Está na hora de Lula apresentar seu herdeiro político, por Luís Nassif

Quando assumiu, em 2003, Lula ganhou de presente um superciclo das commodities internacionais. Agora, o jogo é outro.

Ricardo Stuckert

Vamos a uma atualização de episódios recentes:

  1. Os planos de saúde romperam com contratos individuais, de pessoas com doenças custosas, grande parte crianças. O presidente da Câmara, Arthur Lira, montou um jogo de cena com as operadoras. simulou uma defesa dos segurados. Lula não se manifestou.
  2. Greve dos professores universitários. Lula deu uma bronca, taxando a greve de prejudicial aos alunos. Depois, anunciou um PAC para a construção de novos Institutos Federais, sendo que faltam recursos até para a manutenção da atual estrutura das universidades federais. Se não há recursos para a estrutura atual, como ampliar a rede?
  3. Se embaraçou na questão das “blusinhas”, do PIS-Cofins.
  4. Ontem, o mais previsível das pessoas públicas, Roberto Campos Neto, rasgou a fantasia e revelou o que estava à vista de todos desde o início: é um agente do bolsonarismo, boicotando o governo Lula para assumir o Ministério da Fazenda em um futuro governo bolsonarista. Já conseguiu comprometer dois anos de governo.
  5. Na outra ponta, tem-se o melhor quadro do governo, Fernando Haddad, pagando o desgaste de tentar tapar os rombos do orçamento, enquanto o Congresso – e Roberto Campos Neto – arrebentam com as contas públicas e oferecem sacos de bondades, ainda que vazios.

Quando assumiu, em 2003, Lula ganhou de presente um superciclo das commodities internacionais. Havia recursos para contentar todos os setores. Com essa abundância, Lula pode manter Antonio Pallocci e Henrique Meirelles presenteando o mercado, o Bolsa Família atendendo os miseráveis, ainda teve superávits fiscais e, a partir de 2008, acumulou um belíssimo volume de reservas cambiais. E, na ponta contrária, ainda havia uma oposição civilizada, apesar de José Serra.

Agora, o jogo é outro. Não há mais o boom das commodities, há o pior Congresso da história, e não se conseguem alinhar teses progressistas sequer no partido do próprio governo. É só conferir o papelão da ex-Ministra dos Direitos Humanos Maria do Rosário no caso da “saidinha”, ou de Jacques Wagner, no episódio do PIS-Cofins.

Dentro desses limites estreitos, como romper com as amarras? Não dá para colocar todas as energias em medidas que dependam do Congresso. Há que se sair da concha e buscar outras formas de atuação – e um governo federal tem muitos instrumentos à mão.

Há duas prioridades básicas, para impedir a volta do fascismo em 2026:

  1. Uma gestão eficiente que não dependa do Congresso. Há trunfos fantásticos, com as possibilidades abertas pela transição energética, com a existência de organizações de caráter nacional – das federações empresariais às cooperativas e movimentos sociais. Esse enorme potencial exige planejamento, articulação, planos interministeriais, sob a coordenação de grandes gestores. Lula tem à mão o melhor gestor público das últimas décadas, Fernando Haddad. Mais que isso, Haddad sempre foi de uma lealdade impecável com seu chefe, Lula, a pessoa que melhor sabe aproveitar seu aconselhamento político. Com todos os instrumentos à mão – dos financiamentos de bancos públicos às medidas fiscais e à articulação da máquina pública – Haddad deixaria de ser o Ministro das maldades, para ganhar uma dimensão maior, que lhe dê mais autoridade para suas tentativas de racionalização do orçamento público. E Lula teria, enfim, entregas à mancheia para reconquistar a opinião pública
  2. Ao mesmo tempo, Haddad sendo bem sucedido, resolve-se a segunda prioridade, que é Lula ter uma alternativa de candidatura forte em 2026

Nesses anos todos, Lula foi a única liderança no PT e nas esquerdas, com uma atuação histórica em vários momentos da vida nacional. Por essas virtudes, nunca lhe foi cobrado essa desatenção em relação à sua sucessão. 

