando-o profundamente, conforme a ciência e a moral. Desse elemento biológico e psicológico, deduziremos as relações sociais, com normas seguras de direito, de pedagogia, de política econômica, de fundamentos jurídicos. Como cúpula desse edifício, realizaremos a idéia suprema, a síntese de nossa civilização: na filosofia, na literatura, nas artes que exprimirão o sentido do nosso espírito nacional e humano. Pretendemos criar, com todos os elementos raciais, segundo os imperativos mesológicos e econômicos, a Nação Brasileira, salvando-a dos erros da civilização capitalista e dos erros da barbárie comunista. Criar numa única expressão o Estado Econômico, o Estado Financeiro, o Estado Representativo e o Estado Cultural. Pretendemos levantar as populações brasileiras, numa união sem precedentes, numa força jamais atingida, numa esperança jamais imaginada. Pretendemos lançar as bases de um sistema educacional para garantia da subsistência da Nação no futuro. Pretendemos insuflar energia aos moços, arrancá-los da descrença, da apatia, do ceticismo, da tristeza em que vivem; ensinar-lhes a lição da coragem, incutindo-lhes a certeza do valor que cada um tem dentro de si, como filho do Brasil e da América. Movimentar as massas populares numa grande afirmação de rejuvenescimento. Sacudir as fibras da Pátria. Erguê-la da sua depressão, do seu desalento, da sua amargura, para que ela caminhe, dando começo à Nova Civilização, que, pela nossa força, pela nossa audácia, pela nossa fé faremos partir do Brasil, incendiar o nosso continente, e influir mesmo no Mundo. Para isso, combateremos os irônicos, os “blasés”, os desiludidos, os descrentes, porque nesta hora juramos não descansar um instante, enquanto não morrermos ou vencermos, porque conosco morrerá ou vencerá uma Pátria.

    Esses são os rumos da nossa marcha!

     

    1. Essa direita nacionalista não

      Essa direita nacionalista não existeno Brasil…. a sua frente é a do EU sozinho…

      No fim das contas, os integralistas aqui acabam apoiand o os entreguistas de sempre… tipo o Jair Bolsonaro.

      A nossa direita é a da entrega do patrimônio público e da privatização, é a do antipatriotismo.

      Na nossa esquerda não há espaço para esse tipo de  fascismo, o que eu acho bom. Infelizmente tem cada vez menos espaço para o socialismo… o negócio é beijo gay, “macaquinhos” e outras performances bizarras, como Egux (trans egua bufalx) e coisas do tipo…

      Esse país é um hospício !!!!

    2. O Estado Integralista

       

      Governo Constitucionalista

      Era Vargas by 

      Rainer Sousa

       on 7 December 201241

      Comments (0)

      Please log in to add your comment.

      Report abuse

      Transcript of Governo Constitucionalista

      Governo Constitucionalista (1934 – 1937) Era Vargas (1930 – 1945) Constituição de 1934 A Intentona Comunista, o Plano Cohen e o Estado Novo Dispositivo legal responsável por reestabelecer a ordem democrática no país. Mesmo contendo algumas características de ordem autoritária, a nova CARTA MAGNA reavivou a rotina político-partidária da nação. ANL – Aliança Nacional Libertadora

      AIB – Ação Integralista Brasileira Surgimento de dois novos importantes partidos políticos A Aliança Nacional Libertadora tem um programa claro e definido. Ela quer o cancelamento das dívidas imperialistas; a liberdade em toda a sua plenitude; o direito do povo manifestar-se livremente; a entrega dos latifúndios ao povo laborioso que os cultiva; a libertação de todas as camadas camponesas da exploração dos tributos feudais pagos pelo aforamento, pelo arrendamento da terra etc., a anulação total das dívidas agrícolas; a defesa da pequena e média propriedade contra a agiotagem, contra qualquer execução hipotecária.

      Diminuindo todos os impostos que pesam sobre a nossa população laboriosa, e com isto, abaixando o custo de vida e desafogando o comércio;

      Aumentando os salários e ordenados de todos os operários, empregados e funcionários;

      Efetivando e ampliando todas as medidas de amparo e assistência social aos trabalhadores;

      Desenvolvendo em enorme escala a instrução, e protegendo realmente a saúde púbica.

      Queremos uma Pátria livre! Queremos o Brasil emancipado da escravidão imperialista! Queremos a libertação social e nacional do povo brasileiro! MANIFESTO DE 1935 DA ANL “Pretendemos realizar o Estado Integralista, livre de todo e qualquer princípio de divisão: partidos políticos; estadualismos em luta pela hegemonia; lutas de classes; facções locais; caudilhismos; economia desorganizada; antagonismos de militares e civis; antagonismos entre milícias estaduais e o Exército; entre o governo e o povo; entre o governo e os intelectuais; entre estes e a massa popular. Pretendemos fazer funcionar os poderes clássicos (Executivo, Legislativo e Judiciário), segundo os impositivos da Nação Organizada”

      “A questão social deve ser resolvida pela cooperação de todos, conforme a justiça e o desejo que cada um nutre de progredir e melhorar. O direito de propriedade é fundamental para nós, considerado no seu caráter natural e pessoal. O capitalismo atenta hoje contra esse direito, baseado como se acha no individualismo desenfreado, assinalador da fisionomia do sistema econômico liberal-democrático. Temos de adotar novos processos reguladores da produção e do comércio, de modo que o governo possa evitar os desequilíbrios nocivos à estabilidade social. O comunismo não é uma solução, porque se baseia nos mesmos princípios fundamentais do capitalismo, com a agravante de reduzir todos os patrões a um só e escravizar o operariado a uma minoria de funcionários cruéis, recrutados todos na burguesia. O comunismo destrói a família para melhor escravizar o operário ao Estado”

      “O cosmopolitismo, isto é, a influencia estrangeira, é um mal de morte para o nosso Nacionalismo. Combatê-lo é o nosso dever. E isso não quer dizer má vontade para com as Nações amigas, para com os filhos de outros países, que aqui também trabalham objetivando o engrandecimento da Nação Brasileira e cujos descendentes estão integrados em nossa própria vida de povo. Referimo-nos aos costumes, que estão enraizados, principalmente em nossa burguesia, embevecida por essa civilização que esta periclitando na Europa e nos estados Unidos. Os nossos lares estão impregnados de estrangeirismos; as nossas palestras, o nosso modo de encarar a vida, não são mais brasileiros. Os brasileiros das cidades não conhecem os pensadores, os escritores, os poetas nacionais. Envergonham-se também do caboclo e do negro de nossa terra. Adquiriram hábitos cosmopolitas.” Manifesto Integralista de 1932 04/1935 – Criação da Lei de Segurança Nacional

      07/1935 – Manifesto da ANL, assinado por Prestes, conclamava a tomada do poder.

      11/1935 – Deflagração da INTENTONA COMUNISTA

      09/1937 – Anúncio do Plano Cohen

      11/1937 – ESTADO NOVO

       

      O Estado Integralista

      Pretendemos realizar o Estado Integralista, livre de todo e qualquer princípio de divisão: partidos políticos; estadualismos em luta pela hegemonia; lutas de classes; facções locais; caudilhismos; economia desorganizada; antagonismos de militares e civis; antagonismos entre milícias estaduais e o Exército; entre o governo e o povo; entre o governo e os intelectuais; entre estes e a massa popular.

      Pretendemos fazer funcionar os poderes clássicos (Executivo, Legislativo e Judiciário), segundo os impositivos da Nação Organizada, com bases nas suas Classes Produtoras, no Município e na Família.

      Pretendemos criar a suprema autoridade da Nação.

      Pretendemos mobilizar todas as capacidades técnicas, todos os cientistas, todos os artistas, todos os profissionais, cada qual agindo na sua esfera, para realizar a grandeza da Nação Brasileira.

      Pretendemos tomar como base da Grande Nação, o próprio homem da nossa terra, na sua realidade histórica, geográfica, econômica, na sua índole, no seu caráter, nas suas aspirações, estudando-o profundamente, conforme a ciência e a moral.

      Desse elemento biológico e psicológico, deduziremos as relações sociais, com normas seguras de direito, de pedagogia, de política econômica, de fundamentos jurídicos.

      Como cúpula desse edifício, realizaremos a idéia suprema, a síntese de nossa civilização: na filosofia, na literatura, nas artes que exprimirão o sentido do nosso espírito nacional e humano.

      Pretendemos criar, com todos os elementos raciais, segundo os imperativos mesológicos e econômicos, a Nação Brasileira, salvando-a dos erros da civilização capitalista e dos erros da barbárie comunista.

      Criar numa única expressão o Estado Econômico, o Estado Financeiro, o Estado Representativo e o Estado Cultural.

      Pretendemos levantar as populações brasileiras, numa união sem precedentes, numa força jamais atingida, numa esperança jamais imaginada. Pretendemos lançar as bases de um sistema educacional para garantia da subsistência da Nação no futuro.

      Pretendemos insuflar energia aos moços, arrancá-los da descrença, da apatia, do ceticismo, da tristeza em que vivem; ensinar-lhes a lição da coragem, incutindo-lhes a certeza do valor que cada um tem dentro de si, como filho do Brasil e da América.

      Movimentar as massas populares numa grande afirmação de rejuvenescimento. Sacudir as fibras da Pátria.

      Erguê-la da sua depressão, do seu desalento, da sua amargura, para que ela caminhe, dando começo à Nova Civilização, que, pela nossa força, pela nossa audácia, pela nossa fé faremos partir do Brasil, incendiar o nosso continente, e influir mesmo no Mundo.

      Para isso, combateremos os irônicos, os “blasés”, os desiludidos, os descrentes, porque nesta hora juramos não descansar um instante, enquanto não morrermos ou vencermos, porque conosco morrerá ou vencerá uma Pátria.

      Esses são os rumos da nossa marcha!

      1. A elite brasileira já foi diferente, burrice têm preço

        A falta de instrução leva a decisões equivocadas. Hoje pagamos o preço do luxo inconsequênte em que viveram os que deveriam se preocupar com o Brasil.

        APÊNDICE HISTÓRICO SOBRE O MANIFESTO DE OUTUBRO (o transcrito na mensagem anterior)

        http://www.integralismo.org.br/?cont=75

        (Sérgio de Vasconcellos)

        Em 24 de Fevereiro de 1932, no Salão Nobre do Jornal “A Razão, na Rua José Bonifácio, em São Paulo, realiza-se uma reunião de intelectuais paulistas, convocada por Plínio Salgado, com a finalidade de criar uma organização, que partindo do estudo da realidade brasileira, estabelecesse uma orientação política segura, face ao caos que se instalara no País, após a Revolução de 30. Compareceram: Ataliba Nogueira, Cândido Motta Filho, Mário Graciotti, José de Almeida Camargo, Alpinolo Lopes Casale, José Maria Machado, Francisco Stela, Gabriel Vendomi de Barros, João Leães Sobrinho, Mário Zaroni, Fernando Callage, Iracy Igayara, Carvalho Pinto, Sebastião Pagano, Arlindo Veiga dos Santos, João de Oliveira Filho, James Alvim, Fausto Campos, Eduardo Rossi, Dutra da Silva e outros. Aprovada a criação da entidade pelos presentes, Plínio Salgado marcou para 12 de Março, a assembléia de fundação. Enquanto este pequeno e seleto grupo tomava uma decisão da
        qual brotaria o maior movimento de massas do Brasil republicano, a Ação Integralista Brasileira, naquele mesmo dia, um gigantesco comício, na Praça da Sé, com perto de 50 mil pessoas, organizado pela Liga Pró-Constituinte, preludiava à Revolução Constitucionalista.
        No dia 12 de Março de 1932, no Salão de Armas do Clube Português, de São Paulo, obtido graças à intervenção de Eurico Guedes de Araújo, ocorre a Assembléia de Fundação da Sociedade de Estudos Políticos – S.E.P. Mais de uma centena de pessoas compareceram: Alfredo Buzaid, Antonio de Toledo Piza, Rui de Arruda, Pimenta de Castro, Ângelo Simões de Arruda, Roland Corbisier Cavalcanti de Albuquerque, Francisco de Almeida Praso, Ernâni da Silva Bruno, Lauro Escorel, Almeida Salles, Rui Ferreira dos Santos, Waldir da Silva Prado, Luis Saia, os irmãos Ignácio e Goffredo da Silva Telles, Azib Buzaide e muitos outros. Plínio Salgado, ex-Deputado Estadual pelo Partido Republicano Paulista, jornalista profissional e romancista consagrado, assume a Presidência e abre a sessão com um discurso, do qual destaco a seguinte passagem:
        “Senhores, por toda a parte ouço a palavra revolução; de todos os lados nos chegam os écos de ingentes reclamos que, em meio à confusão dominante no País desde Outubro de 1930, apelam para o ‘espírito revolucionário’. Na verdade, tudo indica que o Brasil quer renovar-se, quer tomar posse de si mesmo, quer marchar resolutamente na História. Clama-se por justiça social e por uma mais humana distribuição dos bens; exige-se do Estado que intervenha, com poderes mais amplos, tendentes a moderar os excessos do individualismo e a atender aos interesses da coletividade. Neste momento, congrego-vos para estudarmos os problemas nacionais e traçarmos em conseqüência destes estudos, os rumos definitivos de uma política salvadora. No entanto, quero frisar, com a maior veemência, que procede das profundas convicções espiritualistas inspiradoras do meu pensamento e da minha ação, o seguinte: fala-se de revolução, pedem-se revoluções; pois bem: façamos as que forem necessárias à justiça humana e à saúde da Pátria, mas não nos esqueçamos um instante sequer dos intangíveis direitos da pessoa humana. Peço-vos, senhores, que havendo de reformar, de modificar, de revolucionar, tudo façais se assim vos ditar vossa consciência; mas por favor, meus amigos, não toquemos no Homem. O Homem é livre, Deus o fez livre e responsável, e o seu maior tesouro é a sua liberdade, a intangível expressão da sua própria consciência, o caráter que imprime ao que faz e ao que possui, o escudo com que se defende do arbítrio do Estado e da Coletividade e é constituído pelo grupos naturais em que se integra. Assim, repito-vos: não toquemos no Homem e na sua Liberdade”. 

