Organização norte-americana vende Zika vírus para pesquisas

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – Com os crescentes casos no Brasil do vírus Zika, transmitido por meio da picada do mosquito Aedes aegypti, a ATCC, uma organização sediada nos Estados Unidos que repõe materiais biológicos para pesquisas, chamou a atenção por oferecer como um dos seus produtos o Zika Virus.
 
Na contramão de boatos de que a substância estaria sendo patenteada pela Fundação Rockefeller, uma vez que na descrição do produto aparece como depositante “J. Casals, Rockefeller Foundation”, a organização ATCC é um repositório que vende qualquer número de linhas celulares, incluindo de bactérias, de mamíferos e vírus, amplamente utilizada pela comunidade de pesquisas biomédicas.
 
Na prática, a ATCC vende material biológico para laboratórios e organizações que realizam pesquisas de microorganismos, doenças, vacinas e, aparentemente, já inclui como uma de suas fontes de recursos as consequências ainda não concluídas dos crescentes casos do vírus no Brasil. 
 
O vírus foi descoberto em 1947, em Uganda, na floresta Zika, origem que levou o nome ao vírus. Estudos mostram que o Zika não era novo, e a partir de 1966 já havia se espalhado pelo continente asiático. A partir daí, foi encontrado algumas vezes na África, na Ásia e na Oceania, espalhando-se também no Canadá, Alemanha, Itália, Japão, Estados Unidos e Austrália.
 
De acordo com as informações que constam no banco de produtos, a ATCC conseguiu o vírus proveniente do sangue do macaco testado em Uganda, em 1947, através da Fundação Rockefeller, que não seria o responsável por vender o vírus, mas aparentemente quem isolou o vírus em 1947 de macacos, por meio de J. Casals.
 
 
A ATCC vende o vírus liofilizado, ou seja, entre líquido e gasoso. Está descrito que gansos e galinhas podem aglutinar o vírus, e não é patogênico para hamster, porcos ou coelhos. Detalhe importante da descrição é que já houve a infecção acidental em pessoal de laboratório. Diz que o ideal é ser testado em rato, e pode causar paralisia e morte.
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

3 Comentários

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  1. Vendendo lenços

    Faz muito tempo tomei um susto quando me deparei  com uma enorme faixa num cruzamento de  ruas de BH dependurada em local bem visível . Nela estava escrito:

    Aconteceu um desastre e multidões estão chorando, não é?

    E você:  também vai chorar, ou vai vender lenços?

    Tratava-se de propaganda de um seminário sobre oportunidade de negócios.

     

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