“Se precisar fechar, fecha”, diz secretário de Guedes em resposta à GM

Empresários são proibidos de falar sobre três temas no governo Bolsonaro: subsídios, proteção e gasto público
Carlos da Costa. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
Jornal GGN – O secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade, do Ministério da Economia, Carlos da Costa deu uma resposta que aponta para um governo pouco aberto a dialogar com a indústria.
Segundo informações da Folha de S.Paulo, em um encontro reservado com o alto escalão da General Motors, líder de vendas no Brasil, em 4 de janeiro, Costa respondeu ao vice-presidente de Relações Governamentais da GM no Brasil, Marcos Munhoz que: “se precisar fechar [a fábrica], fecha”.
No encontro, Munhoz relatava que a chefia da montadora nos Estados Unidos considerava as fábricas de São Caetano do Sul, na Grande São Paulo, e de São José dos Campos, interior paulista, “inviáveis” por causa do alto custo, enfatizando que a participação de lucros e resultados chegava a R$ 20 mil por funcionário em São Paulo, enquanto não passava de R$ 7 mil em Gravataí (RS).
Munhoz completou dizendo: “Corremos o risco de fechar [as fábricas]”. Foi quando o secretário respondeu: “Se precisar fechar, fecha”. Segundo pessoas que estavam presentes, a resposta causou mal-estar. A reunião durou pouco mais de meia hora.
A presidente-executiva, Mary Barra, tem alertado investidores sobre os desafios de atuar na América do Sul, indicando a necessidade de mudanças na região. Mais recentemente, o principal executivo da GM para o Brasil e a Argentina, Carlos Zarlenga, encaminhou uma mensagem aos funcionários brasileiros alegando que, após incorrer em fortes perdas nos últimos três anos, a operação da GM no país atingiu “um momento crítico que exige sacrifícios de todos”.
Em uma entrevista feita para o The Detroit News, no dia 11 de janeiro, a presidente mundial completou:
“O Comitê Executivo do Mercosul desenvolveu um plano de viabilidade que foi apresentado para nossa liderança global em Detroit. Esse plano requer apoio do governo, concessionários, empregados, sindicatos e fornecedores. Do sucesso deste plano dependem os investimentos da GM e o nosso futuro”.
Ainda, segundo informações da Folha, quatro dias após o encontro com o alto escalão da GM no Brasil, o secretário Costa disse em uma reunião com representantes do setor produtivo que, no governo Bolsonaro, três temas são proibidos: subsídios, proteção e mais gasto público.
“Precisamos tornar o Brasil produtivo e competitivo, retirando os entraves que o impedem de produzir mais e melhor”, completou o secretário à Folha, explicando o que significa a tríade.
As fábricas da GM em São Caetano do Sul e São José dos Campos empregam mais de 13 mil pessoas. Diferente do representante do governo federal, o secretário da Fazenda de São Paulo, Henrique Meirelles, admitiu recentemente que estuda a possibilidade de socorrer a GM antecipando créditos de ICMS.
Para ler a matéria da Folha na íntegra, clique aqui. 
Redação

9 Comentários

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  1. Por um lado ninguém deve

    Por um lado ninguém deve achar que a General Motors seria o mocinho da historia, a empresa pretende explorar os seus trabalhadores brasileiros como se eles fossem chineses.

    Mas pelo outro lado, a resposta do “governo” Bolsonaro deixa bem claro o tipo de idiotas que tomaram o controle do país, uma gente bem nível república bananeira africana.

  2. “O Comitê Executivo do

    “O Comitê Executivo do Mercosul desenvolveu um plano de viabilidade que foi apresentado para nossa liderança global em Detroit”

    “Depois o secretario sorriu docemente e acrescentou “E se previsar, volta pra sua favelinha de Detroit tambem.””

