Lula 2.0 e a comunicação, por Luís Nassif

No Lula 2.0, a opinião pública entenderia que a frase de Lula sobre Gleisi era contraponto ao ataque de Bolsonaro. No 3.0, não

Jeso Carneiro – Flickr

Cena 1 – A comunicação de Trump

A cantora e atriz Selena Gomez publicou, em seu Instagram, um vídeo com crianças imigrantes sendo deportadas pelos Estados Unidos. Começou a viralizar. Imediatamente, a comunicação da Casa Branca prepara um vídeo com crianças, supostas vítimas de criminosos imigrantes, e espalha pelas redes. O jogo vira, Selene passa a ser atacada a ponto de retirar o vídeo de seu Instagram.

Cena 2 – A comunicação de Lula

Bolsonaro fala alguma coisa a respeito da suposta feiura das petistas. Lula respondeu mencionando a beleza de Gleisi Hoffmann, mas em um padrão de frase machista. Nos tempos de Lula 2.0, havia quatro grandes jornais que conduziam a informação. Portanto, teria sido fácil a opinião pública entender a continuidade, de que a frase de Lula era um contraponto à frase de Bolsonaro. Nos tempos de 3.0, não. Cada informação vem isolada e fica no ar a informação mais disseminada.

Nossa leitora, Sueli Nunes da Silva, colocou em um comentário no Jornal GGN:

“Nassif, acho que você não conseguiu entender a ironia de Lula. Ele estava respondendo uma ofensa do Bolsonaro que, na semana passada, disse, em um vídeo que circula na internet, que as mulheres petistas são ‘feias e incomíveis’. Lula sabia da repercussão da sua fala, mas não está nem aí. Ele quer é dar o troco nessa gente sem moral”.

Quantos souberam disso? Quando começou a viralizar a frase de Lula, a comunicação do Planalto poderia ter recorrido ao seguinte contra-ataque:

  • Informações em massa sobre as políticas atuais de defesa da mulher, feito pela gestão Lula.
  • Vídeos mostrando o maior apoio até hoje proporcionado às mulheres por políticas públicas: a decisão do Bolsa Família, de Lula 2.0, de que os benefícios seriam recebidos pelas mães, não pelos pais das famílias beneficiadas.
  • Vídeos com mulheres beneficiadas pelas políticas públicas de Lula.
  • A indicação de mais uma mulher para o Superior Tribunal Militar.
  • Um vídeo contrapondo a frase de Lula à de Bolsonaro.

No seu Roda Viva, Marina Silva, a Marina Silva – constantemente subestimada pela intelectualidade petista -, fez uma contundente defesa das políticas sociais de Lula, respondendo às críticas sobre a suposta inação do governo. Um trecho viralizou, provavelmente por iniciativa individual de perfis pró-governo.

Outro exemplo: ontem o programa TV GGN  20 horas entrevistou Maneco Hassem, o principal responsável pela coordenação das verbas federais no Rio Grande do Sul. Foi colocada uma montanha de dinheiro no Estado. Mostrou números graúdos de projetos municipais aprovados, de verbas para a recuperação de empresas e apoio às famílias. Enfim, uma lição de republicanismo e, ao mesmo tempo, de profunda ingenuidade: nas últimas eleições, essas informações não chegaram aos gaúchos. O mérito acabou sendo de prefeitos e governador. Indaguei a razão. Explicou que as verbas resultam em obras que precisam estar completas para o gaúcho entender o papel do governo federal. E elas estão sendo completadas só agora. 

Ora, a operação estava sendo tocada por Paulo Pimenta, Ministro da Secretaria de Comunicação, empenhadíssimo apenas em rechear seu perfil com seguidores. Aliás, no início da operação de salvamento, Pimenta deu uma belíssima lição de como usar a rede, rebatendo uma jogada maliciosa de um prefeito bolsonarista. O malandro divulgou uma conversa telefônica com Pimenta, supostamente passando-lhe um sabão, sem mostrar a reação de Pimenta. Imediatamente, Pimenta divulgou um vídeo com ele sendo filmado na mesma conversa, desmoralizando o malandro.