        Em seguida, Plínio Salgado, apresentou os nove princípios básicos que norteariam os estudos e ações da S.E.P., que são:
        “- Somos pela unidade da Nação.
        “- Somos pela expressão de todas as suas forças produtoras no Estado.
        “- Somos pela implantação do princípio da autoridade, desde que ele traduza forças reais e diretas dos agentes da produção material, intelectual e da expressão moral do nosso povo.
        “- Somos pela consulta das tradições históricas e das circunstâncias geográficas, climatéricas e econômicas que distinguem nosso país.
        “- Somos por um programa de coordenação de todas as classes produtoras.
        “- Somos por um ideal de justiça humana, que realize o máximo de aproveitamento dos meios de produção, em benefício de todos, sem atentar contra o princípio da propriedade, ferido tanto pelo socialismo, como pelo democratismo, nas expressões que aquele dá à coletividade e este ao indivíduo.
        “- Somos contrários a toda tirania exercida pelo Estado contra o Indivíduo e as suas projeções morais; somos contra a tirania dos Indivíduos contra a ação do Estado e os superiores interesses da Nação.
        “- Somos contrários a todas as doutrinas que pretendem criar privilégios de raças, de classes, de indivíduos, grupos financeiros ou partidários, mantenedores de oligarquias econômicas ou políticas.
        “- Somos pela afirmação do pensamento político brasileiro baseado nas realidades da terra, nas circunstâncias do mundo contemporâneo, nas superiores finalidades do Homem e no aproveitamento das conquistas científicas e técnicas do nosso século.”
        Tais Princípios Básicos foram aprovados pela unanimidade dos presentes.
        A S.E.P. passa a funcionar regularmente na mencionada Sala de Armas do Clube Português de São Paulo(na Av. São João, esquina com Anhangabaú, hoje, Av. Prestes Maia), que fora emprestada para tal fim, por intermediação de José Maria Machado. Imediatamente, Plínio Salgado cria uma série de comissões e subcomissões de estudos, indicando seus membros de acordo com as vocações pessoais. As comissões reuniam-se diariamente e, duas ou três vezes por semana, realizavam-se sessões plenárias.
        Na Assembléia de 06 de Março de 1932, diante dos excelentes resultados das comissões, Plínio Salgado propõe a criação de uma seção, que teria a finalidade de difundir, em linguagem simples, as novas Idéias, buscando criar uma consciência popular. Eis um trecho da Ata:
        “Expondo em rápidas palavras a grave situação que o país atravessa, o sr. presidente propôs que se organizasse, subordinada e paralela à S.E.P., uma campanha de ação prática, no sentido de se infiltrar em todas as classes sociais o programa político as S.E.P., decorrente de seus princípios fundamentais. Essa campanha seria denominada ‘Ação Integralista Brasileira’. Essa proposta foi unanimemente aprovada.” 
        Mas, Plínio Salgado vai mais longe e propõe a elaboração de um Manifesto, o que também é aprovado, nomeando-se uma comissão para a sua redação, assim constituída: Motta Filho, Almeida Camargo, Ataliba Nogueira e Plínio Salgado, que foi designado Relator. 
        Enquanto a S.E.P. prosseguia no seu 
        trabalho eminentemente construtivo, paralelamente, a insatisfação dos paulistas com o novo regime, 
        aumentava dia a dia. Tudo indicava que Vargas
        pretendia manter o chamado ‘Governo
        Discricionário’, indefinidamente…
        Em 23 de Maio de 1932, a noite, o
        descontentamento popular atingiu o auge, uma 
        multidão dirige-se à sede do Jornal “A Razão”,
        empastelando-o; então, ainda não saciada de
        destruição, a massa dirige-se para a Legião
        Revolucionária de São Paulo, tentando invadir e
        incendiar sua sede, começa uma batalha de rua, 
        tornada mais brutal com a chegada da força 
        pública. Terminado, na madrugada, o conflito, o

        resultado fora, centenas de feridos e quatro estudantes mortos: Mário Martins de Almeida, Euclydes Bueno Miragaia, Dráusio Marcondes de Sousa e Antonio Américo de Camargo Andrade. Das iniciais dos nomes destes quatro jovens sacrificados, formou-se aquela sigla simbólica célebre – MMDC -, que viria a ser utilizada pelos revolucionários paulistas.
        Do incêndio ateado no “A Razão” – que era dirigido por Plínio Salgado -, escaparam, milagrosamente incólumes, uma mesa e uma estante, justamente as que abrigavam os fichários e arquivos da S.E.P. e da Ação Integralista Brasileira. Podendo, assim, Plínio Salgado continuar sua obra de arregimentação das novas inteligências brasileiras.
        Em Junho, a S.E.P. fez duas reuniões. Na primeira, Plínio Salgado leu o anteprojeto do Manifesto, que elaborara, em fins de Maio. Cópias datilografadas foram distribuídas a todos os associados, para que lessem e trouxessem na próxima reunião, suas propostas de melhoria do texto, acréscimos, emendas, etc. Na segundo encontro daquele mês, o Manifesto de Outubro foi aprovado, quase sem modificações. A intenção era lançá-lo imediatamente, mas, Motta Filho e Almeida Camargo, insistiram que a publicação fosse adiada, pois, o momento não era oportuno, a revolução era iminente.
        De fato, em 09 de Julho, inicia-se a Revolução Constitucionalista. Todas as reuniões da S.E.P. foram suspensas. Naquela ocasião, Plínio Salgado, reunido com um pequeno grupo, declarou:
        “Que cada um cumpra o seu dever neste momento em que o Estado de São Paulo se encontra em armas: eu guardarei este documento para, quando terminar este trágico episódio da nossa História, vir com ele, porque talvez seja um instrumento de salvação.”
        Em 03 de Outubro de 1932, terminava a Revolução Paulista. Um grupo – Eurico Guedes de Araújo, Iracy Igayara, Alpinolo Lopes Casale, Antonio de Toledo Piza, Manoel Pinto da Silva, Lauro Pedroso -, que naqueles conturbados dias, freqüentava a casa de Plínio Salgado, findo o conflito, concordara que era a hora de imprimir o Manifesto. Lauro Pedroso, encarregou-se de mandá-lo para a gráfica, mas, não tinha como pagar a impressão… Então, Plínio Salgado. Iracy Igayara, Eurico Guedes da Fontoura e Alpinolo Lopes Casale, quotizaram-se, levantando 200$, e 
        propondo pagar o restante à prestações, a tipografia aceitou e entregou os Manifestos na tarde de 06 de Outubro.
        No dia seguinte, 07 de Outubro de 1932, a tarde e a noite, as escondidas numa sala da Secretaria de Segurança Pública, na mesa de trabalho de Eurico Guedes de Araújo, Plínio Salgado endereçou pessoalmente centenas de envelopes, nos quais o Manifesto seria remetido a todo o País, a distribuição na própria cidade de São Paulo foi feita por membros da S.E.P. Eis a razão pela qual, o documento de fundação do Integralismo, redigido em Maio, aprovado em Junho, veio a chamar-se “Manifesto de Outubro”.

        1. Caro debatedor Weber,
          você

          Caro debatedor Weber,

          você percebeu o meu texto carregado de  ironia, certo?

          Eu agora estou na turma do “quanto pior melhor”. Ora, “olho por olho, dente por dente”….

          Que venham todas as “mudanças” em prol da “nação” . Vamos ver no que vai dar.

          Lamentavelmente, o PT, partido que escolhi com o meu voto,  tem dado sinais de  que dormiu no ponto. Perdeu o “time”.

          Ou esperou demais  ou  não soube agir ou fez um pacto com o demônio ou coisa parecida.  

          Não quis ou não conseguiu mudar o que precisa ser mudado. 

          E o que precisa ser mudado?

          Ora, todas aquelas reformas A, B, C, D, E, F …Z que todo mundo já sabe.

          Agora  pague o preço PT.

          Veremos no que vai dar.

           

          Saudações

           

          1. Exegese

            Saudações Mogisenio,

            Voce perguntou:” você percebeu o meu texto carregado de  ironia, certo?”

            Certo, de que você foi irônico ao perguntar sobre a ironia rsrsrsrs…., certo?

            Por outro lado um governo que não é composto para ser um todo, não é governo, pois Aristóteles já dizia que compor é a arte de achar e representar a diversidade dentro da unidade.

            Já partindo para o debate, não concordo que o PT perdeu “time” , time, esperou de mais, ou não souber como agir.

            O PT, é claro que na minha humilde opinião, não têm nem idéia que tinha que agir e que para isto era necessário saber o que fazer. Numa analogia brutal, é o motorista que avança o sinal vermelho sem nem ter idéia de que existia Sinal ou Tráfego naquele lugar, a batida é a toda e o estrago catastrófico e fatal, na maioria das vêzes.

            Mas não é só o PT que não têm a mais pálida idéia do que está acontecendo, veja na economia, onde os cardeais tipo, Delfim, Belluzo, Bresser e outros menos cotados, como Malan ou o Fraga, nunca mencionaram o Logos Babylonico, assim não têm idéia do que o dinheiro é e agora, com o surgimento do Bitcoin (que tira o sono de onze entre dez banqueiros que conhecem a história) não fazem a mais pálida idéia do que está por vir.

            A burrice impera no PT e seus asseclas, não há como escapar.

            Não podia dar em coisa diferente do caos e da conflagração que se avizinha.

            Quanto aos políticos que estão lá, os batedores de carteira que querem fugir da prisão, não vai ser diferente o final.

            Quanto ao seu apelo pelo debate, sempre fico com a impressão de que os de nomeada não entram por medo de serem ridicularizados, como serão, é obvio.

            Vivemos em tempos interessantes.

          2. Debatedor Weber,
            não fui

            Debatedor Weber,

            não fui irônico ao perguntar. rsrs.

            Bom, acho que você percebeu. 

            Superado esse entendimento inicial sobre a ironia do meu primeiro comentário, gostaria de pontuar o seguinte:

            Aristóteles? Puxa. Esse sem dúvida foi um grande pensador de seu tempo. 

            Mas,o pensamento “grego” antigo (clássico) ; aquele que conforme você assinalou:  composto para ser um todo, não é governo, pois Aristóteles já dizia que compor é a arte de achar e representar a diversidade dentro da unidade, não me parece mais adequado.

            Essa coisa de “todo, unidade da diversidade” , parece-me contrário ao próprio pensamento democrático. 

            Ora, democracia é algo próximo à transformação constante. 

            Se formos pensar bem, a democracia não combina com “unidade”, vez que ela é arriscada, conflituosa, modulante.

            O sistema capitalista, por exemplo,  e no limite, não conseguiria sobreviver na democracia. 

            Isso porque não é possível “garantir” a segurança jurídica que demanda. 

            Mas isso é outro história.

            Voltemos.

            A teoria de sistemas já pode nos oferecer algumas pistas de que esse “todo” , essa “unidade” , representa a “soma” das partes. Logo, os “votos” ( que se dizem “democráticos”) não podem nos mostrar o todo.

            Noutras palavras a “unidade”, o “todo” é maior do que a soma das parte. Gerando ainda entropia negativa, positiva, propriedades de uma sistema aberto( homeostase),etc.

            Mas isso também, além de longa, é uma outra história.

            Quanto ao PT, não creio que   não tinha ou  não tem ideia do que fazer. Claro que sabe.

            Todo mundo sabe. Ninguém , sobretudo no meio político brasileiro, é tão desavisado assim.

            O PT está cheio de gente boa e inteligente. Não tenho dúvidas.

            A questão é saber agir na hora certa. “Driblar” os interesses em conflitos numa democracia.

            Eis o jogo.

            O jogo que é jogado não nos é informado com clareza.

            Os eleitores, isto é, aquele parte unitária que contribui com o voto, não tem, não sabe, ou não consegue perceber a olho nú, as regras dos bastidores desse jogo.

            Os interesses são muitos e  estão em constantes conflitos.

            Vamos a um simples exemplo para ilustrar o que tento dizer:

            A nossa constituição da república prevê o seguinte:

            Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:

            I – plebiscito;

            II – referendo;

            III – iniciativa popular.

             

            Com base nesses fundamentos, indago-lhe:

            Nós, brasileiros natos, capazes, maiores de idade, exercemos nossa soberania popular pelo sufrágio universal?

            Resposta: NÃO!

            Isso porque podemos VOTAR. Mas, para ser votado a coisa muda de figura. 

            Jamais seremos votados se não dispusermos de muito dinheiro no bolso, financiados por outros “eleitores” que atuam em prol da “nação”. kkkkk  francamente. 

