Ação do MBL cai nas mãos de ministro do TSE que não concorda com candidatura de Lula

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – Caiu nas mãos de Admar Gonzaga a ação do MBL que pede que a candidatura de Lula seja censurada sem respeitar os prazos da Justiça Eleitoral. Gonzaga é o ministro do Tribunal Superior Eleitoral que já deu declarações à imprensa afirmando que um candidato sabidamente condenado em segunda instância não deveria disputar cargo público, que é o caso de Lula.
 
Ele não citou o nome do ex-presidente em sua declaração sobre a “inconveniência” dessa candidatura, mas desde que veio a público com sua visão, a imprensa passou a noticiar que o TSE estuda uma maneira de antecipar o julgamento do registro de Lula. A ideia é estragar a estratégia do PT, que tentará eleger Lula mesmo com o registro sub judice.
 
Leia mais: Ministro acha que TSE deve barrar candidatura de Lula sem direito a processo
 

 
Pelo prazo da Justiça Eleitoral, Lula tem até 15 de agosto para pedir o registro de candidatura e, só a partir de então, é que pode exitir impugnação por parte do Ministério Público, de qualquer cidadão ou de outros partidos e candidatos interessados em barrar o ex-presidente nas urnas.
 
A ministra do Supremo Tribunal Federal Cármen Lúcia já havia manifestado que sem essa provação, a Justiça Eleitoral não poderia fazer nada.
 
O pedido do MBL, em nome de Kim Kataguiri e Rubens Nunes, pede uma liminar para declarar Lula inelegível desde já. Além disso, pede que o petista seja censurado nas pesquisas eleitorais e em atos de campanho, com a retirada de seu nome.
 
Segundo o G1, Admar Gonzaga é o relator mas, até o final do recesso do Judiciário, a ministra Rosa Weber é a plantonista e pode analisar o pedido de liminar feito pelo MBL.
 
Na visão da defesa de Lula, o MBL fez um ato político e midiático ao tentar antecipar a censura ao ex-presidente. Na peça, o movimento anti-PT diz que é “flagrantemente imoral” a conceder tempo de rádio, TV e recursos de campanha para a candidatura do ex-presidente.
 
A estratégia do PT é de registrar a candidatura de Lula e judicializar a impugnação até as últimas consequências. Enquanto os recursos correm na Justiça, Lula seguiria fazendo campanha até a eleição. O partido, inclusive, faz um levantamento de mais de 140 casos de prefeitos que concorreram na mesma condição de Lula, ganharam a eleição e depois reverteram o indeferimento do registro e tomaram posse.
 
Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

7 Comentários

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  1. Porquê o PT continua

    Porquê o PT continua estupidamente tentando ganhar disputas judiciais em uma “justiça” comprada e paga pelos seus inimigos? Em um país aonde não existe justiça disputas só se resolvem com armas.

    1. Por que este é o caminho

      É a forma mais eficaz de mostrar que vivemos em um regime de exceção. 

      Usando todos recursos possíveis o PT escancara o golpe e fica registrado para a história. 

      Se não usasse deste expediente, por exemplo, o sistema judiciário não iria passar pelo constrangimento de negar HC de um Juiz.

       

       

       

       

      1. Exato. Tocar terror e

        Exato. Tocar terror e estimular violência é tudo de que os golpistas precisam, esse é o terreno em que eles querem que se dê a disputa.

    2. Ué… mas que outra opção restou?

      Eu vejo o advogado do Lula e me pergunta como um ser humando consegue ter tanta paciência?… confrontando quase diariamente um ditadorzinho mimado como Moro. Qualquer pessoa abandonaria o caso mas ele segue sem se perder.

      Eu acho que o que resta é ficar resistindo até o fim só para não fazer o joguinho deles… eles querem é que a defesa desista de vez para estampar nas capas dos jornais: “Defesa do PT desiste do caso”, “Lula troca de advogado pela quinta vez”, “nenhuma advogado aceita defender Lula”.

      Jogam a bruxa do mar… se afundar morre mas é inocentada… se boiar é bruxa e será queimada. Nesse tribunal não há como vencer.

      1. Um advogado já desistiu

        O ex-Ministro do STF Sepúlveda  Pertence, amigo de Lula há  quarenta anos, segundo afirmou.

        Imagino , porém, que também foi alvo do mesmo tipo de “convencimento” dirigido aos togados de todas as instâncias do judiciário e com argumento infalível: ou cumpre à risca o plano em relação ao Lula ou o castigo vai ser cruel.

  2. Desespero da camarilha golpista

    Esse advogado, nomeado para o TSE, em 31 de março de 2017, pelo chefe de quadrilha, Michel Temer, esse advogado foi denunciado por agredir a esposa, assim como outro que já foi ídolo da mídia golpista: Joaquim Barbosa.

    Admar Gonzaga, ao emitir opinião sobre um caso que não chegou à jurisidição dele, ou seja, dar pitacos públicos nos veículos de mídia, alegando que poderia, de ofício, “decretar” a inelegibilidade do Ex-Presidente Lula, forneceu à defesa do Ex-Presidente Lula fortíssimo argumento de que ele, Admar Gozaga, nomeado pelo golpista Michel Temer e interssaado em tornar Lula inelegível, é mais do que suspeito para julgar qualquer pedido de liminar ou processo que peça a manifestação do TSE nessa questão de in/elegibilidade do Ex-Presidente Operário.