O perfil de @LulaOficial tem 9,4 milhões de seguidores. O da Presidência da República tem 1,2 milhão de seguidores. O da EBC tem 78,2 mil. O do Governo do Brasil tem 670,4 mil. O de Janja Lula Silva, 1,2 milhão. No seu período de Secom, Paulo Pimenta conseguiu turbinar seu perfil, que hoje tem 619,3 mil seguidores. Pouquíssimos souberam que a frase de Lula foi uma resposta à frase anterior de Bolsonaro.

É bobagem achar que a idade afetou o raciocínio de Lula. É só conferir a maneira como reagiu às grosserias do governador mineiro Romeu Zema ou mesmo às fanfarronices de Donald Trump – assumindo a liderança mundial contra aquele que caminha para se tornar o inimigo público número 1 da humanidade. Mas continua sendo o Lula 2.0 – esse é o problema. 

A suposta influência de Janja não livrou Lula de manifestações machistas, de piadas anacrônicas, de formas carinhosas-padrão-Lula de mostrar simpatia pelas pessoas: como chamar o deputado petista de “cabeção”. Tudo isso tornou-se matéria-prima para as redes bolsonaristas. Tudo isso está englobado no conceito de comunicação pública.

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20 Comentários

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  1. Bem, eu fiz um comentário, que foi censurado.

    Vou tentar novamente.

    O grande problema de qualquer profissional é imaginar que sua área de atuação é o centro do mundo.

    No jornalismo, dada a proporção da atividade e a sua natureza, por óbvio, essa percepção não é de todo equivocada.

    Sim, a comunicação é muita coisa, mas não é tudo.

    O problema aqui é político, não de comunicação.

    Vamos ao Lula.

    Primeiro erro grave do analista é desconsiderar a questão da idade, quase como um preconceito inverso.

    Idade pesa, não só fisicamente, pois sabemos que a parte do cérebro onde estão os filtros sociais e/ou memória tendem a ser danificados com tempo.

    Não raro, pessoas em processos degenerativos tendem a comportamentos inadequados, agressivos ou escatológicos.

    Veja bem, não digo que É o caso de Lula, mas não seria nada demais.

    Olhemos o caso Biden, por exemplo.

    Então, afastar o preconceito e estigma sobre a velhice não implica em ignorar os problemas que ela pode trazer.

    Mas a velhice traz outra questão:

    Mudança de perspectiva para quem sabe que pouco ou menos tempo lhe resta.

    E dizer que isso é irrelevante é burrice, me desculpe.

    Porém, se nada disso for considerado, eu gostaria de tratar dos argumentos e “desculpas” publicadas aqui.

    É do jogo, não se espera uma ética ou coerência universais, e nem eu acho que o feminismo é nossa principal preocupação, pois defendo a causa de gênero dentro da luta de classes, e nunca como um valor em si.

    Não acho que Damares e Regina Duarte merecem o mesmo tratamento de Gleisi, só porque, como disse o também mal interpretado Zé de Abreu, “elas têm vaginas”.

    Pois bem, o que me preocupa aqui é a defesa irracional do líder.

    Lula não disse uma frase solta, e mesmo que sua intenção fosse contrapor a misoginia bolsonarista, ele usou a mesma misoginia para contra atacar.

    Ponto.

    E usou porque essa é a sua referência, sim, Lula é um presidente, um fenômeno político, mas também é as suas contingências históricas.

    Metalúrgico que sonhava em comer churrasco (daí a repetição desses jargões), ter (como cantou Raul Seixas) um Corcel 73 e sorrir com a boca escancarada cheia de dentes.

    Esta é sua obsessão, reformar o capitalismo.

    Sua política anti cíclica de 2008 é um atestado de sua memória afetiva com os patrões do ABC, diga-se, isenção fiscal para o setor.

    Ou seja, carro, carne, faltava o futebol.

    Faltava.

    O dinheiro emprestado para a construção do Itaquerão, o delírio ufanista da copa 2014 ( e dos jogos 2016) mostram tais referências esportivas em sua vivência.

    No campo político, sua conciliação é resultado do que viveu no pós 64.

    Por isso Lula diz que devemos esquecer 64.

    Ele é filho do milagre de Delfim e dos assassinos civis militares.

    Não apanhou no cárcere, ao contrário, virou amigo de seu carcereiro, Romeu Tuma.

    Lula é o cara que acha que sim, a mulher pode ter alguma culpa por ter sido abusada.

    Olhemos o caso Aniele e Silvio de Almeida.

    Lula acha que a cor da pele traria uma visão de mundo progressista quando indicou Joaquim Barbosa para o STF.

    E acha que ter “vagina” torna ministras de tribunais superiores julgadoras mais sensíveis.

    Erro grave, Rosa Weber e Carmen Lúcia são provas do contrário.

    Lula é esse homem médio, de classe média baixa, pouca erudição, e que se orgulha de seu auto didatismo (E TEM QUE SE ORGULHAR MESMO), mas que é capaz de falar muita asneira por falta de bom senso, e pior, porque se ressente de todo o preconceito de que foi vítima, mesmo que tenha vencido a tudo e a todos.

    Lula disse que o torcedor do Corinthians tem “razão” em ser violento em casa quando o time perde.

    Esse é um sintoma recorrente.

    Enfim, também foi colocado em outra textos que Lula fala, mas age de forma diferente.

    Olha, um presidente, um líder tem tanta responsabilidade com o que faz, como pelo que fala.

    Esse argumento de que eu falo m*rda, mas faço o bem é usado por Bolsonaro, quando dizia ser contra a vacina, mas, de fato, mandou comprar assim que elas estiveram disponíveis, e sim, houve vacinação, gostemos ou não.

    Ao mesmo tempo, eu poderia ser mais leviano e dizer que se é assim, agressores de mulheres podem dizer:

    Olha, eu divido criação dos filhos, as despesas, as tarefas do lar, a carreira de minha esposa/o, mas se ela quiser ter opinião política diferente da minha, ou se eu beber um pouco mais e ela reclamar, o “pau vai cantar”.

    Enfim, vamos lembrar que mesmo que Lula seja um presidente de atos práticos na defesa de mulheres, a violência verbal não pode ser desconsiderada.

    Seria o caso de Lula anunciar um programa revolucionário de proteção e atenção às trabalhadoras do sexo como Bolsa Piranha ou Bolsa Vadia?

    Ou chamar o Bolsa família de Muleta de Pobre ou algo parecido?

    Se me ajudar, ou reconhecer meu direito pode me ofender ou dar tais na minha cara?

    A defesa irracional de Lula por aqui advoga que ele pode ser incoerente, como no exemplo da comunicação de Trump, que reage ao horror da divulgação dos efeitos de suas políticas com mais horror deslocado e desfocado.

    A incoerência é a arma da extrema-direita, ou seja, eles operam fazendo e falando coisas absurdamente diferentes, todos os segundos.

    Será que deve ser a de Lula?

    1. “e sim, houve vacinação, gostemos ou não”. É inaceitável para alguém que cujos argumentos (aparentemente) buscam haurir fundamentos dos recônditos mais profundos da psicologia dos analisados, o lapso (intencional) de que houve vacinação, porém com ágio de U$1,00 por unidade, num contexto em que vários segmentos (sobretudo os da terceira idade – vide episódio Prevent Sênior – o único plano que posso pagar) serviram de cobaia para experimentos já comprovadamente ineficazes, tendo ainda regiões como a Amazônia, onde faltou oxigênio, sido usadas intencionalmente para a comprovação de uma tese que visava sobrepor uma decisão política a uma decisão técnica. Nenhum exemplo [nefasto] atribuído ao Lula jamais superará esse crime de lesa humanidade.

      1. Olha, tentando reconhecer suas paixões óbvias, e que não invalidam argumentos, lhe digo:

        A corrupção na compra nada têm a ver com o prazo ou urgência na compra, ao contrário, se eu quero lucrar, compro rápido do fornecedor escolhido.

        As vacinas para COVID foram um caso único na história, onde a urgência se fundiu com as disputas comerciais e geopolíticas, onde o Brasil NUNCA esteve em primeiro plano, em outras palavras, nossa vacinação ter começado logo depois de EUA e Europa foi surpreendente.

        A gestão do oxigênio foi um caso grave, mas a julgar pelos argumentos aqui nesse caso do machismo, eu tenho CERTEZA de que com Lula valeria a tese (que foi refutada com o Bozo) de que caberia esse cálculo ao governador e prefeitos, que são os executores e ordenadores diretos do SUS, na ponta!!!!

        Lula faz me*rda, fez m*rda, e fala muita m*rda.