            Perceba que uma parte do sufrágio é ainda censitária. 

            E ai daquele que se atreva a mudar isso!

            Para ser presidente da república um eleitor  , certamente, precisa passar por algum crivo “social” e censitário. É o que especulo.

            E o PT sabe disso. 

            Todos sabem disso.

            Só que não sabe é uma boa parte da população que não têm ideia do que é viver num estado democrático de direito.

            Se todos os cidadãos brasileiros tivessem um consciência política devidamente fundamentada nos direitos e deveres previstos no PACTO CONSTITUCIONAL, certamente, esse teatro golpista do impitimam não duraria uma semana.

            O PT não conseguiu vencer a barreira patrimonialista fisiológica do pseudo república brasileira. Tarefa difícil, quase impossível.

            Por essas e por outras,agora,  estou torcendo para o “quanto pior melhor”. 

            Torço para aumentar o desemprego.

            Torço para que o negociado supere o legislado.

            Torço para que o “SUS” seja substituido pelos planos privados.

            Espero que a petrobrás seja vendida. Etc.

            Quem sabe por aí, a gente não consegue , de fato e de direito, “incentivar” o nosso “espírito” nacional?

            Quem sabe?….

            Boa sorte para todos nós.

             

  37. Relembrando Joel.”O corajoso

    Relembrando Joel.”O corajoso jornalista e escritor Luis Nassif situa-se entre a direita de Mino e a esquerda de Janio”.

    1. Nassif esqueceu de dizer que

      Nassif esqueceu de dizer que Dilma esteve durante todo seu governo sob cerco e assédio de órgãos exaustivamente enumerados nesse texto. Como poderia ela libertar-se do cerco e governar? 

      1. Respondo a Edna Baker

        Respondo a Edna Baker 11/08/2016-12:46.Voce coloca o dedo na ferida  e levanta a bola para meu providencial corte.Esse e exatamente o busilis da questao,como gosta o nobre editor.Quem nao sabe sair do cerco de “orgaos exaustivamente enumerados nesse texto”,revela-se um amador ou amadora.Politica,ademais a Brasileira,nao comporta amadores ou amadoras.Nesse caso,torna-se impossivel governar.Politica aqui e em alhures,comporta profissionais.Nao e o caso.

  38. O golpe de morte a Dilma foi

    O golpe de morte a Dilma foi o grampo ilegal que registrou a conversa dela e do Lula. No que foi vazado o grampo ilegal, ficou escancarado que a lei seria quebrada deste que servisse ao seu propósito = o de ao mesmo tempo dar o empurrão que faltava para o fim do governo Dilma e deixar claro que Lula não pode nunca mais ser eleito presidente, nem que isso signifique prendê-lo ( só não fizeram ainda isso porque os fdp temem que isso possa causar alguma revolta do povo e aí vão ter que apelar pra última instância que falta ser usada = as forças armadas) . E revelou como Dilma não consegue entender o terreno em que está. Eu me perguntei como uma presidente da república, sendo perseguida de tudo que é lado, telefona para Lula em um telefone comum, sem um sistema criptográfico – e isso depois do grampo feito pelos EUA. Será que não houve uma só cristão que alertasse Dilma do risco de Lula estar grampeado? É muito amadorismo ou arrogância. 

    1. Continuo admirador dos seus

      Continuo admirador dos seus comentarios.Esse por exemplo:claro,simples,verdadeiro e objetivo.Só continuo curioso em saber,que diabos fez com o “Briguilino”.Forte abraço.

  39. O Xadrez dos movimentos radicais de uma democracia incompleta

    O maior responsável por toda essa lambança é o “POVO”, como podem eleger um partido para o governo e eleger a maioria de deputados e senadores de outro. Foi tudo que as quadrilhas queriam. Sem contar com as urnas fraudadas. Ou aprendem a votar e usem o cérebro, que muitos não tem, ainda por cima com a hipnose dos evangélicos, ou vai demorar a mudar. DILMA e LULA foram ingênuos. Não se deram conta de que os ratos são matreiros, aquele cérebro de gorila do golpista mor, o traira doente, não faz nada que valha a pena. agora é só esperar e usar o construtivismo na marra.
    Só lembrando aos acéfalos:
    A coisa funciona assim:
    1) Vence um governo de esquerda;
    2) Aumenta a classe média;
    3) A classe média começa a acreditar que é rica e apoia a direita;
    4) A direita destrói a classe média;
    5) A classe média volta empobrecida e vota em um governo popular;
    6) Volta ao 1).
    Os coxinhas estão no 3) – Fase do “Pobre de Direita”.
    Pensa que a direita vai manter e melhorar seu status quo, SQN.
    A renda será tragada pela concentração.
    Nessa fase basta ler uma manchete para “se indignar”
    e escarrar no prato em que comeu.

     

     

     

     

  40. O silêncio de morte

    Incompreensível omissão

    Lamentavelmente, temos um povo despolitizado e de baixo patriotismo, propositalmente forjado por nossas entreguistas e corruptas elites, afinadas aos interesses das grandes potências, notadamente, os EUA.

    Bem sabemos da importância do desenvolvimento científico e tecnológico para qualquer nação. Vergonhosamente, diante de nossas possibilidades e necessidades, muito pouco é realizado.

    O muito estratégico projeto de lançamentos de foguetes e satélites, não foi muito longe. As nossas intenções de soberania nessa importantíssima área foi explodida. O nosso estratégico submarino nuclear, que até hoje não conseguimos concluir. Nossas universidades de primeira grandeza, salvo raras honrosas exceções, nunca foram além da massiva produção de “papers”, trabalhos científicos, geralmente de cunhos teóricos, de duvidosa aplicabilidade aos reais interesses e prioridades do Brasil.

    Uma das poucas exceções a tudo isso, podemos nos orgulhar das pesquisas científicas e tecnológicas conduzidas pela Petrobras, que nos permitiu o domínio da tecnologia de localização e extração de petróleo a grandes profundidades, que resultou na descoberta e exploração das fantásticas reservas de petróleo e gás do pré-sal, de alta qualidade e a reduzidos preços. Por isso mesmo, a Petrobras está na linha de privatização dos golpistas.

    Via de regra, o pouco que desenvolvemos, acaba sendo abandonado ou minimizado, a mando de traidores da Pátria. Nesse foco, encontra-se o surpreendente sucesso tecnológico brasileiro das ultras centrífugas, para enriquecimento de urânio, desenvolvida pela Marinha do Brasil, sob o comando do notável Vice Almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, um de nossos maiores cientistas.

    Por seu patriotismo e capacitação, o Vice Almirante Othon não mereceu medalhas e honras. Muito ao contrário. Está sendo condenado a 43 anos de prisão. Pasmem, condenado pela mesma Justiça que até agora não conseguiu lançar nas prisões incontáveis conhecidos bandidos, golpistas e entreguistas. Abandonado à própria sorte, o Vice Almirante Othon,  preso e humilhado, está sendo destruído pela mesma turma de preto (informação) que vem promovendo o desmonte econômico e social do Brasil desde o julgamento-show-mensalão, passando pelas gigantescas badernas e sabotagens chegando até a Lava Jato, empurrando nossa economia para o caos objetivando a entrega de nossas riquezas para os gringos, em gigantescas privatizações de importantes e estratégicas empresas estatais e municipais, à preços de bananas, vistas no entreguista governo FHC – e agora – no leilão do riquíssimo poço petróleo Carcará no pré-sal, vendido pelos golpistas por uma bagatela.

    Toda essa gigantesca traição à Pátria conta com importantes indivíduos da Justiça, MP, PGR, Congresso,  e principalmente, grande mídia “livre” fazendo a cabeça do povão, sob o cínico pretexto de combate a muito velha conhecida corrupção, desmantelando o Brasil.

    Nessa gigantesca operação midiática-judicial-congressual,  desencadeada pela turma de preto, estão destruindo importantíssimas empresas brasileiras (brasileiras), estatais e privadas, mundialmente reconhecidas por comprovada capacitação em incontáveis grandes obras no mundo todo, grandes empregadoras de mão de obra de todos os tipos.

     Tudo, a pretexto de moralização, a pretexto de caça aos corruptos, cinicamente, conduzidas por elementos suspeitos, desonestos, com sérias acusações de roubalheiras e de entreguismos.  

    Até quando as nossas importantes instituições, inclusive, a Igreja Católica, bem como nossas Forças Armadas, assistiram todas essas traições de braços cruzados. Até quando?

     

     

                                                     

  41. Sabe qual foi a pior coisa

    Sabe qual foi a pior coisa que aconteceu com esquerda nos últimos anos, se divorciar da realidade.

    Começaram a acreditar nas suas próprias mentiras.

    Veja que o povo pela visão esquerdista BR nunca é protagonista sempre é a rede globo, as elites brancas de olhos azuis, os EUA..

    E quando falam em movimentos sociais são agentes do seu próprio partido, não uma ação da população realmente. E como eu disse começam a acreditar nas suas próprias mentiras que estes movuemntos ditos sociais representam alguém que não seja o próprio interesse partidário.

    Porque o povo não defende o Dilma e o PT, porque não encheram as ruas.Nem pagando as pessoas foram apoiar. A realidade do brasileiro chega quando se vai ao supermercado e não adianta gastar bilhões em propaganda se a realidade se mostra contrária.

    E mais fácil culpar os outros do admitir os próprios erros.

     

     

     

    1. Quem votou em Dilma?

      Alienígenas ou 50 milhões de filiados Petistas?

      E ao receber um mandato, deve-se cumpri-lo, com exceções previstas em lei. Se a lei não é satisfatória, que seja mudada. Arremedos e jeitinhos é golpe. Não adianta achar que uma mentira dita milhares de vezes se torna uma verdade, isso só serve para os midiotas, nós e o resto do mundo já passamos desta fase.

    2. Quem votou em Dilma?

      Alienígenas ou 50 milhões de filiados Petistas?

      E ao receber um mandato, deve-se cumpri-lo, com exceções previstas em lei. Se a lei não é satisfatória, que seja mudada. Arremedos e jeitinhos é golpe. Não adianta achar que uma mentira dita milhares de vezes se torna uma verdade, isso só serve para os midiotas, nós e o resto do mundo já passamos desta fase.

      1. Todo poder  emana do povo, o

        Todo poder  emana do povo, o impedimento é um desejo da população, caso contrário nem começava, e se fosse adiante a revelia do povo não tinha para onde os politicos correrem.

        Como não existe um movimento popular contrário ao impedimento, pelo contrário o que se vê e o desejo pleno a favor do impedimento, apenas os asseclas do PT são contra.

        1. Esse tal poder que emana do

          Esse tal poder que emana do povo é uma verdade mas que foi sufocada, foi. Não tivesse sido uma presidenta ainda presidenta seria pois seu poder foi emanado de uma maioria de povo, foi sim. Ah! mas esse povo agora a quer fora, só que se isso for verdade verdadeira, um tal de Temer usurpador tem que ir junto porque tem uns povos por aí levantando umas placas de foratemer que num dá nem pra contar quantos são mas o ibope contou e ele  disse que o número é maior do que aqueles que a querem fora e como eu não sei portugueis mas sei ingreis in ibope I trust. E outra coisa que I believe é que o povo tem que saber que seu poder tem de ser usado na hora certa e não em qualquer hora isso até tá escrito num livrinho constituição e quem se arrependeu do voto tem que esperar o próximo voto e aí votar em quem quiser. E I think  que votar antes do próximo voto só se for decidido num presbi digo prebi quer dizer plebis ou seja uma consulta ao povo que emana poder mas eu disse uma burrada pois aí esse seria o próximo voto e não antes do próximo só que isso não vem ao caso como diria um jurisconsulto.

    3. Se a Esquerda se divorciou da

      Se a Esquerda se divorciou da realidade, a Direita, em contrapartida nunca chegou nem mesmo a se amigar com a dita cuja. Imagina casar. Sempre esteve de onde nunca saiu: da pasárgada do conservantismo político-cultural e do indiferentismo social. Seu ânimo sempre foi a acumulação adornada por uma áurea de moralidade fajuta.  

      Concordo que a primeira incidiu em alguns erros e equívocos. Muitos deles por omissão; alguns por precipitação; outros por covardia mesmo. Uma delas, a mais emblemática, não ter reestruturado o mais efetivo Poder da República: a mídia concentrada nas mãos de poucos e “amigada” com o Poder Econômico, numa simbiose destinada a enfrentar e solapar o Poder Político como efetivamente ocorreu nos últimos 14 anos. 

      Ora, isso é uma mimetização do que a Direita mais deplora na Esquerda: uma suposta união entre o Poder Político e Econômico. Ou seja, o uso da hipocrisia como é do seu feitio. 

      Sobre protagonismo: abra um livro de história. Não só no Brasil, mas em todo o mundo dito periférico, ou seja, excluindo os dito do “Primeiro”, o processo foi exatamente o mesmo: as elites no comando. Elites no sentido étnico, econômico e cultural. Daí sempre a mesma reação irada de vocês quando confrontados com a verdade. 

      Novamente: abra um livro de história. Os movimentos sociais realmente se identificam com a Esquerda porque a Direita sempre tratou o Social com “questão” de Polícia. Trata-se apenas de uma materialização da dicotomia Capital-Trabalho. 

      Tudo bem: POVO, lato sensu, é toda a população de um país. Mas stricto sensu, não. Melhor dizendo: é um “gênero” com algumas “espécies”. Por exemplo: esse povo de moral relativizada; que propugna por ditaduras; que abomina o progresso social; a maioria “branca” e de status econômico-social mais elevado. certamente é da espécie “diferenciada”. 

      1. Excelente resposta

        Excelente resposta JB. A esquerda até é passível de críticas, como todo mundo é, mas é incomparavelmente melhor que a direita fascista, corrupta, hipócrita, mentirosa e preconceituosa.

        1. Entender que a direita é

          Entender que a direita é ” fascista, corrupta, hipócrita, mentirosa e preconceituosa”, e a prova que vocês perderam a muito tempo qualquer compromisso com a verdade.

          Claro que você sabe que direita não é isso, por isso necessita criar um espantalho para bater.

          Enquanto persistirem nisso não teremos diálogo.

          Ruy tu acha mesmo que tem o monopólio da virtudem tenha paciência.

           

           

          1. Nem toda direita é assim, mas

            Nem toda direita é assim, mas quem tem um apelido com o nome do livro do Coronel Ulstra certamente é um fascista,

  42. A nova oposição, por Nassif, em 2012: uma releitura

    É útil, a esta altura, revisitar uma análise do Nassif de quatro anos atrás:

    http://advivo.com.br/node/1104117

    O conteúdo é muito rico; e pelo simples fato de ter sido escrito em outro contexto, sua releitura ajuda a dimensionar os acontecimentos recentes e o que está por vir.

    Lembro-me do texto especialmente pelo seguinte trecho:

    “É bem provável que, depois da radicalização liberalizante de FHC, o pêndulo da economia volte-se cada vez mais para o intervencionismo estatal da nova era. Como em todo movimento pendular, no início obedece a demandas racionais e legítimas. Depois, cria sua própria lógica e vira o fio.

    É possível que em um futuro distante, uma das bandeiras da oposição possa voltar a ser a redução do papel do Estado.”

    Como vimos, os acontecimentos se precipitaram; em apenas quatro anos a oposição se tornou governo e o que parecia distante já é realidade. Nada disso invalida o acerto da análise.

  43. o efeito Arthur Mangabeira

    O Nassif escreveu: “Os ataques montados pela parceria mídia-procuradores contra o Ministro Marcelo Navarro Ribeiro do STJ (Superior Tribunal de Justiça), são de natureza pior do que os ataques apócrifos perpetrados contra a esposa do Ministro Luís Roberto Barroso, ou com a possível intimidação do Ministro Luiz Facchin, que praticamente imobilizaram o Supremo.

    A história do “não é comigo” não cola. Esse quadro é de responsabilidade direta de Rodrigo Janot, Teori Zavascki, Ricardo Lewandowski, Luís Roberto Barroso, que permitiram que o STF passasse a ter a cara de Gilmar Mendes e a se deixar conduzir pela Lava Jato. E menciono apenas aqueles dos quais se esperava algo.”

    A oposição deixou claro no que acredita para conseguir o que quer.

    O Dep. Feliciano, que é a expressão rematada da cara da Oposição se rendeu a um Leão de Chácara, assim, os métodos que a oposição acredita devem ser usados contra eles para o governo conseguir o que quer.

    Fogo, com fogo se combate.

    Como os que deram o Golpe são menos de 500 e o Brasil fraudado com sua população são  mais de 220 milhões de habitantes, é provavel que nas torturas  a que serão submetidos juntos com seus familiares e entes queridos acabem entregando até o nome dos chefes KKKKKKKKK!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

     

    1. O que você postou com final

      O que você postou com final de “fica esperta Dilma” – não exatamente nessas palavras -, não está no gibi…

  44. Relembrado Joel.”Diz o

    Relembrado Joel.”Diz o mangano da Odebrecht,Emilio Pai:a delação da Odebrecht deve poupar Fernando Henrique,Michael Temer e Lula.Esqueceu-se de incluir na relação Michaelzinho.Com apenas  7 anos de idade,já acumula fortuna de alguns milhões de reais.É o caso,filho de peixe,peixinho é.”

  45. Nassif, discordo de alguns

    Nassif, discordo de alguns pontos colocados por você, principalmente o primeiro. O principal problema colocado por você, o voluntarismo de Dilma em face à direção do PT, é, na verdade, um problema de legitimidade. Teria um partido, com poder altamente centralizado na cúpula do ABC paulista, legitimidade para interferir nas decisões da presidência? Afinal de contas, quais são as diretivas ideológicas e administrativas do PT? Pois é, nada disso está muito claro. Ideologia e vontade da burocracia partidária parecem ser a mesma coisa dentro do PT. É bom que se diga: o PT não tem ideologia. E a Dilma Rousseff, extremamente autocrata, se afastou da cúpula do partido, com alguma legitimidade, por ser a presidenta.

    Com relação aos conselhos populares, que incluía até mesmo conselhos empresariais, sempre foi visto com ressalvas pelo congresso, com medo de que a institucionalização dessas organizações usurpasse suas funções. Acho que a presidenta deveria, de forma geral, ser mais receptível aos trabalhos das comissões do Congresso Nacional.

    Acredito, como você bem mencionou, que não há partidos. Não porque não haja ideologia ou objetivos comuns a toda a sociedade dentro dos partidos. Eu mesmo sou brizolista e acredito que o trabalhismo é uma ideologia autóctone, de autoria de Alberto Pasqualini. O problema dos partidos brasileiros é o fato de serem, justamente, extremamente autoritários. Os partidos seguem a orientação dos diretórios nacionais e acabou. São estruturas altamente verticalizadas. Não há identidade popular.

    Há, ainda, uma mentalidade antiecônomica, muito própria das esquerdas, que, em momentos de crise, nos afastam da classe média baixa, pois, nas crises econômicas, são os trabalhadores autônomos os primeiros a sentir seus efeitos. E os autônomos, muitas vezes, votam na esquerda e, portanto, fazem parte da nossa base de apoio!

    Com relação ao segundo ponto, acredito que o estado tem suas limitações quando o assunto é mediar conflitos de interesse. É o caso da PGR, como você bem mencionou; mas o presidente DEVE fazer escolhas difíceis, como, por exemplo, indicar um engavetador. FHC não pensou duas vezes, e ainda indicou o Gilmar Mendes para o STF. Acho que deveríamos limitar o poder do STF, que é um cargo vitalício, devendo haver mandatos para a suprema corte. Além disso, todo presidente deveria agir como Franklin D. Roosevelt: indicar juízes de sua predileção quando os decanos se aposentam. Não há outra forma de governar.

    Com relação à regulação midiática, acredito que precisamos de cautela e serenidade, pois o poder midiático da Globo é algo absurdo e inaceitável. Apesar disso, é impossível combatê-la hodiernamente. A regulação midiática deveria bater na tecla de que empresas familiares não podem ser proprietárias de concessões de televisão, pelo menos em cadeia nacional. Além disso, deveríamos angariar o apoio dos donos de grupos midiáticos regionais, no intuito de fazer passar no congresso uma lei que beneficiasse um limite mínimo de programação regional, para que as cabeças de rede não monopolizassem a grade de programação. Dessa forma, limitaríamos a influência das grandes redes de televisão, sem perder o apoio dos barões da mídia do interior do país, que elegem inúmeros deputados e senadores.

    Além disso, o governo deveria ter olhos mais atentos para a principal indústria de entretenimento que existe no país: o futebol. Com uma estrutura organizacional arcaica, inclusive a maioria dos clubes, o campeonato brasileiro gera receitas extraordinárias à CBF, que é a entidade de futebol que mais gera receita no país, algo como um Flamengo e um Corinthians juntos. Além disso, a Globo, que tem o monopólio do futebol, graças às suas relações excusas com a CBF, deprecia o valor das marcas do futebol brasileiro, entregando aos clubes sempre valores anuais subestimados de direitos de imagem. A nossa guerra é na indústria do entretenimento também! Uma liga independente, como ocorre na maioria dos países da Europa, pulverizaria grande parte dos lucros que hoje estão monopolizados pela Globo. Aliás, é o futebol que garante receitas extraordinárias à Globo, mesmo em momentos de crise. É o monopólio de futebol que deveria ter sido atacado com mais ênfase. Isso é que matará a Globo.

    1. Ainda com relação à mídia,

      Ainda com relação à mídia, acho que caberia regulação de conteúdo sim. Não para censurar conteúdos que sejam contra os interesses do governo, mas para proteger o cidadão. O estado deveria proibir programas policiais, por exemplo, que expõem a miséria das populações mais carentes do nosso país. Isso é inadmissível. Empresas que fazem isso devem ser processadas e devidamente condenadas pela justiça.

      Além disso, a lei de autoria do senador Roberto Requião, a lei do direito de resposta, deveria ser levada mais a sério. Além disso, deveria haver vontade política para fazer o seu texto ter efeito imediato. Uma vez aprovada e funcionando regularmente, as esquerdas deveriam fazer uso sistemático dessa lei.

      Só não acho que o estado deveria controlar a imprensa. Acredito que a melhor forma de fazer controle de conteúdo é entregar o conselho de imprensa a uma organização da sociedade civil, da mesma forma que ocorre a regulação de publicidade. O Conar é um ótimo exemplo de regulação da sociedade civil para conteúdos de comunicação social e deveria ser o modelo para um conselho de imprensa. Assim, toda a imprensa poderia participar dessa organização, criando regras de bom jornalismo, podendo ser acionados imediatamente caso venham a ferir alguma regra, oriunda da autorregulação. Sou a favor desse modelo porque o Brasil tem histórico de ditaduras e a direita veria como algo inadmissível um governo controlado por partidos de esquerda ter algum tipo de ingerência sobre suas campanhas difamatórias. O que não quer dizer que não devam ter regras a seguir. Além disso, o governo federal, tendo a EBC, também faria parte dessa organização, e poderia acionar outras empresas de mídia caso alguma delas infringisse a conduta do bom jornalismo.

  46. O que há de incompleto

    O que há de incompleto (errado) na democracia está na chamada dicotomia do movimento da economia (no dinheiro) entre o mercado e os leigos, relegando a condição de liberdade (em termos da soberania ser a gratuidade para produzir no país) ao segundo status do preço da moeda internacional – tornando o fundamento de valor da riqueza não como um todo nacional, mas como um todo alienante e irrelevante.

    Esta é crise cultural que o mundo enfrenta: trocar valor concreto por dinheiro abstrato e falso.

    Agora. o golpe tem o fim do mercado nos explorar um pouco mais com a natureza abrangente do mundo exterior, sobre toda nossa vida, observando como nos afetam nas perspectivas das riquezas que ainda nem foram avaliadas pelos meios de (in)existência falidos, na farsa do sistema de inclusão dos povos na chamada globalização.

  47. Que isso nassif

    Se alguém afirmar que o governo Dilma foi dos mais desastrosos da história, não vou discutir.

    De onde tirou isso nassif? Não adianta iniciar a próxima fase com um “mas”, isto é um apoio total ao golpe. Se ela foi desastrosa e vc esta cansado de saber que não; ela mesma lhe desmentiu em várias das acusações que fazia a ela, como a de que ela era monopolizadora de decisões e ela lhe respondeu que um presidente que queira monopolizar as decisões ficaria louco, avaliava a crise internacional muito bem, etc, etc;  porque insiste nesta bobagem de atacar seu governo. Logo agora que ela é violentada? A culpa é da sainha curta da estuprada?

    Poderia enumerar aqui dezenas e dezenas de ótimas coisas que a Dilma fez tanto no campo social (espetacular) como na economia ( petrobrás bombando e sistema elétrico que venceu, por virtudes da Dilma, um apagão quase inevitável e um poderoso sistema de geração de energia elétrica ( nossa capacidade hoje é o dobro do consumO, etc, etc).E o mais importante depois de um mandato inteiro e  todo ataque covrade da midia e dos lavas jatos da vida, ela teve meu voto e de 54 milhões de outros brasileiros.

    Outro dia disse que vc tinha ataques de covardia contra a Dilma e tristemente confirmo esta impressão, mesmo admirando sua luta contra muitos bandidos poderosos da política e da mídia bandida.

    E tive que parar de ler o artigo a partir dáli.

     

  48. Fico pensando na realpolitik. Ideologia X pragmatismo.
    Deveria Dilma ter mantido o aliado de Cunha em Furnas?

    Deveriam os deputados do PT votar conta a abertura de processo contra Cunha?

    Devereriam os governos do PT escolhido engavetadores gerais e ministros como Gilmar Mendes?

    Deveriam ter investido menos em educação e interrompido o mais médicos e Bolsa Família?

    Dilma errou em tentar abaixar a Selic?

    Foi realpolitik escolher Temer para vice, Jucá para líder, Geddel para integração e diretoria da CEF, Moreira Franco e Levy?

  49. E a Dilma heim ?
    Depois dessa

    E a Dilma heim ?

    Depois dessa nova goleada ela terá forças ainda, para lutar contra o impeachmet, ou só vai cumpir tabela ?

    Até agora ela permaneceu calada. Fez apenas uma crítica ao Cristovam, porque teria mudado alguns itens da carta ao povo brasileiro a pedido dele, e no entanto, ele aprontou mais uma vez.

  50. Desculpe, Nassif, o
    Desculpe, Nassif, o contraponto tão estruturante.

    Mas, o Brasil jamais fez “movimentos pendulares radicais”.

