Ricardo Salles vira réu por exportação ilegal de madeira

Ana Gabriela Sales
Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.
[email protected]

Ex-presidente do Ibama Eduardo Bim, servidores públicos e representantes do setor madeireiro também serão julgados pela Justiça Federal do Pará

Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente. Foto: Reprodução

O ex-ministro do Meio Ambiente do governo Jair Bolsonaro (PL), deputado federal Ricardo Salles (PL-SP) tornou-se réu, nesta segunda-feira (28), no caso que investiga exportação de madeira ilegal.

A denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal (MPF), aceita pela 4ª Vara Federal Criminal do Pará, apontou a existência de “grave esquema de facilitação ao contrabando de produtos florestais”.

Além do ex-ministro, o ex-presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) Eduardo Bim e outras 20 pessoas, entre servidores públicos e agentes do setor madeireiro, também foram denunciadas por corrupção passiva, crimes contra a flora e organização criminosa.

Segundo a investigação, “a mais alta cúpula do Ministério do Meio Ambiente e a alta direção do Ibama manipularam pareceres normativos e editaram documentos para, em prejuízo do interesse público primário, beneficiar um conjunto de empresas madeireiras e empresas de exportação que tiveram cargas de madeira apreendidas nos Estados Unidos“.

Salles é acusado de facilitar a prática de contrabando ou descaminho, por dificultar ação fiscalizadora do Poder Público em questões ambientais e por promover, constituir, financiar ou integrar organização criminosa.

Ao aceitar a denúncia, a Justiça do Pará destacou que o ex-ministro não deve ter foro privilegiado no caso porque, mesmo que hoje exerça o mandato de deputado federal com prerrogativa de foro, o processo não tem relação com o exercício do mandato. Por isso, o caso não deve seguir para instância superior da Justiça.

“Democracia é coisa frágil. Defendê-la requer um jornalismo corajoso e contundente. Junte-se a nós: www.catarse.me/jornalggn”      

A denúncia

O caso diz respeito a uma série de apreensões de madeira de origem brasileira nos Estados Unidos, que estavam sem a documentação necessária para exportação.

A partir das apreensões, o MPF apontou que empresas do setor madeireiro buscaram apoio junto a servidores do Ibama, como o superintendente do órgão no Pará.

Salles, por sua vez, “proporcionou condições favoráveis para a representação de interesses privados em detrimento do interesse público pela nomeação de servidores, que não possuíam capacidade técnica para ocupar cargos estratégicos do Ibama relacionado à fiscalização”, diz a denúncia.

As investigações dão conta que esses servidores do Ibama emitiram certidões e um ofício, na contramão das orientações técnicas da própria instituição, com o fim de liberar a madeira apreendida.

A documentação, no entanto, não foi aceita pelas autoridades norte-americanas, “em razão da evidente ilegalidade“.

Com informações do G1 e CNN Brasil.

Leia também:

0 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador