catarina e Jarirí – Uma paixão sobre-humana

            ⁃          Entoncis ieu vo trazê as criansa, éilas já tão aqui inbaxo ispéranu a córda, tão oianu pra cima, coszólhos disispérados, prontas pá serem libértadas.

            ⁃          Indaí, dona véinha pidiu:

            ⁃          Lança a córda fia, ieu vo amarrá uma ponta nu caibru. Tumara qui ieu cunsiga fazê um marrio biem fórti préla num si sórtá.

            ⁃          Ié bão, dona véinha, dá ums nó na córda pá facilitá preles agarrá néila. Vai dá preles apoiá as mão e os pé pádá galei. Ieu vo dá os nó, ispéra qui já ieu jógu éila já pronta aí pá sinóra.

            ⁃          Uilsso memo, fia. Ucê piensô dereito, eisses nó vai sérví di dégraus.

            Indaí, a mãe di Nica términô a nózeira i jogô a córda pá dona véinha, que pegô éila i jáfoi amarranu nu caibru.

            ⁃          Fia, ieu fiz um marrio cum tudas as fuórças cos meo braçu pérmitia, agóra ieu vo desce a outra ponta da córda divagá. Os teos fio cuntinua oianu pá cima, parécenu fiótis di passarim nu nim, cas barriga vazia, ispéranu a mãepássara chégá co armoçu.

            ⁃          Entonces, anssim qui a córda désceu, Merinda pulô néila i subiu cumu si fosse um caxinguelê. Cuandu chegô, foi déscenu pelu teiado i pulô nu chão pá já i abraçanu a mãe déila. Pur sua veiz, Demá tumém subiu bem dipréssa, maisi ié cumu si diz qui “memo qui um planu seja muitu bão, siempre aparéci arguma impérfeição, coitadinho du sô João”. I foi pruilssu qui logo qui Demá apontô na bórda i foi saínu, dona véinha teve uma vértijem i uma  moleza  nas pérna qui feiz éila dá um passo in farso i caí nu buraco.

 A sórti é qui éila, incuantu caía pá mórti, cunsiguiu agarrá a córda i sissigurá. Indaí, a córda ficô baloiçanu quéla, cumu si éila tivéssi num balançu di parquim di criança. Prá lá i pá cá, pendulada no mei da córda.

Redação

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