        Mas eu entendi sua defesa, afinal, é a m*rda que você vota.

        Eu já acho que Lula e o Bozo são a mesma titica.

        Gestores do fim de feira do capitalismo de periferia.

        Um come de boca meio fechada, o outro de boca aberta.

        Só isso.

    2. boçalnaro somente comprou a vacina devido a pressão da cpi que tinha como relator o arguto, goste ou não, Renan Calheiros que, aliás, esvaziou a popularidade do capetão, digo, capitão.

      p.s.: embora a escuderia lecoq seja uma criação de tipica das ss de Hitler (https://es.m.wikipedia.org/wiki/Scuderie_Detetive_Le_Cocq fico com o detetive) fico com o detetive da ficção https://en.m.wikipedia.org/wiki/Monsieur_Lecoq_(novel)

      1. Sua cronologia está errada.

        Goste ou não, a compra de vacina não é decidida como ir a farmácia, ainda mais em uma pandemia mundial, onde o interesse geopolítico (peso e tamanho do país) e interesse econômico dos fornecedores decidiriam mais que nunca quem teria prioridade.

        Desconsiderar isso não é só burrice, é desonestidade intelectual mesmo, típica do pessoal do Bozo.

        O cronograma de vacinação brasileira seguiu logo após o dos EUA e Europa.

        O motivo?

        CPI?

        Não, amigo, um problema como esse não tem respostas simplistas.

        Mas eu arrisco a dizer que no caso da COVID, como de HIV, sendo uma doença que atinge ricos, a urgência nasceu daí.

        Lembre que a dengue e a malária, como matam pobres, na maioria das vezes, estão até hoje por aí.

          1. Logo depois dos testes internacionais e das confirmações da Anvisa.

            A pandemia começou em março de 2020, ou seja, em um ano o mundo estava começando a distribuição.

            Sua cronologia está errada.

            Para fazer parte dos países que receberam os lotes, o Brasil começou a negociar antes de março de 2021.

          2. enfim, o fato é que boçalnaro negava a pandemia e ad ogava contra a vacina. ao sentir a maré da cpi chegar ao calcanhar, mudou.

            p.s.: a China deu alerta mundial da pandemia em dezembro de 2019. o governo doria iniciou a vacinação antes do governo federal. boçalnaro foi tragado pela própria ignorância e boçalidade. as negativas da pandemia deram argumentos à oposição.

    3. Meu caro, concordo quando você diz que na velhice há uma mudança de perspectiva, mas discordo quando você afirma ser por causa do pouco tempo de vida que resta deixando implícito que já está velho mesmo, pode falar as bobagens que quiser. A mudança de perspectiva no caso do Lula, penso eu, seja a de não mais se calar diante de tantas ofensas. A extrema direita e a grandes mídias que lhes emprestam a voz, quando convém, não estão interessadas em interpretar o que Lula diz. Atentas a todas as notícias, você concorda que a grande mídia sabia o que Lula estava rebatendo? Mas de olho numa terceira via para 2026, fingiu não saber. Qualquer fala do Lula vira munição para que o governo seja destruído. Nesse sentido, não vai faltar munição para atacar o governo até 2026. É impossível estar atento o tempo todo, medindo o que devemos ou não devemos falar, ainda mais, se tratando do Lula que é um orador por natureza.
      Lula não é somente como você afirma, fruto somente das suas contingências históricas, fosse assim, não seria ele, um não erudito, o Presidente que mais fez pela educação no país. O churrasco tão alerdeado por Lula, talvez seja uma metáfora para falar que o pobre precisa mais do que somente o arroz com feijão, o pobre precisa do lazer.
      Outra questão é que Lula é, de fato, um conciliador. Como ele mesmo disse: Se Jesus viesse governar o Brasil, ele faria pacto até com o diabo. Veja Maduro continua governando até hoje porque tem o apoio das forças armadas.
      Agora, de onde você tirou que “Lula é o cara que acha, sim, a mulher pode ter alguma culpa por ter sido abusada”, pois se o bolsa família, além de ser um programa de redistribuição de renda, foi também criado para que a mulher fosse
      protagonista da sua própria história, mesmo depois de passar por uma escolha equivocada, pois com o programa a mulher não terá mais que se submeter a uma relação abusiva para dar comida para os seus filhos. E por fim, o Lula não apanhou no cárcere porque tinha, não só figuras públicas importantes a favor dele, mas também parte expressiva do povo que, depois de um verdadeiro massacre midiático, essa parcela representativa do povo ficou 580 dias em vigília a lhe desejar todos os dias um “bom dia”, “boa tarde” e “boa noite”.

