Nossa crise no contexto mundial da geoeconomia e da geopolítica, por J. Carlos de Assis

Nossa crise no contexto mundial da geoeconomia e da geopolítica

J. Carlos de Assis          

A crise econômica e política brasileira não pode ser entendida fora de uma avaliação mais ampla do seu contexto geoeconômico e geopolítico. Em termos geoeconômicos, a questão central no mundo atual é a estagnação da zona do euro e do Japão, e a pouca consistência da recuperação americana. Esta, no ano de 2014 em que cresceu 2,4%, teve dois trimestres iniciais de contração. Portanto, mesmo a economia norte-americana continua na balança, e ainda não deu sinal claro de que superou a crise iniciada em 2008 e agravada em 2010, a despeito de políticas monetária e fiscal extremamente expansivas.

A crise nos países capitalistas centrais, iniciada com a explosão financeira de 2008, revelou-se uma crise de baixa do ciclo econômico na qual a redução estrutural da demanda constitui um bloqueio à retomada do investimento e do emprego. Pode ser atenuada, como se vê nos EUA, mas não eliminada por políticas macroeconômicas de estilo keynesiano. Contudo, na Europa, nem políticas keynesianas tem sido aplicadas em razão da ditadura econômica alemã, o que torna a crise peculiarmente aguda. Veremos, a propósito, como vai evoluir a posição desafiadora da Grécia que já não suporta a política dos ajustes fiscais.

A falta de perspectivas de investimentos nos países centrais torna imperativo para suas classes dirigentes ampliar sua fronteira de penetração no mundo dos emergentes e dos países em desenvolvimento em espaços ainda dominados pelo capital estatal. É aí que entramos nós. Temos ainda um espaço relativamente virgem para a entrada de capitais estrangeiros em busca de valorização: o setor do petróleo, o setor da eletricidade, o setor das águas, o setor bancário estatal. Num certo sentido, também outros setores de serviços onde o Estado tem grande presença: educação e saúde.

Não se trata de permitir a entrada de capitais privados estrangeiros nesses setores. Em grande medida, eles já participam deles. O que se pretende é eliminar completamente a presença reguladora e operadora do Estado a fim de colocá-los inteiramente sob a lógica do mercado privado. Bem ou mal, conseguimos um certo estágio de afirmação de um Estado social-desenvolvimentista, com importantes braços operacionais como Petrobrás, Eletrobrás, BNDES, Caixa Econômica, Banco do Brasil. Todos estão na linha de tiro, já que todos ocupam espaços que podem ser dominados pelo capital privado estrangeiro.

O jogo geoeconômico dos países centrais consiste, portanto, em penetrar nessa zona que ainda está sob controle estatal e nacional. E não se trata de defender os interesses das empresas privadas em geral, mas, sim, das empresas privadas deles. Um dos riscos da Operação Lava Jato é justamente a liquidação de grandes empresas nacionais que tem contratos com a Petrobrás: destruí-las significa criar centenas de milhares de desempregados e queimar tecnologia nacional acumulada por décadas abrindo o mercado às construtoras estrangeiras, que há anos pressionam o Brasil nesse sentido nas negociações da Organização Mundial do Comércio, por enquanto sem resultado.

Estamos extremamente vulneráveis a esses ataques externos, especialmente quando se levanta a bandeira da corrupção do Estado, e não no Estado. A rigor, perdemos grande parte de nossa soberania econômica. Tivemos, no ano passado, um déficit em conta corrente de 91 bilhões de dólares, ou 4% do PIB, crescente. É para fechar essa conta, e não para combater a inflação, que o Banco Central eleva às nuvens a taxa básica de juros. Caso queiramos baixar significativamente essas taxas corremos o risco de um ataque cambial, esgotando nossas reservas – altas, mas vulneráveis a ataques especulativos.

Num momento de recessão, como o que vivemos, seria importante ter uma política fiscal ativa, isto é, ampliar os gastos públicos para aumentar a demanda agregada, o investimento e o emprego. Não podemos fazer isso porque significaria fazer déficit fiscal, ou eliminar o superávit primário (como se fez em 2014), o que, de novo, nos exporia a ataques especulativos desencadeados por desclassificação das agências de risco e à propaganda histérica da mídia entreguista acusando o Governo de descontrole fiscal. Em uma palavra, não temos real autonomia na macroeconomia no curto prazo.

