Não há o que comemorar da Era Janot, por Maria Luisa

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Foto: Marcelo Camargo/EBC

Por Maria Luisa

Comentário à publicação “Na consagração de Janot, o populismo em um órgão de Estado, por Luis Nassif”

A Era Janot

No futuro, quem sabe um bom estudo sobre esse período indique que estamos vivenciando um novo paradigma social. A ascensão de uma classe média conservadora, adepta de slogans, moralista, sem grande instrução cultural e/ou filosófica. 

Faço parte dessa geração e conheço muita gente que tem a mesma cabeça dos novos e deslumbrados procuradores, que pensam o País de forma unilateral. Realmente, há uma estreiteza de visão do todo que é espantoso. Não defendo e, creio, ninguém defende aqui a quadrilha que tomou do País e que sempre esteve aglutinada no poder. Porém, misturar tudo e todos usando sempre do dominio do fato foi fatal para o caos se instalar no Brasil. 

De fato, falta além de competência, muito mais conhecimento sobre o processo histórico brasileiro. Parece que sabem mais sobre os Estados Unidos e sua Justiça do que conhecem o proprio País.

Foram perseguidores de um partido e dos partidos de sua base. Perseguem um homem até os limites das raias da loucura judicial. Assim como provocaram a morte de sua esposa, quem sabe apostam no suicidio desse ex-presidente? Seria um mártir. Melhor mesmo é conseguir prendê-lo. 

Quanto ao PSDB nada a declarar. Todos vão muito bem, com suas fartas contas em paraísos fiscais. Mas que importa aos bravos procuradores?!

Janot foi a quintessência do procurador que querendo demonstrar independência e ao mesmo tempo que era ele o chefe (e não Dallagnol e outros), passou a carroça na frente da boiada. E aí o festival de erros que assistimos espantados. Não há o que comemorar do mandanto de Rodrigo Janot frente à PGR. 

O que temos de fato é um País descendo rapidamente a ladeira em direção à miséria social. E aos novos procuradores, que se segurem, porque nada foi gravado em mármore. Vejam só a nossa “democracia”, como eles mesmos a pisotearam. Assim como ganharam poder nos governos petistas (quanto ódio da própria origem), serão provavelmente reenquadrados para que se possa então voltar a governar o Brasil. Disso, não tenham duvida.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

9 Comentários

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  1. traidor

    Janot é um traidor.

    Traiu a Dilma de quem tanto puxou o saco para continuar PGR,

    Traiu a Constituição porque além de não cumprir ainda lutou contra,

    Traiu o Pais facilitando a sua entrega aos alienígenas,

    Traiu a profissão atropelando as leis e sendo seletivo na sua aplicação,

    Traiu o povo que pagou o seu salário.

    Só não traiu São Aécio!

    1. É que o mineirinho, como

      É que o mineirinho, como disse em alto em bom som em horário nobre, “manda matar”… o Janot vendendo como denúncia, percebeu (ou foi “lembrado”), que aquilo era ameaça; ou não foi este nobre representante dos jurisconsultos nacionais que afirmou que não agia “movido pela coragem, mas pelo medo” ? Então …

    2. Emerson

      Não fale o nome do santo em vão ! Não sabe  que ainda pode ser o próximo Presidente ? Não vai ser condenado e tem muitos “amigos” em todas as instâncias brasileiras e quiçá , internacionais. rsrsrsrs

      Abraços

  2. A história …

    … Desconhecer a própria história é um fato a esta classe mérdia mediocre, um dos comentários mais fora de propósito que essa gente diz sobre o brasileiro é de ser pacífico, esse é um fato que demonstra a ignorância nossa de cada dia, basta ler um pouco de história do Brasil para constatar uma história de muitas revoltas e lutas, quantas revoltas marcam nossas divergências, poucos conseguem entender, os pactos sociaís estabelecidos para amenizar os conflitos, poucos entendem o porquê das leis trabalhistas, o porquê das reformas de bases que Jango tentou implementar, para amenizar divergências de uma poupulação que há pouco tempo, menos de 20 anos talvez, não estava em conflito com o poder e lutando por fragmentação territorial, conflitos como, maragatos X ximangos (Pai de Brizola participou desse conflito), revolta da degola, revolta da armada, guerra do contestado, intentona comunista, intentona integralista, revolta de 32, conjuração baiana, revolução federalista , Canudos, revolta das barcas, revolta de Minas e muitas outras …

       Essa classe mérdia, burocrata pouco entendem o significado de muitos desses conflitos, não conseguem compreender o peso de figuras como Vargas, que de alguma maneira conseguiu solucionar alguns desses conflitos, seja através da força, seja através de pactos sociaís e federativos, esse pessoal não compreendem o tamanho esforço que a história demonstra necessário para a coesão social, nacional e territorial, não entendem e nunca entenderam o papel deles dentro da república, esse pessoal que são treinados a decorar leis para passarem em um concurso vagabundo serão a nossa desgraça, e viva a desgraça dessa classe mérdia mediocre e alienada, o maior inimigo do trabalhador não é o rico explorador, mas essa classe média ignorante.

  3. Perfeito o seu post Maria

    Perfeito o seu post Maria Luisa! De fato, muitos dos novos procuradores saem de uma vida um tanto morna, anos a fio de estudos, sustentados por seus pais a maioria, e de repente cai no seu colo um poder imenso para o qual não estão preparados enquanto adultos responsáveis, com uma visão imparcial e plural do mundo.

    Para seguirem um Janot, alçado a celebridade, nada mais fácil, para se tornarem novos “dallagnois”, idem….. Ou a nova procuradora geral bota ordem na casa, assim como uma nova legislação específica sobre os limites, criminalizando de modo radical absurdos como os vazamentos e a tortura via prisão preventiva, ou nossa democracia estará sempre ameaçada.

    Janot é “favas contadas” – sua biografia será à altura de sua arrogância, perversidade, mau caratismo e o ter jogado a instituição na lama!  Suspeito que no fundo ele desconfia disso a essa altura…..

  4. História dos EUA? Acho que nao conhecem nao

    Se conhecessem, se perguntariam por que o emerito Procurador Geral dos EUA nunca investigou os assassinatos cometidos pelo governo americano contra lideres de outros paises fora de situações de guerra, as invasões sob falso pretexto, o assassinato de pessoas (estrangeiras e também do próprio pais) por meio de drones, sem direito a devido processo legal nem condenação.

    Excelente documentário sobre aquele país:

    [video:https://vimeo.com/120789538%5D

  5. E, pelo jeito, nem teremos o

    E, pelo jeito, nem teremos o que comemorar na era Raquel visita noturna. No seu primeiro dia de trabalho a PGR nomeou o socio do Gilmar Mendes no IDP, Paulo Gustavo Gonet Branco,  para a Secretaria da Função Constitucional. Mais claro impossível.

    Sei não, mas no caso Raquel o Nassif vai perder pra Rede Globo.

     

     

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