    Sequer fizemos uma social democracia.

    Até hoje perdura o nosso modelo de “casa vende e senzala”.

    O que houve em nossa história nunca passou de apenas concessões de migalhas, pela Casa Grande.

    O problema brasileiro, antes de econômico é cultural.

    O novo no Brasil, obrigatoriamente terá que se principiar pelo modelo cultural.

    Enquanto mantivemos esta formatação, continuaremos a sermos economia de commodities, sistema social injusta, judiciário retrógrado e protetor de classe, legislativo de capatazes, e executivo de Capitães do Mato .

  51. Ideologia ou pragmatismo (2)
    Lá atrás, bem atrás, quando tentaram derrubar o governo Lula com um grande escândalo patrocinado por senador e um ministro do STF, com apoio da mídia, alguns indicaram que só havia um caminho, a ruptura.

    Naquele movendo as forças da direita ainda estavam divididas e havia uma certa aglutinação das forças do centro.

    Outros pediram a ruptura logo no início do governo Lula e criticaram a “carta ao povo brasileiro”.

    Os que sabiam da impossibilidade de se modificar uma situação sem mexer no status quo, os que pediram reformas e mudanças na mídia, foram irrealistas ou pragmáticos?

  52. Honrada,séria,correta,diria

    Honrada,séria,correta,diria até incorruptivel.Mas o editor do blog enxerga na Presidenta Dilma pendores que ultrapassa a ionosfera.Tente ir alem de “amadora politicamente”.Chamo a atenção do competente editor, que o regime vigente é presidencialista,nem que seja de mentirinha.

  53. Diz o texto:
    ” A regulação
    Diz o texto:

    ” A regulação econômica da mídia e o uso correto das concessões públicas tornaram-se uma questão de sobrevivência da democracia brasileira. ”

    Conclusão

    A democracia morreu.

  54. Mais uma boa crônica da série “O xadrez”

    Prezados,

    Sugiro ao Nassif reunir em livro as crônicas desta série. Esta mantém o alto padrão de qualidade adas anteriores.

    Os que lêem meus comentários sabem que sou radicalmente contra a chamada ‘cooperação internacional’, sobretudo quando do outro lado estão os EUA. Não há qualquer compromisso de reciprocidade por parte do governo e órgãos e departamentos de Estado dos EUA nesse sentido. JAMAIS procuradores estadunidenses (ou o equivalente aos  procuradores do MPF, que existem lá) encheriam pastas com documentos e dispositivos de computador, contendo informações comprometedoras capazes de gerar processos e multas bilionárias contra empresas dos EUA – sejam elas estatais ou privadas -, como fizeram os concurseiros brasileiros, tal qual caezinhos amestrados a levar o objeto achado até o dono.

    Conforme comentei acerca de artigo de Patrícia Faermann, publicado nesta semana aqui no GGN, a comparação entre a cooperação da ORCRIM da Farsa a Jato com o alto comando do golpe nos EUA, para prejudicar a Petrobrás, NÃO É EXEMPLO NEM PADRÃO DE COMPARAÇÃO PARA QUALQUER TIPO DE COOPERAÇÃO ENTRE PAÍSES, NO ÂMBITO DE INVESTIGAÇÃO CRIMINAL E PROCEDIMENTOS JUDICIÁRIOS. Fico estarrecido quando observo jornalistas  considerados progressistas quererem que seja estendida uma cooperação criminosa (crime de lesa-Pátria, contra os interesses estratégicos e contra a soberania brasileira) e torná-la modelo para outros acôrdos de cooperação. Que se façam duras e pesadas críticas à máfia midiático-futebolística (em que os veículos globo são os  maiores partícipes e beneficiários) e ao judiciário brasileiro, não apenas cúmplice, mas conivente e partícipe dessa máfia. Mas o enfoque que Nassif e Patrícia vêm adotando estaTOTALMENTE equivocado.

    No mais endosso o que foi exposto na crônica.

  55. Matrix ou Orwell?
    O debate era sobre a incompetência de Dilma e do seus ministros.

    Quase unanimidade.

    Agora vendo as TVs a constatação da eficiência de Temer e dos seus ministros.

    Matrix ou Orwell?

  56. Ministro Ricardo. Conservador, sim senhor!

    Saquem o senho do ministro – foto da chamada… De entrada, no STF, prometia, segundo analistas, aqui houveram muitos, ajudar a fazer a diferença. Passado o tempo, cai-lhe a máscara.

  57. Brasil doente,diagnóstico

    Brasil doente,diagnóstico feito,quem vai dar o remédio??

    Obs:Acredito que será nas urnas municipais,o PT crescerá!!!

  58. O impeachement se consumando,

    O impeachement se consumando, falta apenas alguns retoques finais, e até agora as centrais sindicais e os grupos sociais são fizeram uma greve geral se quer.

    Diziam que iriam fazer e acontecer, tudo papo furado.

    Depois do impeacchement  consumado, dentro de uns 12 dias, todos esse líderes se fizeram alguma gracinha vão tudo em cana.

    Bando de conversa fiada !

  59. George Orwell

    “A regulação econômica da mídia e o uso correto das concessões públicas tornaram-se uma questão de sobrevivência da democracia brasileira. “

    1. O conhecimento é que transforma as massas

       George Orwell em seu ensaio A Revolução dos Bichos é uma ótima metáfora para o momento atual.

      Bom! Acho que a questão vai além da revolução da mídia. Uma das condições determinantes para o sucesso do golpe fora cultivado ha décadas, acirrou-se após queda de Vargas, simplesmente pelo distanciamento dos integrante da base da pirâmide social a uma educação que prepare o cidadão para vida prática, muitos não sabem o que é ou as consequências de um golpe de estado. Em diametral oposição a esta linha de pensamento as elites recebe os ensinamentos necessários para perpetuar seu poder. Antes da regulamentação dos meios de comunicação, busquemos a revolução educacional dando ao proletariado as armas do conhecimento para que identifiquem nossos algozes: oligarquias financeiras e organizações transnacionais, seu modus operandi e maledicências que causam, como deformam a democracia em seu benefício.

      Convido-lhe a ler o artigo “grande revolução cultural proletária” de ninguém menos que Mao Tsetung e entenderemos por que a China é a China e o capital abominava o Brizola.

      http://anovademocracia.com.br/no-174/6570-50-anos-da-grande-revolucao-cultural-proletaria-a-classe-operaria-deve-dirigir-tudo

  60. Ótimo artigo. Reflete de

    Ótimo artigo. Reflete de maneira lúcida sobre a atual conjuntura pólitica do país. Entretanto, a pergunta que faço, diante de tantas distorções, é a seguinte: há saída?

  61. É falso ou não é cumprido, mas digo: não se chuta cachorro morto

     

    Luis Nassif,

    Creio que já disse aqui que a minha maior frustação com o impeachment da presidenta Dilma Rousseff não é com a sorte da presidenta Dilma Rousseff. Do pó nós viemos e ao pó retornaremos. A presidenta Dilma Rousseff é um ser humano e o impeachment que ela sofreu manchará a história dela, mas passado o tempo necessário, o pó em que ela se tornar nada saberá disso.

    A minha frustação com impeachment é que ele atinge as idéias que ela tentou por em prática. E a minha frustação decorre do fato de que as idéias que perduram são as dos vencedores. E tudo parece-me ainda pior quando vejo pessoas como você compartilhar ideias dos vencedores. E o pior é que você pode alegar que você já afirmava isso bem antes dos vencedores. No fundo nós todos tratamos de obter um “nihil obstat” para nos preservarmos das nossas sandices.

    Felizmente houve alguns nos comentários que se procuraram por dos lados dos defensores e chegaram a apontar com sentido crítico algumas frases que constam deste seu post e que são mais próprias dos vencedores, mas foram poucos. Lembro que passei sobre a frase em que você diz que não vai discutir “se alguém afirmar que o governo Dilma foi dos mais desastrosos da história” e preferir ir para os comentários. E eles não eram favoráveis.

    Comecei de baixo para cima e naquela época com menos de cinquenta comentários estavam todos na primeira página e então me deparei com um que reproduzia a seguinte frase: “Quase tão absurdo quanto o golpe foi a atuação individual da presidente, inibindo a atuação de conselhos populares, …” Era o comentário de Luis Fraga enviado quinta-feira, 11/08/2016 às 01:20, para junto do comentário de Antonio A. B. Neto, enviado quarta-feira, 10/08/2016 às 22:10.

    Achei que a frase fora de Antonio A. B. Neto e que Luis Fraga resolvera criticar. Fui ao comentário de Antonio A. B. Neto e ele o inicia fazendo a seguinte afirmação:

    “Dilma deposta de forma constragedoramente golpista por uma cambada de corruptos sem votos não pode ser tratada dessa forma, seu governo não foi pior do que vários que o Brasil ja teve antes”.

    Vi portanto que não se tratava de transcrição de frase do comentário de Antonio A. B. Neto, mas preferi continuar na leitura dos comentários a ir ao texto do seu post para conferir a autoria da frase. À frente, entretanto, havia um comentário de Ana S., enviado quinta-feira, 11/08/2016 às 04:40, e intitulado de “Aos vencedores, as batatas!”, em que ela depois de transcrever a frase a seguir: “’Quase tão absurdo quanto o golpe foi a atuação individual da presidente…””, emendou com o seguinte parágrafo:

    “Neste ponto, parei! Já não conseguia acreditar em meus próprios olhos enquanto lia que o golpe decorreu de uma radicalização do governo. RADICALIZAÇÃO! Dá pra acreditar que alguém escreva e publique uma coisa dessas? A “teoria” do pêndulo deve ter parecido tão bonitinha que era preciso torturar os fatos para encaixá-los nela.”

    Então não tinha dúvida que a afirmação que ela e o Luis Fraga pinçaram fora de sua autoria. O título do post de Ana S. não me parecera apropriado. A não ser que ela queria dizer que os vencedores serão recebidos por ela com batatas. Em meu entendimento o título mais adequado utilizando um ditado popular seria “Não se chuta cachorro morto”, mesmo sabendo que os ditados populares não são cumpridos.

    Eu já procurei rebater muito essa ideia que eu avalio como infantil de se transformar o governo da presidenta Dilma Rousseff como um dos piores da história. Essas críticas quando feitas pela direita assemelham-se muito à crítica que os republicanos fizeram todo o tempo à Barack Obama, acusando-o, pelas políticas econômicas posta em prática, de “Job Killer”. Sorte de Barak Obama que ele possa refutar com dados os acusadores dele.

    E para mim, as críticas feitas pela esquerda ao governo da presidenta Dilma Rousseff demonstra apenas completa incapacidade de cálculo. Talvez se a presidenta Dilma Rousseff tiver só vinte votos contra o impeachment que do total representaria menos de 25%, os críticos continuaram acusando-a de não ter feito e de não ter acontecido.

    Tenho insistido em apresentar a minha tríade que avalio infalível para explicar a queda da presidenta Dilma Rousseff e penso que vale repetir.

    A presidenta Dilma Rousseff caiu porque o Brasil é desigual espacialmente. Se a distribuição da riqueza nacional não fosse concentrada na região sul, especificamente em São Paulo, a elite empresarial financista paulista não teria cacife para forçar o impeachment.

    A presidenta Dilma Rousseff caiu também porque o Brasil é desigual socialmente. Se o Brasil fosse mais igualitário a direita não teria a super-representação que ela tem no parlamento e o impeachment não seria aprovado.

    E lembraria que nem a Operação Lava Jato e nem o poder da rede Globo e de outros meios de comunicação são responsáveis quer pela desigualdade espacial no Brasil quer pela a nossa desigualdade social.

    E a terceira razão da queda da presidenta Dilma Rousseff foi a recessão econômica. Em relação a recessão econômica eu gostaria também de tirar a responsabilidade dos meios de comunicação e da operação Lava Jato. Não faço esta exclusão por mero achismo. Faço com base na história. Nunca li a respeito ou tive notícia de nenhum exemplo no mundo em que os meios de comunicação ou o poder judiciário tenham sido responsabilizados por qualquer processo de recessão ou de relançamento de qualquer economia no mundo. Porque então haveria de responsabilizar os meios de comunicação brasileiros e a Operação Lava-Jato pelo que aconteceu à economia brasileira.

    Não há saída ou o fracasso da política econômica é decorrente das escolhas da presidenta Dilma Rousseff e ela sem dúvida deve ser acusada de culpada do impeachment que ela sofreu (Além do fato de ela não ser de direita e não representar os interesses da elite empresarial e financista da região sul brasileira, mais especificamente, São Paulo), ou a culpa pela recessão se deve a outro motivo?

    Enquanto alguém não mostrar que o que aconteceu no terceiro trimestre de 2013 com a economia brasileira foi fruto da própria política econômica do governo da presidenta Dilma Rousseff eu continuarei defendendo que desde o Plano Real, o governo da presidenta Dilma Rousseff no seu aspecto econômico, foi o mais adequado para a realidade que o Brasil atravessava. Se se demonstrar que a queda dos investimentos na economia no terceiro trimestre de 2013, depois de três trimestres de fortíssima recuperação, era o esperado como consequência natural da política econômica da presidenta Dilma Rousseff, eu então teria que rever meus conceitos.

    Clever Mendes de Oliveira

    BH, 11/08/2016

    1. Instrutivo e prazeroso ler teus comentários.

      Clever,

      Minimalista e observador, fazes com que teus comentários sejam sempre interssantes, instrutivos, esclarecedores e causadores de reflexão.