Como sindicalista, permitiu que vicejassem outras lideranças e sempre teve o cuidado de não inibir seu crescimento.

Como político, não. Está na hora de se começar a pensar a sério na construção política de seu sucessor e na recuperação administrativa do seu terceiro mandato. Seria uma sucessão conduzida pessoalmente por ele, com o mesmo desprendimento com que enfrentou as maiores provações sempre tendo em mente o bem do Brasil e o fato de sentir-se à altura de dona Lindu.

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33 Comentários

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  1. Tem uma placa no porta do PT.

    PRECISA-SE DE UM HERDEIRO POLÍTICO.

    Falta candidato.

    Haddad talvez, mas não fala com o povo.

    ___

    Campos Neto tem a vantagem de r claro , vota com camisa da seleção janta com a direita.

  2. Antecipar a eleição é uma estratégia interessante, inclusive e principalmente porque isso obrigaria a imprensa e seus marionetes de direita a atirar mais no provável sucessor de Lula do que no próprio Lula. Mas existe uma pegadinha aqui, Nassif. Os adversários da democracia odeiam suficientemente a democracia para acusar Lula de tentar dar um golpe de estado. Explico.

    Nenhum governante pode ou deve deixar de governar. Para fazer isso, ele deve definir uma agenda e a implementar enfrentando as adversidades (negociações com a oposição, recuos em decorrência de mudanças drásticas no panorama político e econômico e a necessidade de preservação de um nível razoável de popularidade para não comprometer seu mandato e o sistema democrático). A oposição pode confortavelmente antecipar a eleição, porque ela não é a principal protagonista e não tem obrigações governamentais cotidianas. Se rejeita o governante empossado, a imprensa também pode tentar criar um candidato viável para a próxima eleição. Mas o próprio presidente tem deveres decorrentes do cargo que o obrigam a exercer o mandato até o final. Ele pode renunciar (como Jânio Quadros), pode se suicidar (Getúlio) ou ter o mandato interrompido (Collor e Dilma Rousseff) ou ser derrubado à força (Washington Luis e João Goulart).

    Se antecipar a eleição, o presidente pode ser acusado de criar um cenário no presente em que a disputa eleitoral futura se tornará irrelevante. Bolsonaro fez isso desde que tomou posse e foi rejeitado pela população. No final aquele mitômano se desesperou e tentou dar o golpe Tabajara que falhou. Ao antecipar a eleição, Lula se expõe a ser mais e mais comparado com Bolsonaro. A oposição dirá que ele pretende a ruptura da legalidade para se impor ou para perpetuar seu partido no poder. Isso seria bom? Eu realmente não sei a resposta.

    1. acho as analises de Nassif sempre certeiras, mas no caso especifico aqui, acho que vc FAbio está coberto de razão. muitos, não todos (normal no jogo da política), já compreendem que implicitamente Haddad é o herdeiro politico de Lula. eu voto em Haddad para tudo que ele se candidatar. tem todos os requisitos (conhecimento do Brasil, de geopolítica, de economia, de direitos humanos, de ecologia, etc) para ser nosso futuro presidente.

