Em livro de memórias, Janot diz que queria matar Gilmar Mendes dentro do Supremo

E tudo ficou nisso porque, segundo ele, ‘a mão invisível do bom senso tocou meu ombro e disse: não’.

foto Antagonista

Jornal GGN – O ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, em entrevista à Folha sobre seu livro de memórias, diz que tinha intenção de matar o ministro Gilmar Mendes, e para isso entrou armado no Supremo Tribunal Federal. Segundo ele, o ato se daria por insinuações que Gilmar teria feito sobre sua filha, em 2017.

O livro de memórias de Janot vai ser lançado ainda este mês. O caso de Gilmar é relatado na entrevista com nome, mas no livro aparece somente a figura do ‘ministro’, sem declinar. Mas declarou à reportagem um sofrido ‘tenho uma dificuldade enorme para pronunciar o nome desta pessoa’.

Em resposta, Gilmar enviou mensagem para Mônica Bergamo se dizendo surpreso, e que Janot deveria fazer um tratamento psiquiátrico.

Quando ainda procurador-geral, Janot queria a suspeição de Gilmar nos casos em que o empresário Eike Batista aparecia. Eike foi parar nas mãos da Lava Jato e o escritório que o defendia tinha a mulher do ministro como sócia. Gilmar teria retrucado com a lembrança de que a filha de Janot, Letícia Ladeira Monteiro de Barros, advogada também, representara a empreiteira OAS no Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).

Diz, no livro, Janot: “Num dos momentos de dor aguda, de ira cega, botei uma pistola carregada na cintura e por muito pouco não descarreguei na cabeça de uma autoridade de língua ferina que, em meio àquela algaravia orquestrada pelos investigados, resolvera fazer graça com minha filha”.

E tudo ficou nisso porque, segundo ele, ‘a mão invisível do bom senso tocou meu ombro e disse: não’.

Mas o assassinato se daria na antessala, onde se encontrariam antes da sessão. Que o valente PGR jamais entraria armado no plenário do tribunal.

O drama iria mais longe. Segundo entrevistas concedidas ao Estadão e revista Veja, Janot afirmou que pretendia se suicidar depois de matar Gilmar.

A Folha foi checar a questão dos comentários de Gilmar sobre a filha de Janot. Não achou em nenhum lugar, nada. Encontrou apenas informações publicadas pelo jornalista Reinaldo Azevedo. À reportagem, Janot disse que Gilmar fez o comentário durante uma sessão do Supremo.

O livro de memórias é intitulado ‘Nada Menos que Tudo’ e foi escrito com a ajuda dos jornalistas Jailton de Carvalho e Guilherme Evelin. Traz um balanço da atuação de Janot à frente da Operação Lava Jato e rebate as críticas à sua gestão.

Tirando o assassinato de Gilmar, o livro passeia por outras atuações de personagens políticos. Janot conta que Temer e Eduardo Alves pediram que ele arquivasse a primeira investigação contra Eduardo Cunha. E, ainda, que Aécio Neves tentou aliciar o então procurador-geral com cargos em futuro pleito, desde que evitasse a abertura de investigações sobre suas relações com a Odebrecht.

Por fim, Janot fala da presença de geladeira bem abastecida com bebidas alcoólicas, como forma de aliviar sua tensão, e a da equipe, após os momentos mais difíceis.

Redação

10 Comentários

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  1. O Promoter ,é um valentão . Pistoleiro ,alcoólatra ,confissão feita pelo mesmo ,é um perigo . Desfilou com a sua valentia ,nos corredores dos Tribunais ,bêbado , deu pareceres ,que poderão ser anulados ,devido o teor alcoólico nos mesmos . Uma geladeira repleta de bebidas ,que usava rotineiramente e uma arma na cinta ,era o retrato caricato de um Xerife do Planalto Central .Um bêbado armado na Procuradoria Geral ,ou seja ,um psicopata em potencial . Só que não ! Quer é promover o seu Livro de quinta categoria . Ora Janot , recolha-se a sua aposentadoria imerecida ,por ter sido relapso ,engavetador ,perseguidor , e falastrão . Cachaceiro de Boteco !!!