Ao lado dessas questões geoeconômicas, temos a geopolítica. Qualquer pessoa familiarizada com a estratégia americana de dominação no mundo sabe que sua prioridade é impedir a emergência de um novo rival em escala global como foi a União Soviética. A Rússia, mesmo na situação de potência nuclear de primeira linha, foi encarada durante algum tempo, depois do fim da União Soviética, como apenas uma potência regional. De qualquer modo, a fim de contê-la, foi submetida a um verdadeiro cerco da OTAN, porém longe de suas fronteiras, com a incorporação de nada menos que 12 países do Leste da Europa. Esse  processo parou na Ucrânia e na Geórgia.

É que nenhuma dessas incorporações correspondeu a países fronteiriços da Rússia, exceto os pequenos países bálticos, sem maior importância estratégica. É justamente aí que se cruza a linha vermelha. Segundo a insuspeita revista norte-americana Foreign Affairs, a Rússia deu a entender à OTAN, várias vezes, que não toleraria uma força hostil nas suas costas, seja na Geórgia, seja na Ucrânia, países com que faz fronteira. A OTAN não apenas insistiu em avançar sobre a Ucrânia como, mediante articulações diretas do Departamento de Estado e da CIA, derrubou o legítimo governo ucraniano para permitir que um novo governo aderisse a ela e à União Europeia.

A Rússia respondeu com a habilidosa incorporação da Crimeia, um porto estratégico para ela, ancorada na vontade popular da península. Os EUA reagiram com sanções. Os russos tem o suporte dos descendentes russos e russófilos do Leste da Ucrania. O país está em guerra civil. Não se sabe exatamente que tipo de proposta Merckel e Hollande levaram a Putin, mas o fato óbvio é que aos EUA não interessa um acordo, já que seu objetivo estratégico é atrair a Rússia para uma guerra na Ucrânia de forma a esgotá-la economicamente e eliminá-la como um rival de escala global.

É nesse contexto geoeconômico que estamos nós. Talvez alguém se esqueça, mas somos BRICS. E BRICS significa uma aproximação brasileira com o inimigo estratégico central dos EUA, a Rússia. Nos mesmos BRICS está a China, que já se posicionou como aliado estratégico da Rússia. A Índia faz um jogo dúbio, enquanto a África do Sul não conta muito. Nós somos o risco mais imediato. Embora não tenhamos nenhum interesse direto na crise da Ucrânia, os americanos podem querer exigir lealdade de nós num eventual conflito com a Rússia. Infelizmente, muitos brasileiros já estão fazendo esse jogo.

O que fazer? Embora haja pessoas pouco patriotas, como os dirigentes da FIESP, que acham que nosso futuro se encontra em relações mais próximas com Estados Unidos e Europa Ocidental, através de tratados de livre comércio, não é difícil demonstrar que isso seria simplesmente suicídio do ponto de vista econômico. Nossa indústria não tem nenhum condição de competir com empresas europeias e americanas, as primeiras num ambiente de deflação. Já estamos com um cavalar déficit comercial com os EUA e Europa. EUA e Europa estão empenhados sobretudo em ampliar exportações, e não aumentar importações. Isso é essencial na sua estratégia de retomada. Abrir nosso mercado para eles num acordo de livre comércio seria condenar à morte nossa indústria, em especial a indústria de bens de capital.

Se as pessoas refletissem com mais objetividade econômica e menos ideologia veriam que não temos nenhuma alternativa real fora do aprofundamento de nossas relações econômicas dentro dos BRICS e da Unasul. É o que nos impõe a geoeconomia a despeito da geopolítica. Os BRICS, e principalmente a China, que puxa a Ásia como única região de alto crescimento do mundo, tem um tremendo potencial de financiamento, de integração produtiva e de mercado – tal como expus no artigo anterior anunciando o Projeto Transul. Já os demais países da UNASUL tem grande potencial de mercado de bens de capital (em parte já é), principalmente se o Projeto Transul estender-se a eles, como espero.

É claro que os EUA não gostariam do Projeto Transul, como não gostam de nada que represente um embaraço à expansão de seus investimentos num momento de crise de oportunidades da economia real dos países centrais, e num momento em que preparam a guerra contra a Rússia. Paciência. Temos que buscar nosso destino, mesmo sabendo que, afirmando seus próprios interesses, os EUA concorrerão para nos desestabilizar dentro de nossa crise interna, usando o pretexto da corrupção – como fizeram com a Líbia, o Egito e o Yemen. Entendo que não devemos tê-los como rivais, mas como um vizinho perigoso. De qualquer modo, dadas nossas relações históricas, não precisamos de ser inimigos deles.

