Os desafios para 2025 estão dados.
No artigo “Xadrez de 2025 e as cinco bestas do apocalipse” procurei detalhar didaticamente os desafios, os avanços e os riscos.
A partir do mensalão teve início um processo de desmonte institucional do país, cujo ápice foram a Lava Jato e a eleição de Jair Bolsonaro.
A partir da eleição de Lula, em 2022, começou um processo lento e delicado de remontagem das instituições, cujos pontos altos foram os inquéritos das fake news e de 8 de janeiro, tocados pelo Ministro Alexandre de Moraes, e, agora, a medida visando moralizar as emendas parlamentares, de autoria do Ministro Flávio Dino.
Se dezembro marcou uma virada em relação aos abusos do orçamento, também mostrou a extraordinária vulnerabilidade do país em relação aos movimentos especulativos com câmbio e juros.
Há um cartel operando esses ativos. Como enfrentá-lo?
De um lado, o trabalho de Sísifo, de administrar o dia a dia do mercado, que vem sendo desempenhado pelo Ministro da Fazenda Fernando Haddad.
Mas é apenas para administrar o tempo, enquanto o governo prepara a pauta positiva, o projeto de país, organizando as inúmeras oportunidades que se abrem na próxima revolução industrial, baseada nas mudanças climáticas e nas novas tecnologias. Enfim, um plano de governo que repita 2008, permitindo a recuperação da credibilidade das políticas públicas.
Enquanto não houver um projeto claro de país, a convicção de que há um governo construindo saídas, algo que permita à opinião pública recuperar a confiança nas políticas públicas – como ocorreu em 2008 – será um processo de enxugar gelo até onde der.
E, aí, há um vácuo amplo, a começar da inação do próprio Lula.
O Lula de 2002 a 2010 era uma esponja, absorvendo informações por todos os poros, aberto a conversas com políticos e analistas. E, depois, atuando como um maestro organizando as ações do ministério.
Esse Lula ainda não apareceu em 2023 e 2024. Está isolado, desinteressado do dia a dia da gestão, fechado a conversas com especialistas de fora do governo, fechado a novas ideias. E, aí, comete a pior das estratégias: enfrenta o mercado com declarações e sem nenhuma estratégia de governabilidade.
Não apenas isso. Em dois anos de gestão, é um governo sem Casa Civil, sem Secretaria de Comunicação e sem Secretaria Geral da Presidência. Não há interlocutores no Palácio, e a queixa é generalizada entre praticamente todos os ministros.
Na Casa Civil – que deveria ser a porta de entrada para a Presidência – há um político limitado, com baixíssima visão de problemas nacionais e empenhadíssimo em ampliar seu espaço político sem dispor de planos nem ideias e praticamente barrando o acesso a Lula por todos os demais ministros.
Há dois programas promissores – a transição energética e a Nova Indústria Brasileira. Na 5a Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, o próprio Lula – no discurso de encerramento – entendeu a importância de um plano, um modelo de gestão integrada, com prazos e metas. E encomendou o plano à Conferência – algo inusitado, já que seria um plano de governo.
De lá para cá, nada ocorreu. Houve uma tentativa de montar um grupo de trabalho entre Fazenda, Indústria e Comércio e Minas e Energia, para administrar os planos de transição energética. Não saiu do lugar. O Ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira – o candidato favorito a uma segunda Lava Jato – não quis abrir mão de seu poder atual, que lhe permite atender às demandas de lobbies do setor.
Resta o trabalho solitário da NIB (Nova Indústria Brasil), graças a um grupo de especialistas com visão de desenvolvimento.
Na solidão cósmica do Palácio, uma das únicas exceções identificadas por observadores qualificados é o vice-presidente Geraldo Alckmin, que tem atuado como conselheiro político de Lula, evitando algumas armadilhas.
Sem um plano de metas, a economia fica à mercê da bancada ruralista, bem montada mas, devido aos benefícios do crédito subsidiado, sem nenhum interesse em fazer um contraponto ao poder avassalador do mercado.