      Em relação a este artigo (pois é muito mais do que um comentário), tenho apenas uma ressalva a fazer; e ela diz respeito ao que é dito no antepenúltimo parágrafo, em que eximes o judiciário (e por extensão a polícia federal e o ministério público – instituições que, com o PJ,  integram a ORCRIM da Farsa a Jato) da responsabilidade pela crise e recessão que o Brasil vive desde o ano passado.

      Se puxarmos pela memória, constataremos que a primeira tentativa de golpe, de aniquilar o PT, depor o presidente Lula e recolocar a direita oligárquica e plutocrática no Executivo Federal, ocorreu em 2005, com a farsa do chamado “mensalão do PT”. Ali já havia acabado a ‘lua de mel’ das oligarquias plutocráticas e do PIG/PPV como o governo petista, com Lula e outros líderes do PT e com a Esquerda que chegou ao poder pelo voto popular. Daquele ano em diante o PIG/PPV massacrou Lula, o PT e líderes do partido. Como Lula é uma liderança muito forte, o cenário econômico externo era favorável ao Brasil e como ele conduziu bem o governo, conseguiu não só sobreviver à primeira tentativa de golpe, como se reeleger para mais um mandato, em 2006,  e fazer a sua sucessora, em 2010. Se o cenário golpista – patrocinado pela direita que fora alijada do poder em 2003 e pelas oligarquias plutocráticas que ela representa e reverberado pelo PIG/PPV – já tinha mostrado a ponta das unhas em 2005-2006, ele se radicalizou em 2010. Os veículos de mídia do PIG/PPV mandaram às favas TODOS os escrúpulos e o que se viu foi a mais sórdida e criminosa campanha de injúrias, difamações e calúnias contra a candidata Dilma Rousseff; os episódios da ficha falsa da candidata, publicada pela FSP (que jamais se retratou pela mentira criminosa) e da bolinha de papel (tramado pela tv globo, que subornou um perito, para elaborar um laudo fraudulento sobre o episódio, afirmando que o candidato tucano josé serra havia sido atingido por ‘objeto contundente’) mostram que, a partir daquela campanha presidencial, os veículos da chamada ‘grande mídia comercial’ brasileira não tinham mais qualquer compromisso com o jornalismo, com a missão de levar informação aos leitores, ouvintes e telespectadores. Judith Brito, então presidente da ANJ afirmou textualmente o seguinte:

      “A liberdade de imprensa é um bem maior que não deve ser limitado. A esse direito geral, o contraponto é sempre a questão da responsabilidade dos meios de comunicação e, obviamente, esses meios de comunicação estão fazendo de fato a posição oposicionista deste país, já que a oposição está profundamente fragilizada. E esse papel de oposição, de investigação, sem dúvida nenhuma incomoda sobremaneira o governo.”

      Eleita, Dilma conduziu bem o governo durante os dois primeiros anos do mandato. É bom lembrar que em 2012, pela primeira vez na história, um julgamento feito pelo plenário do STF foi transmitido pela TV; era o farsessco e midiático julgamento da AP-470, feito para condenar lideranças do PT (como José Dirceu e José Genoíno) e assim inviabilizar a continuidade da Esquerda no poder. Já a partir de 2010, a aliança entre MP, PJ e PIG/PPV, para derrubar o governo ou impedir a continuidade da Esquerda (ou seja do PT) no governo federal era evidente, para qualquer estudioso ou observador atento. Feito o massacre de José Dirceu e José Genoíno (ambos condenados SEM PROVAS no STF, portanto sem recurso a outras instâncias, embora ambos tivessem sido cassados ou renunciado ao mandato e assim devessem ser jugados nu juízo de 1º grau), João Paulo Cunha, Delúbio Soares e Henrique Pizzolato, a direita oligárquica e plutocrática e o 4º poder (o PIG/PPV) davam como certo que em 2014 retomariam o Poder Executivo Federal. Mas a economia brasileira continuava a crescer (embora mais modestamente), devido aos estímulos  e investimentos do governo na área de infra-estrutura e nas obras para os grandes eventos (Copa do Mundo e Olimpíada), o desemprego era dos mais baixos da história (inferior a 5%), o Pré-sal começava a produzir, depois de bilionários investimentos feitos pela Petrobrás, grandes hidrelétricas estavam em construção no norte do País… No início de 2013, a aprovação do governo e da presidenta Dilma era de quase 70%. A continuar naquela toada, mesmo com sinais de que a China havia posto o pé no freio e crescia a taxas mais modestas e que o ciclo das commodities iniciava um declínio, a perspectiva era de que o Brasil não sofreria os efeitos da crise do capitalismo, que eclodiu em 2008 e até hoje não foi resolvida; sendo assim, o cenário que se descortinava indicava que a presidenta Dilma poderia conseguir se reeleger ainda no 1º turno das eleições, que ocorreriam outubro do ano seguinte, 2014, logo após a Copa do Mundo.

      Portanto não poderia a Copa do Mundo ocorrer num cenário de normalidade política e institucional e não poderia o evento ser um sucesso, pois assim mais prestígio e apoio popular seriam obtidos pela presidenta Dilma, tornando a reeleição dela no 1º turno não apenas certa, mas consagradora. Quando a Petrobrás anunciou a descoberta do pré-sal, os estadunidenses ficaram e olho e reativaram a 4ª Frota no Atlântico Sul. A partir de então passaram a espionar sistemàticamente a Petrobrás, outras grandes estatais estratégicas, como a Eletrobrás, órgãos e departamentos do Estado e governo brasileiros e mesmo a presidência da república, como ficou provado pela divulgação das espionagens feitas pela NSA (por meio do portal wikileaks e pelo jornalista Glenn Greenwald, a partir de informações secretas fornecidas por Edward Snowden). Antes os EUA já contavam com ilfiltrados no governo e nos partidos políticos de direita e centro-direita brasileiras (é fato público que José Serra se comprometeu com uma executiva da Chevron rever ou revogar a Lei da Partilha, caso se elegesse presidente; nem isso foi preciso, pois como senador o principal projeto que apresentou, o PLS131/2015,  já aprovado no congreso nacional, tem exatamente esse propósito; e há cerca de dois meses o wikileaks divulgou documentos provando que Michel Temer atuou como informante da embaixada e dos consulados dos EUA). Ao mesmo tempo que mantinha agentes infiltrados nos poderes políticos, os serviços secretos e de espionagem dos EUA cooptaram grande parcela da PF, do MP e do Judiciário brasileiros. É bom lembrar que essas instituições (PF, MP e PJ) é composta especialmente por pessoas oriundas das classes média e média-alta e alguns do ‘topo da pirâmide’, e quase todos eles hostis à Esquerda, ao PT, a Lula, a Dilma ou qualquer líder popular ‘não letrado’  e sem título de ‘doutor’. Há notícias de ‘acordos de cooperação’ entre FBI e a PF brasileira, assim como o pagamento de ‘bolsas’ (em português claro: mesada, mensalinho ou mensalão) a policiais federais brasileiros, por parte de agências e órgãos de inteligência ligados a departamentos de Estado dos EUA. ‘Acordos de cooperação’ também foram celebrados entre o MPF brasileiro e seu equivalente estadunidense. Sérgio Moro é um juiz doutrinado e treinado nos EUA, país aonde vai com freqüência, fazer cursos, passar férias, dar palestras, receber homenagens,etc.; além disso esse juiz é assíduo freqüentador de eventos e cursos promividos por consulados e embaixada dos EUA no Brasil. No Brasil, Sérgio Moro é bajulado, recebe homenagens e rapaés dos veículos do PIG/PPV (sobretudo Globo e Abril), sobe em palanque de pré-candidatos do PSDB, vai a seções do Congresso Nacional defender projetos de lei flagrantemente inconstitucionais, etc.(…). A chamada operaçõa “Lava a Jato”, corretamente rebatizada pelos jornalistas críticos e independentes como ‘Farsa a Jato’, teve início em 2014.

      Com muito atraso, Luís Nassif reconheceu, em seminal análise publicada neste portal GGN, no dia 9 de março de 2016, a trama golpista que acabei de descrever. Acesse https://jornalggn.com.br/noticia/lava-jato-tudo-comecou-em-junho-de-2013 e a leia atentamente.

      Juntemos tudo o que eu acabei de relatar e façamos uma análise. 

      Será que, depois de tudo o que foi descrito e mostrado, podemos eximir o judiciário, o MP e a PF não só pelo golpe de Estado, mas sobretudo pela gravíssima crise política e econômica vivida pelo Brasil desde o ano passado?

      A meu ver, a resposta é: NÃO.

       

      ‘A liberdade de imprensa é um bem maior que não deve ser limitado. A esse direito geral, o contraponto é sempre a questão da responsabilidade dos meios de comunicação e, obviamente, esses meios de comunicação estão fazendo de fato a posição oposicionista deste país, já que a oposição está profundamente fragilizada. E esse papel de oposição, de investigação, sem dúvida nenhuma incomoda sobremaneira o governo.’

      1. Eles (PJ, MPF e PIG) têm lado, mas não causam crises econômicas

         

        João de Paiva (sexta-feira, 12/08/2016 às 10:34),

        Na época da eleição de Fernando Collor de Mello, eu, como brizolista, deveria ter desenvolvido um ódio sem fim à Rede Globo. Só que eu venho há muito tempo tentando descobrir o que é melhor para o Brasil. E para um país capitalista, em um determinado nível de desenvolvimento econômico – estamos um pouco depois de país subdesenvolvido – eu avalio que o mais adequado é que haja muitas redes Globos e não nenhuma rede Globo. Lá à frente se algum órgão de comunicação ficar ou continuar muito grande vale a pena fazer os que os Estados Unidos fizeram na década de 80 e que foi repartir a IBM e a ITT. É preciso primeiro formar os grandes grupos econômicos para depois os fragmentar.

        Desde a época de Fernando Collor de Mello eu tinha essa expectativa de ver o governo fomentar a criação de grandes grupos de comunicação. Os grandes grupos são muito mais eficientes e por isso devem ser fomentados. Só que ao os fomentar é preciso reconhecer que a eficiência gera injustiça. Um grande grupo tem menos empregados do que o mesmo grupo subdividido em quatro. Os quatro presidentes das divisões ganham cada um bem menos do que o presidente do grande grupo. Então é preciso incentivar os oligopólios porque estamos em uma fase de que precisamos crescer em ritmo bem mais acentuado do que os países mais avançados economicamente, mas devemos combater a desigualdade que esse fomento da formação de grandes grupos causa.

        Agora será que o grande grupo de comunicação tem capacidade de formar a alma de um povo? A resposta a essa pergunta se encontra na história das civilizações. É só atentar para o livro “A Estrutura das Revoluções Científicas” de Thomas Kuhn, publicado em 1962. Thomas Kuhn trata muito bem do que ele chama de mudança de paradigmas. O que se depreende da leitura do livro e do que se observa na nossa realidade e na nossa história é que a sociedade demora muito tempo para incorporar novos valores.

        Um exemplo, mencionado no livro “A Estrutura das Revoluções Científicas”, é a mudança do geocentrismo para o heliocentrismo. A teoria do heliocentrismo pode até ter surgido bem antes, mas Nicolau Copérnico a apresentou no livro “Das Revolução de esferas celestes” publicado no ano da sua morte em 1543, vinte anos antes do nascimento de Galileu Galilei que fora condenado pela Igreja Católica por defender essa tese.

        É bem verdade que com o advento da internet as mudanças no ritmo das comunicações e do conhecimento estão operando grandes transformações na nossa cultura e pode ser que as novas gerações venham a assimilar as alterações no conhecimento de modo muito mais rápido e talvez ai os meios de comunicação venham a ter mais poder. E isso pode até ter ocorrido nesses dez a vinte últimos anos. É preciso, entretanto, ter avaliações mais consistentes dessas mudanças culturais.

        É preciso ver, por exemplo, se há algo de novo nas críticas que são feitas ao PT. Para mim, as críticas ao PT são as mesmas desde a fundação do partido acrescida daquelas críticas provenientes de quem de certo modo se desiludiu com o PT quando o PT ficou vinculado às mesmas irregularidades que o partido dizia combater. O julgamento da Ação Penal 470 e a Operação Lava Jato elevou a rejeição do PT, mas essa rejeição já existia em termos muito elevados nas décadas de 80 e 90.

        É fácil perceber o tanto de crenças políticas sem fundamentos que existem em uma sociedade para reconhecer que ainda estamos longe desse conhecimento geral e definitivo que o avanço das comunicações poderia trazer. Então acredito que as mudanças sociais com suporte em crenças e valores continuam sendo realizadas em ritmo muito lento.

        Meus país contavam que quando da ida do homem à Lua, um agregado que chefiava uma fazenda estava com a esposa na casa dos meus país e o marido teria dito para a esposa para ela não acreditar naquelas tolices que a televisão estava tentando passar.

        E a ideia de que são os meios de comunicação que forjam esses valores não tem respaldo na realidade. Um levantamento histórico dos valores que acompanham a sociedade atualmente vai nos remeter a tempos bem pretéritos. E aqueles casos que nos parecem criações dos meios de comunicação muitas vezes revelam desejos e valores implícitos em uma sociedade. O Fernando Collor de Mello não é uma criação da rede Globo. O Fernando Collor de Mello é uma criação da alma do povo. A rede Globo ajudou e o extremo carisma que Fernando Collor de Mello possuía contribuiu para o sucesso dele, mas o sucesso dele repousava em muito em ele dizer aquilo que o povo queria ouvir.

