Quem será o próximo ‘ministro evangélico do STF’ indicado por Bolsonaro?

Jornal GGN – “Será que não está na hora de termos um ministro do STF evangélico?”, perguntou o presidente Jair Bolsonaro, nesta sexta-feira (31), diante da plateia da igreja Assembleia de Deus Ministério Madureira, em Goiânia (GO).

No evento, o líder do Planalto disse ainda: “Desculpa o Supremo. Eu jamais atacaria um outro Poder, mas não estão legislando?”, se referindo ao julgamento sobre a criminalização da homofobia em andamento na Corte. As informações são da Folha de São Paulo que cobria o encontro entre o presidente e os evangélicos.

“Existe algum entre os 11 ministros do STF evangélico, cristão?”, completou Bolsonaro. Sabendo que estava sendo observado pela imprensa, o presidente disse que a mídia teria “que desvirtuar algo” da sua fala.

Segundo Bolsonaro, o Estado é laico, mas ele, cristão. “Se me permitem plagiar a ministra Damares, eu também sou terrivelmente cristão”, continuou. Em seguida, se voltou para os jornalistas: “Não me venha a imprensa dizer que quero misturar a Justiça com religião”.

Na semana passada, por maioria (seis votos) o plenário de Supremo decidiu enquadrar a homofobia e a transfobia na lei de crimes de racismo até que o Congresso Nacional aprove uma lei sobre o tema. O julgamento não terminou, e deve ser retomado dia 13 de junho, para a votação dos outros cinco ministros. Para ler mais sobre esse tema clique aqui.

Moro, Gebran ou Laus?

A indicação de ministros do Supremo é uma atribuição do presidente da República, mas precisa de aprovação do Senado. Até o final do mandato, Bolsonaro poderá indicar dois novos membros da Corte: em novembro de 2020, quando o decano (membro mais antigo) do Supremo Celso de Mello completará 75 anos (idade de aposentadoria obrigatória), e em julho de 2021, quando será a vez de Marco Aurélio Mello se aposentar.

Em abril, circulou na imprensa que Bolsonaro teria prometido a primeira vaga do STF para o desembargador João Pedro Gebran Neto. No dia 12 de maio, em entrevista ao programa de Milton Neves, da radio Bandeirantes, Bolsonaro disse que fez um acordo com o ex-juiz da Lava Jato e atual ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, para indicá-lo a uma vaga no Supremo.

Leia também: Quem está mentido sobre vaga no STF, Moro ou Bolsonaro?, por Ranier Bragon

O jornal Folha de S.Paulo disse que questionou a assessoria da Justiça a respeito da religião de Moro e obteve como resposta que todos ali desconheciam. Questionada pelo GGN, a assessoria do TRF-4 também disse desconhecer a religião do desembargador Gebran Neto.

Na terça-feira (28), Bolsonaro se reuniu com o desembargador Victor Laus, recém-eleito presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região. O magistrado também não é de expor detalhes de sua vida particular, mas no discurso de posse quando assumiu a presidência da 8ª Turma do TRF-4, em 2003, fez referência à sua religiosidade:

“Humildemente, pedimos a Deus que nos ilumine nessa nova tarefa (…), a fim de que possamos ser, apenas e acima de tudo, um homem-juiz”.

Leia também: Defesa de Lula entra com pedido no TRF-4 para afastar relator da Lava Jato

Redação

Redação

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  • O que esperar de um presidente que não sabe que o estado é laico????

    As outras religiões deveriam confronta-lo, para ver se o cidadão acorda pra vida, por que não um ministro umbandista ou budista, ou de qualquer ou religião? Que tal em vez de juristas, nomearem padres, rabinos, xamãs, mães e pais de santo, ou profetas de toda natureza?

    O país virou um hospício, com imbecis batendo palmas para doido dançar......

  • Corram crianças, convertam-se ao protestantismo, de preferencia ao NEO - Malafa, Pedirmaiscedo e outros menos votados - É passo certeiro para alcançar a suprema corte.
    Notório saber? Dane-se

  • Terrivelmente cristão como o Ulstra, as milícias que te sustentam e financiam, incentiva e semeia ódio...
    Putz...um deus deste que faz e apoia o que quero somente nestas igrejas de bíblia de sovaco.

  • Qualquer vindo deste cristianismo desumanitário, pouca diferença faz. Só vai piorar mesmo, porque em sua fé cega, proferirão suas próprias loucuras e gritarão nos ouvidos alheios como sendo "as vontades" de Deus.

  • Além de atacar ferozmente as Universidades Federais, o vagabundo Jair Bolsonaro quer agora destruir a Língua Portuguesa. Ele decretou que os adjetivos 'miliciano' e 'terrorista' serão sinônimos de 'cristão'. O candidato a comer lagosta com Dias Toffoli vai matar um membro do STF antes ou depois de ser sabatinado pelo Senado Federal?

  • Há muito dexei de ter estes pudores republicanos na hora de avaliar tais decisões. O STF é a instituição mais política do jchile capitalização banco paulo guedesudiciário e os presidentes utilizam as nomeações para fortalecer suas posições.
    esse negócio de estado de direito e laico é formalidade pra enganar bobo. Política no capitalismo é jogo de poder.
    Nada mais natural que Bolsonaro pensar em colocar Moro e/ou um pastor-jurista no STF. Faz parte.
    Nesta seara ninguém é santo e quem deu uma de santo-republicano, como Dilma e Lula, se deu mau. Se o PT queria jogar o jogo democrático da burguesia, que jogasse pra não perder, ainda com uma casta reacionária como o judiciário: tinha que colocar no STF só jurista com produção jurídica de peso (nada de Toffolis nem Carmens) e progressista até a medula, daqueles que não traem suas convicções de esquerda de jeito nenhum, estilo Lênio Streck. Só acertaram com o Levandowsky.
    Se o Bolsonaro está dando uma escorregada é em anunciar que o ministro deve ser evangélico, em vez de ficar calado. Mas isso faz parte do estilo Bozo de governar, fazendo barulho e provocando atrito. No mais, em termos de estratégia política, ele está certíssimo em colocar gente do campo dele lá.
    Bobo foi o PT!

  • Não estaria na hora de um ministro do STF umbandista? Que tal um espírita? Ou até mesmo um budista?
    Vamos democratizar religiosamente o STF...

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