    Zeh fini…

  3. A resposta de Guedes .

    Guedes  sempre foi ligado ao capital financeiro. No caso do Capital financeiro ele se empenha em fazer uma reforma da previdência que vai condenar toda a classe média a gastar parte significativa do seu salário num fundo de pensão, ou plano privado de previdência complementar. ( Calculem os bilhões vertidos para o setor financeiro). Esta é a grande reforma que é defendida como a reforma do fim do mundo. Se ela não for feita , provavelmente chegaremos ao fim da Terra Plana e nos restará apenas o abismo.

    Para o ramo dos empresários industriais, aqueles associados a produçãode alguma coisa, Guedes tem respostas como esta. Mas nossos empresários estão batendo palma para o ministro e sonham com dias melhores, com empregados terceirizados, sem direitos trabalhistas, sem pagar as dividas com a previdência, ou simplesmente vender suas fábrica para algum gringo. Aliás a FIESP é presidida por Paulo Skaf, o pato.

  4. Querem ficar reduzindo o
    Querem ficar reduzindo o salário dos funcionários em 40% e terceirizando quase tudo……

    Pra começar a conversa, gostaria de saber quanto realmente gastam pra fabricar os veículos que vendem …..

  5. Segunda Vergonha…

    …a primeira foi o presidente Coiso, entregar ao deputado Alexandre Frota a extinção da vergonhosa BV que tanto alimenta a Globo em detrimento do país – desatre criado e mantido em governos progressistas (Lula, Dilma e o ex-ministro da Injustiça José Cardoso).

    A segunda é justamente esta: Um sósia do Dom Corleone resolve chantagear o Governo do Brasil para ver se consegue as mesmas subvenções dadas graciosamente (isto é, sem contrapartidas, exceto o lucro das montadoras de automóveis por produtos sofríveis e caros) principalmente pela ex-presidenta Dilma, ameaçando os funcionários. Fraco e despreparado que sejam os novos no Governo, tiveram coragem de mandar à merda quem queria tirar do orçamento fiscal as reduzidas verbas de educação, infraestrutura e seguridade para poder enviar lucros ao exterior, vez que através de toda sua estrutura fabril/comercial não conseguem fazer isso.

  6. Tom conciliatório

    A queixa:

    “Corremos o risco de fechar [as fábricas]”. O secretário devolveu: “Se precisar fechar, fecha”

    O discurso

    “Precisamos tornar o Brasil produtivo e competitivo, retirando os entraves que o impedem de produzir mais e melhor”,

    A conclusão:

    Para tornar o brasil produtivo e competitivo , basta fechar as fábricas.

    A filosofia

    O brasil acima de tudo, da lógica.

    1. Aqui no Brasil as montadoras

      Aqui no Brasil as montadoras vendem verdadeiras carroças por preços absurdos, apresentam recordes de margem de lucro e ainda têm a pachorra de ameaçar o governo de saírem do país caso não recebam subsídios. É justamente por isso que os carros no Brasil são uma verdadeira porcaria e ainda são extremamente caros.

      A empresa não corre risco nenhum de fechar, ela só quer chantagear o governo para continuar lucrando enquanto nos vende esse monte de sucata.

      Excelente a resposta do secretário do Ministro.

  7. Economia
    Fazer um comentário tão radical xomo este no meu ver é uma irresponsabilidade, no atual momento do governo em que se busca a retomada econômica e o desenvolvimento do Brasil
    Pode dar a impressão que o governo não esta interessado em negociar com quem gera empregos, e garantir para os brasileiros os seus empregos, o presidente Bolsonaro deve dar um puxão de orelha nos seus secretários de governo pata não causar tanto desconforto no governo e depois ywr que fivar se desculpando por comentários desastrosos como este.

  8. Excelente a resposta do secretário do Ministro

    Aqui no Brasil as montadoras vendem verdadeiras carroças por preços absurdos, apresentam recordes de margem de lucro e ainda têm a pachorra de ameaçar o governo de saírem do país caso não recebam subsídios. É justamente por isso que os carros no Brasil são uma verdadeira porcaria e ainda são extremamente caros.

    A empresa não corre risco nenhum de fechar, ela só quer chantagear o governo para continuar lucrando absurdamente enquanto nos vende esse monte de sucata.

    Parece que finalmente veremos algumas mudanças positivas neste país.

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