Jornal GGN – A retomada dos depoimentos da CPI da Pandemia tem sido marcada por discussões e denúncias de agentes do governo federal espionando parlamentares integrantes da comissão.
O senador Rogério Carvalho (PT) afirma que, na semana passada, foi surpreendido pelo relato de um amigo, que recebeu um oficial do Exército, um coronel do Exército da reserva, com um oficial da ativa, “que foram ao meu estado para bisbilhotar a minha vida, para saber o que é que podia ter para usar contra mim”.
“Eu quero dizer ao senhor Braga Netto (Walter Braga Netto, ministro da Defesa), que foi o emissário do oficial do Exército para fazer espionagem contra um parlamentar, um senador da República, que eu não tenho medo. Que eu não abrirei mão das minhas convicções. que eu entrego a minha vida pela causa que eu defendo, que ninguém vai me intimidar”, ressaltou Carvalho.
O presidente da comissão, senador Omar Aziz (PSD), relatou que passou por algo parecido. “Há duas semanas soltaram um documento da década de 80, que eu me orgulho muito de ter participado do movimento democrático para que nós pudéssemos falar o que a gente quer aqui. Não era assim não, não era mesmo”, ressaltou. “Eu participei da luta pela redemocratização do país, pelas diretas já, por uma nova Constituinte, tenho muito orgulho e soltaram de forma pejorativa, me chamando de palestino não sei o que. Me honra muito ser filho de um palestino”.
Segundo Aziz, a atuação da CPI faz diferença para que as mais de 555 mil vidas perdidas para a covid-19 não fiquem impunes, e criticou abertamente o presidente Jair Bolsonaro por seu encontro às escondidas com a deputada alemã Beatrix von Storch, vice-líder do partido Alternativa para a Alemanha (AfD) e neta de ministro de Hitler.
“Às escondidas, o presidente recebe uma deputada nazista. Afrontando a Constituição brasileira, afrontando a nossa democracia, afrontando o Holocausto e afrontando o Exército brasileiro, que lutou contra o nazismo. E ele recebe às escondidas, e aí ninguém abre a boca aqui para falar”, ressaltou Aziz.
O senador lembrou que os apoiadores de Bolsonaro levam “várias bandeiras de Israel” nas manifestações pró-governo, mas que quando é para se reunir às escondidas, o presidente “se reúne com uma deputada nazista”.
“O presidente do Congresso Nacional não pode se calar, o presidente da Câmara não pode se calar. Nós não podemos permitir isso. Nazismo não!”, disse Aziz, ressaltando sua solidariedade com o povo judeu que sofreu no Holocausto, e a todos aqueles que morreram na Segunda Guerra Mundial para salvar o mundo do nazi-fascismo – “e fazemos isso falando, não às escondidas, tirando foto, sorrindo com uma nazista”.
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