J. Carlos de Assis – Jornalista, economista, doutor pela Coppe/UFRJ, professor de Economia Internacional da UEPB.        

Redação

17 Comentários

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  1. Eu concordo com boa parte do

    Eu concordo com boa parte do texto, com excessão de uma suposta guerra Eua x Russia …. Isso é devaneio…. Eua não arriscariam cutucar Putin e suas armas nucleares com vara curta…. Vão fazer como vem fazendo a tempos, financiar grupos terroristas anti Russia e governos anti russos para fazer a luta por eles…

    1. Mas quem falou de guerra nuclear?

      a guerra da Ukrania está na esfera clássica, sem atuação direta dos EUA. Um outro Afeganistão.

      A tentativa de Merkel e Hollande de um “acordo da última chance” vem da constatação tardia da Alemanha que fazer o jogo de cachorrinho de estimação do Obama pode ser muito perigoso para seus próprios interesses econômicos.

      Hollande vai junto de estepe, ele não entendeu nada e a França neste contexto é quase nada.

      1. E anunciaram um acordo. O

        E anunciaram um acordo. O cessar fogo deve ser iniciado em 15/02 e os termos já estão disponíveis na Internet (v. Blog do Saker).  Mas, os EUA, que não participaram diretamente da reunião em Minsk, continuam noticiando o envio de armas e de conselheiros militares para a Ucrânia. Dai, este acordo de hoje pode ter o mesmo resultado do anterior.

         

    2. Também não acredito que os

      Também não acredito que os EUA façam uma guerra contra a Rússia em território russo. Seria o caos nuclear. O que estou dizendo é que tentam atrair a Rússia para uma guerra em território ucraniano, a fim de esgotar economicamente a Rússia. Daí a tergiversação em apoiar o acordo Merk-Hollande-Putin.

  2. que venham mais pposts com

    que venham mais pposts com essa excelente qualidade

    para parofundarmos

    essas questões geopolíticas e geoeconomicas pela quais passamos e que nos desafiam…

  3. A PÁTRIA DO CAPITAL

    O capital não tem pátria?

    Com base nesse paradigma acima é que milhares de maus brasileiros exploram o que podem e levam os seus ganhos para fora do Brasil, agindo, na prática, como se investidores estrangeiros fossem.

    Na legislação atual brasileira, o capital estrangeiro é definido pelo art. 1º da lei 4.131 de 03 de setembro de 1962 como:

    “os bens, máquinas e equipamentos, entrados no Brasil sem dispêndio inicial de divisas, destinados à produção de bens ou serviços, bem como os recursos financeiros ou monetários, introduzidos no país, para aplicação em atividades econômicas desde que, em ambas as hipóteses, pertençam a pessoas físicas ou jurídicas residentes, domiciliadas ou com sede no exterior”.

    Um investidor brasileiro, mas com residência, domicílio ou sede no exterior, com a intenção de investir seus ativos no Brasil e, posteriormente resgatar seus lucros ou todo o seu capital de volta para o país onde está estabelecido, é considerado investidor estrangeiro. Por outro lado, a pessoa natural de outro país que se estabelece no Brasil e aqui mantém seu capital e seus investimentos, tem seu capital considerado como nacional e, caso pretenda remeter seus lucros para outro país, deverá procurar regulamentação jurídica diversa da lei 4.131/62.

    Ou seja, estrangeiro residente, que age em favor do Brasil, é mais brasileiro que muitos alienados que, com base na sua nacionalidade brasileira, agem como se investidores nacionais fossem, mas tiram o seu lucro (ou a sua parcela de corrupção) fora, via contas CC5, doleiros, etc. Temos então empresas que são geridas – aparentemente – por brasileiros, mas que, a rigor, são estrangeiros com carteira e CPF do Brasil, e que ainda mandam, exercem poderes ocultos, e não deixam ao povo genuinamente brasileiro governar para sim. Isso burla a Lei sobre o controle de muitas atividades comerciais dentro do Brasil, como os médios de comunicação, e outras atividades, onde os seus donos majoritários são essencialmente estrangeiros. No fundo, Brasil é comandado e dominado por gente que essencialmente não é brasileira.

