Ricardo Lewandowski é oficialmente presidente do Supremo Tribunal Federal

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – Ricardo Lewandowski assume oficialmente hoje (13) a presidência do Supremo Tribunal Federal.

“Comprometo-me desde logo a honrar as tradições mais do que seculares do Supremo Tribunal Federal e também cumprir e fazer respeitar a consagrada liturgia desta Casa de Justiça”, disse o ministro, durante a posse.

Na sessão plenária desta quarta-feira ocorreu a votação dos ministros. Por 9 votos a 1, Lewandowski assumiu a poltrona na Suprema Corte, que ocupará durante o biênio 2014-1016. A vice-presidente será a ministra Cármen Lúcia.

Como presidente do STF, Ricardo Lewandowski torna-se, automaticamente, presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Desde o retorno das atividades do órgão depois da recessão, no dia 5 de agosto, do qual já estava ausente e aposentado o ex-ministro Joaquim Barbosa, Lewandowski assumiu e realizou alterações importantes.

Em quatro dias no cargo, modificou mecanismos que impediam a ampla defesa de julgamentos no órgão e restringiu custos de viagens de seus membros e servidores.

Entenda mais: Lewandowski modifica métodos questionáveis do CNJ em quatro dias

Acompanhe a biografia do ministro divulgada em nota oficial pelo STF:

O presidente eleito do Supremo Tribunal Federal Enrique Ricardo Lewandowski, nasceu em 11/05/48, na cidade do Rio de Janeiro – RJ. É casado com Yara de Abreu Lewandowski, com quem tem os filhos Ricardo, Livia e Enrique.

Formou-se em Ciências Políticas e Sociais pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo (1971). Bacharelou-se também em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo (1973).

É mestre (1980), doutor (1982) e livre-docente em Direito do Estado pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (1994). Nos Estados Unidos obteve o título de Master of Arts, na área de Relações Internacionais, pelaFletcher School of Law and Diplomacy, da Tufts University, administrada em cooperação com a Harvard University(1981).

Atualmente é professor titular de Teoria Geral do Estado da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, depois de ser aprovado em concurso público de provas e títulos (2003). Leciona na instituição há mais de três décadas, após ingressar como docente voluntário (1978), tendo galgado todos os postos da carreira acadêmica. Chefiou o Departamento de Direito do Estado (2004 a 2006) e coordenou o Curso de Mestrado em Direito Humanos daquela Faculdade (2005 a 2006).

Exerceu a advocacia (1974 a 1990), tendo sido conselheiro da Ordem dos Advogados – Seção de São Paulo (1989 a 1990). Ocupou os cargos de secretário de Governo e de Assuntos Jurídicos de São Bernardo do Campo (1984 a 1988) e também de presidente da Empresa Metropolitana de Planejamento da Grande São Paulo S/A – EMPLASA (1988 a 1989).

Ingressou na magistratura como Juiz do Tribunal de Alçada Criminal do Estado de São Paulo, pelo Quinto Constitucional da classe dos advogados (1990 a 1997). Foi promovido a desembargador do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, por merecimento, onde integrou, sucessivamente, a Seção de Direito Privado, a Seção de Direito Público e o Órgão Especial (1997 a 2006). Foi vice-presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (1993 a 1995).

É ministro do Supremo Tribunal Federal, nomeado pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2006 a 2014). Como vice-presidente (2012 a 2014), exerce atualmente a Presidência interina do STF. Foi ministro substituto e depois efetivo do Tribunal Superior Eleitoral (2006 a 2012), exerceu ainda a Presidência da Corte (2010 a 2012), tendo coordenado as últimas eleições gerais (2010), nas quais defendeu a constitucionalidade da Lei da Ficha Limpa.

Escreveu, dentre outros, os livros: Proteção dos Direitos Humanos na Ordem Interna e Internacional; Pressupostos Materiais e Formais da Intervenção Federal no Brasil; Globalização, Regionalização e Soberania, além de inúmeros artigos e estudos científicos publicados e revistas acadêmicas no Brasil e no exterior.

Entre os vários títulos de cidadania e condecorações que recebeu, destacam-se a Medalha da Ordem do Mérito Naval, a Medalha da Ordem do Mérito Militar, a Medalha da Ordem do Mérito Aeronáutico e a Medalha da Ordem de Rio Branco.

Dentre os processos que relatou destacam-se os seguintes: Cotas raciais no ensino público (ADPF 186 e RE 597.285), nos quais a Suprema Corte decidiu pela constitucionalidade do sistema de reserva de vagas nas universidades públicas com base em critério étnico-racial, bem como para estudantes egressos do ensino público; Proibição do Nepotismo (RE 579.951), em que o STF decidiu que a contratação de parentes de autoridades para ocuparem cargos públicos viola a Constituição Federal, editando, em seguida, por proposta do ministro Ricardo Lewandowski, a Súmula Vinculante nº 13, que proíbe o nepotismo em qualquer dos Poderes da União, Estados, Distrito Federal e Municípios; Liberdade de Manifestação na Praça dos Três Poderes (ADI 1.969), na qual o Supremo declarou a inconstitucionalidade de um Decreto do Distrito Federal que proibia a realização de manifestação pública na Praça dos Três Poderes, Esplanada dos Ministérios e Praça do Buriti.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

16 Comentários

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  1. Cristiana tem razão

    Cristiana tem razão: A volta da sobriedade e dignidade no STF seria uma notícia de deixar todos orgulhosos, não fosse um dia tão triste para todos nós.

  2. Globo faz menção a JB para atacar ministro

    No G1 (leia-se Globo) a notícia sobre a eleição de Lewandowski termina assim: “No julgamento do processo do mensalão do PT, que durou um ano e meio entre 2012 e 2013, Lewandowski protagonizou embates e discussões com Joaquim Barbosa, que chegou a acusar o colega de tentar beneficiar os condenados“. Nem em dia de tragédia eles perdem o instinto da maldade…

  3. Apesar desta quarta-feira 13, uma ótima notícia

    Ricardo Lewandowski é um Juiz decente. Meus  parabéns, Ministro!

    A propósito, eu ouvi falar que o Barbosa já se mudou de mala e cuia  para Miami. É verdade?

  4. Coragem Ministro, sei que

    Coragem Ministro, sei que voce tem para fazer Justica, e o Brasil necessita muito dela. Resta saber se voce encontrarah alguns homens e mulheres, nesse Supremo, para acompanha-lo nessa peleja. Alguns moleques, seguramente, estao ai ao redor, a usar a Justica como sua Capitania Hereditaria. Boa Sorte!

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