Toffoli avisou aos navegantes de Curitiba que as coisas vão mudar, diz Helena Chagas

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
[email protected]

 
Jornal GGN – A decisão voluntária de Dias Toffoli em cassar a imposição de medidas cautelares a José Dirceu por Sergio Moro pode ser um sinal de que a Lava Jato em Curitiba não terá mais a conivência do Supremo Tribuanal Federal com abusos. É o que avalia a jornalista Helena Chagas, em artigo divulgado na terça (3), quando a imprensa repercutia a decisão de Toffoli.
 
Além de cassar a ordem de Moro, Toffoli fez questão de deixar claro o juiz de piso extrapolou suas funções, usurpou a função do Juízo do Distrito Federal (que cuida da execução da pena de Dirceu) e desrespeitou a decisão da segunda turma do STF, que determinou a “liberdade plena” do petista ao conceder um habeas corpus em caráter provisório.
 
O procurador da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol, disse que Toffoli ajudou seu “ex-chefe” cassando a decisão de Moro.
 
Para Helena Chagas, Tofffoli, que assume a presidência do STF em setembro, avisou “aos navegantes de Curitiba que as coisas vão mudar por lá.”
 
Com Toffoli no lugar de Cármen Lúcia, “as maiorias apertadas [no plenário] dificilmente vão mudar com a troca de presidentes no Supremo, mas o poder de pauta – enorme – muda de mãos.” 
 
Por Helena Chagas
 
Em Os Divergentes
 
STF X Moro na gestão Toffoli
 
Nesses quatro anos de Lava Jato, foram poucas as ocasiões em que o STF peitou o juiz Sergio Moro. A maioria esmagadora das decisões de Curitiba vem sendo aceita pela Corte Suprema do país, sobretudo pelo relator da Lava Jato, Edson Fachin, e pela chamada maioria lavajatista no plenário, ainda que exígua. Mas esta situação pode estar prestes a mudar.
 
A decisão de ontem à noite do ministro Dias Toffoli de mandar suspender a ordem de Moro para que o ex-ministro José Dirceu, solto na semana passada pela Segunda Turma, usasse tornozeleira, é exemplo disso. Mais do que uma questão de importância, foi uma forma de Tofffoli, que assume a presidência do STF em setembro, avisar aos navegantes de Curitiba que as coisas vão mudar por lá.
 
O futuro presidente do STF forma ao lados da turma dos garantistas, concentrados na Segunda Turma: Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Celso de Mello. Junto com Marco Aurélio, que é da primeira, somam cinco votos no plenário, que às vezes tem, e às vezes não tem, o apoio de Rosa Weber, uma espécie de fiel da balança.
 
As maiorias apertadas dificilmente vão mudar com a troca de presidentes no Supremo, mas o poder de pauta – enorme – muda de mãos. Muita gente já prevê para setembro mesmo o julgamento ds ADINS sobre a prisão após condenação em segunda instância.
 
Há ainda outras razões que levam a crer que o STF começará a enfrentar Moro de forma mais incisiva. Até porque o incômodo com a desenvoltura do juiz de primeira instância no Supremo tem ido além dos garantistas.
 
Além disso, a altíssima popularidade do juiz perdeu fôlego  depois da prisão de Lula e dos noticiários sobre auxilio moradia e outros privilégios dos juízes. Sua aprovação ainda é alta, mas o juiz de Curitiba vem perdendo aquela aura de intocabilidade dos primeiros tempos de Lava Jato.
 
Teremos uma temporada animada no STF depois do recesso.
Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

13 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Parabéns!!!

    Parabéns, ministro!!! A farsa chegou ao fim! É hora de botrar Sergio Moo e seus comparsas atrás das grades!! LULA LIVRE!!!

  2. Juiz não tem que ser popular

    Juiz não tem que ser popular e quando vejo jornalista se referindo a populariadade de juiz, fico enojado. 

    Juiz que aprecia a popularidade, a bajulação é juiz perigoso. 

    O problema da suprema corte é que alguns juizes são simplesmente fracos de caráter, covardes, pulhas. 

    Juiz que decide contrariando o texto constitucional (a lei maior) deveria ser banido da magistratura, simples assim. 

     

  3. Depois de anos de
    Depois de anos de abusos????

    Já fizeram o trabalho que deles se esperava enquanto esses daí não fazem ou não fizeram o deles, agora é jogo de cena, bem nojento por sinal.

  4. Se eu fosse o Toffoli

    Se eu fosse o Toffoli ordenaria a prisão imediata do débil mental de curitiba conhecido pela alcunha de delagnoll.