    Ao agir dessa maneira descuidada, até mesmo pueril, Admar Gonzaga nem parece um advogado de carreira, que há mais de 5 anos atua no TSE,  mas sim um recém-formado saído da faculdade de Direito. Além desse aspecto ético, a defesa do Ex-Presidente Lula deve questionar também as circunstâncias em que Admar foi nomeado para o TSE, justamente às vésperas de um julgamento de uma ação proposta pelo PSDB, encabeçada por Gilmar Mendes, quando este presidia o TSE, pedindo a cassação da chapa presidencial Dilma Rousseff-Michel Temer, por alegado “abuso do poder econômico”. Gilmar Mendes, um dos mais ferrenhos defensores da cassação de Dilma Rousseff e proponente da ação para o aliado derrotado na eleição, Aécio Cunha, teve de passar vexame e se contradizer em público, ao proferir o voto de Minerva, decidindo pela manuteção de Temer na usurpada presidência da república por meio de golpeachment. Admar Gonzaga também votou para manter Temer no Planalto.

    Com essas “credenciais” desabonadoras, que levantam mais do que fundamentadas suspeitas, Admar Gonzaga perdeu a chance de ficar calado, pois TODA e QUALQUER manifestação dele,  antecipando juízos desfavoráveis ao Ex-Presidente Lula no TSE, mesmo antes de qualquer ação pedidno inelegibilidade, tornam sem credibilidade qualquer decisão que venha a ser tomada pelo plenário dessa côrte eleitoral. Não é melhor a situaçao de Rosa Weber, que responde pelo TSE neste período de recesso do judiciário.

    As artimanhas e ardis usados pelos sistemas midiático e judiciário não têm mais qualquer credibilidade, pois estão completamente esgotados os argumentos e verniz jurídicos dos operadores do golpe nesses sistemas. Qualquer manobra adicional que venham a usar para impedir que o Ex-Presidente Lula dispute a eleição presidencial será vista como ilegítima perseguição política. Os sistemas midiático e judiciário morrerão juntos, abraçados na lama e pocilga fétidas em que se meteram; não há saída honrosa para nenhum deles, como estamos vendo desde o útimo domingo, quando um juiz de piso, dois desembargadores, dois delegados da PF e um ministro de Estado despiram-se de qualquer pudor e cometeram crimes públicos em série, para que uma decisão judicial que colocava em liberdade provisório o Ex-Presidente Lula NÃO fosse cumprida.

  3. Ou terá sido “desistido”?

    Nesse mundo jurídico nem sempre, ou quase nunca, as coisas são o que parecem. A versão oficial sobre a “desistência” de Sepúlveda Pertence em continuar como advogado do Ex-Presidente Lula é a do PIG/PPV e a que mais convém ao ego dos vaidosíssimos medalhões da advocacia, como é caso de Sepúlveda, que chegou a integrar e presidir o STF. Mas quem acompanha os fatos político-jurídicos acerca da perseguição política ao Ex-Presidente Lula, da politização do poder judiciário e da participação desse poder na trama golpista, não tem dúvidas de que Sepúlveda Pertence desistiu porque sabe (ou até mesmo lhe disseram os ministros do STF) que NÃO HÁ a mínima chance de êxito em defender a justa causa, que é a absolvição e libertação do Ex-Presidente Operário.

    Para conseguir uma espécie de “saída honrosa”, Sepúlveda Pertence, de forma deliberada, agiu de forma descoordenada dos demais advogados que fazem a defesa téncica do Ex-Presidente Lula, como ficou evidente na esdrúxula peça em que pedia para que Lula pudesse cumprir em regime domiciliar a injusta pena que os lavajateiros lhe impuseram, contrariando toda a estartégia adotada por Cristiano Zanin e outros advogados que defenderam ou defendem o Ex-Presidente Lula nessa luta inglória. Agindo assim, Sepulveda Pertence conseguiu o “álibi” que tanto procurava e de que tanto precisava, para abandonar a causa: “Divergência com os demais advogados na estratégia de defesa adotada”.

    É bom lembar que, antes de Sepúlveda, por razões outras, grandes advogados criminalistas deixaram de defender o Ex-Presidente Lula; e pela mesma razão objetiva que mostrei: a causa  é perdida porque não se trata de processo jurídico, mas sim político. Quem leu as denúncias, os processos e sentenças – todos eles absurdos e aberrantes jurìdicamente – sabe que nem mesmo se TODOS os maiores advogados criminalistas do mundo se juntassem para defender o Ex-Presidente Lula, lograriam êxito, pois Lula já foi condenado por esse judiciário golpista antes mesmo de qualquer processo ou mesmo denúncia tivessem sido apresentados contra ele. Quem viu a indignação de Juarez Cirino dos Santos e Roberto Batochio, dois grandes criminalistas que defenderam o Ex-Presidente Lula, não tem dúvidas sobre o que estou expondo aqui.

    Essa história da amizade de mais de 40 anos entre Sepúlveda Pertence e o Lula é “perfumaria”. Quando no STF, Sepúlveda defendeu a lei que anistiou os torturadores da ditadura, criminosos de Estado. Mas essas verdades inconvenientes não serão publicadas pelo PIG/PPV nem admitidas nas hostes desse poder que o mais corrupto de todos, herdeiro e representante da casa grande e não democrático, que é o judiciário. Esse ancrônico e antidemocrático poder vive de aparências e seus integrantes são escravos da vaidade.

    Também não faz sentido o argumento de que Sepúlveda Pertence tenha deixado de defender o Ex-Presidente lula porqe ete não teria condições de lhe pagar os honorários, pois é fato  público que, estando com  bens e recursos confiscados pelo judiciário, Lula não tem condições de pagar advogados. Se, como diz em público, Sepúlveda é amigo de Lula, é normal que abra mão dos honorários, ainda mais sabendo da justeza da causa.

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