Tarsila, a brasileira
por Izaías Almada
A Primeira Guerra Mundial (1914/1918), a Gripe Espanhola, que matou milhões de pessoas pelo mundo, a Revolução Socialista na Rússia em 1917 são três dos inúmeros acontecimentos que mudaram o mundo no início do século XX.
O medo, o sofrimento, o desejo de paz bem como mudanças ideológicas e econômicas, sacudiam o planeta e influenciavam novas expectativas de mudanças na vida pessoal e coletiva nos cinco continentes, sendo a cultura um fator de catalisação entre a dor e a esperança que moviam os povos em suas diversidades culturais.
O Brasil, república noviça desde 1889, fervia no seu caldeirão cultural. Muitos de seus artistas sentiam-se inquietos e dessa inquietação surgiram nomes e movimentos que, sob muitos aspectos, mudou e engrandeceu a cultura brasileira, como a famosa Semana de Arte Moderna em fevereiro de 1922.
Nomes como Anita Malfatti, Lasar Segall, Di Cavalcanti, Menotti Del Picchia, Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Guiomar Novais, Villa-Lobos, Manuel Bandeira e Tarsila do Amaral que, embora não tenha estado presente na Semana de 22, tornou-se com a sua obra um dos nomes mais emblemáticos do movimento modernista no Brasil.
São Paulo e Paris se unem pela magia do teatro, deixando que Tarsila conte sua história entrecortada por tragédias pessoais, mas que nos emociona por chamar a atenção para o fato de que a arte não é um fim em si mesmo, mas sim o início de um humanismo muito mais abrangente do que aquele que falsamente vivemos nos dias atuais.
O amor pelo Brasil corria pelas veias de toda essa gente modernista e esse é um dos pontos sensíveis na apresentação do musical “Tarsila, a Brasileira” em apresentação no Teatro Santander em São Paulo: ser moderno é ser cada vez mais solidário com os que ainda sofrem com a dor da exclusão social, com o preconceito de gênero e de raça,
O espetáculo, que tem a presença de Cláudia Raia e Jarbas Homem de Mello, é dirigido por José Possi Neto, também responsável pela Direção de Arte e pelo texto e nas letras das músicas tem a companhia de Anna Toledo.
Abaixo uma pequena mostra do espetáculo.
Izaías Almada é romancista, dramaturgo e roteirista brasileiro nascido em BH. Em 1963 mudou-se para a cidade de São Paulo, onde trabalhou em teatro, jornalismo, publicidade na TV e roteiro. Entre os anos de 1969 e 1971, foi prisioneiro político do golpe militar no Brasil que ocorreu em 1964.
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