
Então é natal!
por Ricardo Mezavila
Pode parecer tolice, mas a questão diplomática envolvendo a Venezuela, está parecendo aquela conversa que a gente puxa no botequim quando estamos em ‘Data FIFA’.
Primeiro os analistas demoraram a esquecer que Lula estendeu tapete vermelho para Maduro, no dia de sua posse em Brasília. Depois passaram a cobrar uma posição mais contundente de Lula contra o presidente ‘eleito’.
Por seu lado, Lula já disse que não viu nada de ‘anormal no processo eleitoral na Venezuela’; que não havia nada de ‘grave e assustador’. Como Maduro não apresentava as atas da eleição, Lula mudou o discurso e passou a cobrar as tais atas, depois sugeriu novas eleições, e agora diz não reconhecer a vitória nem de Maduro e nem da oposição.
Os analistas jogam cascas de banana para Lula porque sabem que o Brasil tem por tradição mediar conflitos na região, esperam assim que o Presidente faça uma declaração contraditória para subir o tom nas críticas, jogando água no chopp do crescimento econômico inconteste.
Lula está agindo como sempre agiu nas questões envolvendo parceiros vizinhos, joga pelo meio procurando quebrar as linhas com um toque preciso, que faça cair o apito da boca dos mal-intencionados juízes de plantão.
Hoje mesmo, um conhecido jornalista da extrema-direita, pedia que Lula fosse mais enérgico, que emparedasse Nicolás Maduro. O falastrão perdeu o bonde, o tempo passou e já é natal na Venezuela. Maduro antecipou as comemorações do nascimento de Cristo para 1º de outubro, substituindo neve por fumaça.
O fato é que esses mesmos fantoches que atacam a Venezuela, não têm a mesma veemência para atacar Netanyahu e nem cobram dos EUA uma posição firme, porque sabem que nesta guerra são todos contra o Hamas.
Lula sabe como se comportar dentro de um botequim, sabe que é preciso ser amigo do garçom, respeitar a rapaziada local, cumprimentar o evangélico no portão ao lado, jogar um pedaço de linguiça para o ‘caramelo’, se despedir do dono e pagar a conta à vista. Simples assim!
Ricardo Mezavila, cientista político
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