Bolsonaro admite que pode deixar escolha de PGR para o final de setembro

Jornal GGN – O presidente Jair Bolsonaro declarou à imprensa, nesta terça-feira (20), que pode deixar a decisão de escolher o novo procurador-geral da República para depois da saída de Raquel Dodge, que cumpre mandato até 17 de setembro.

“Não dá para ter prazo. Até o possível sucessor no momento, caso não indique até lá, é uma pessoa que, pelas informações que tenho sobre ele, são as melhores possíveis”, disse. “Todas as possibilidades estão abertas”, completou segundo informações da Folha de S.Paulo.

Bolsonaro comentou ainda que a escolha não é simples e comparou a um casamento. “É igual o casamento, costumo fazer muito a comparação. Você é casado com uma mulher, ou com um homem, está muito na moda isso aí, e só vê a beleza e não vê outros atributos, tem tudo para fracassar”.

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O presidente voltou a afirmar que busca alguém que não tenha posições opostas às dele e ainda que possua uma “visão global de Brasil”.

Nos últimos dias, dois nomes despontaram como favoritos da família Bolsonaro. Um é Augusto Aras e outro Antonio Carlos Simões Soares. Acontece que eles também se tornaram alvos do eleitorado de Bolsonaro por declarações polêmicas.

Em uma entrevista concedida em 2016, à TV Câmara de Salvador, Aras criticou a “doutrina do medo” explorada pela extrema direita. Enquanto Soares assinou um artigo em 2014 onde chamou a democracia de “verdadeiro embuste”.

Leia também: Cotado para a PGR tem histórico de polêmicas na Justiça

O cenário, portanto, aponta para uma situação de pressão contra Bolsonaro quanto a esses dois nomes. Além do eleitorado, membros do Ministério Público Federal falam em estado de “ingovernabilidade, com diversos grupos se digladiando” caso Bolsonaro escolha um nome “sem qualquer conexão” com o restante do órgão.

Para evitar o caos apregoado por procuradores, Bolsonaro poderia um dos nomes da eleição interna promovida pela categoria em junho: Mario Bonsaglia, Luiza Frischeisen e Blal Dalloul.

Por lei o presidente não é obrigado a escolher nenhum dos sub-procuradores eleitos para a lista tríplice, mas essa tem sido a tradição desde 2003.

Segundo pessoas próximas, a certeza de Bolsonaro é não querer um nome ligado ao ex-procurador-geral Rodrigo Janot. Ele ainda trabalha para afastar a procuradora federal dos Direitos do Cidadão Deborah Duprat, por manifestações reiteradas contra medidas do seu governo.

Redação

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