Desgovernado, o país experimenta uma nova e forte escalada nos números da pandemia, por Felipe Costa

Ontem (4/12), de acordo com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde, foram registrados em todo o país mais 7.332 casos e 15 mortes

Covid-19 – Desgovernado, o país experimenta uma nova e forte escalada nos números da pandemia.

Por Felipe A. P. L. Costa [*].

RESUMO. – Este artigo atualiza as estatísticas mundiais a respeito da pandemia divulgadas em artigo anterior (aqui). No caso específico do Brasil, o artigo também atualiza os valores das taxas de crescimento. Entre 28/11 e 4/12, as taxas ficaram em 0,0814% (casos) e 0,0134% (mortes). A primeira subiu pela quarta semana consecutiva. A segunda, pela segunda semana. Máscaras e vacinas são as armas mais poderosas que nós temos para frear as escaladas e puxar as estatísticas para baixo.

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1. ESTATÍSTICAS MUNDIAIS: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES.

Levando em conta as estatísticas mundiais obtidas na manhã de hoje (5/12) [1], eis um resumo da situação.

(A) – Em números absolutos, os 20 países mais afetados [2] estão a concentrar 74% dos casos (de um total de 645.343.879) e 69% das mortes (de um total de 6.641.215) [3].

(B) – Nesses 20 países, 463 milhões de indivíduos receberam alta, o que corresponde a 97% dos casos. Em escala global, 627 milhões de indivíduos já receberam alta.

(C) – Olhando apenas para as estatísticas das últimas quatro semanas, eis um resumo da situação: (a) em números absolutos, a lista segue a ser liderada pelo Japão, agora com 2,54 milhões de novos casos; (b) entre os cinco primeiros da lista, estão ainda a Coreia do Sul (1,47 milhão), os Estados Unidos (1,22), França (1,03 mil) e China (889 mil). O Brasil (488 mil) está na 8ª posição; e (c) a lista dos países com mais mortes segue a ser liderada pelos Estados Unidos (8,6 mil); em seguida aparecem Alemanha (3,7 mil), Japão (3,2), Itália (2,3) e França (1,82). O Brasil (1,74 mil) está agora na 6ª posição.

2. ESTATÍSTICAS BRASILEIRAS: SEMANA 28/11-4/12.

Ontem (4/12), de acordo com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde, foram registrados em todo o país mais 7.332 casos e 15 mortes. Teríamos chegado assim a um total de 35.369.105 casos e 690.124 mortes.

Na semana encerrada ontem (28/11-4/12), foram registrados 200.904 casos e 645 mortes. O número de casos é o mais alto desde a última semana de julho (25-31/7: 242.327). O de mortes é o mais alto desde a primeira semana de setembro (29/8-4/9: 875).

3. O RITMO DA PANDEMIA EM TERRAS BRASILEIRAS.

Para monitorar de perto o ritmo e o rumo da pandemia, sigo a usar como guias as taxas de crescimento no número de casos e de mortes. Ambas seguem a escalar.

Vejamos os resultados mais recentes.

A taxa de crescimento no número de casos saltou de 0,0638% (21-27/11) para 0,0814% (28/11-4/12) (ver a figura que acompanha este artigo) [4].

A taxa de crescimento no número de mortes, por sua vez, saltou de 0,0114% (21-27/11) para 0,0134% (28/11-4/12)

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FIGURA. A figura que acompanha este artigo ilustra o comportamento das médias semanais das taxas de crescimento no número de casos (pontos em azul escuro) e no número de óbitos (pontos em vermelho escuro) em todo o país (valores expressos em porcentagem), entre 19/6 e 4/12/2022. (Para resultados anteriores, ver aqui.)

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4. CODA.

A situação da pandemia em terras brasileiras é preocupante.

As taxas de casos e mortes seguem a escalar. E a escalar fortemente (ver a figura que acompanha este artigo). A primeira subiu pela quarta semana consecutiva. A segunda, pela segunda semana.

Máscaras e vacinas são as armas mais poderosas que nós temos para frear essas escaladas e, quem sabe, puxar as estatísticas para baixo. (Lembrando que a vacina combate a doença, mas não impede o contágio. O que pode impedir o contágio é o uso correto de máscara facial.)

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NOTAS.

[*] Há uma campanha de comercialização envolvendo os livros do autor – ver o artigo Ciência e poesia em quatro volumes. Para mais informações ou para adquirir (por via postal) os quatro volumes (ou algum volume específico), faça contato pelo endereço [email protected]. Para conhecer outros artigos e livros, ver aqui.

[1] Como comentei em ocasiões anteriores, as estatísticas de casos e de mortes estão a seguir o painel Mapping 2019-nCov (Johns Hopkins University, EUA), enquanto as de altas estão a seguir o painel Worldometer: Coronavirus (Dadax, EUA).

[2] Os 20 primeiros países da lista podem ser arranjados em 10 grupos: (a) Entre 95 e 100 milhões de casos – Estados Unidos; (b) Entre 40 e 45 milhões – Índia; (c) Entre 35 e 40 milhões – França, Alemanha e Brasil; (d) Entre 25 e 30 milhões – Coreia do Sul e Japão; (e) Entre 20 e 25 milhões – Itália, Reino Unido e Rússia; (f) Entre 15 e 20 milhões – Turquia (estatísticas congeladas há mais de seis semanas); (g) Entre 12 e 15 milhões – Espanha; (h) Entre 10 e 12 milhões – Vietnã e Austrália; (i) Entre 8 e 10 milhões – Argentina, Países Baixos e Taiwan; e (j) Entre 6 e 8 milhões – Irã, México e Indonésia.

[3] Para detalhes e discussões a respeito do comportamento da pandemia desde março de 2020, tanto em escala mundial como nacional, ver os volumes da coletânea A pandemia e a lenta agonia de um país desgovernado, vols. 1-5 (aqui, aqui, aqui, aqui e aqui). Sobre o cálculo das taxas de crescimento, ver qualquer um dos três primeiros volumes.

[4] Para conferir os valores numéricos, ver aqui (entre 27/12/2021 e 26/6/2022) e aqui (semanas anteriores).

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Redação

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