Izaias Almada
Izaías Almada é romancista, dramaturgo e roteirista brasileiro nascido em BH. Em 1963 mudou-se para a cidade de São Paulo, onde trabalhou em teatro, jornalismo, publicidade na TV e roteiro. Entre os anos de 1969 e 1971, foi prisioneiro político do golpe militar no Brasil que ocorreu em 1964.
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Chegou a hora, chegou, chegou… por Izaías Almada

Nos dias atuais, sobretudo aqui no Brasil, a pregação cristã de muitas das denominadas igrejas evangélicas não se coaduna com os ensinamentos do Cristo da Galileia.

Chegou a hora, chegou, chegou..

por Izaías Almada

Em operação da Polícia Federal na manhã dessa quarta feira, dia 22 de junho de 2022, o Brasil se surpreende com a prisão de pastores e um ex-ministro do Jair, todos sob a acusação de atos de corrupção envolvendo igrejas evangélicas.

A surpresa, claro, fica por conta da prisão, porque já não é segredo para ninguém o quanto de dinheiro é arrecadado por inúmeras dessas igrejas espalhadas pelo Brasil e pelo mundo, com a agravante de não pagarem impostos.

Não contentes com isso algumas delas resolveram botar a mão no dinheiro público. E, ao que tudo indica, com o aval da presidência da república.

A propósito, gostaria de recomendar aos leitores que assistam a uma minissérie da Netflix intitulada ORAR E OBEDECER, documentário que mostra até que ponto o negócio religioso tem rendido não só dinheiro, mas também o (ab)uso da fé para alguns dos mais torpes comportamentos contra as mulheres, como é o caso dessa história real e vergonhosa passada – sabem onde? – nos Estados Unidos da América, país que ainda faz a cabeça de muitos ingênuos – para não usar adjetivos mais ásperos – de muitos cidadãos brasileiros…

Jornal GGN produzirá documentário sobre esquemas da ultradireita mundial e ameaça eleitoral. Saiba aqui como apoiar

Por aqui, templos de arquitetura milionária, cujo valor da obra daria para construir milhares de casas para os humildes contribuintes do dízimo; sementes de plantas a mil reais para a cura da Covid-19; exorcismos teatrais para a expulsão do demônio, ou seja, a vigarice em nome da fé. Se vivo fosse, Jesus Cristo estaria sobrecarregado em expulsar os vendilhões dos templos do Oiapoque ao Chuí.

Quero deixar bem claro aos leitores que, sendo eu uma pessoa antirreligiosa, não tenho por feitio desrespeitar qualquer crença ou denominação que deposite sua fé em um deus, seja o Deus dos católicos, dos muçulmanos, protestantes evangélicos, hinduístas, espíritas, enfim, todo grupamento humano que acredita numa entidade superior.

Nos dias atuais, sobretudo aqui no Brasil, a pregação cristã de muitas das denominadas igrejas evangélicas não se coaduna com os ensinamentos do Cristo da Galileia.

E tudo indica que a operação policial que prendeu o ex-ministro da educação do presidente Jair e alguns de seus pastores pode ser uma radiografia indesmentível da convivência criminosa entre proxenetas da fé, políticos corruptos espalhados pelo país, milicianos, traficantes dos mais variados produtos, toda essa gente que chegou ao poder pelo uso indiscriminado de mentiras, promessas de libertar o Brasil dos esquerdistas e da corrupção encoberta com o manto da falsa democracia e dos cofres abertos para benesses a políticos, juízes, militares e alguns meios de comunicação tradicionais.

Já passou a hora de reagir a esse tenebroso caso de assalto ao patrimônio nacional, de violência, de desrespeito aos brasileiros, de pregação racista e homofóbica, de falta de programa de governo, de destruição da natureza, do linguajar chulo de uma pessoa completamente despreparada para governar o país e outras mazelas que se passam entre quatro paredes…

Chegou a hora! Cantemos com a nossa querida Carmen Miranda…

 

Izaías Almada é romancista, dramaturgo e roteirista brasileiro. Nascido em BH, em 1963 mudou-se para a cidade de São Paulo, onde trabalhou em teatro, jornalismo, publicidade na TV e roteiro. Entre os anos de 1969 e 1971, foi prisioneiro político do golpe militar no Brasil que ocorreu em 1964.

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Izaías Almada é romancista, dramaturgo e roteirista brasileiro nascido em BH. Em 1963 mudou-se para a cidade de São Paulo, onde trabalhou em teatro, jornalismo, publicidade na TV e roteiro. Entre os anos de 1969 e 1971, foi prisioneiro político do golpe militar no Brasil que ocorreu em 1964.

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