      1. monica bérgamo deu a “notícia” de uma “fonte” àquele tempo que Lula estava com delirium tremens no cárcere. observe o nível do “jornalismo”. então a disputa é pelo poder de comandar o erário. da mesma lavra da jornalista que invariavelmente publica, “ministros do sulremo teriam dito…” sob o guarda-chuva jurídico, sigilo da fonte, ocorre a urdidura do poder à brasileira.

    4. Parei de ler quando o rapaz mentiu que o bolsonaro tava ligado na disponibilidade de vacinas e “assim que deu” ele comprou!an…an…o rapaz ignorou o roubo de “uma doleta” sobre cada dose… ou seja, longo discurso para dizer que Lula está tantan e que o candidato dele é honesto e não merece ir pra papuda…

  2. O que acho impressionante é que NINGUÉM no suposto jornalismo pátrio se escandaliza com o salário-mínimo, a ponto de que o globo lançou editorial atacando um virtual aumento real do salário mínimo. eu quero ver os jornalistas viveram com 1.518 reais

    1. Ah, dois erros somam um acerto.

      É a lógica parecida dos animais que conduzem veículos como se porta armas.

      Quanto flagrado, tascam:

      “Indústria da multa”, “mas todo mundo faz”, “vai correr atrás de bandido, sou trabalhador”.

      Então, o fato da Globo e etc serem cretinos dá a Lula o “habeas corpus preventivo” para falar e fazer m*rda?

      Hum, então o arrocho fiscal ou a incapacidade de agir e reduzir preços dos alimentos são culpa da mídia, e não uma escolha política do governo, de Lula e Haddad?

      Ahhhh, tadinhos né?

      Tenho muita pena de Lula e Haddad, afinal, quando eles escolhem esfolar a classe média para bancar o auxílio aos pobres, e deixam os ricos sem pagar impostos, e cada vez mais ricos, é porque eles não têm alternativa.

      Rerererere….

  3. “Notícia é o que a gente quer esconder; o resto é propaganda” – Lula 2.0, em 04/2010. Me parece que faltaria muitíssimo pouco então (se é que falta mesmo algo) para ele captar o cerne da comunicação na “pós-verdade” 3.0: Notícia é inútil sem propaganda, e propaganda nada vale se não for no ato, já, em cima da propaganda do adversário. Ou poderia ainda alguém reler em “3.0” a frase de Nietzsche: “Fatos é precisamente o que não há; só há argumentos”. O jornalismo tipo global, cedo ou tarde, irá se cansar de fingir de neutro apresentador de fatos. Até porque ninguém mais acredita mesmo nisso.
    Para uma reflexão mais crucial: A mente 3.0, digamos assim, não tem o chão dos fatos, para bem ou para mal. Para quem já o teve, gerações passadas, é complicado até entender como viver mentalmente assim. Mas para quem já nasceu num ambiente assim… Será o “natural”, por mais monstruoso que pareça.

  4. E o governo fez e foi vastamente divulgado, …
    Da matéria de Nassif:

    Quando começou a viralizar a frase de Lula, a comunicação do Planalto poderia ter recorrido ao seguinte contra-ataque:

    Informações em massa sobre as políticas atuais de defesa da mulher, feito pela gestão Lula.
    Vídeos mostrando o maior apoio até hoje proporcionado às mulheres por políticas públicas: a decisão do Bolsa Família, de Lula 2.0, de que os benefícios seriam recebidos pelas mães, não pelos pais das famílias beneficiadas.
    Vídeos com mulheres beneficiadas pelas políticas públicas de Lula.
    A indicação de mais uma mulher para o Superior Tribunal Militar.
    Um vídeo contrapondo a frase de Lula à de Bolsonaro.
    ….
    A imediata resposta de Gleisi Helena Hoffmann sobre o ataque da Extrema direita e da mídia a fala de Lula, exemplificou exatamente esses itens aí acima que Nassif elencou

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