     

  5. É bom não ter muita ilusão

    É bom não ter muita ilusão com o que possa acontecer com a troca do Presidente do Supremo Tribunal Federal.  Interesses bem maiores podem estar em jogo, Ao que parece, esses fatos que acomtecem no Judciário (aí incluídas as Procuradorias) mostram que, apesar da mímica que institucionalmente se faz, no Brasil. para escolha de Ministros da Suprema Corte, não se sabe exatamente a quem cabe essa escolha. Não está constitucionalmente definida como se dá escolha do nome do futuro Ministro, nem quem faz essa opção. Constitucionalmente, ao Presidente da República cabe a nomeação, ao Senado Federal a sabatina e aprovação por maioria simples no plenário. Ao que parece nos demais países acontece coisa parecida. A escolha do nome de um Ministro da Suprema Corte, a julgar pelos resultados a que se tem observado ao longo do tempo, deve-se ao poder de fato, que faz chegar o nome do escolhido ao Presidente da República, que o repassa ao Senado, que sabatina o candidato, aprova seu nome em plenário e o encaminha para nomeação do Presidente da República. A escolha de um Ministro do Supremo, nitidamente advém de interesses difusos, não perfeitamente identificados, que até pode não estar somente ligado aos interesses do país e de seu povo, à nossa soberania. No Brasil é mais do que claro, com base nas decisões da Corte, que o Supremo desde sempre liga-se ao grande capital, inclusive capital estrangeiro, tendo um certo desprezo com os mais pobres e os trabalhadores, dificilmente preocupa-se com o interesse destes. Há no Judiciário até quem queira acabar com a Justiça Trabalhista. Esse poder de fato, que liga-se ao grande capital, está atuando nos diversos países, usando o Judiciário, para ou desestabilizar aqueles que estejam dirigidos por políticos ligados ao trabalhismo, tidos como populistas (aconteceu com Dilma Rousseff) , ou para impedir a tomada do poder por esses políticos (no caso do Brasil, volta ao poder com Lula).

     

     

     

  6. Toffoli

    Não nos iludamos mais uma vez, assim como aconteceu com o aparecimento dos outros juizes, ainda teremos raiva e desesperança com Toffoli.

    Assim foi com Barbosa, aquele que enfrentou Gilmar em plenário. 

    Fux o que mataria o processo no peito.

    Lewandowski, o justo, que aceitou o papel de legitimador do golpe ao presidir o impeachment.

    Fachin,grande e acertada escolha d Dilma (houve alguma?).

    Teori, a melhor escolha de Dilma (outra vez?) e que morreu em companhia de um suspeito.

    Gilmar, que está sendo tido como nosso aliado, apesar do seu histórico de decisões e agressões à esquerda.

    O próprio Toffoli tem um histórico no STF que não autoriza que se deposite esperança nenhuma nele! 

     

     

     

  7. Nada

    Não há mais nada que o stf possa fazer, ou melhor, possa fazer de pior. Já causou toda a desgraça.

    Um grupo de onze senhores que se tratam por hipócrita, bandido, velhaco, coronel de bandidos, que vota contra a própria convicção mas para atender o colegiado, ou não há provas mas a literatura me permite condenar, etc, etc, resolveu (talvez tenham resolvido por ele) que o LULA, escolhido de no mínimo 60 milhões de brasileiros não deve ser o nosso presidente. Nega a estes 60 milhões o direito de votar e escolher o presidente, que vá para a china isto de “o poder emana do povo e em seu nome será exercido”, que quem manda aqui …(?) .  O voto é obrigatório, deve ser digital, etc, mas em quem eu deixo. Por enquanto sua escolha está entre bolsonaro e alkimim, dependendo das pressões fardadas.

    Há ainda algo que o stf, que sempre descumpriu a própria constituição, que convive com um preso político  e os direitos humanos de presos acorrentados, por exemplo, que já desgraçou o país, possa fazer??? O que? Que reagir é piada.

  8. A popularidade do juiz de

    A popularidade do juiz de Curitiba é alta por falta de informação que a imprensa esconde sobre todo o contexto em que se dão os fatos dos quais é integrante. É urgente sim que o Supremo não dê ouvidos a imprensa que tenta prensá-lo. O Supremo precisa ser altivo e ativo na defesa da constituição e dos cidadãos.

  9. artigo

    Esse artigo não condiz com a verdade, é apenas uma visão de uma jornalista que não é arpatidário. Mas que visa tomar um lado do problema, de um partido. Sendo assim, enfranquece o que diz e foge da realidade.

  10. Um cara que REPETIU DUAS

    Um cara que REPETIU DUAS vezes em concurso público pra ser juiz, aonde está o tal de ”notável saber”?

    Foi pra cucuia.

    E  o Zé Mané é espançoso.

    E eu não sou esperançoso com esses enúrguemos que habitam , em larga escala, o Brasi.

     Com licença: vou vomitar.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador