Izaias Almada
Izaías Almada é romancista, dramaturgo e roteirista brasileiro nascido em BH. Em 1963 mudou-se para a cidade de São Paulo, onde trabalhou em teatro, jornalismo, publicidade na TV e roteiro. Entre os anos de 1969 e 1971, foi prisioneiro político do golpe militar no Brasil que ocorreu em 1964.
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A casa da Mãe Joana, por Izaías Almada

A crônica foi escrita em maio de 2022, quando o bolsonarismo já se preparava para impedir a vitória de Lula da Silva nas eleições

A casa da Mãe Joana

(Atualizada)

por Izaías Almada

A crônica abaixo foi escrita em maio de 2022, quando o bolsonarismo já se preparava para impedir a vitória de Lula da Silva nas eleições que se realizariam em outubro. Atualizei-a parcialmente para os dias de hoje, dois anos depois:

“Quando um deputado em plena sessão de trabalhos na Camara Federal ameaçou de morte duas de suas colegas, alegando que já havia matado outras pessoas na sua vida, quando um ex-presidente da república – envolvido até o pescoço em processos por crimes cometidos durante os quatro anos no poder – o diagnóstico para o Brasil atual é o de um país quase que em estado terminal”.

Digo quase pelo fato de nós, seres humanos, guardarmos sempre uma pontinha de esperança de que a situação pode mudar para melhor.

“Claro que pode, mas está difícil de acreditar. O país do mito (rsrsrs) ficou sem governo, ou melhor, não disse a que veio, a não ser lançar vitupérios sobre várias de nossas instituições e sobre aqueles que são considerados esquerdistas, numa demonstração infindável de ódio e preconceitos sustentados pela ignorância e a arrogância social e intelectual”.

“Já dizia o Conselheiro Acácio: nada como um dia depois do outro. Verdade, mas na contramão do significado otimista do provérbio, entre 2019 e 2022 no governo do Messias (rsrsrs), ele enfiou os pés pelas mãos, pois não sabia fazer outra coisa senão gritar, falar mal, esbravejar, ameaçar e outros tantos verbos que deixam a nu sua incompetência e a de seus auxiliares”.

Lembram-se da CPI da Covid? Quase fez o circo pegar fogo e, com certeza, teremos nas próximas semanas, depois da manifestação da Avenida Paulista uma subida de temperatura, o que não é nada mal, pois o inverno já dá sinais de que virá com tudo para cima de nós aqui no sul do país.

Contudo, todo cuidado é pouco. Mesmo com a eleição do presidente Lula da Silva em 2022, o Brasil ainda não está seguro da sua força democrática.

Os Arts. 2 e 3  da Constituição dizem que “São poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”.  E que “constituem os objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil”:

I – construir uma sociedade livre, justa e solidária;

II – garantir o desenvolvimento nacional;

III – erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;

IV – promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

Uma leitura atenta desses dois e pequenos artigos indicam, sem deixar qualquer dúvida, que em 2016, com o impeachment da presidente Dilma Rousseff, a Constituição foi simplesmente jogada no lixo, num golpe que abriu as portas para a bandalheira e o salve-se quem puder, nos dois governos que se seguiram.

Senhores membros do STF, se a Constituição permite que o façam, o povo brasileiro espera que interrompam essa caminhada trágica que o Brasil faz em direção à terra de ninguém.

Ordem e progresso! Não é o que diz a nossa bandeira? Que ela não seja apenas um agasalho para manifestações de desordeiros e fascistas de fundo de quintal!

Escutem abaixo um lindo samba brasileiro de Nelson Cavaquinho cantado em hebraico e português e que deveria ser ouvido por Netanyahu e seus soldados assassinos.

Izaías Almada é romancista, dramaturgo e roteirista brasileiro nascido em BH. Em 1963 mudou-se para a cidade de São Paulo, onde trabalhou em teatro, jornalismo, publicidade na TV e roteiro. Entre os anos de 1969 e 1971, foi prisioneiro político do golpe militar no Brasil que ocorreu em 1964.

Izaias Almada

Izaías Almada é romancista, dramaturgo e roteirista brasileiro nascido em BH. Em 1963 mudou-se para a cidade de São Paulo, onde trabalhou em teatro, jornalismo, publicidade na TV e roteiro. Entre os anos de 1969 e 1971, foi prisioneiro político do golpe militar no Brasil que ocorreu em 1964.

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