  2. Duas coisas ficaram evidentes nesse livro de memórias.
    A primeira é que Janot fracassou como PGR, pois ele deveria respeitar os limites impostos ao cargo e respeitar o poder/dever conferido aos Ministros do STF pela CF/88. Ninguém, seja advogado, procurador ou mesmo juiz, tem o direito de impor sua vontade a um membro do Judiciário. Decisões equivocadas estão sujeitas a recurso. Decisões não mais sujeitas a recurso podem ser objeto de ação rescisórias. Os equívocos judiciários podem eventualmente ser debatidas na imprensa, mas há uma diferença entre o debate racional e a violência homicida.
    Assim como os juízes são obrigados a esquecer os ódios que surgem quando suas decisões são reformadas (algo que está fora da esfera de controle pessoal deles), advogados e procuradores precisam fazer o mesmo (não são eles que decidem os processos). Caso contrário, o profissional se torna inapto para o trabalho e deve procurar outro compatível com sua estrutura psicológica.
    Janot confessou que fracassou como PGR.
    Ele também fracassou como pistoleiro, pois o assassinato seguido de suicídio não passou de uma cogitação. Aos atos preparatórios (entrar armado no Tribunal) não se seguiram os de execução. Ele provavelmente tem porte de arma. Portanto, a conduta dele não pode nem mesmo ser considerada criminosa. No máximo ele violou uma norma administrativa que impede advogados, procuradores e juízes de andarem armados nas dependências do Tribunal (se essa norma existir no STF, acrescento).
    O livro de Janot também será um fracasso? Isso eu não sei dizer. Digo apenas que não pretendo comprar e ler o livro dele. Tenho mais o que fazer.
    Durante um tempo Janot desfrutou de prestígio, visibilidade e poder. Os jornalistas não o procuram mais. Ele raramente é citado na imprensa. Talvez ele esteja sofrendo de síndrome de abstinência. Isso talvez explique a confissão do pecadilho que foi feita ao “respeitável público”. Amanhã ninguém mais estará prestando atenção nessa história.
    Gilmar Mendes sugeriu a Janot procurar um psiquiatra. Talvez ele precisasse apenas parar de procurar. O labirinto em que ele está preso deixará de existir no exato momento que ele se sentar e passar a ignorá-lo. A realidade dele como PGR é passado. A obscuridade dele no presente é um prêmio que ele deveria aprender a apreciar.

  3. Um desqualificado que concedeu a entrevista embriagado.Um idiota,imbecil,analfabeto funcional.Mais uma vez o detrito sólido de maré baixa é usada como escada para patrocinar uma molecagem.Dos dois,não se sabe qual o mais vagabundo,se o entrevistado ou o entrevistador.Deve ter ido ao encontro de Mendes embriagado.Falam nos botecos onde Janô é frequentador contumaz,que caneco de bêbado não tem dono.Tem sim e querem saber o motivo?Por que o valentão não quis atirar em Collor que o chamou de filho da puta da tribuna do Senado Federal para o Brasil todo ouvir?Ele deve ter analisado, raramente sóbrio, sobre a arvore genealógica dos Collor de Melo e concluiu:Filho de peixe,peixinho é,e pediu ao garçom que lhe servisse mais uma dose de Pitú.Vixe,ia me esquecendo:Deve vender mais livro do que Mario Sabino.

  4. Me escapa à compreensão.
    A fala de Gilmar a respeito da filha de Janot não passou de uma declaração factual. Nada que justifique a ira assassina que Janot declara ter sentido.

  5. Desde quando servidor público pode beber em serviço? E andar armado? Deviam é cassar a aposentadoria para exonerá-lo a bem do serviço público. Esse, sim, é uma zebra muito gorda.

  6. Hoje, depois dessa “confissão” do inenarrável Janota, deveria ser decretado feriado nacional………temos o Dia do fico………hoje seria algo como o Dia do cavo……..o dia em que a justiça Brasileira, resolveu cavar, com afinco e determinação, o fundo do poço…….em termos de desmoralização, estamos quase saindo do outro lado do planeta….mesmo se a resolução de “rugas” entre membros da dita justiça, na base de duelo com armas variadas, pode ter algum efeito positivo………….; )

  7. Por tudo que já sabíamos e por esta agora, um dos homens mais sinistros que passou por nossa República. Bate o portão sem fazer alarde e devolva a Democracia que o senhor nos tomou e nunca respeitou.

  8. Pule de dez.Vejo a foto acima e tiro as minhas conclusões.Jánô está em companhia de um parceiro,que belisca uma cerveja.Diante de Jánô,uma garrafa da branquinha.Alcoólatra não bebe bebida fermentada,só destilada pra ver logo o mundo tricolino.PQP,que País é este.

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