Sobram as bancadas do mercado e os novos imperadores: André Esteves, do BTG, os irmãos Batista, da J&F, em um plano menor Rubens Ometto, da Vibra, e o lobby permanente de Carlos Suarez, um fenômeno do que a política brasileira tem de pior.
2025 será a prova de fogo. Se Lula não acordar logo, se o Lula de 2008 não reaparecer, o país será um barco à deriva.
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O mesmo erro cometido no texto de um outro autor.
Lula ou barbárie!
Mas como assim Lula ou barbárie?
Se as opções para a manutenção ou avanço das instituições no mercado representativo (erradamente chamado de Democracia) são essas, então não há dúvidas:
O próprio Lula concorreu para ser a única solução do problema, sendo ele, cúmplice desse despotismo.
Então o país depende dos humores, disposições e, sim, da saúde de um presidente de 80 anos?
É certo que o conjunto de forças que lhe são opostas são poderosas, mas de que serviu, então, todo seu talento por coalizão, toda sua conciliação e apelos à governabilidade, que impediram qualquer tensão mais à esquerda, senão para encurralar todo o país nesse beco sem saída?
Não, eu não posso crer que seja Lula ou nada.
Se assim for, que venha o nada, quem sabe possamos começar tudo de novo.
Como disse Churchill:”O sucesso não é final, o fracasso não é fatal, e a coragem de lutar é o que conta”.
Lula é morto, longa vida a uma nova e corajosa esquerda!!!
PS:
A insistência em absolver Haddad de suas responsabilidades, colocando-o como um refém do mercado não corresponde a sagacidade do autor…
O Governo não é está m*rda por acidente ou por ser mais fraco do que as forças que deve enfrentar.
É uma m*rda por opção política.
BOM DIA! 02/01/2023
De que nos serve o passado senão para que nos compunjamos de atitudes erradas por comodismo ou medo.
O PT precisa aprender com o republicanismo exagerado e a ingenuidade infantil ainda hoje observada. A militância precisa se conscientizar de que será uma governança complicada senão de inicio mas a partir do segundo semestre,sempre foi assim,o pragmatismo perde força esvai-se os apoios se a chantagem politica não for atendida. Portanto a cada votação.a cada MP ruidosa o militante deve ir as ruas lutar exigir seu cumprimento e a cada vez que a direita escoiceadeira for as ruas a esquerda deve ir em maior numero e com maior barulho. Eleição não termina com o voto, o voto exige de todos uma vigilância constante e uma luta permanente,as redes podem ajudar mas é limitada por falarmos sempre aos nossos iguais, mas as ruas…essas sim possuem poder ,como dizia o finado Ulisses;- Politico tem medo de POVO nas ruas. A ausência de POVO permitiu a insanidade em 2013,a ausência de POVO derrubou uma presidenta honesta que optou por arriscar a perda de seu mandato a aceitar chantagem de um gângster na presidência da Câmara hoje jogado no ostracismo depois de arruinar um País.
Lula vai precisar de POVO nas ruas,de comitês atuantes e permanentes de conscientização politica e mobilização relâmpago. Que assim entendam militantes e Partido. Cabe a militância não aceitar,criticar e alertar a absurdos como o ocorrido na comunicação e só espero que tenha baixado o espírito de Mané Garrincha em Luiz Inácio e de um drible da vaca na primeira traição ao compromisso assumido.
Ousar e lutar.. muitos tem lutado sim mas poucos tem ousado para merecer vencer. O Brasil é filho de todos nós e que jamais deixemos de carrega-lo na palma da mão.
Resumiu tudo, sem a militância nas ruas a situação vai se tornar dramática, e daí pra pior. Problema é achar essa militância. Cadê? Os sindicatos perderam milhões de associados desde 2017, com as várias reformas trabalhistas sendo a pá de cal que sepultou de vez as associações trabalhistas. Os estudantes ? Uma vergonha hoje depender dessa geração Nutella.
O que sobrou foi o MST, que sempre foi um movimento sem muita força, e desprezado até mesmo pelas esquerdas.
Luiz, meu caro… admirável sua esperança.
Ingênua, porém, comovente.