    Deveria ser levantado o nome e CPF de todos os brasileiros com dinheiro no exterior e, depois de alguns meses de prazo para repatriar o dinheiro (ou explicar), começarem a ser tratados como estrangeiros, tributaria e legalmente. Sob esse prisma será mais correta a definição de quem é mesmo brasileiro e quem não é. Brasileiros com dinheiro fora não poderiam ter direito a voto, postular a cargo público e muito menos a cargo eletivo. Cada situação excepcional poderá ser estudada, assim como separar casos de gente que estuda fora ou que possui algum depósito por razões justificáveis.

    Levantar a lista de brasileiros com dinheiro fora – injustificado – seria a ação mais técnica e correta, tanto para o Juiz Moro como para o procurador Janot. Chamar logo um por um e procurar justificar a origem. Aí é que vão pegar os corruptos, sem necessidade de acabar com a Petrobrás nem com o Brasil.

    Hoje o Brasil é dominado pelo Brazil, de falsos brasileiros cuja capital é Miami. Isso tem que acabar, pois a nossa elite constitui exatamente a classe dominante portuguesa na época do Brasil colônia. Brasil não será uma nação totalmente independente se existirem estes vínculos promíscuos entre o capital e alguns poucos maus cidadãos. A economia do salário mínimo e do “bolsa família” praticamente assegurou a economia brasileira nas recentes crises, mas esbarra com a turma do andar de cima, do Brazil comandado pelos EUA, que rema para trás, que gritam no estádio: “Dilma vai..tnc”.

    Nunca construiremos uma nação autônoma por este caminho, nem com 50, 60 ou 100 milhões de votos. Vamos à disputa pelo poder real, a partir das ruas.

  4. Guerra fiscal???

    A Real Guerra Fiscal, que o governo não quer enfrentar, é alcançar os sonegadores de impostos no Brasil.

    O Sistema Fiscal Brasileiro é uma Ferrari abastecida com a pior gasolina do mundo. Só fiscaliza, adverte e multa quem está pagando os impostos corretamente.

  5. O encontro sem o Obama e a versão conspiracionista

    Why Merkel and Hollande met Putin without the Americans: Germans arrested Victoria Nuland’s assistant

    Posted on 09.02.2015by

    http://3.bp.blogspot.com/-ariw8XQS5Kw/VJYqMIKsfWI/AAAAAAAAKFY/10xFOLw10Lc/s72-c/image-398566-panoV9free-uxwu.jpg

    Benjamin FulfordPosted February 7, 2015Germans have arrested Victoria Nuland’s assistant, who in addition, is an employee of Vanguard Corporation, with almost a billion of high quality fake dollars, printed by Vanguard Corporation. This employee (is a member of the State Department), and now, during his interrogations, he “put under bus” Vanguard Corporation with all of its companies and “putting under bus” Nuland, McCain, Kerry, Brennan and others…He testified how the Vanguard Corporation has printed billions of high quality fake dollars and paid to mercenaries in Syria, Iraq, Ukraine, Libya, etc and paid mercenaries of Greystone and ISIS. He testifies about connections and oil deals between Vanguard Corporation and ISIS.He said: “In February, Ukraine’s position has become critical because they cannot pay the new prices for Russian gas. EU, especially the Germans, tried to act as arbitrators. Then from this b%tch Susan Rice order came to us directly from Nuland that snipers must create “a bit of panic.On the day after that Ukraine has a new government, chosen mainly by Nuland and John McCain from the National Republican Institute.When the US administration recognized that the snipers were trained by NATO (in Poland – TV), and the whole operation was organized by Vanguard, the CIA and the State Department – Obama almost had a heart attack.Now he realizes that he is nothing more than a puppet on a string in our theater, the bloody (…). Originally stupid Nazis had to kill many more women and children in order to drive Putin into a corner so that he was forced to intervene in the war.But all this just shows that you can teach a pig to shoot, but not teach her to think. By the way, when on May 18 “Ukrainian” troops attacked Sloviansk, 19 FBI agents and CIA were killed and 14 injured. Greystone lost 17, Academi 59 people.“FBI agents” were actually people of Vanguard. With forged documents they received special Ukrainian identity cards that gave them authority over all Ukrainian police forces.”He described how all of the major mass murders and atrocities were organized by the Vanguard Corporation and Greystone mercenaries; how he communicated with Igor Kolomoyskiy and how together they were spreading fake dollars in Ukraine…Germans promised him freedom, to hide him and support if he will tell everything he knows…Also, two other employees of the Vanguard Corporation stole millions of fake dollars, and pretended that they were kidnapped by Novorossiyan militia and murdered. Greystone and Vanguard Corporation have send their mercenaries to Novorossiya and killed one of them and returned the second.., after which they brought him to London to their hospital and murdered him, saying that he died from a heart attack. His wife, a famous enough person has now provided information to important people and blackmails the Vanguard Corporation…Shocked Merkel and President Francois Hollande on their way to Moscow…Benjamin Fulford

    http://feedproxy.google.com/~r/FortRuss/~3/Ca5u3ap4z54/why-merkel-and-hollande-met-putin.html

     

    1. Minsk texto completo

      Full text of the Minsk-2 agreement

      Posted on 12.02.2015by Leave a comment

      According to the Financial Times, the following is based on a translation of the Russian document:

      Complex of measures for the implementation of the Minsk agreement

      1. Immediate and comprehensive ceasefire in certain areas in the Donetsk and Lugansk regions of Ukraine and strict implementation of it starting at 00.00, Kiev time, February 15th

      2. Withdrawal of all heavy weapons by both parties at equal distances to create a security zone of at least 50km from each other for artillery systems of 100mm calibre or more, a security zone 70km wide for multiple-launch rocket systems and a security zone 140km wide for multiple-launch rocket systems Tornado, Uragan, Smerch and tactical missile systems Tochka.

      For the Ukrainian troops these distances apply from the actual line of contact. For the armed forces of certain areas of the Donetsk and Lugansk regions of Ukraine they apply from the contact line in accordance with the Minsk memorandum of September 19th, 2014.

      Withdrawal of heavy weapons above shall begin no later than the second day after the start of the ceasefire and be completed within 14 days.

      The OSCE, with the support of the Three-Party Contact Group, will contribute to this process.

      3. The effective monitoring and verification of the ceasefire and the withdrawal of heavy weapons will be ensured from the side of the OSCE from the first day of the withdrawal, with the help of all necessary means including satellites, drones, radar systems etc.

      4. On the first day after the withdrawal a dialogue is to begin on the modalities of local elections in accordance with Ukrainian law and [in particular] Ukrainian Law ‘On the temporary regime of local government in some areas of Donetsk and Lugansk regions’, as well as on how these areas are to be run in the future on the basis of that law.

      Immediately and not later than 30 days from the date of signing of this document, a resolution is to be adopted in the Verkhovna Rada of Ukraine indicating the territories covered by the special regime in accordance with the Ukrainian Law ‘On the temporary regime of local government in some areas of Donetsk and Lugansk regions’, based on the line set in the Minsk memorandum of September 19th, 2014.

      5. Pardons and amnesties will be granted through the enactment of a law prohibiting the prosecution and punishment of persons in connection with the events that took place in some areas of the Donetsk and Lugansk regions of Ukraine.

      6. Hostages and illegally detained persons will be released and exchanged based on the principle ‘all for all’. This process must be completed no later than the fifth day after the withdrawal.

      7. Provide secure access, delivery, storage and distribution of humanitarian assistance to the needy on the basis of an international mechanism.

      8. Determination of the modalities of the full restoration of socio-economic relations, including social transfers such as pensions and other payments (receipts and income, timely payment of all utility bills, renewal of taxation within the legal framework of Ukraine).

      To this end, Ukraine will regain control of the parts of its banking system in conflict-affected areas, and there will possibly be an international mechanism to facilitate such transfers.

      9. Restoration of full control over the state border of Ukraine by the government throughout the conflict zone, which should begin on the first day after the local elections and be completed after a comprehensive political settlement (local elections in some areas of Donetsk and Lugansk regions on the basis of the Law of Ukraine and constitutional reform) at the end of 2015, subject to paragraph 11 — in consultation and agreement with the representatives of individual areas of Donetsk and Lugansk regions in the framework of the Three-Party Contact Group.

      10. Withdrawal of all foreign armed forces, military equipment, as well as mercenaries from the territory of Ukraine under the supervision of the OSCE. Disarmament of all illegal groups.

      11. Constitutional reform will be conducted in Ukraine, and a new constitution will enter into force by the end of 2015 which is intended as a key element of decentralisation (taking into account the special characteristics of certain areas of Donetsk and Lugansk regions as agreed with representatives of these areas). Also a permanent law is to be adopted by the end of 2015 on the special status of certain areas of the Donetsk and Lugansk regions in accordance with the measures specified in Note [1].

      12. On the basis of the Law of Ukraine ‘On the temporary regime of local government in some areas of Donetsk and Lugansk regions’ questions regarding local elections will be discussed and agreed with certain areas of Donetsk and Lugansk regions in the framework of the Three-Party Contact Group. Elections will be held in compliance with the relevant standards of the OSCE in monitoring by the OSCE Office for Democratic Institutions and Human Rights.

      13. To intensify the activities of the Three-Party Contact Group, including through the establishment of working groups to implement the relevant aspects of the Minsk Agreement. They will reflect the composition of the Three-Party Contact Group.

      Note 1:

      Such measures, in accordance with the Law ‘On the temporary regime of local government in certain areas of Donetsk and Lugansk regions’ include the following:

      — Exemption from punishment, harassment and discrimination of individuals associated with the events that took place in some areas of Donetsk and Lugansk regions;

      — The right to self-determination of language;

      — Participation of local governments in the appointment of heads of prosecutors and courts in certain areas of Donetsk and Lugansk regions;

      — The possibility for the central executive authorities to conclude with the relevant local authorities an agreement on economic, social and cultural development of certain areas of Donetsk and Lugansk regions;

      — The State shall support socio-economic development of certain areas of Donetsk and Lugansk regions;

      — Assistance from the central government for cross-border co-operation in selected areas of the Donetsk and Lugansk regions and the regions of the Russian Federation;

      — The creation of people’s militia units to address local councils in order to maintain public order in certain areas of Donetsk and Lugansk regions;

      — The powers of local council deputies and officers elected in early elections, appointed by the Verkhovna Rada of Ukraine on this law, cannot be terminated.

      Signed by the participants of the Three-Party Contact Group:

      Ambassador Heidi Tagliavini

      The second President of Ukraine Leonid Kuchma

      Ambassador of the Russian Federation, to Ukraine Mikhail Zurabov

      Alexander Zakharchenko

      Igor Plotnitsky

      Via:: Full text of the Minsk-2 agreement

       

    2. Excelente informação,

      Excelente informação, Alexandre. Mas como favor a nossos internautas que não sabem muito bem inglês, seria interessante você providenciar uma tradução do texto. E mandar para todos os jornalões e tevês, que simpleesmente ignnoram essas evidências de sabotagem mundial dos americanos.

      1. Tenho minhas dúvidas sobre a ignorância dos jornalões e tevês

        Quanto a tradução, é coisa para profissionais do ramo, como o pessoal da vila vudu. Quem sabe o Nassif aceita a susgestões de outros hoje aqui no blog e começa a traduzir com sua equipe e alguns voluntários matérias para o GGN.

  6. Ah, então o desvio de bilhões

    Ah, então o desvio de bilhões de reais na Petrobrás (deixemos de lado, por enquanto, BNDES, etc…) é culpa do capital financeiro internacional? Ufa, isso me deixa mais tranquilo. A mídia mentiu pra mim, dizendo que a culpa era do PT e das empreiteiras…

  7. Este é o ponto: somos BRICS

    Tirando alguns brasileiros traíras que estão na folha de pagamento do Departamento de Estado dos EUA, há outros que imaginam reviver a “equidistância pragmática” de Vargas. Sonham em descer o rio com um pé em cada canoa. Chegou a hora de decidir para que lado iremos, protegendo nosso patrimônio com a mão forte.  

  8. a Ucrania e muito perto da Europa

    e esses caras nao estao interessados em ter fogo vindo do ceu no quintal de suas casas. Pros EUA , o beneficio eh pra industria do aco.

    Obama pediu ao Congresso autorizacao para ingressar diretamente na guerra contra o isis . Nao ha reeleicao, bem provavel eh que seja aprovado.

  9. Excelente inicio

    Excelente inicio de exposicao

    A meu ver faltou discorrer sobre o caminho de librtacao.

    Enquanto naonos ocuparmos consistentemente da educacao do nosso povo estaremos sempre vulneraveis

    Nao imaginem que o futuro imperio chines venha a ser melhor que o imperio atual. Ao contrario, teremos saudadesdo presente.

     

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