        Agora para os meios de comunicação conseguirem dar mais resplandescência às crenas populares é preciso a concomitância de circunstâncias diversas. A razão do forte efeito do julgamento da Ação Penal 470 foi a época do julgamento. Os quatro trimestres que terminavam no segundo trimestre de 2012, vésperas do julgamento da Ação Penal 470, tinham tido crescimento de 0,1% quando comparado com o trimestre imediatamente anterior o que corresponde a um crescimento de 0,4%, o que pode ser visto como recessão, uma vez que o crescimento populacional está na faixa de 1,4% ao ano. E a inflação estava no limite superior da banda. E não há nada pior para um governante do que inflação alta e crescimento econômico pequeno. Em uma situação assim tudo que o governo precisa evitar é que surjam escândalos de corrupção. Pois a alma do povo já foi convencida há décadas (Ou quem sabe milhares de anos) de que é a corrupção que causa a inflação e o baixo crescimento econômico.

        Assim quando houve o julgamento da Ação Penal 470, o povo não queria saber de mais nada. Ali aparecia para todo o país o culpado pelo aumento da inflação e pela redução do crescimento econômico: era a corrupção. Ainda que o julgamento tratasse de fatos ocorridos há muito tempo. É claro que a mídia ajudou a repassar toda a culpa para o PT, mas essa ilação era natural.

        Já na época de Fenando Collor de Mello, eu dizia que um dos grandes trunfos da rede Globo é que ela não se mostra tão grande como ela era e ao mesmo tempo ela fazia questão de se mostrar maior do que ela era. Era uma contradição que eu explicava assim. O poder da rede Globo é percebido por todos como muito grande e a rede Globo tenta mostrar ao povo que ela realmente detém esse poder. Para o povo foi a Globo quem elegeu Fernando Collor de Mello. A Globo não gosta de desmentir o povo. Por isso as edições dos debates. Ela queria fazer crer até ao próprio Fernando Collor de Mello que foi ela que o elegeu, até para ele ter uma dívida com a rede Globo. Só que para um bom analista das pesquisas era perceptível que Fernando Collor de Mello seria eleito sem edição dos jornais.

        A crise econômica, a inflação alta, os escândalos de corrupção do governo de José Sarney, o carisma de Fernando Collor de Mello, tudo isso junto é que fizeram a eleição de Fernando Collor de Mello. O efeito da rede Globo é marginal. É claro que ela teve durante muito tempo uma série de programas que facilitaram o surgimento de figuras como Fernando Collor de Mello, servindo como exemplo a divulgação da campanha que ele fazia contra os marajás do serviço público.

        Outra coisa em relação ao Fernando Collor de Mello é que quando apareceu os problemas do caixa dois, envolvendo o tesoureiro de campanha dele a mística do carisma dele desapareceu. Não foi a rede Globo que o abandonou. O que ocorre é que o carisma é fator essencial para o convencimento. Só que quando a pessoa se revela como mentiroso ela perde toda a força do carisma que essa pessoa possuía e sem o carisma ele não convence mais ninguém. O Ciro Gomes é um exemplo de político carismático. Na eleição de 2002, ele foi destruído pela propaganda de José Serra que mostrava Ciro Gomes como um grande mentiroso. Quando uma pessoa carismática é vista como mentiroso o carisma desta pessoa deixa de funcionar. Não precisa dos meios de comunicação atuarem.

        Agora os meios de comunicação têm um efeito na margem. Há um cerne que fica imune e há um efeito na margem. No caso de Fernando Collor de Mello, esse efeito na margem que a rede Globo tem é superdimensionado porque as pessoas pensam que é fácil fazer um presidente da República. Ora fazer um presidente da República requer uma obra de engenharia de gerenciamento de um tamanho incomensurável e de circunstâncias favoráveis. Fernando Henrique Cardoso para ser presidente da República precisou de um Plano Real e você pode dimensionar o custo desta campanha, calculando de quanto aumentou a dívida pública brasileira no período.

        Então quando eu digo que a Globo tem um poder muito grande muito maior do que as pessoas pensam é porque eu considero que ela tem esse poder na margem de influir na eleição para presidente onde eleger um presidente em um país como o Brasil requer um poder excepcional, só que para a maioria das pessoas eleger um presidente da República é algo fácil que um mero redator de um Jornal Nacional tenha condições de fazer.

        A necessidade de a rede Globo mostrar-se maior do que ela é talvez tenha alguma relação com o episódio de Ricúpero e a Parabólica. Uma das poucas teorias conspiratórias que eu aceito é a de que foi a própria Rede Globo que deflagrou o episódio da parabólica quando ela percebeu que Fernando Henrique Cardoso ganhava a eleição sem nenhuma ajuda da rede Globo. Ela queria mostrar que podia ser uma pedra no caminho dele.

        E ali na época do episódio da parabólica a rede Globo já possuía um conhecimento muito grande da alma do brasileiro. Não se pode esquecer que houve uma coincidência do fim do governo de Fernando Collor de Mello e o começo daquela série “Você decide” que foi um momento em que a rede Globo mais fez pesquisa sobre a alma do brasileiro. Lembro de um programa em que se discutia se o um arrimo de família devia abandonar os estudos e dedicar-se ao trabalho ou o contrário. O programa era dividido em quatro quadros e após cada quadro uma opção crescia em votação mais do que a outra.

        Já antes do programa eu dizia que a opção pela educação iria ganhar porque havia o interesse da rede Globo em que o brasileiro estudasse mais, uma vez que com o estudo ele podia render mais no trabalho. Ao mesmo tempo, ao longo do programa, os roteiristas iam aprendendo como induzir o povo a ter uma reação ou outra. Vários programas do mesmo tipo desenvolveram na rede Globo uma capacidade muito grande de lidar com a população. Só que era um efeito na margem. Suponhamos que havia 5 000 mil votos favoráveis a uma decisão e 4.000 favoráveis a outra ao término do primeiro quadro. No quadro seguinte passava-se de 5.000 para 4.400 e o outro ia de 4.000 para 4.600, sendo que a abordagem que fora feita no primeiro quadro mudava completamente de direção no segundo quadro. De um lado a rede Globo ficava sabendo que tipo de roteiro tem influência em algumas pessoas, mas ainda assim havia um conjunto forte de pessoas que não mudavam de opinião.

        Então em minha avaliação a interferência da rede Globo, apesar de ser relativamente grande, ela não pode ser superdimensionada. A economia brasileira não fraquejou em razão da rede Globo. O prestígio da presidenta Dilma Rousseff estava como você mesmo diz em quase 70% antes das manifestações de junho de 2013. E a popularidade dela não era fruto do apoio da rede Globo. Aliás, pode-se até dizer que a popularidade da presidenta Dilma Rousseff até abril de 2013 era alta apesar da rede Globo.

        Em junho de 2013, a economia brasileira estava em plena recuperação como atestam os índices de crescimento do PIB trimestral nos três trimestres que incluem o quarto de 2012, o primeiro e o segundo de 2013, em especial quando esta análise é feita a partir da taxa de crescimento da Formação Bruta de Capital Fixo. Era uma recuperação que não se deixava influenciar pelas críticas da mídia nem pelo julgamento da Ação Penal 470 no STF. Só que ali aconteceram as manifestações de junho de 2013 e a popularidade da presidenta Dilma Rousseff caiu de quase 70% para menos de 40%.

        Qual a culpa da rede Globo nas manifestações de junho de 2013? Não penso que a rede Globo teve alguma influência naquelas manifestações. Penso que elas foram fruto de circunstâncias excepcionais. O Brasil veio do julgamento da Ação Penal 470 que mostrou um PT muito comprometido com a corrupção e havia o aspecto econômico. Se tudo tivesse ocorrido com crescimento econômico muito forte talvez a população não ficasse tão contrária ao PT. Só que o crescimento que ocorrera dera-se lá atrás quando até permitiu a eleição da presidenta Dilma Rousseff.

        Nos quatro trimestres que ia do terceiro de 2011 até o segundo de 2012, o crescimento trimestral quando se compara um trimestre com o trimestre imediatamente anterior fora de meros 0,1%. Em suma naquele momento do julgamento da Ação Penal 470, o crescimento econômico era pequeno. Com o julgamento da Ação Penal 470 cresceu uma insatisfação popular em que em princípio não atingia a presidenta Dilma Rousseff, mas que estava sendo canalizada contra o governo por se tratar de um governo do PT.

        Essa circunstância de praticamente paralização econômica e ao mesmo tempo a ocorrência do julgamento da Ação Penal 470 deixou a população revoltada. E na sequência ocorreram as manifestações de junho de 2013. Talvez a grande mídia tenha ajudado a direcionar os efeitos das manifestações exclusivamente na popularidade da presidenta Dilma Rousseff. Não vejo, entretanto, como tudo isso pode ser atribuído aos meios de comunicação.

        Agora o estrago na popularidade da presidenta Dilma Rousseff que não teve semelhança com nenhum episódio ocorrido em qualquer país do mundo em época de paz e sem uma flagrante ocorrência de prática de criminalidade muito provavelmente repercutiu na recuperação econômica. Foi um fato excepcional que não me parece possível de ser vinculado quer ao judiciário quer aos meios de comunicação.

        Quanto a Ação Penal 470, é preciso que haja um esclarecimento sobre o motivo de o PT ter adotado na plenitude um posicionamento crítico em relação ao julgamento. Eu avalio a posição do PT como completamente errada e sem justificativa para o erro e por isso eu penso que é preciso um esclarecimento. O maior efeito jurídico da Ação Penal 470 foi ter transformado em crime de corrupção o que até então era entendido como crime de caixa dois.

        Ora, em 2003, via o processo legislativo, o PT conseguiu aumentar a pena de corrupção, mas não conseguiu aumentar a pena de caixa dois, porque não encontrou apoio para tal medida no Congresso Nacional. Ai o PT consegue o que ele tentou fazer no Congresso Nacional via o Poder Judiciário e em lugar de elogiar o Poder Judiciário, o PT passa a o criticar.

        Com o julgamento e como fruto da atuação de Joaquim Benedito Barbosa Gomes e também de Enrique Ricardo Lewandowsk, o STF vem e decide que quando o caixa dois é praticado por pessoas com a gama de poderes de um deputado federal, o crime é de corrupção e não de caixa dois. Era para o PT ter vangloriado de ter feito essa transformação na jurisprudência, pois a transformação só foi possível diante dos novos ministros do STF escolhidos pelo PT. Tal vanglória, entretanto, não ocorre.

        Este era um grande trunfo do PT e que o PT por motivo obscuro não quis utilizar.  E essa participação de Joaquim Benedito Barbosa Gomes e Enrique Ricardo Lewandowski no resultado do julgamento principalmente pelo lado de avanço ao combate da criminalidade é desconhecido pelos próprios petistas. Lembro que um comentário meu enviado sábado, 21/05/2016 às 20:21, para VioMundo, junto ao post “Aragão acredita em inteligência clandestina por trás da queda de Dilma” de sábado, 21/05/2016 às 10:29, aqui no blog de Luis Nassif, e em que eu dizia a mesma coisa que eu vinha dizendo desde setembro de 2012, foi considerado como algo inusitado pelo comentarista JB Costa em comentário enviado domingo, 22/05/2016 às 15:43, junto ao meu.

        Eu acho que o JB Costa nunca chegou a ler a minha resposta que eu enviei domingo, 22/05/2016 às 23:38, para junto do comentário dele de domingo, 22/05/2016 às 15:43, e que eu voltei em alguns posts mais adiante a deixar o link para que ele pudesse analisar com mais vagar o que eu procurei detalhar com todo o cuidado sobre aquele julgamento e que escapara à compreensão da maioria dos nossos comentaristas e da população em geral.

        Com o intuito até de apontar para uma crítica que eu tenho feito muito aqui no blog de Luis Nassif faço também referência a um comentário meu para JB Costa enviado quarta-feira, 01/06/2016 às 02:12, para junto de comentário dele enviado terça-feira, 31/05/2016 às 21:02, lá no post “Instituto Liberal denuncia a física quântica como instrumento marxista” de terça-feira, 31/05/2016 às 20:19. No meu comentário eu aproveitei para mais uma vez dizer para JB Costa como ele que procurava ficar bem informado sobre a realidade política brasileira passara batido nos efeitos do julgamento da Ação Penal 470 e relembrava a ele a resposta que eu havia dado junto ao post “Aragão acredita em inteligência clandestina por trás da queda de Dilma”.

        Deixo antes de mais nada o link para esses dois últimos posts. O endereço do post “Aragão acredita em inteligência clandestina por trás da queda de Dilma” é:

        https://jornalggn.com.br/noticia/aragao-questiona-inteligencia-clandestina-por-tras-da-queda-de-dilma

        E o endereço do post “Instituto Liberal denuncia a física quântica como instrumento marxista” na terceira página onde está meu comentário junto ao comentário de JB Costa é:

        https://jornalggn.com.br/noticia/instituto-liberal-denuncia-a-fisica-quantica-como-instrumento-marxista?page=2

        Faço a menção a esse comentário meu para JB Costa junto ao post “Instituto Liberal denuncia a física quântica como instrumento marxista” porque trata-se de um post absolutamente inócuo para onde foram desviadas todas as atenções dos comentaristas deste post e que chegou a ter 148 comentários. Este me parece um mal que Luis Nassif vem causando no entendimento do impeachment da presidenta Dilma Rousseff ao deslocar para questões marginais, deixando de lado as discussões substanciais que deveriam ser feitas.