A fonte de desânimo, em parte, vem do próprio governo.
A esquerda, iludida com a tarefa de gerenciar os cacos do capitalismo periférico brasileiro, esqueceu da luta anticapitalista.
Presa nos limites institucionais, a esquerda definhou morreu.
Esse desaparecimento da esquerda não pode ser debitado apenas nas mudanças das relações de trabalho ou a expansão das redes digitais do ódio da direita.
De tempos em tempos o capitalismo apresenta novas circunstâncias, mas o conflito de classes permanece, assim como permanece a divisão entre países ricos e pobres.
A esquerda brasileira escolheu o “atalho”, imaginou que seria possível uma inclusão pelo consumo, que omitisse a brutal desigualdade, que ficou intacta.
Praticou um economicismo determinista de péssima qualidade, intelectualmente vulgar.
A conta veio.
O “mercado” insaciável não tem limites, quer mais e mais sangue.
PT e governo, incapazes de romperem os laços da “governabilidade” liberal, vão cedendo cada vez mais espaço para o vocabulário político da direita, que soa mais radical que a timidez da esquerda.
Apesar de alguma melhora em alguns indicadores, a verdade é que a esquerda não consegue fazer política.
A militância envergonhada debanda.
Wladimir Safatle já nos havia avisado!
1 Feliz 2025 pra todos. Todos mesmo.
2 “Não apenas isso. Em dois anos de gestão, é um governo sem Casa Civil, sem Secretaria de Comunicação e sem Secretaria Geral da Presidência. ”
Todos esses cargos estão na mão do PT e não vai funcionar. Não por ser do PT, mas pelas pesso as mesmo. Tudo buriocrata velho de Partido
3 – Fora todos os problemas relatados , o mais grave, na minha opinião, é a Comunicação. Como um governo que tem o Cogresso contra, o Banco Central como sabotador ,conseguiu chegar ao final do ano com vários numeros muito positivo e muita gente ainda diz que a vida piorou.
4 – O Lula , a partir de ontem, com a mudança no Bacen , assume definitivamente o governo.
5 – Eu vou torcer pro Bacen fazer seu trabalho , independentemente do mercado financista e da politica partidária. Pode parecer pouco, mas, como o Campos demonstrou diuturnamente, o PR do Bacen pode , a qualquer hora e ao seu bel prazer, abrir a caixinha de maldades. Logo, é muita coisa a gente ver o Campos de costas do que de frente.
D. Pedro II desagradou a classe dos latifundiários e caiu. Washington Luís ignorou a classe operária e caiu. João Goulart irritou os militares e caiu. Dilma Rousseff tentou agradar a classe média e caiu. Lula pode criar uma armadilha para si mesmo e não cair? Essa e a questão, Nassif.
na minha opinião, lula já fez muito saquificio pelo país, praticamente abrindo mão de muita vicencia em família e outras coisas simples que deixou de desfrutar. quando terminou seu segundo mandato, ele deviria aceitar o contrato de fazer palestras feito por empresa dos estados unidos, pois viveria um bom período de sossego, prestígio e retorno financeiro sem enchimento de saco. ser racional nesse país torna se louco (vejo isso no meu pequeno círculo social). A disputa pelo dinheiro e poder tornou se próximo do absurdo (ver entrevista no GGN do professor Nicolelis). O Brasil (elite, imbecis digitais, mídia tradicional) parece nao querer reconhecer a dimensao de uma pessoa publica como o Lula. Na real, simplesmente dá vontade de fazer como o cantor sérgio ricardo no festival de MPB (vocês venceram, chega), lógico mandado em bom som f….se.
Definição do caos em que mergulhará o país. Pena.
Então já era, Lula está completamente desanimado.
Estamos no sal. Lula parece cansado do dia a dia e escolheu gente de confiança mas bem medíocres. É triste ver a falta de planejamento e gestão eficiente do dia a dia, e o que faz com ciência e tecnologia.
Não sei como esse RUI construiu imagem de bom gestor. O ministro da educação é de dar dó, não chega nem perto do que foi Haddad.
O PT nas altas instancias de poder é reflexo do país, pois chegamos a um nível de mediocridade nacional sem precedentes. É certo que isso é um construção neoliberal, com propósitos e metas, do qual André Esteves é o porta voz mais hipócrita.
A pergunta que fica: Até quando, precisaremos de um Milei.2 aqui para acordar?
Estou otimista com a nova fase do governo Lula que se inicia. Agora que ele se livrou dos seus piores entraves, pode contar com, além dos colaboradores de confiança, o imponderável, além de ações inteligentes de pessoas fiéis. Lula vencerá, a despeito dos despeitados. Afinal, não há mais tempo e nem espaço para experimentações e nem besteiras. Dino já cantou a pedra, Xandão não esmorece, bolsomínios latem, mordem as canelas do governo mas enfraquecem… Falar em enfraquecer, se o governo tiver juízo, pode aproveitar as contendas da baixada evangélica para eleger Henrique Vieira, o candidato anão e desimportante para a maioria poderosa que, aliado ao Otoni de Paula pode caminhar sobre as águas pútridas da oposição.
Carla Medeiros comenta:
Quando o novo governo assumiu no “tranco”, algumas(uns) achavam que iam matar Lula.
ERRADO
Outras(os) achavam que Lula não ia conseguir assumir o Governo, assumiu.
MESMO COM A TENTATIVA DE GOLPE EM 8/1.
Governo governando, a direita, ultra_direita, e parte do Centrão boicotando até hoje o governo segue entre o caminho das pedras.
2024: – Banco Central pacificado;
– Congresso pacificado
2025: aqui o governo Começa a governar, mesmo com o retorno dos programas sociais em 2023 e 2024.
Óbvio que Lula3 não tem a relação administrativa com Lula1 e 2 .
Hoje, a concentração de capital (neo-liberal se assim é possível dizer) é violentamente maior.
A guerra (Ucrânia x Russia) não existia e o genocídio judeu também não.
A China não tinha o poder que tem hoje.
O Oriente Médio não estava destroçado como está hoje.
E assim , muitos parâmetros podem ser descritos, ao comparar-se Lula1 e 2 com Lula 3.
Que o Centrão continue latindo, a direita e ultra-direita alinhadíssimas continuem que nem baratas tontas procurando candidato para enfrentar Lula e a sociedade brasileira vai seguindo aos trancos e barrancos…
Bem, nessa equação otimista eu não vi a maior taxa de juros do planeta e um ataque aos mais pobres:
SM, BPC, abono PIS PASEP, Fundeb, fim do DPVAT.
Perdão de dívidas previdenciárias e tributárias de empresas aéreas.
Subsídios fiscais mantidos.
Ricos seguem sem pagar impostos.
2025 Lula vai começar a governar?
Sim, mas para quem?
Lula tem inimigos terríveis, mas nada comparado aos aliados …
“Enquanto não houver um projeto claro de país,”
Via de regra, a elite brasileira é colonialista. Não vai querer projeto de país algum.
Na década de 80, ditadura desgastadíssima, no colégio tínhamos uma brincadeira envolvendo Delfim Neto que dizia-se ter recebido um telegrama de Londres: PMDB? Delfim teria respondido PDS.
(PMDB: Posso Mandar Dinheiro ao Brasil;
PDS: Pode Depositar na Suiça.)
A elite brasileira é isso: vive pro Império.
Todo e qualquer movimento tem de ser conforme essa… essa elite.
Que já enxoutou IMPERADOR.
As ordens religiosas dos seiscentos e setecentos fizeram coisa pra durar. Nem mesmo as igrejas pentecostais, TODAS americanas, atuais são tão eficientes.
Queridos, não sejamos alarmistas. Lembrem-se que Ben Hur venceu uma batalha morto, amarrado ao seu cavalo. Lula é um gênio político e esta fazendo o jogo bem feito. Ele deu corda para que essa corja se enforque. Na hora certa ele dará ao bote. Vamos confiar e ajudar. Desanimar não é solução. Vamos juntos fazer nossa parte. Os inimigos são muitos e são poderoso e pode muito, mas não podem tudo. Eles são minoria. Vamos vencer. Já tiramos Campos Neto, Lira e Pacheco. Muita gente poderosa e ruim vai cair pelo caminho. Calma.
Lira, Pacheco e Campos Neto terminaram tranquilamente seus mandatos e só não continuam por entrave legal…..
“Olha lá vai passando a procissão, se arrastando que nem cobra pelo chão…”
É, que história que nada, é tudo uma questão de fé….
Foi El Cid, mas a analogia está bem colocada!
Tenho 50 anos e,desde que me entendo por gente, a cada eleição sempre se discutem os mesmos problemas. Entra prefeito, entra governador, entra presidente, sai prefeito, sai governador, sai presidente e os problemas permanecem. As soluções, quando implantadas já nascem com data de validade, entre dois e quatro anos.
Tudo, ou praticamente tudo que o Lula fez nos seus primeiros mandatos foi desfeito.
O Brasil é o país do futuro, e sempre será.
Não lembro de quem é a frase mas acredito cada vez mais nela.
O que mais preocupa nesse Lula 3 é a conjuntura totalmente desfavorável deixada pelo governo anterior e a minoria no congresso. E para resolver esse problema temos um ministério fraco não só porque foram frutos de negociações como também os próprios ministros petistas com raras exceções como Haddad e o vice presidente são muito fracos. É urgente uma reforma ministerial!!!
Diante do contexto complexo das condições políticas no Brasil o fusquinha 79 q tá arrumando na oficina FEZ UM MILAGRE,recordes na área automobilista,andando nas ruas vc vê INCRIVELMENTE placas de empregos q antes não existiam nos governos anteriores,PODE ESCREVER O CAOS POIS VEJO O PARAÍSO,tudo isso só é possivel por causa de um negociador nato q aprendeu desde criança uma ida a um banheiro de bar para ver quem ia primeiro,para quem ia comer naquele dia ou para ver qual canal de tv iriam assistir !!!
https://g1.globo.com/economia/noticia/2025/01/02/governo-fecha-acordos-com-empresas-aereas-e-vai-reduzir-em-r-58-bilhoes-dividas-da-gol-e-azul.ghtml
Aí em cima o “risco para Democracia”…
Dizer que não há para os pobres e encher os bolsos dos ricos de dinheiro público: impostos devidos, SONEGADOS, APROPRIAÇÕES PREVIDENCIÁRIAS….
É esse o risco para Democracia, Nassif.
Cada vez que esse governo se abaixa para ficar em genuflexório para os ricos, mais e mais cresce o caldo de ressentimentos explotados pela direita.
O governo Lula-3
Como foi explicitado neste espaço o atual governo Lula padece de dinamismo na condução de suas ações. No centro de tudo falta o exercício da governança pelo presidente. É visível a inação presidencial mas não a de seus favorecidos, seguramente movimentações nos bastidores da política devem ser cada vez mais presentes e logo descambarão para a luta aberta. Não há vácuo de poder e se quem tem não o exerce logo aparecerão os pretendentes e suas manobras. Lula se candidatou e foi eleito para governar e não cabe a decisão de sua ausência no comando, seria uma fuga que foge às características de Lula. Lutou por isso – seja lá o que lhe moveu a tanto – e agora deve cumprir seu mandato, é obrigação para com seus eleitores e o país. Mas há formas e formas para tanto. Um primeiro ministro de fato. Sem temer, cito um candidato: Geraldo Alckmin. Vejo, de longe, características para tanto já a partir da vice-presidência: lealdade, experiência e a natural posição que ocupa. O centro do poder volta à presidência, nominalmente, e refaz a centralidade de ações. O reajuste poderá resultar em saídas de ministros, sendo que um já manifestou cansaço com a posição. Eventual troca de nomes seria natural e, talvez, necessária para a nova conformação do poder federal e seus reflexos no Legislativo. Com a experiência acumulada pelos dois certamente o governo federal estará bem servido no comando e com atuação presente. Alguns apoios poderão ser trazidos ao governo federal reforçando a posição no Congresso Nacional.