  3. O Capitalismo, certamente, está chegando ao fim – ou, pelo menos, está no limiar de uma transformação tão grandiosa, que está sendo necessário, por parte do Binômio Bancos/Corporações, recorrer ao seu velho campeão, o fascismo, para garantir que tudo mudará, para que permaneça tudo da mesma forma. Ou extrema direita, como queiram. A peste já está acordando seus ratos e os mandando morrer numa cidade feliz, diria Albert Camus.
    A questão é que, nesse longo e doloroso processo, o Capitalismo está levando, de roldão, aqueles peixinhos que vivem nadando ao lado dos tubarões, para não serem por eles vistos e devorados, e se aproveitarem das sobras da comida dos bichões.
    Um desses peixinhos são os trabalhadores, e sua representação organizada; e não falo de sindicatos, mas do Partido dos Trabalhadores. A cada ano que passa, a participação do trabalho humano na composição do valor diminui. O Capital se reproduz, hoje, como Nossa Senhora: partenogênese. Se a alguém ofende essa comparação, digamos: o Capital se reproduz como as espécies assexuadas. Não necessita mais de seu velho “parceiro”, o trabalho humano. Ou necessita cada vez menos. O Capital sequer entra no mundo real da economia, hoje. Criou o seu próprio mundo, o financeiro. Que segue sendo tributário da economia real, mas cada vez menos. Não há mais interação entre Capital e Trabalho; os frutos deste são introduzidos naquele por uma espécie de inseminação artificial, que para isso dispõe de diversas técnicas: securitização, derivativos, títulos de dívida – um sem número delas.
    E com isso, o Capital se robustece, autossuficiente, e o trabalhador definha; o resultado disso, evidentemente, é o recrudescimento permanente da extrema-direita, e a escassez de líderes no outro lado. Não conseguem arregimentar seguidores nem nas ruas, nem nas redes sociais. Que dirá em parlamentos. Não é só Maria do Rosário, Jaques Wagner, e demais convertidos à democracia mequetrefe que existe nesse mundo: são todos os que deixam de acreditar na ruptura com um modelo que não nos serve.
    O caixão no prego do Lula foi aquele asqueroso “elogio” que recebeu de Barack Obama, há alguns anos. Ele acreditou naquilo, acreditou que era “o cara”. Não percebeu que, se Obama disse aquilo, era porque ele, Lula, se não atendia explicitamente, era, certamente, condescendente com os interesses americanos. E ser condescendente com os interesses americanos é uma atitude que te leva direto ao inferno.
    Um sucessor para Lula? Nem com a lâmpada do Diógenes.
    Haddad, o bom moço? Nem pensar.
    Pobre dona Lindú. Triste Lula, ó quão dessemelhante estás…

  4. Agora é tarde. Essa praga de caciques asfixiarem novos lideranças é de todos os partidos. No pt a questão não é só de um sucessor de Lula: é saber se com a saída definitiva de Lula da política ( por morte ou problemas de saúde grave ) o PT não entrará numa guerra civil que pode fragmentar o partido.

  5. Nassif, eu discordo.

    Todas as lideranças sindicais “permitidas” por Lula, só o foram quando ele já não cabia mais dentro dos limites da luta sindical, anote-se.

    É normal, quase ninguém compartilha poder, ainda mais na tradição presidencialista ocidental.

    Lula paulistizou o PT, massacrou e passou o rolo compressor em todos os diretórios regionais, claro, para obter o máximo de coesão na montagem de seus palanques estaduais rumo ao planalto.

    Em 1998, no RJ, eu testemunhei como integrante do DR/RJ a “tratorada” do DN.

    O PT/RJ nunca mais se recuperou, e desde então é mero apêndice, uma claque para cabrais e paes.

    Deu certo a estratégia de Lula? Para ele, sim. Até certo ponto.

    Esse processo atendeu a demanda de “domesticar” o PT, mas acabou por matar sua vida interna, tida pelos burocratas e detentores de mandatos como nociva à lógica pragmática do mundo representativo e institucional.

    O dilema entre partido de massas e de quadros, muito comum entre 1980 e 2000, era falso.

    Não há essa dicotomia, pois um partido não sobrevive sem estas duas circunstâncias complementares (quadros e massa), pelo menos não um partido como se dizia o PT.

    Agora acabou, o único estuário possível de reposição política, o PT, está morto, preso aos limites de uma luta política que não tem a menor condição de disputar.

    Com isso, foi junto o governo, e não falo apenas desse governo, foram todos os demais, desde 2003.

    Lula 1 nasceu sequestrado pelas condições impostas na Carta aos Brasileiros.

    Lula 2 veio com o selo da extorsão judiciária do mensalão, prenúncio do que seria a lava jato e o golpe em 2016.

    O que houve em comum em todos estes trágicos episódios?

    A quase nula reação das ruas, e dos movimentos sociais…Nada…Lula quase foi deposto em 2006, Dilma o foi em 2016, Lula foi preso, e nada, quase nada.

    A direita, os verdugos de toga, as TV, enfim, ninguém dentre os conspiradores considerou ou teve o menor receio de que haveria alguma rebelião popular nesses eventos.

    Estavam certos, não houve.