        Há um post mais recente de Luis Nassif da série do Xadrez do Golpe em que esse diversionismo é latente. Trata-se do post “Xadrez de como o PT ajudou o MPF se tornar partido político” de sexta-feira 12/08/2016 às 16:51, e que pode ser visto no seguinte endereço:

        https://jornalggn.com.br/noticia/xadrez-de-como-o-pt-ajudou-o-mpf-se-tornar-partido-politico

        É um post muito bem escrito de quem acompanha com minúcia a política brasileira, mas que todo o arcabouço é para justificar a ideia de que foi o PT que ajudou o MPF a se tornar um partido político. Há afirmações questionáveis como dizer: “Computados os votos de todos os Ministérios Públicos, Deborah foi a mais votada. Mas Janot foi o mais votado dentre os procuradores da República”. Ora para que eleições nos outros órgãos se só os votos dos procuradores da República seriam considerados? Em pesquisa que fiz na internet não vi nada que confirma a afirmação de Luis Nassifr. Serve como exemplo de site pesquisado a reportagem “Janot é o mais votado em eleição para procurador-geral da República” de quarta-feira. 05/08/2015, publicada na Folha de S. Paulo e que pode ser visto no seguinte endereço:

        http://www1.folha.uol.com.br/poder/2015/08/1665041-janot-e-o-mais-votado-em-eleicao-para-procurador-geral-da-republica.shtml

        Não entro, entretanto, no questionamento de afirmações como essa. O que eu discuto é o que realmente representa o MPF ter virando um partido político e que é a acusação que Luis Nassif faz atribuindo ainda responsabilidade por tal consequência ao PT. Vamos imaginar que tenha sido o PT o culpado pelo fato de o MPF atualmente está-se constituindo em partido político. Que vantagem o MPF consegue com isso? O Ministério Público Federal não pode assumir cargos no Executivo, nem no Legislativo nem no Judiciário. Então o âmbito de atuação do Ministério Público como partido político, em que o grosso do orçamento público é tratado pelo chefe do Executivo, é absolutamente irrelevante. Trata de aspecto que nada acrescenta na análise do impeachment da presidenta Dilma Rousseff.

        Aliás, talvez um dos grandes feitos do PT foi ter indicado um membro do Ministério Público Federal para o STF e que foi o Joaquim Benedito Barbosa Gomes. Normalmente tanto a direita como a esquerda não gostam do Ministério Público. A direita porque teme o estrago que o Ministério Público possa vir a fazer nos grandes grupos empresarias. E a esquerda por considerar que o Ministérios Público tem um viés contra os pequenos infratores fáceis de serem acusados e normalmente mal representados por advogados sem muita qualificação. Falo em feito do PT porque não lembro de nenhum outro membro do Ministério Público Federal que tenha a mesma origem da de Joaquim Benedito Barbosa Gomes.

        Há alguns limites que talvez tenham sido estendidos. As delações premiadas parecem fugir do que se poderia considerar como dentro da esfera da justiça, no sentido que elas não parecem se dar dentro do princípio da dignidade e da razoabilidade. O problema maior ao meu ver tem sido os vazamentos e o timing do vazamento. Agora é preciso que o caso vá para o segundo grau de jurisdição para verificar se tudo foi feito de acordo com a lei. Se foi feito então não haveria porque fazer toda essa discussão. E se não foi feito nada disso terá validade.

        É claro que se não tivesse tido a Ação Penal 470 e se tudo mais tivesse tido o mesmo percurso e se também não tivesse tido a Operação Lava Jato, ainda que houvesse tido a crise econômica e o mesmo Congresso tivesse sido eleito, seria pouco provável que a direita conseguisse se arregimentar para derrubar a presidenta Dilma Rousseff.

        E eu considero que sem o julgamento da Ação Penal 470 não teria havido as manifestações de junho de 2013 e sem as manifestações de junho de 2013, muito provavelmente a economia teria se relançado com mais força e não teria sofrido a queda nos investimentos que se observou no terceiro trimestre de 2013 e a presidenta Dilma Rousseff teria muito mais condições de gerenciar a economia brasileira diante da necessidade de desvalorização da nossa moeda que a recuperação da economia americana iria nos impor em 2014, 2015 e 2016.

        Então é por isso que eu insisto em dizer que o impeachment da presidenta Dilma Rousseff não é decorrente nem do judiciário nem da mídia.  Eles podem ter tido atuação marginal. Quem realmente influiu foram as manifestações de junho de 2013, mas o efeito maior dessas manifestações foi a retração dos investimentos que ocorreu no terceiro trimestre de 2013. E essa é uma conclusão de quem é leigo em economia. Seria preciso uma avaliação mais completa do que ocorreu com os investimentos, desagregando-os por setor para saber se a minha avaliação está correta.

        E a reversão dos investimentos que ocorrera no terceiro trimestre de 2013 deixou o governo numa situação difícil para enfrentar a desvalorização da moeda que provavelmente ocorreria à medida que os Estados Unidos abandonassem a política do Qauntitative Easing e depois iniciassem a elevação dos juros. E na nova situação que não era aquela planejada pelo governo a recessão foi um percurso natural e inevitável que deu à direita o motivo para fazer o impeachment da presidenta Dilma Rousseff.

        E observe que sua argumentação é muito no sentido de mostrar que os meios de comunicação tinham lado e que também os órgãos estatais de justiça e do ministério público têm lado. Eu não desconheço isso nem nego. Os meios de comunicação até por serem empresas defendem os interesses da direita. E o Poder Judiciário e o Ministério Público por serem formados pela casta da nossa sociedade com maior formação educacional representam o interesse da nossa burguesia mais abastarda que consegue subsidiar os estudos dos filhos nas nossas melhores escolares com reforços de cursinhos e de professores particulares. E dentro desse grupo de pessoas com mais qualificação instrucional, há alguns com um espírito de defesa da solidariedade, mas a maioria defende o princípio do mérito e mérito medido pela capacidade de estudo e por carregarem consigo esse mérito assumem mais uma postura individualista de direita.

        Agora o fato de eles terem lado é o lado dele ser de certo modo o lado da direita não significa que eles tenham feito a crise econômica. A razão da crise econômica deve ser mais estudada, mas não há exemplo no mundo em que se mostre a crise econômica ou o relançamento de uma economia tenha decorrido da atuação do Poder Judiciário ou do Ministério Público ou dos meios de comunicação. Foi isso que eu disse em meu comentário anterior e o seu questionamento não me pareceu desmentir.

        Clever Mendes de Oliveira

        BH, 15/08/2016

  62. Dúvidas

    Dúvida 1: “Se alguém afirmar que o governo Dilma foi dos mais desastrosos da história, não vou discutir.” 

    Não vai discutir porque você não discute afirmações idiotas ou você próprio concorda com esta afirmação idiota? 

    Dúvida 2: “..um sistema institucional robusto teria que dispor de instrumentos para passar incólume pelo desafio Dilma, permitir ajustes sem abrir espaço para aventuras golpistas.” 

    Isto quer dizer que a mulher estuprada por usar roupas provocantes é a culpada pelo estupro? 

    Dúvida 3: “não se vislumbra agentes para cumprir a função moderadora” 

    Quer dizer que você acredita em moderação num ambiente político onde:

    1. o próprio interino é um usurpador?

    2. o próprio interino cometeu o mesmo “não-crime” imputado à presidenta?

    3. o interino é um bandido sabido por todos brasileiros?

    4. o interino se vale da proteção de um bandido bem maior para garantir o golpe?

    5. o interino, interinamente, abandona um programa de governo escolhido pela população e aplica um programa opostodo lúpen economics?

    6. o interino se cerca de outros vários bandidos e usam os  espaços dos ministérios para se esconderem da justiça que na verdade, não querem prendê-los? 

    Os leitores sabem que esta lista pode continar crescendo ad infinitum… 

    É isto mesmo?  MODERAÇÃO? 

    Parei de ler. 

    Acho que não estou num dia bom. O problema deve ser comigo. 

     

  63. no que tange às participações…

    acredito que faltou o movimento principal, o da sociedade em geral contra o golpe

    poder executivo sem povo, ou menos povo, é igual a portas abertas para todo e qualquer golpe ou ilegalidade

    ninguém pode dizer que representa ou atua em nome do que não existe

    acredito também que estão deixando de lado a melhor oportunidade de provar que toda violência que tivemos a partir do MPL foi de direita, comprada como primeiro passo para o golpe

    e se há espanto pela falta de reação da esquerda, considerem que os que dizem representar o Estado, representam apenas a menor parte da sociedade, a elite que nunca deixou de ser de direita e golpista

    1. cegueira geral…

      deve ser por isso que ninguém se toca

      políticos bandidos e golpitas, e certas instituições que temos, se representam alguma coisa, como dizem que representam, representam unicamente a parte também bandida e golpista

      ou ignorante politicamente

      Brasil é o único país em que os especialistas estudam, defendem ou criticam o que temos como Democracia,

      mas, na maioria das vezes, de costas para o povo

      excelentes maestros, reconheço, mas cadê a orquestra?

  64. São conhecidos

    O proletariado já conhece de há muito quem são nossos algozes. A educação seria o meio para combatê-los.Pela ordem: o Estado, o Poder econômico e os meios de comunicação por último , esmagam o nosso livre arbítrio. Teoria minha. mero cidadão menos informado.

  65. Um contraponto
    Alguns comentaristas estão estranhando certas posições de Nassif em relação ao golpe que derrubou Dilma. Sintetizo as discordâncias citando trecho do comentário de Cléver Mendes de Oliveira:

    “A minha frustação com impeachment é que ele atinge as idéias que ela tentou por em prática. E a minha frustação decorre do fato de que as idéias que perduram são as dos vencedores. E tudo parece-me ainda pior quando vejo pessoas como você compartilhar ideias dos vencedores. E o pior é que você pode alegar que você já afirmava isso bem antes dos vencedores. No fundo nós todos tratamos de obter um “nihil obstat” para nos preservarmos das nossas sandices.”

    De fato, não há nos textos de Nassif uma procura de justificar o golpe.

    Mas, me incluiria, após reler o artigo e os comentários, aos discordantes para afirmar que golpes não podem ser justificados nem EXPLICADOS por atos das vítimas.

    Sim, desta forma estaríamos próximos a explicar crimes por motivação das vítimas, o que seria um absurdo dentro de qualquer ótica.

    Aproveito para acrescentar que golpes de Estado não são desferidos por motivação de governos fracos.

    Nem poderiam ser fracos pelo simples princípio Constitucional brasileiro que afirma que governos eleitos tem por si só a legitimidade conferida pelas urnas.

    E pela legitimidade, governos eleitos só poderiam ser destruídos de forma excepcionalíssima, em específicas situações estabelecidas nos crimes de responsabilidade.

    Golpes, a história comprova, são desferidos não pelo que o governo deixou de fazer, ou pela falta de apoio popular, ao contrário.

    No Brasil, governos são depostos por exatamente realizar, ou manter em promessa aquilo que a população espera.

    Os golpes mais recentes no Brasil foram desferidos por esses motivos Aqui trago o que desseram os golpeados:

    Fui vencido pela reação e assim deixo o governo. Nestes sete meses cumpri o meu dever. Tenho-o cumprido dia e noite, trabalhando infatigavelmente, sem prevenções, nem rancores. Mas baldaram-se os meus esforços para conduzir esta nação, que pelo caminho de sua verdadeira libertação política e econômica, a única que possibilitaria o progresso efetivo e a justiça social
    Jânio Quadros

    Mais uma vez, as forças e os interesses contra o povo coordenaram-se e novamente se desencadeiam sobre mim. Não me acusam, insultam; não me combatem, caluniam, e não me dão o direito de defesa. Precisam sufocar a minha voz e impedir a minha ação, para que eu não continue a defender, como sempre defendi, o povo e principalmente os humildes
    Getúlio Vargas

    A subversão, fartamente denunciada e muito bem paga, na profusão de rádios, jornais e televisão, era o preparo da mentira do perigo comunista, que iria constituir o ponto de partida para concretização da quartelada, a fim de que, assim, pudessem esmagar as justas aspirações populares que o meu Governo defendia
    João Goulart

    Neste ínterim de Goulart, até o hiper-super- exímio conciliador Tancredo for derrubado do cargo de Primeiro Ministro.

    Os ministros de Goulart eram espetaculares.

    Golpes são golpes, apenas golpes.

    Por isso devemos fugir da tentação de explicá-los para, como alertou o colega comentarista Cléver Mendes, não nos deixarmos ofuscar pelos holofotes globais.

    E mais, se a história é escrita pelos vencedores, as mentiras são desmascaradas pelo tempo; como aquela que um dia nos foi ensinada, nas escolas e nos meios de comunicação, como Revolução e hoje a certeza de ter sido

    Golpe.

    Cabe-nos, democratas, apontar constantemente a retirada à força da presidenta eleita, e não inocentemente, ou por pragmatismo, aderir, procurar harmonizar, tentar explicar, ou mesmo calar gente a mais este golpe desferido contra o país.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador