Nós, novelos e novelas, por Mariana Nassif

Nós, novelos e novelas, por Mariana Nassif

Há tempos existe um nó. Por expressão, na garganta. Mas o meu, que de nó há de ter somente o nome, pois mais parece um novelo, se espalha pelo corpo todo e então o que antes aflorava na pele hoje se faz falta – de ar, de força, de concentração.

Este nó começou de uma observação feita por gente que nunca havia me observado, tomou dimensão tamanha que ultrapassou fronteiras: das sensações, dos entendimentos, das vozes…e das lágrimas. Mas principalmente ultrapassou as fronteiras do limite de um para com o outro. Como diz a pequena sábia sabiá Clarinha, não é segredo se alguém contar. E assim o novelo começou e me levou com ele, como avalanche, que quanto mais roda mais absorve.

Tempo que vai, esforço de auto-conhecimento e pelo amor de deus eu quero sair daqui, terapia sem fim que a vida é assim, e então fica claro que tudo aquilo só me atingiu porque os contornos estavam indefinidos. Ah, a vida há de ser maleável, mas precisa de alguma consistência, não é mesmo? Não havia, ainda, tal desenvolvimento em mim.

Título sempre foi um problemão pra mim, mesmo quando pratico por aqui essas escritas que vêm da alma – tenho problema com resumo, sou mais é da resenha, twitter sempre foi um desafio por aqui – me falta espaço pra expressar e, então, entendo que o tal do exercício de caber em mim precisa de contornos pra saber onde é “em mim”. Transbordar o tempo todo faz a gente viver em plano de contingência eterna e isso, ai, meu pai, é cansativo demais. Mas mesmo que o título já não caiba, tem a forma e ser esponja tem dessas absorções impressionantes – até que alguém esprema muito, torça até doer, ainda tem espuma ali dentro, pode perceber.

Sem querer dominar o mundo, ou o tema, ou qualquer outra coisa, acho que a gente deveria dar menor atenção ao título e perceber mais até do que o subtítulo, as linhas: deveria ser na entrelinha, no cheirinho daquele histórico, no sabor que ele tem. Tanto pra quem lê quanto pra quem escreve. Porque texto, assim como a vida, é investigação, sensação, exposição – e, como tantas outras vezes, só um monte de bobagens para as quais a gente resolve dar atenção e, então, é que a gente pode perceber que enquanto desenvolve esse novelo, com paciência e cuidado, como quem tira os nós daquele colar fininho e querido, lembra do real motivo de estar usando tanto tempo assim pra isso, que é pra viver bem logo ali, enfeitada com essa história inteira.

 

Mariana A. Nassif

6 Comentários

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  1. tirar os nós daquele colar fininho etc…são ações relaxantes…

    Quando você está acordado, seus ciclos cerebrais alternam de alto estado de alerta (ondas beta), para baixo estado de alerta (ondas alfa) a cada 90 minutos. Nesse ponto, você se torna menos capaz de se concentrar, pensar com clareza, ou ver os problemas como um todo. Você conhece os sinais: se sente inquieto, com fome e com sono, e vai toda hora atrás de um café. Herbert Benson, de Harvard, autor de “A resposta de relaxamento”, recomenda trabalhar até o ponto em que você não se sentir mais produtivo. Neste momento, descansar. Medite, faça um exercício de relaxamento, acaricie um animal peludo, caminhe, tome um banho quente, pegue o seu tricô, pratique piano, olhe para pinturas. Isso irá redefinir sua atenção, permitindo que o seu cérebro entre em um estado de relaxamento, como sonhar acordado.

    https://jornaldoempreendedor.com.br/destaques/10-dicas-para-relaxar-seu-cerebro-enquanto-trabalha/

    1. ampliar a visão vez em quando é muito bom…

      deixamos de reagir aos nossos pensamentos e trocamos por outros que podemos observar sem reação alguma do nosso cérebro

      observar pensamentos é tudo de bom………………………………….é como dormir de olhos abertos para o exterior, para fora da gente, mas jamais para nossos probblemas

       

      vivemos quase o tempo todo reagindo…………………………………………..muito errado isso, porque faz o cérebro focar apenas em nos proteger………………………

  2. “…a hipnagogia pode ser

    “…a hipnagogia pode ser usada para gerar insights criativos, pois ela oferece um caminho livre para o subconsciente e para a intuição, as fontes dos momentos “a-ha!” que parecem surgir do nada quando a mente racional está ocupada com outra coisa.

    “A hipnagogia é o caminho mais curto de comunicação com o nosso subconsciente”, disse ao ScienceLine Sirley Marques Bonham, pesquisadora de consciência da Universidade do Texas em Austin. “Seu subconsciente pode mandar soluções por meio de imagens ou de outras sensações.”

    https://www.huffpostbrasil.com/2016/03/09/hipnagogia-estar-meio-dormindo-e-meio-acordado-e-chave-para-a-c_a_21686843/

  3. O único nó que aperta minha

    O único nó que aperta minha garganta é o nó da gravata. Suponho que a partir de janeiro/2019 algumas pessoas irão tentar trocá-lo por um horripilante nó de forca. Mas estou tranquilo. Um enforcado deixa a vida e se torna um problema alheio. O “rigor mortis” dele será a prova material do crime que vai perseguir o culpado como se fosse um nó na consciência dele.

  4. Ler fora do rótulo é preciso,

    Ler fora do rótulo é preciso, mas ainda quero aprender a ler os créditos…

    Tu deverias se chamar Mariana “Marciana”, assim como o Eduardo Marciano, de “O Encontro Marcado”. Só ele para rivalizar nos conflitos existenciais! Recordando que “marciano” como referência à Marte, o deus pagão da luta, da guerra.

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