    Os dados da desigualdade social sequer se moveram.

    Os chamados “ganhos” da redistribuição dos programas de renda mínima se diluíram e desapareceram, pois, como sabemos, não são duradouros sem uma alteração dramática na estrutura tributária, que regressiva como é, faz a doação do Estado em bolsas famílias parecer com o ato de enxugar gelo, ou pior, não só parece, é.

    Lula não terá herdeiros políticos por dois motivos:

    – Não criou “herdeiros”, pois os matou no berço e;

    – Não há legado a herdar, Lula “torrou” todo seu capital para manter de pé sua vaidade.

    1. Não dá para concordar com tudo.
      O PT ficou órfão de lideranças é verdade.
      Aqui no RGS apresentou candidato a governador sem consistência para o embate com o eleito . Dois ilustres desconhecidos, ganhou o apoiado pela RBS. As grandes lideranças não foram chamadas ou foram abandonadas.
      O cenário nacional foi diferente pela presença de Lula, uma velha liderança que se dispôs à luta.
      Não forjaram lideranças ou o partido se fechou nos gabinetes oficiais ?
      No governo federal Haddad aparece pelo protagonismo natural da possição e , agora, Pimenta pelos horrores das águas.
      Onde estão os demais ? Os ex-governadores e hoje ministros ? Trancados nos gabinetes e, como as demais lideranças, ausentes das ruas e da mídia.
      Na real o PT está perdendo a batalha junto a seu tradicional veio para “bispos e assemelhados” da pior qualidade que, bem adubados, brotam por aí.

  6. Canto essa pedra com amigos, e até por aqui, já há algum tempo. Mas há os relutantes. 40 anos como única opção denota uma insistência desnecessária, prá dizer o mínimo. Será que em 40 anos não se conseguiu formar uma nova liderança?

  7. Nassif mexeu num vespeiro sagrado: o mito da eternidade de Lula e a dependência umbilical que o PT tem com ele.
    O PT nunca pensou a longo prazo de maneira estratégica pois o nome Lula era forte o suficiente para aplacar tal necessidade, só que a fatura dessa procrastinação está chegando e a seu valor está à altura da soberba do partido – todos os nomes fortes do passado estão com idade avançada ou desgastados politicamente devido a Lava-Jato. Flávio Dino era uma aposta forte, mas ganhou uma aposentadoria da vida política via STF…
    José Dirceu era a escolha óbvia – pragmático e calculista seria a virada de chave do partido para alçar voos maiores, rapidamente abatido pela República de Curitiba.
    O que se desenha no futuro é um PT carregando o legado de Lula como o PDT de Brizola ou PTB de Vargas do porte do MDB – um provável centrão da Esquerda.
    Boulos seria um sucessor natural dado o seu histórico de luta e conhecer as ruas, mas o PT não aceitaria dividir o protagonismo com alguém que não nasceu nas suas fileiras e Lula apesar da aparência de conciliador, não gosta de protagonismo concorrente.
    O tempo avança e a necessidade de renovação de quadros urge, 2026 é logo ali…

  8. Não se fabricam líderes. Infelizmente. Eles já nascem predestinados, desenvolvam ou não a liderança. Vargas, Juscelino, Lula… só um. O que Lula poderá fazer é ir pelo menor risco. Como fez em 2010. Só que desta vez com gente “de fora”.

  9. O presidente Lula esta fazendo um bom governo, mesmo com um Congresso sujo e de milicianos e com a impressa contra.
    Porem, o Lula nomeou em seu redor os piores quadros do PT.
    Não há comunicação com o povão, a Secom não funciona, a Casa Civil é uma piada e as fakes reinam.
    É preciso falar com o povão, mostrar as realizações e sair da bolha.
    Tem que mudar a comunicação urgente e se livrar dos tucanos que cercam o presidente.
    Herdeiro do Lula é um só, o BOULOS!!

    1. Lula não tem assessores e sim puxa sacos.
      A luta na rua virou discussões em gabinetes, e a militância reduz a cada ano por não ver resultados de seu governo.
      Vamos ver se Boulos será finalmente aceito ou ainda tentarão emplacar os irmãos Tatto…

  10. Mais do que tudo, os brasileiros precisam conhecer as coisas boas do governo Lula. No México, Obrador ocupou inteligentemente o espaço da comunicação popular e assim garantiu sua sucessora e está saindo da presidência com uma popularidade digna do Lula de 2010. Já por aqui, o que temos e bom segue praticamente invisível enquanto a direita nada de braçada na divulgação das suas barbaridades via grande mídia e redes sociais. Assim, um risco enorme é acabarmos vendo a volta do bolsonarismo em 2026 com o povo festejando sem saber direito o quê.

  11. Tem vários herdeiros, sim, o Lula.

    Os meus preferidos são; Gleisi Hoffmann, Rui Costa (da Bahia), Flávio Dino
    e José Dirceu está sim no farol, para jogar pesado: extrem-esquerda em
    cima da extrema-direita.

    O Haddad fala muito fino, muito elegante, muito educado e cede facilmente à direita.

  12. Lula alterou o quê na estrutura da ordem burguesa no Brasil ? Propôs reforma agrária? política? alterou as estruturas militares ? Educação em 15 anos fez o quê? A imagem que fica de um grande estadista é por conta de seus antecessores que, juntando todos, não dá 1 metro de chorume. Lula administrou a ordem burguesa somente. Não reestatizou nada, aumentou substancialmente a dívida. Fez alguns programas compensatórios e um poquinho de aumento salarial para as massas. Hoje, entendo um pouquinho de política, mas o suficiente para perceber que Lula não passa de uma máquina de votos. Se compararmos ao Brizola ou Chaves,esses sim enfrentaram o sistema, Lula é vulgar perante as necessidades do povo. Agora é tarde Nassif…dê o braço a torcer ao Ciro que sempre falou sobre a liderança egoísta de Lula.

    1. É muito fácil jogar criticar sem ter encarado o Executivo, Lula têm seus defeitos, mas está a anos-luz da personalidade histriônica de Ciro.
      Brizola, por um achismo, sofreria como Lula em um congresso como hoje…

    2. Mas não foi só para o Lula que o Ciro perdeu!… E nem com seus parentes consegue se entender! Além do mais, egoísmo por egoísmo…

  13. “Lula tem à mão o melhor gestor público das últimas décadas, Fernando Haddad.”

    Público é um termo genérico onde cabe de tudo e mais um pouco.
    Olhando daqui, o público da Faria Lima, não obstante implicâncias para esconder o verdadeiro jogo, gosta de Haddad, um ex-analista de investimentos do UNIBANCO.
    Quanto ao nome do herdeiro político, será que ainda carece de dizer com todas as letras de quem se trata?
    Vejamos.
    O esquema era o seguinte: Lula no Alvorada, o Picolé de Chuchu no Jaburu e Haddad realizando o eterno sonho de consumo do PT-SP(a patota que de fato manda no PT): as chaves do Palácio dos Bandeirantes.
    Já pensando em 2026, Luiz Inácio e seu pupilo apostaram na tradição: governador de São Paulo é candidato “natural” à Presidência de Pindorama.
    Porém, contudo, todavia, confirmou-se aquele ditado que reza: “Do que não se ri o Diabo…”
    Não esperavam que Jair Messias, a toque de caixa e com um pé nas costas, elegesse Tarcísio de Freitas – carioca bolsonarista mandado às pressas para São Paulo.
    O jeito foi acionar o plano B: o sultão Lula entronizar Haddad no cargo de Grão-Vizir da Economia; e, como Ministro da Fazenda é outro caminho para a Presidência, mantidas as condições de temperatura e pressão, apostar no pupilo para 2026.
    E rezar para que o Diabo não dê mais uma de suas gargalhadas.
    Há ver.

  14. Não Lula, mas sim a esquerda precisa de um novo herdeiro político…

    E, por óbvio, se esse pretenso novo herdeiro for um líder de verdade e verdadeiro, ele tomará seu lugar na base das pernadas e das rasteiras, inclusive no próprio Lula!

    Não nos esqueçamos que Lula nunca recebeu o bastão de líder supremo da esquerda brasileira de ninguém, ele o tomou, na base das pernadas e rasteiras citadas, de Leonel Brizola, que pensava que esse lugar era seu por direito.

    Se Lula fosse um cordeiro e tivesse abaixado a cabeça, seria vice na chapa de Brizola, esperaria sua vez para receber o bastão, a tragédia Collor não teria ocorrido e provavelmente teríamos uma país muito diferente, mas não creio fosse pior do que temos no momento.

    1. Eis um pessimista que faz a jogatina da direita, aposta no pessimismo, o combustível mor da diretalha. Como estamos pior se estamos novamente subindo no PIB e já ultrapassaremos a Inglaterra, uma vez que já ultrapassamos a Rússia e o Canadá? Lula tem dado o seu melhor, mesmo em meio aos teus pares antológicos, a direita mafiosa do Congresso e das seitas espalhadas Brasil afora.

  15. O herdeiro político do Lula deveria ser o Dino. Ele poderia se licenciar e disputar a próxima eleição pela esquerda. Haddad é excelente, mas não é político. Dino dá um banho em todo mundo da direita e ainda sai dando risada.
    Dino foi colocado no Supremo também para afastá-lo. Ele é um nome capaz de enfrentar os bolsonaristas com o pé nas costas. Haddad não.

  16. Nassif se liga nas idéias,se Lula ficar pensando em sucessor já estará aceitando a aposentadoria na sua mente,influenciaria muito.a sua motivação,já tentaram aposentar Lula e não conseguiram,as lideranças vão surgir naturalmente (será?)das lutas e no momento certo diante das circunstancias !!!

  17. Não dá para concordar com tudo.
    O PT ficou órfão de lideranças é verdade.
    Aqui no RGS apresentou candidato a governador sem consistência para o embate com o eleito . Dois ilustres desconhecidos, ganhou o apoiado pela RBS. As grandes lideranças não foram chamadas ou foram abandonadas.
    O cenário nacional foi diferente pela presença de Lula, uma velha liderança que se dispôs à luta.
    Não forjaram lideranças ou o partido se fechou nos gabinetes oficiais ?
    No governo federal Haddad aparece pelo protagonismo natural da possição e , agora, Pimenta pelos horrores das águas.
    Onde estão os demais ? Os ex-governadores e hoje ministros ? Trancados nos gabinetes e, como as demais lideranças, ausentes das ruas e da mídia.
    Na real o PT está perdendo a batalha junto a seu tradicional veio para “bispos e assemelhados” da pior qualidade que, bem adubados, brotam por aí.

  18. NASSIF, Lula fez exatamente isso, tá bem claro. E estava dando certo, até essa semana fatídica, mas o resultado é que a bola tá com o Congresso. Nós da esquerda temos que parar de ser derrotistas, além de comprar esse ideia de que o Lula não está afim, não bate com a realidade, basta ver os discursos dele em cada evento que ele participa. Nós estamos todos nos arvorando a ensinar o padre a rezar missa. Tudo o que vc falou já está sendo feito, mas a mídia é Nós não damos o devido destaque. O Conselhao e os GTs que vc reivindica já estão funcionando desde a transição de governo, que toca é o Padilha, com participação de vários representantes da sociedade civil. Sobre o discurso dele sobre a greve, ele disse bem claro que o que já foi negociado é bastante, muito além do oferecido inicialmente, e que não justifica uma greve de 3 meses, os alunos já vão perder o semestre. Só fez uma ponderação sobre o tempo da greve, algo natural. Vamos respirar e destacar os avanços, sob pena de minar nossa própria base.

  19. “Há trunfos fantásticos, com as possibilidades abertas pela transição energética, com a existência de organizações de caráter nacional – das federações empresariais às cooperativas e movimentos sociais.

    Caro Nassif, as manifestações do presidente da CNI e do presidente e do vice da CNA, essas absurdamente deselegantes, mostram a estreiteza dos espaços de diálogo do Governo Federal. Vivemos uma época em que a nossa burguesia desdenha de um projeto nacional, de olho no butim, aliando-se, se necessário, àqueles que só querem inviabilizar o Governo, mesmo afundando o País junto.

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